A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou uma aeronave para aqueles que desejavam ir para Belo Horizonte
Repatriados em Fortaleza (Foto: Divulgação)
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva recepcionou 113 brasileiros repatriados dos Estados Unidos na tarde desta sexta-feira (7) em Fortaleza (CE). De acordo com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, foi garantido o “atendimento humanizado aos cidadãos que retornam ao seu país”. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou uma aeronave KC-30 para aqueles que desejavam ir para Belo Horizonte (MG).
O voo desta sexta-feira (7/2) é o segundo com repatriados vindos dos EUA. O primeiro aterrissou em Manaus (AM) no dia 24 de janeiro. As pessoas que estavam a bordo desembarcaram algemadas, o que gerou repúdio do governo Lula, que tem como chanceler Mauro Vieira.
Os brasileiros que chegaram à capital amazonense algemados foram recebidos e imediatamente liberados das algemas pela Polícia Federal, por orientação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Conforme números oficiais, os EUA têm cerca de 45 milhões a 50 milhões de imigrantes. As deportações anunciadas pelo governo Donald Trump devem afetar cerca de 10 milhões a 15 milhões de pessoas no território norte-americano.
No Brasil, o trabalho de recepção aos repatriados é uma equipe do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ministério da Saúde (MS), Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Polícia Federal (PF) e Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Na capital mineira, o MDHC criou um Posto de Acolhimento aos Repatriados para garantir acesso gratuito à internet, carregadores de celular e canais para que possam entrar em contato com familiares e obter orientações sobre serviços públicos de saúde, assistência social e trabalho.
Mais relatos
A secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Janine Mello, esteve em Fortaleza para receber os repatriados. “A prioridade do governo federal, junto com o governo estadual, que nos deu apoio em toda essa ação, é garantir que os cidadãos brasileiros que hoje voltam para o Brasil, sua casa, cheguem com segurança ao seu local de residência para reencontrar suas famílias e reconstruir suas vidas”, ressaltou.
“Temos uma estrutura de apoio que garante acesso à água, alimentação, itens de higiene e atendimento médico, caso necessário. O objetivo é oferecer o suporte necessário para garantir um atendimento humanizado a essas pessoas”, afirmou Janine Mello. Em Belo Horizonte, a equipe de acolhimento do MDHC será coordenada pela ministra Macaé Evaristo.
A secretária dos Direitos Humanos do Ceará, Socorro França, destacou que o trabalho do governo federal, em parceria com o estado, otimizou a vinda dos repatriados.
“Correu tudo bem. Não foi fácil recebê-los aqui, porque os homens estavam acorrentados, com algemas, mas, quando desceram do avião, já estavam totalmente livres. No entanto, vieram muito machucados emocionalmente. Pelo relato de todos que estavam nesse voo, sofreram muito”, afirmou.
Amanda Dantas, que atua na gestão da coordenação da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde, participou do trabalho de acolhimento no Aeroporto Internacional de Fortaleza.
“A pedido do presidente da República, a Força Nacional do SUS e a Vigilância foram para Fortaleza para realizar uma prestação de assistência humanitária qualificada, focando na urgência e emergência, no acolhimento e nos primeiros cuidados psicológicos. A ideia é que aqueles que estão retornando ao Brasil se sintam acolhidos e abraçados pelo governo federal”, disse.
“Hoje me sinto acolhido. Estou na minha casa. O Brasil abre as portas para todo mundo, e muitos países não fazem isso. O Brasil não tem igual para receber e acolher pessoas. É diferente de todos. Estou feliz”, confessou Reinaldo Silva Santos, ao descrever a emoção de voltar ao seu país.
Natural de Governador Valadares (MG), João Vitor destacou a importância da recepção do governo.
“Tivemos todo o apoio. Há médicos aqui, produtos de higiene. Ficamos dias sem acesso a produtos básicos e sem uma comida digna. É muito importante termos um governo que, apesar de tudo, está aqui com a gente. Sentimo-nos acolhidos”, relatou.
“A recepção, para mim, foi algo incrível. Não imaginava algo assim, depois de ter passado pelo período difícil que enfrentei, vivendo em um lugar sujo, tendo que tirar minha roupa do corpo para limpar o chão de uma cela”, disse Jonathan.
Já Rafael teve uma impressão semelhante: “Cheguei e vi todo mundo aplaudindo. Eu não esperava. Depois de todo o sofrimento que passamos durante essa semana, receber uma recepção dessas foi surpreendente”, contou.
Fonte: Brasil 247