quinta-feira, 24 de abril de 2025

Carlos Lupi: "Não pretendo sair e estou tocando o trabalho, em especial do INSS"

Apesar da demissão do presidente do INSS, Lupi diz que só sairá se for decisão do presidente Lula

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi fala durante lançamento do cartão Meu INSS Vale+ em Brasília - DF - 28/11/2024 (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), declarou nesta quinta-feira (24) à CartaCapital que não pretende deixar o cargo, mesmo após a demissão do presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, em meio a investigações sobre fraudes bilionárias no órgão. Lupi afirmou que uma eventual saída dependeria de decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.​

A pressão sobre o ministro aumentou após a operação "Sem Desconto", deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que revelou um esquema de descontos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas, totalizando R$ 6,3 bilhões desde 2019. Stefanutto, indicado por Lupi em julho de 2023, foi afastado por ordem judicial e posteriormente demitido por Lula.​

"Não pretendo sair e estou tocando o trabalho, em especial do INSS", afirmou Lupi. Ele também reconheceu ter "inteira responsabilidade" pela indicação de Stefanutto.​

Em resposta às fraudes, o ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, anunciou a suspensão de todos os descontos mensais realizados por entidades nas folhas de pagamento dos beneficiários do INSS. "A partir de agora, nenhum aposentado será descontado na sua folha de pagamento", declarou Carvalho. Ele também informou que os valores já descontados nos contracheques de maio não serão repassados às entidades e serão ressarcidos em parcelas futuras.​

A diretora de Orçamentos, Finanças e Logística do INSS, Débora Floriano, afirmou que o instituto está elaborando um plano para garantir o ressarcimento integral das vítimas, embora o calendário dependa da apuração completa da extensão das fraudes. "O governo vai ressarcir integralmente o que foi descontado ilegalmente", enfatizou. Ela também pediu que os beneficiários evitem procurar as agências do INSS neste momento, para não sobrecarregar o atendimento.​

A operação "Sem Desconto" revelou que cerca de 6 milhões de beneficiários foram afetados por descontos indevidos, realizados por meio de acordos de cooperação entre o INSS e entidades como associações e sindicatos. O governo federal suspendeu todos esses acordos enquanto investiga as irregularidades.​

A situação gerou críticas e questionamentos sobre a gestão do INSS e a supervisão do Ministério da Previdência Social. A Defensoria Pública da União e o Ministério Público Federal também estão acompanhando o caso e cobrando medidas para proteger os direitos dos aposentados e pensionistas afetados.​

Fonte: Brasil 247

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