
A ministra Gleisi Hoffmann (PT), da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), voltou a se posicionar contra o projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, criticando os deputados da base governista que apoiam a iniciativa.
Em declarações públicas e privadas, ela tem chamado a proposta de “PL de liberdade do golpe”, acusando-a de buscar a “impunidade de Bolsonaro e de quem mais tentou derrubar este governo”.
“Além de ser uma profunda contradição apoiar o projeto sendo da base do governo, trata-se de uma grave afronta ao judiciário e à própria democracia”, afirmou a ministra. Ela destacou que o governo não está em uma “operação de retaliação”, mas busca alertar os parlamentares sobre a “gravidade política, jurídica e institucional que significa apoiar este projeto”.
Apesar da oposição de Gleisi, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), conseguiu reunir 264 assinaturas para protocolar o requerimento de urgência do projeto, sendo 146 de deputados de partidos com representação no governo Lula. O número supera o mínimo necessário (257) para que a proposta seja votada diretamente no Plenário, sem passar por comissões.
Vai e vem de Gleisi
Na última semana, a ministra deu uma declaração sobre o projeto de anistia que foi criticada tanto pela base governista quanto por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): “Falar sobre anistia ou mediação de pena em relação a algumas pessoas do 8 de janeiro eu acho que é defensável do ponto de vista de alguns parlamentares”, disse Gleisi. “Acho que a gente até pode fazer essa discussão no Congresso”.
A postura da ministra gerou desconforto no Supremo Tribunal Federal (STF). Ela foi detonada por ministros da Corte, que consideraram a fala um “absurdo”.
Após as críticas, Gleisi usou as redes sociais para se colocar contra a impunidade aos golpistas: “Quero deixar claro que eventuais revisões de pena aos réus do 8 de Janeiro cabem única e exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal. Entendo sim que esse debate pode e deve ser feito na sociedade, inclusive no Congresso, como já vem acontecendo de fato, mas sem interferir na autonomia do Poder Judiciário”.
“Reafirmo minha crítica ao PL da Anistia e seu substitutivo, que visam à impunidade de Bolsonaro e dos comandantes do golpe. São eles que manipulam a questão das penas para confundir a população e encobrir o objetivo de não pagar pelos crimes que cometeram contra a democracia”, finalizou.
Fonte: DCM
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