Pesquisa aponta favoritismo do governador em todos os cenários testados; Ciro Nogueira é o principal opositor, mas aparece distante
Rafael Fonteles (Foto: Governo do Piauí)
O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), surge como franco favorito para a reeleição em 2026, com chances de vencer no primeiro turno em todos os cenários pesquisados. Os dados são do Instituto Amostragem, que realizou um levantamento entre os dias 17 e 20 de janeiro de 2025. A pesquisa, divulgada neste domingo (2), aponta que Fonteles teria até 89,38% dos votos válidos, consolidando sua liderança política no estado. As informações são do portalPiauí Hoje.
O principal adversário de Fonteles seria o senador Ciro Nogueira (Progressistas), ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro. No cenário em que ambos se enfrentam, Rafael Fonteles alcançaria 78,41% dos votos válidos, enquanto Nogueira ficaria com 21,59%, uma diferença de 56,82 pontos percentuais. Os números reforçam o domínio político do grupo liderado pelo atual governador e pelo senador Wellington Dias (PT), impulsionado pela alta aprovação da gestão petista no estado.
⊛ Cenários testados mostram ampla vantagem de Fonteles
O levantamento do Instituto Amostragem entrevistou 1.137 eleitores em 49 municípios do Piauí, considerando fatores como sexo, idade, grau de instrução e renda familiar. A pesquisa tem margem de erro de 2,85% e um nível de confiança de 95%.
Nos diversos cenários analisados, Fonteles demonstrou ampla vantagem contra todos os possíveis adversários do Progressistas. Contra a deputada Gracinha Mão Santa, o governador alcançaria 82,75% dos votos válidos, deixando a adversária com 17,25%. Em um confronto contra o ex-prefeito de Floriano, Joel Rodrigues, a diferença se ampliaria ainda mais, com 85,01% para Fonteles e 14,99% para o opositor.
O governador também venceria com larga margem a ex-vice-governadora Margarete Coelho, atingindo 86,87% dos votos válidos contra 13,13%. No cenário em que enfrentaria a suplente de vereadora Samantha Cavalca, Fonteles alcançaria seu melhor desempenho, com 89,38% contra apenas 10,62% da adversária.
⊛ Corrida para o Senado também tem líderes definidos
Além da disputa pelo governo do estado, a pesquisa também avaliou o cenário para o Senado. O estudo aponta que os nomes mais competitivos até o momento são Marcelo Castro (MDB) e Júlio César (PSD), ambos beneficiados pelo apoio do presidente Lula.
Os resultados reforçam a hegemonia política do grupo petista no Piauí, que, desde 2003, vem se mantendo no comando do estado. Caso os números se confirmem nas urnas, Rafael Fonteles se consolidaria como uma das lideranças mais fortes do Nordeste e do país.
Fonte: Brasil 247 com informações do portal Piauí Hoje
Agora, a seleção francesa segue na competição e enfrentará a Croácia na próxima fase, em setembro
Marcelo Melo
O Brasil está fora da Copa Davis de tênis. Neste domingo (2/2), a dupla formada por Marcelo Melo e Rafael Matos entrou em quadra pressionada para enfrentar os franceses Benjamin Bonzi e Pierre-Hugues Herbert, precisando da vitória para manter a equipe viva na competição. No entanto, o resultado não foi o esperado: derrota por 2 sets a 1 e despedida precoce do torneio. A informação foi publicada pelo portal Metrópoles.
A equipe brasileira já havia sofrido dois reveses nas partidas de simples realizadas no sábado (1º/2), o que deixou o time em situação delicada no confronto. Diante dessa desvantagem, Melo e Matos começaram bem, vencendo o primeiro set por 6/4. No entanto, os franceses reagiram, dominaram as ações no segundo set e empataram o jogo com um 6/3.
Com o embalo da reação, Bonzi e Herbert mantiveram o ritmo no terceiro e decisivo set, conseguindo a virada com um novo 6/4 e fechando a partida. Com isso, a França garantiu o terceiro ponto no confronto contra o Brasil, vencendo a série por 3 a 0 e avançando às oitavas de final.
Agora, a seleção francesa segue na competição e enfrentará a Croácia na próxima fase, em setembro. Enquanto isso, o Brasil precisa voltar suas atenções para futuras competições e buscar um novo caminho para tentar retornar à elite do tênis mundial.
É o maior público da história do Verão Maior Paraná, recorde que era de Simone Mendes, com 152 mil pessoas em 2024. Mais de 1,1 milhão de pessoas já assistiram aos shows neste ano, superior ao resultado de toda a programação da edição passada.
