Ex-presidente da Petrobras ainda disse que não vê mais espaço no PT e defende que Lula assuma protagonismo em decisões estratégicas
O ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, fez duras críticas ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a quem acusou de agir como “vazador” de informações e de tentar intervir de forma “descarada” nas decisões da maior estatal do país.
Em entrevista concedida ao UOL nos Emirados Árabes Unidos, Prates diz que Silveira tenta se impor sobre a Petrobras por interesses pessoais, e que Lula nunca atuou diretamente para interferir na empresa.
“Silveira vaza informações, faz críticas em público para mostrar que tem poder sobre a Petrobras. Lula nunca tentou interferir; no máximo, um muxoxo. Mas o que está acontecendo agora é uma tentativa descarada de intervenção estatal”, declarou.
Segundo o ex-senador, as pressões do ministro afetavam inclusive decisões técnicas da companhia:
“Às vezes, ele vazava que haveria mudança de preço, e eu segurava só para não parecer que estava cumprindo ordens.”
Prates também lamentou o ambiente interno do governo e do PT, que, segundo ele, é marcado por disputas e sabotagens entre integrantes.
“O maior inimigo do governo é o próprio governo. A oposição está ocupada com pautas da bolha deles. Já dentro do governo, quem se destaca vira alvo, e o primeiro a atirar é o Rui Costa”, dispara.
Sem espaço no PT e “prejudicado por disputas internas”, o ex-presidente da estatal disse estar considerando sair do partido antes das eleições de 2026.
“Depois da minha demissão, quase ninguém me procurou. No PT, ninguém quer discutir herança com o pai vivo, todo mundo tem esperança de ser o sucessor do Lula.”
Sobre o futuro da Petrobras e temas estratégicos como a exploração de petróleo na margem equatorial, Prates afirmou que a decisão deve partir do próprio presidente:
“Essa discussão deixou de ser técnica e virou política. Só Lula pode resolver. A decisão final tem que ser dele.”
Prates disse ainda que “este era para ser um governo de estrelas. Mas os ministros não aparecem, com medo de tomar martelada. O governo precisa parecer um time, não uma pessoa só.”
Fonte: Brasil 247
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