
Com as eleições de 2026 no horizonte, a direita paulista já se movimenta em torno de dois cenários principais: a tentativa de reeleição do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou sua possível candidatura à Presidência da República. Do outro lado, a esquerda ainda enfrenta impasses e falta de consenso — especialmente dentro do PT —, o que tem dificultado a consolidação de um nome competitivo para disputar o Palácio dos Bandeirantes.
Segundo as pesquisas mais recentes, o nome mais viável mais a esquerda seria o do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). No entanto, ele demonstra inclinação em manter a dobradinha com o presidente Lula (PT) na tentativa de reeleição nacional. Sem Alckmin no páreo estadual, nomes como Fernando Haddad, Alexandre Padilha, Márcio França e Guilherme Boulos são lembrados, embora nenhum deles tenha despontado com força nas intenções de voto até aqui.
Essa indefinição abre espaço para especulações sobre possíveis candidaturas de novatos no jogo político, como o médico Drauzio Varella e o ex-jogador Raí — ambos já negaram qualquer intenção de entrar na disputa. Parte dessa hesitação da esquerda também se relaciona à eleição interna do PT, marcada para julho, vista como peça-chave para definir os rumos da sigla no estado.

A gestão de Tarcísio — que estreou nas urnas em 2022 — e já ensaia discursos para enfrentar Alckmin, caso ele decida concorrer ganha destaque na direita. O governador tem reforçado entregas de obras iniciadas por gestões anteriores, como o monotrilho da Linha 17-Ouro e o trecho Norte do Rodoanel, ampliando seu capital político.
Além de Alckmin, que também pode mirar o Senado, o ministro Márcio França já manifestou publicamente o desejo de disputar o governo estadual. Ainda assim, em cenários sem Tarcísio, ele aparece com desempenho modesto nas pesquisas, atrás de nomes como Ricardo Nunes e Pablo Marçal. França, no entanto, aposta no prestígio de Lula e em alianças para alavancar sua candidatura.
Outros nomes cogitados no campo progressista — como os ministros Fernando Haddad, Alexandre Padilha e Luiz Marinho — enfrentam obstáculos importantes, seja pelo histórico de derrotas em disputas majoritárias nas últimas eleições, ou até pela dificuldade de ampliar sua base de apoio. Haddad, por exemplo, foi derrotado por Tarcísio em 2022, e Padilha está fora de uma eleição executiva há mais de dez anos.
Para analistas como Paulo Niccoli Ramirez, um dos trunfos da direita tem sido a ocupação constante dos espaços digitais, conquistando visibilidade mesmo fora dos períodos eleitorais. Já os adversários progressistas seguem mais concentrados nos ritos tradicionais da política, o que limita sua projeção pública.
Caso Tarcísio opte por não disputar a reeleição, outros nomes já se posicionam no campo governista: o secretário estadual Gilberto Kassab (PSD), o prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB) e o presidente da Alesp, André do Prado (PL). Para o Senado, o destaque vai para Guilherme Derrite, que deixou o PL rumo ao PP, buscando maior viabilidade eleitoral.
Enquanto a direita já sinaliza seus caminhos, a esquerda ainda ajusta suas estratégias em busca de unidade e competitividade.
Fonte: DCM
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