Recorde histórico: Luan Santana arremata corações de 164 mil pessoas em Matinhos (Foto: Roberto Dziura Jr/AEN)
Recorde histórico de público do Verão Maior Paraná. Esse é o legado do segundo show do cantor Luan Santana no maior festival gratuito de verão do Brasil, um ano após sua primeira apresentação, em 2024. Mais de 164 mil pessoas assistiram ao cantor neste sábado (1º), no palco de Matinhos. Foi ele também quem fez a edição 2024/2025 bater mais de 1,1 milhão de pessoas acompanhando a programação cultural do Governo do Paraná, recorde de todas as edições.
Luan Santana voltou ao palco de Matinhos após levar 136 mil pessoas na primeira vez, o segundo maior público daquela edição, atrás somente de Simone Mendes, no mesmo ano, com 152 mil pessoas. O público fiel do cantor cantou do início ao fim um repertório que trouxe desde os mais recentes lançamentos até os sucessos mais antigos, que projetaram o sertanejo para o Brasil. Teve gente que chegou com dois dias de antecedência para o show, tudo para ficar o mais perto possível do ídolo.
Entre as músicas que rechearam a apresentação estavam “Meio Termo”, “Eu, Você, O Mar e Ela” e “Morena”, com a segunda parte do show dedicada às músicas do início de carreira, como “Amar Não É Pecado”, “Você Não Sabe O Que É Amor” e “Meteoro da Paixão”.
Luan Santana destacou a receptividade do público paranaense. “Eu sou de casa, me sinto em casa toda vez que estou aqui. O Verão Maior Paraná é, sem dúvida nenhuma, um dos maiores eventos do Brasil. E para gente que é artista, que faz show, é bom demais estar em lugares assim, cantando para esse povo que sempre me recebeu de coração aberto. Estou muito feliz”, afirmou.
“Ano passado, quando eu fiz show aqui, eu já saí com saudade de vocês”, declarou ao público de Matinhos durante a apresentação. “Shows gratuitos sempre são muito especiais porque vem todo mundo, de todas as idades, de todas as classes, e a gente faz uma festa só. O Paraná merece um evento como esse”, concluiu.
⊛ LUANETES — Com um público quatro vezes maior que a população de Matinhos, de cerca de 40 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), muita gente veio de outras regiões do Estado e do País para assistirem ao show gratuito promovido pelo Governo do Paraná.
Entre eles está Isabela Braun, de 23 anos. Fã de carteirinha e com faixa na cabeça, ela veio assistir seu segundo show gratuito do Luan Santana no Verão Maior. “Viemos passar o verão, mas os shows são atrativos também, então desci, mais para ver o Luan Santana do que para curtir a praia, na verdade. No ano passado, estivemos em quase todos, inclusive do Luan, que é esse fenômeno. Eu sou apaixonada por ele, não tem quem goste de sertanejo que não goste dele”, disse. “Vai ser o melhor show do verão”, garantiu.
“Tudo muito legal, o som, as imagens são muito boas. Além de trazer cultura, também chama pessoas de outros estados, que às vezes não têm o costume de passar o verão aqui no Paraná, e acabam vindo para assistir esses shows, além de ser uma oportunidade de ver muitos shows legais de forma gratuita”, comentou.
A cabeleireira Andrielle de Fátima Vilela, 41 anos, é de Curitiba e tem acompanhado vários shows do Verão Maior Paraná. “Viemos para o ano novo, ficamos 15 dias, mas todo final de semana estamos descendo, principalmente por causa dos shows. Já vimos Péricles, Matheus e Kauan e César Menotti e Fabiano”, contou.
“A estrutura está extraordinária, segurança muito boa, comida, bebida, principalmente o banheiro, para nós, mulheres. Eu achei bem legal, tanto é que estamos voltando todo final de semana”, acrescentou. “Muita gente está deixando de ir para outros litorais para ficar no nosso, toda a reformulação da orla que foi feita, são muito importantes esses investimentos. E os shows são um atrativo a mais para todo mundo poder curtir, se divertir e trazer a família.”
Quem também está curtindo com a família é o analista de sistemas Maurício José Angelote, 49 anos, morador de Curitiba, mas que tem casa em Pontal do Paraná. “Tem segurança, alimentação, banheiro, é tudo perfeito. O espaço que fica entre as pessoas é muito bom, os banheiros próximos, o som, a estrutura do palco, tudo perfeito”, opinou. “A diferença de antes para os últimos tempos é fenomenal.”
