Candidata de oposição acusa o governo de manipular as eleições de 13 de abril com uso de recursos públicos, mudança de urnas e adulteração de atas
A candidata equatoriana Luisa Gonzalez denunciou publicamente, por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais, uma suposta fraude nas eleições realizadas no Equador em 13 de abril de 2025. Em pronunciamento direto ao povo equatoriano, Gonzalez afirmou que irregularidades “graves” comprometeram a lisura do processo eleitoral e feriram a legalidade e a Constituição do país.
“Queridos equatorianos, tomei um tempo prudente para poder comunicar de maneira responsável vários achados que considero realmente graves sobre os resultados eleitorais do domingo, 13 de abril — fatos que colocam em risco nossa democracia”, iniciou Gonzalez em sua mensagem. A candidata agradeceu aos votos recebidos e disse falar em nome daqueles que clamam por justiça e dignidade.
➧ Acusações contra o governo e o Conselho Nacional Eleitoral
Luisa Gonzalez afirmou que a campanha eleitoral foi marcada por irregularidades desde o início. Segundo ela, o atual presidente do Equador, Daniel Noboa, fez campanha sem licença formal, utilizou instituições eleitorais de forma indevida e recorreu ao uso “indiscriminado de recursos públicos” para financiar sua campanha — o que, segundo ela, caracterizaria abuso de poder econômico.
“Também foram entregues bônus milionários sem análise técnica, como estratégia populista para comprar votos, o que hoje coloca em risco a dolarização”, afirmou. Gonzalez ainda destacou que houve mudanças de última hora nos locais de votação e decretação de estados de exceção, que teriam afetado o processo eleitoral de forma irregular.
A candidata também denunciou a existência de “múltiplas versões de atas que foram modificadas desde o próprio Conselho Nacional Eleitoral (CNE)”, comprometendo a cadeia de custódia dos votos e alterando os resultados finais.
➧ Números e provas apresentadas
Entre os dados mais alarmantes apresentados por Gonzalez, estão:
▸ 1.984 atas sem assinatura conjunta , o que violaria o artigo 127 do Código da Democracia;
▸ 1.526 atas com somatórios que não coincidem com o número de votantes, tornando-as passíveis de nulidade;
▸ 1.582 atas com resultados significativamente divergentes da média dos respectivos recintos e gêneros, indicando possível inserção artificial de votos;
▸ Uma redução “incomum” nos votos em branco, que pode sugerir manipulação direta de mais de 150 mil cédulas.
Além disso, Gonzalez afirmou que foi observada uma redução artificial do índice de abstenção, o que significaria que houve mais votos do que eleitores, caracterizando uma grave distorção estatística.
➧ Pedido de auditoria e judicialização do processo
Diante dessas evidências, Gonzalez exigiu a publicação imediata de todas as atas devidamente assinadas, bem como a realização de uma audiência pública de auditoria do registro eleitoral, conforme decisão judicial vigente (Causa 26224 TCE). Ela prometeu impugnar os resultados nas instâncias legais disponíveis, mesmo reconhecendo que estas estariam sob influência do atual governo.
“Todos esses achados gravíssimos serão objetados e impugnados ante as autoridades competentes, que hoje, lamentavelmente, estão sob o controle de quem governa”, declarou.
➧ Um alerta ao país e à comunidade internacional
Encerrando sua denúncia, Gonzalez emitiu um alerta à comunidade nacional e internacional: “Queremos evitar que o Equador se transforme em um país sem paz, sem liberdade e sem democracia, em meio a uma perseguição contra aqueles que tiveram a coragem de levantar a voz.”
Ela afirma que mais de 1 milhão de votos foram “escandalosamente arrebatados” em uma eleição que classificou como “injusta, desigual e jamais vista na história” do país. Assista:
Contexto: Luisa Gonzalez foi candidata pela Revolução Cidadã, movimento político de esquerda ligado ao ex-presidente Rafael Correa. Ela concorreu contra Daniel Noboa, que, após um mandato interino, buscava legitimar-se por meio da eleição direta. As denúncias trazem novos contornos à crise política e institucional equatoriana e colocam o CNE e o governo no centro de questionamentos sobre a lisura do processo democrático.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário