sexta-feira, 18 de abril de 2025

O papel de Gleisi para o fim da greve de fome de Glauber Braga

 

Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais. Foto: Gil Ferreira/SRI

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou nesta quinta-feira (17) o fim da greve de fome que mantinha desde o dia 9 de maio nas dependências da Câmara dos Deputados. A decisão ocorreu após um acordo com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que aceitou suspender por 60 dias o processo de cassação do mandato do parlamentar.

O acordo foi intermediado pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann (PT), que visitou Glauber no último sábado (12) e prometeu buscar uma solução negociada. A articulação foi conduzida de forma discreta para evitar atritos com o centrão, que lidera o movimento pela cassação do deputado.

Além de Gleisi, outros sete ministros do governo Lula visitaram Glauber durante a greve de fome, demonstrando preocupação com o desfecho do caso.

A suspensão do processo por 60 dias adia a votação no plenário para o segundo semestre, dando tempo aos aliados de Glauber para negociar uma punição mais branda, como advertência ou suspensão temporária do mandato. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que participou das negociações, elogiou a postura do presidente da Câmara.

“Hugo Motta agiu, nesse caso, como um presidente da Câmara deve agir: mediando, que é diferente de ‘fazer média’, para distensionar. Agora teremos mais dois meses para o fazer o que os que querem cassar o mandato de Glauber Braga nunca fizeram: Argumentar. Contra o absurdo dessa ‘pena capital’ por vingança política”.

Glauber Braga durante visita de Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias, Sidônio Pereira e Sâmia Bomfim. Foto: Ranier Bragon/Folhapress

O caso teve início em abril de 2024, quando Glauber reagiu a um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), dentro da Câmara, com um chute após o influenciador ofender a mãe do parlamentar, que estava internada na época e morreu 22 dias após o caso. O Conselho de Ética recomendou a cassação, o que seria inédito na Casa por um caso de agressão física.

Um dos principais motivos do PT e do governo Lula se interessar em evitar a cassação é a a suplente de Glauber: a ex-senadora Heloísa Helena (Rede-RJ), histórica crítica do partido e da gestão petista. Ela foi expulsa do PT em 2003 por se opor à Reforma da Previdência e poderia se tornar uma voz dissonante no Congresso.

Após o fim da greve, Glauber foi encaminhado a um hospital em Brasília para avaliação médica. Segundo sua assessoria, ele perdeu cinco quilos durante os oito dias de protesto, consumindo apenas água, soro e isotônicos. A reintrodução de alimentos será gradual, começando com dieta líquida para evitar complicações.

Na próxima semana, o deputado deve protocolar recurso contra a decisão do Conselho de Ética na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Enquanto isso, sua base política trabalha para evitar a cassação definitiva.

Fonte: DCM

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