⊛ SOLIDARIEDADE E INCLUSÃO — Mais uma vez, o Príncipe, mascote do Hospital Pequeno Príncipe (HPP), subiu ao palco do Verão Maior Paraná para incentivar doações para a instituição. Além disso, ele também visitou a área PcD, destinada às pessoas com deficiência, acompanhado da primeira-dama do Estado, Luciana Saito Massa.
“Esse ano, além de levar muita diversão e alegria à população, do lado social temos essa parceria com o Hospital Pequeno Príncipe. Isso é cuidar das nossas crianças e adolescentes. É uma parceria muito importante que começou no Verão Maior Paraná deste ano e que, com certeza, irá continuar nas próximas edições”, afirmou a primeira-dama.
A ação é uma parceria entre o HPP e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) e o gabinete da primeira-dama. As doações estão sendo concentradas pela chave PIX doacoes@hpp.org.br, que é recorrentemente divulgada nos telões via QR Code, facilitando o acesso por meio do celular.
Além de angariar recursos para os trabalhos do hospital, a iniciativa também conta com vídeos educativos com orientações aos pais e responsáveis em relação aos cuidados com crianças e adolescentes na praia. O conteúdo foi produzido pelo HPP e é exibido nos telões das Arenas Verão Maior no Litoral, falando sobre como prevenir e tratar os problemas de saúde mais comuns destes ambientes, como viroses, queimaduras, desidratação e afogamentos.
⊛ QUINTA SEMANA — Até 22 de fevereiro, o Verão Maior Paraná conta ainda com uma sequência especial de atrações em seus dois palcos. No próximo fim de semana, João Bosco & Vinícius, Zezé di Camargo & Luciano e Michel Teló se apresentam em Matinhos, enquanto Felipe Araújo, Cezar & Paulinho e Thiago Carvalho sobem ao palco de Pontal do Paraná.
A agenda do Verão Maior Paraná vai reunir ainda outros grandes nomes da música nacional, como Titãs, Felipe Araújo, Fernando & Sorocaba e muito mais. Serão mais três finais de semana seguidos com muita música no Litoral paranaense.
⊛ VERÃO MAIOR PARANÁ – Toda a programação do Verão Maior Paraná pode ser conferida no site exclusivo do Governo do Paraná, o pr.gov.br/verao. Serão 33 shows nacionais gratuitos nas arenas de Matinhos e Pontal do Paraná, além de grande programação esportiva nas arenas das praias do Litoral e na região Noroeste.
Dupla sertaneja animou o público, que teve o privilégio de ouvir pela primeira vez, ao vivo, a música “Oh Vida” e muitos sucessos consagrados
João Neto & Frederico lançam música ao vivo para 21 mil pessoas em Pontal do Paraná (Foto: Ricardo Ribeiro/AEN)
O Litoral paranaense viveu mais uma noite histórica neste sábado (1), com o show de João Neto & Frederico, em Pontal do Paraná, pelo Verão Maior Paraná. Além de curtir todos os grandes sucessos da dupla, o público de mais de 21 mil pessoas também teve o privilégio de acompanhar a primeira apresentação ao vivo da música “Oh Vida”, recém-lançada pelos artistas.
Em Matinhos, o cantor Luan Santana se apresentou para mais de 164 mil pessoas, no maior show da temporada. Com os públicos dos dois shows somados, o Verão Maior Paraná bateu a marca de 1 milhão de pessoas.
Além do lançamento da nova música, que vai integrar o trabalho chamado “Confranejo”, João Neto e Frederico animaram o público com músicas que já são sucessos consagrados, como “Lê Lê Lê”, “Tá Combinado”, “Super Homem” e “Vem pra minha vida”.
⊛ SUCESSOS - “Trouxemos um show muito animado e muito divertido, relembrando os sucessos de 25 anos de carreira, mas também essa música nova, que o público de Pontal do Paraná pode ser o primeiro a conferir ao vivo. Então foi um momento muito especial para nós e esperamos que tenha sido também para todo mundo que veio nos prestigiar”, disse João Neto.
A apresentação ainda contou com show de fogos de artifícios e performances pirotécnicas no palco, que empolgaram os veranistas. “Fomos muito bem recebidos aqui no Paraná e retribuímos esse carinho com um show especial. Foi tudo maravilhoso. Tudo fica ainda mais bonito quando temos à disposição uma estrutura como esta montada para a gente. Foi uma honra”, disse Frederico.
⊛ ANIMAÇÃO – O espetáculo foi um dos mais agitados da temporada em Pontal do Paraná, reunindo um público animado que acompanhou em coro todos os hits da dupla. Uma destas pessoas era Reveteri Ivanildo, morador de Pontal do Paraná há 16 anos, que sempre que pode, acompanha os shows na cidade. “Nunca vi uma programação de verão tão boa quanto esta. São artistas de renome nacional; você vem e tem certeza que vai ter um grande show”, disse.
A comerciante Josiane França, moradora de Pontal do Paraná, foi a todos os shows na cidade desde o início do ano e garante que vai marcar presença nos próximos. “É muito bom. A programação está ótima. Hoje, então, com João Neto e Frederico está sensacional. Até minha filha veio de Curitiba com o meu cunhado para acompanhar o show”, contou.
Para a turista de Curitiba, Greice Kelly, um dos diferenciais do Verão Maior Paraná é a garantia de que o evento vai acontecer em segurança. “É ótimo. Cheguei às 17h aqui, porque sou muito fã deles, e sei que posso vir passar o dia com a minha família esperando o show, porque vai ser tranquilo”, afirmou.
⊛ AGENDA –Até 22 de fevereiro, o Verão Maior Paraná conta ainda com uma sequência especial de atrações em seus dois palcos. No próximo fim de semana, João Bosco & Vinícius, Zezé di Camargo & Luciano e Michel Teló se apresentam em Matinhos, enquanto Felipe Araújo, Cezar & Paulinho e Thiago Carvalho sobem ao palco de Pontal do Paraná.
Nos finais de semana seguintes, o litoral do Paraná ainda recebe Clayton & Romário, Rio Negro & Solimões, Eduardo Costa, George Henrique & Rodrigo, Fernando & Sorocaba, Rick & Renner e Titãs, em uma programação que agrada todos os gostos e idades.
Além da programação de shows nacionais, o Verão Maior Paraná também tem apresentações de artistas paranaenses nos Palcos Sunset montados no Litoral e nos balneários da Costa Noroeste do Estado. Ao todo, são 50 shows de artistas paranaenses, com uma agenda semanal que começa às terças-feiras e segue até domingo.
⊛ VERÃO MAIOR PARANÁ – Toda a programação do Verão Maior Paraná pode ser conferida no site exclusivo do Governo do Paraná, o pr.gov.br/verao. Serão 33 shows nacionais gratuitos nas arenas de Matinhos e Pontal do Paraná, além de grande programação esportiva nas arenas das praias do Litoral e na região Noroeste.
O ministro Gilmar Mendes, decano do STF, deu entrevista ao site Público, de Portugal. “No geral, me parece que o governo Lula tem sido extremamente positivo, e o toque decisivo é a defesa da normalidade, da institucionalidade, das relações civilizadas entre os Poderes. O Brasil voltou a um quadro de normalidade, inclusive no cenário internacional”, diz.
Gilmar destaca ainda que os imigrantes, especialmente nas economias mais desenvolvidas, têm sido transformados em bodes expiatórios pelo populismo de direita. Ele defende a necessidade de maior controle sobre as big techs e as redes sociais. Além disso, reconhece que os crimes cometidos durante a ditadura militar no Brasil devem ser julgados, um tema que ganhou destaque com o filme “Ainda Estou Aqui”, que recebeu três indicações ao Oscar.
Alguns trechos:
Como o senhor viu essa questão dos brasileiros deportados dos Estados Unidos chegarem algemados, acorrentados, ao Brasil?
Tem um pouco desta fantasia americana, de justiça e ordem. Já faz algum tempo, um piloto de stock car, se não me engano brasileiro, foi acusado nos Estados Unidos de ter problema com o Fisco. E veio lá uma ordem e, em pouco tempo, ele estava algemado e acorrentado. No momento seguinte, descobriu-se que ele não tinha nada a dever e se retirou [Em 2009, Hélio Castroneves foi absolvido pelo júri de todas as acusações de sonegação fiscal, no Tribunal em Miami. O piloto, dono de uma mansão em Coral Gable, era acusado junto com sua irmã Katiucia e seu advogado americano Allan Miller de ter montado um esquema para fraudar o fisco em US$ 5,5 milhões (cerca de R$ 12 milhões) entre 1999 e 2004, quando competia pela Penske Team]. Isso não faz o menor sentido. Talvez algum cuidado se tivesse que ter, diante de tanta gente dentro de uma aeronave, mas não se tratava disto (ter criminosos). Então, me parece que acabam ocorrendo esses exageros, talvez para efeito de demonstração. Por isso, inclusive, o Governo brasileiro emitiu protestos em relação a isso. É claro que quem está ilegal num dado país, suporta a possibilidade de deportação. Em princípio, isto ocorre em todos os lugares. (…)
Como o senhor vê esse movimento da extrema-direita liderado por Trump? Qual o impacto que isso pode ter no Brasil?
Eu não atribuiria este movimento necessariamente ao Trump ou a sua liderança. É muito cedo para prognosticar como isso vai se desenvolver. Toda hora nós estamos a ver anúncios de medidas (nos Estados Unidos) e também a sua desautorização. Então, é preciso ter muito cuidado para que a gente separe o ruído do sinal. Mas, de qualquer forma, não podemos menosprezar toda a evolução que se tem tido nesse campo. O próprio movimento que ocorreu nos Estados Unidos, o 6 de janeiro (invasão do Capitólio), que foi um fato absolutamente inédito. Ninguém imaginava, com a tradição democrática americana, que aquilo pudesse ocorrer. Mas antes já tínhamos movimentos assemelhados na própria Europa do leste, com Hungria, Polônia, problemas sérios de desinstitucionalização, na Turquia também. Agora, na Itália, embora com um viés moderado, na Áustria. Há sinais de descontentamento que carrearam para este campo. A Alemanha, com a Alternativa para a Alemanha (AfD). São dados preocupantes, que mostram uma grande insatisfação. No caso alemão, é até uma curiosidade que o crescimento do populismo se deu fortemente no território da antiga Alemanha Oriental (que era comunista).
Para o Brasil, qual é o impacto do populismo de direita?
No geral, me parece que o Governo Lula tem sido extremamente positivo, e o toque decisivo é a defesa da normalidade, da institucionalidade, das relações civilizadas entre os Poderes. O Brasil voltou a um quadro de normalidade, inclusive no cenário internacional.
Nós tivemos uma situação meio caricatural disto com o governo Bolsonaro. O que me parece é que, ao longo dos anos de democracia, começados em 1985, depois consolidados em 1988, nós conseguimos ter governos de perfil centrista. Aqui, acolá, com um viés um pouco de centro-esquerda ou de centro-direita, mas dentro de um perfil moderado. Isto ocorreu com Fernando Henrique (Cardoso), que fez uma aliança à direita com os partidos representativos, PFL, MDB, pessoas de centro, liberais clássicos, mas ele também defendendo o Estado social que já está na Constituição. Esses dias, um professor de Manchester me falava que o Brasil é um país singular, porque buscou realizar um Estado social sem ter passado por nenhuma guerra. É diferente dos Estados europeus, em que o Estado social, de alguma forma, advém desta situação.
Mas veio o desgaste que tivemos com a sucessão de governos do PT. Diante dos problemas, das crises, pensou-se, talvez, que a resposta pudesse estar num certo populismo, que, inicialmente, se traduziu num populismo judicial, do Ministério Público que alimentou a ascensão de Bolsonaro ao poder, com a eliminação praticamente de todas as lideranças políticas mais expressivas, de alguma forma atingidas por todo o processo da Lava-Jato. É um pouco isto que permitiu a ascensão de Bolsonaro, que nós não saberíamos prever, um ano antes, que iria ocorrer. E isto vira um pouco também a caricatura desse movimento no mundo, é o antivax, é o negacionismo pelo negacionismo. Mas não acredito que, mesmo as forças políticas que o apoiaram, possam ser timbradas como de extrema-direita. A gente percebe hoje um movimento no sentido forte de pessoas que não comungam do chamado esquerdista ou esquerdizante, mas que também não subscrevem as pautas agressivas da extrema-direita. Então, a mim, parece que talvez hoje o próprio Congresso se traduza numa maioria conservadora, mas não de extrema-direita. Acho até que, na verdade, os personagens que possam ser no Congresso timbrados como tais, seriam em número reduzido.
O regime semipresidencialista seria o ideal para o Brasil? O Congresso ganhou muito poder sobre o Orçamento federal, deixando o Executivo a reboque.
Nós temos discutido isso, inclusive, vocês já acompanharam, no Fórum de Lisboa, esse debate. Algo teremos que fazer em termos de reforma do sistema de Governo, porque estamos vivendo uma anomalia. Isto tem a ver um pouco com a debilitação do poder do Executivo, acentuada a partir da administração de Dilma (Rousseff). O Congresso transformou as chamadas emendas propositivas em emendas orçamentárias impositivas. Isso virou lei. Além desse passo, as emendas foram crescendo, atingindo, no último ano, alguma coisa como R$ 50 bilhões. Portanto, daquilo que sobra para investimentos, uma boa parte é feita por meio das emendas parlamentares e, talvez, muito disto se perca em projetos locais, paroquiais, sem uma visão ou uma projeção estratégica. Isso se tornou um grave problema. O Congresso delibera sem qualquer responsabilidade.
Então, se caminhássemos para um modelo parlamentarista, em que a maioria congressual governaria, e teria responsabilidade governamental, certamente isso seria positivo. Mas é claro que envolveria outras reformas. Agora, temos de resolver esse dilema. Não podemos viver esta situação a que estamos nos acostumando, de uma série de confusões de atribuições. Precisamos organizar esse maracatu e buscar uma reforma que seja razoável. Ninguém é contra, considerando a complexidade política do Brasil, que o Congresso participe, inclusive com a indicação de emendas. A questão é saber qual é o valor adequado e que isso seja completamente transparente. Nós estamos falando de verba pública, de dinheiro público, que tem que ser destinado a finalidades públicas.
Não é razoável que uma questão de alta indagação política, e uma tarefa complexa, do ponto de vista político-administrativo, se transforme daqui a pouco num caso policial. Ninguém almeja isso.
O STF, inclusive, entrou nisso, por meio das decisões do ministro Flávio Dino.
Antes disso, o processo era da relatoria da ministra Rosa Weber. Veio para o ministro Dino por sucessão. E o que o Supremo está dizendo é mais ou menos óbvio: que as emendas parlamentares têm que ser rastreáveis, transparentes, que os autores sejam identificados e que haja fiscalização da aplicação dos recursos. Criou-se uma opacidade, uma névoa em torno disto, que, na verdade, é perigosa para o próprio Congresso Nacional. Não é razoável que uma questão de alta indagação política, e uma tarefa complexa, do ponto de vista político-administrativo, se transforme daqui a pouco num caso policial. Ninguém almeja isso. (…)
A popularidade do presidente Lula está em queda. O índice de desaprovação já supera o da aprovação. Como o senhor avalia o Governo hoje?
A popularidade vai e vem. Quando muito jovem, eu integrei o governo do Fernando Henrique Cardoso. Tenho muito orgulho disso, porque era uma equipe de pessoas muito qualificadas. Entre elas, tinha Pelé (risos). O Fernando Henrique dizia que a gente pode perder a popularidade, mas não pode perder a credibilidade. Então, acho que isso é fundamental. Muitas vezes, o Governo tem que tomar medidas que são à vista das pessoas, de imediato, impopulares. Por isso, pagará com o preço da impopularidade. Não me parece que isso seja decisivo, e me parece que a grande vantagem do Governo Lula é que ele devolveu ao Brasil um senso de normalidade. As instituições voltaram a dialogar e a funcionar. E é um governo difícil, talvez, seja até um governo de aprendizado, depois da inorganicidade, da desorganização perpetrada no Governo Bolsonaro, porque é praticamente a construção de um Governo de minoria.
Diante desse fenômeno das emendas parlamentares, um parlamentar da Câmara talvez disponha por ano, de emendas impositivas para destinar para o seu reduto, alguma coisa como R$ 50 milhões. Um senador, talvez, algo em torno de R$ 80 milhões. Isso pode variar de acordo com o ranking. Ao todo, estamos falando de R$ 50 bilhões. No modelo anterior, do chamado presidencialismo de coalizão, essas verbas eram distribuídas a partir de uma regra de fidelização, de quem apoiava ou não o Governo. Agora, não. Este é um outro modelo. Portanto, o Lula está governando sobre um outro estamento institucional e político, e precisa construir maioria nesse contexto. Também não basta distribuir ministérios. No modelo anterior era a fidelização via emendas propositivas, que eram liberadas ou não pelo Governo, discricionariamente, e a distribuição de ministérios para determinadas forças políticas. Hoje, muitos ministérios são extremamente débeis e dependem inclusive das emendas dos parlamentares.
Então, é um quadro muito singular. Não obstante, reformas importantes foram aprovadas, como a tributária. Tem-se construído soluções e, nesse sentido, eu avalio o Governo como positivo. É inevitável que, agora, com a retomada dos trabalhos do Congresso, certamente haverá uma nova formação ministerial. Mas, no geral, me parece que o Governo Lula tem sido extremamente positivo, e o toque decisivo é a defesa da normalidade, da institucionalidade, das relações civilizadas entre os Poderes. O Brasil voltou a um quadro de normalidade, inclusive no cenário internacional, como se pode avaliar.
Há uma queixa geral entre os parlamentares de que o Supremo legisla e tira poder do Congresso. O STF está extrapolando seus poderes?
Eu não vejo assim. É notório que o texto da Constituição de 1988 reforçou imensamente o poder do Supremo Tribunal Federal como corte constitucional, permitindo que um partido político, com um representante, leve ao Supremo a impugnação de leis votadas pelo Congresso Nacional. Mas isso foi uma opção do constituinte, considerando que, no passado, só o procurador-geral poderia fazê-lo. Entendeu que era necessário dar essa abrangência. Eu sempre digo que o Supremo não tem uma banca ali na frente pedindo que venham causas. As causas são provocadas, normalmente, pelo próprio sistema político, pelas suas dissidências. Por outro lado, o texto constitucional valorizou muito as situações de omissões inconstitucionais, casos em que a Constituição prevê um dever de legislar, que não foi satisfeito pelo Congresso Nacional. São casos em que o Supremo acaba por fazer a intervenção.
Se quisermos ficar num exemplo recente, vamos considerar a pandemia. Nós temos um sistema de saúde, o SUS, que é altamente complexo, porque exige a integração de União, estados e municípios. É claro que a cabeça do sistema é a União, inclusive provendo a maioria dos recursos. Com um Governo negacionista na pandemia, nós tivemos problemas seríssimos, porque era um Governo que, como os senhores sabem, recomendava a ivermectina ou a cloroquina para cuidar da Covid e avaliava que 3 mil pessoas ficariam doentes e haveria a imunidade de rebanho. E não era isto. Governadores e prefeitos de grandes cidades passaram a enfrentar o problema, porque eles administravam os hospitais, e foram ao Supremo pedindo para usar medidas que a OMS (Organização Mundial de Saúde) já recomendava: isolamento social, restrição de transporte, fechamento de atividades. E o Supremo, então, autorizou estados e municípios a tomarem essas medidas. Isso colocou o tribunal numa via de colisão com o Executivo federal.
Donald Trump e Elon Musk
Foi o Supremo que determinou que se iniciasse o processo de vacinação das pessoas. Portanto, num quadro de omissão, o tribunal supriu essa falta. É muito curioso que, tendo atuado desta forma e tendo sido tão decisivo, o tribunal seja visto como impopular, vilão. Eu tenho dito que talvez os nossos possíveis defensores, que devem existir, são bastante silenciosos e recatados, e os nossos adversários são muito vocais. Mas eu tenho certeza de que, entre esses nossos adversários, estão pessoas que tiveram seus pais, suas mães, seus filhos, seus netos, salvos pela ação do tribunal. Portanto, isto não é visto, nem é reconhecido.
O populismo tal como nós o conhecemos hoje, não se estabelece sem as redes sociais e sem a sua utilização com esse viés ou com essas distorções. Tanto é que eu reputo, e começamos inclusive esse julgamento, que estabeleçamos regras sobre essas questões.
Foi o Supremo que teve de fazer também o enfrentamento quando tivemos as graves ameaças à democracia, ao processo eleitoral. Aqui, o tribunal deu a cara e fez todo o enfrentamento para manutenção das liberdades. Eu poderia estar aqui contando para vocês a história de uma debacle, o fechamento do tribunal. Mas a gente está dizendo o contrário, o tribunal atuou de uma maneira altiva e impediu que houvesse esses exageros que vimos desenhados nesses documentos de golpes. Não me parece, então, que o tribunal tenha exorbitado. Acho que ele cumpriu bem a sua missão. É um case de sucesso da jurisdição constitucional no mundo.
Agora, é natural que nós busquemos um eventual bode expiatório. Se nós conversarmos com um suposto aliado de Bolsonaro e perguntarmos a ele por que o Governo não fez uma política pública de saúde durante a pandemia, ele vai nos responder que foi porque o Supremo impediu. Mas se nós perguntarmos qual era a política pública que o Governo faria, muito provavelmente era do Jim Jones (risos). Que política pública havia para alguém que apostava que só 3 mil pessoas seriam afetadas pela Covid e que tudo se resolveria? Veja, por exemplo, o que aconteceu em Manaus, em que, num dado momento, faltou oxigênio nos hospitais e pessoas morreram asfixiadas. Veja a negligência, a gravidade da situação. Por isso, vejo que o tribunal atravessou uma quadra extremamente difícil e, tangido por um pensamento de possibilidades e necessidades, deu as respostas adequadas.
Como vê os ataques ao Supremo por meio de fake news?
O populismo tal como nós o conhecemos hoje, não se estabelece sem as redes sociais e sem a sua utilização com esse viés ou com essas distorções. Tanto é que eu reputo, e começamos inclusive esse julgamento, que estabeleçamos regras sobre essas questões. Vejam vocês que a própria ideia de fraude nas urnas eletrônicas é notoriamente uma fake news. Mas, a rigor, ela tinha uma intencionalidade, que era justificar uma eventual intervenção na eventualidade de Bolsonaro perder as eleições. Quando a gente fala da família Bolsonaro, a gente fala de uma empresa eleitoral: Bolsonaro pai, Bolsonaro filhos, mulher ou ex-mulher, e todos albergados em cargos públicos, tendo êxito na eleição. Nesse caso, eles ganharam eleição e nunca houve fraude. Então por que fraude agora? O próprio pedido que o partido dele fez foi para anular as eleições do Executivo, mas não do Legislativo. Aqui já estava uma fake news, como também a fake news que alimentou aquela ocupação das pessoas dos quartéis.
O próprio episódio do 8 de janeiro tem a ver um pouco com isto. Eles anunciam que fariam um encontro, uma festa da Selma, e, por acaso, esse nome, não sei é coincidência ou não, é o da esposa daquele ex-comandante da Marinha, o (Almir) Garnier, que ficou a favor. Portanto, sem as redes, obviamente que isto não teria tido essa viralidade, esta intensidade. E, claro, apostava-se que numa crise de segurança pública, que levaria à GLO (Garantia de Lei e da Ordem) que poderia levar à intervenção militar. Então, temos que discutir essa questão, que é fundamental. Tem que ter controle sobre as redes sociais.
Como vê a decisão da Meta, dona do Instagram, do Facebook e do WhatsApp, de acabar com o sistema de checagem?
Acredito que a inteligência, o núcleo básico representativo do Congresso sabe da responsabilidade política e social com que o Supremo decide e confia na atuação do tribunal na aplicação da Constituição.
Certamente, a partir do julgamento que o Supremo emitirá na questão do marco civil da internet, haverá imposições e regras sobre isto. E, obviamente, as empresas que estiverem prestando serviços no Brasil observarão a legislação brasileira.
O Congresso está cada vez mais conservador e caminhando muito para a extrema-direita. Existe a possibilidade de se aprovar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal?
Não vejo. Acho que isso faz parte mais de uma toada de oposição diante do papel que o tribunal vem desempenhando. Primeiro, não haveria motivo para isso. Aqui ou acolá, aponta-se um fato atribuído a um ministro, mas, normalmente, as decisões têm sido chanceladas colegiadamente. Então, não vejo essa possibilidade. E, ao contrário do que se diz, o tribunal goza de grande legitimidade no geral perante a sociedade e perante o próprio Congresso Nacional. Acredito que a inteligência, o núcleo básico representativo do Congresso sabe da responsabilidade política e social com que o Supremo decide e confia na atuação do tribunal na aplicação da Constituição.
Qual é a contribuição que o Judiciário pode dar para o ajuste fiscal diante dessa questão dos supersalários? Há juízes ganhando R$ 400 mil, R$ 1 milhão num mês.
Esta é uma questão que precisa ser discutida, e o Congresso vinha tentando resolver. Até era uma iniciativa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, via a criação de um modelo de gratificação para o Judiciário. Você vai se lembrar que a reforma administrativa, lá atrás, ainda no governo Fernando Henrique, encerrou com a ideia dos salários mais gratificações, criando a ideia de subsídios. Em relação aos juízes, suprimiu-se a chamada ATS, gratificação por tempo de serviço. Hoje se diz que os salários ficaram defasados e aí começam aquilo que se chama de penduricalhos, o fenômeno mais estadual do que federal, e é preciso prestar atenção a essa questão.
No CNJ (Conselho Nacional de Justiça), me parece que, em algum momento, os presidentes que por lá passaram, avaliaram que era preciso buscar, esperar para reagir a isso com uma solução legislativa constitucional, que até agora não veio por conta da possibilidade de ser algo muito abrangente. Será para juízes e promotores. Mas por que não para delegados? Aí isto vira de novo uma crise fiscal embutida. É uma construção difícil, mas eu acho que é um tema que nós vamos ter que discutir. E, nos últimos tempos, acho que o próprio corregedor atual do CNJ, o ministro Mauro (Campbell), tem tomado medidas contra esses abusos.
São aprendizados institucionais que nós temos de levar em conta. No passado, pré-1988, o Judiciário não tinha autonomia administrativa e financeira. E, por isso, ficava muito dependente do Executivo. Veio a concepção da autonomia administrativa e financeira e, talvez, agora, estejamos vivendo um quadro de usos e abusos. Isso não ocorre em relação ao Supremo Tribunal Federal, normalmente, não ocorre em relação ao Judiciário federal, mas tem se materializado de forma muito forte no judiciário estadual. Aqui também a gente pode fazer uma leitura política, que é a relação que às vezes se desenvolve entre o Judiciário local e os poderes Executivo e Legislativo locais.
Este ano terá o julgamento do ex-presidente Bolsonaro?
Vamos aguardar. Estamos muito próximos de iniciar o semestre do judiciário. E dependemos da denúncia que vem da Procuradoria-Geral da República.
O filme Ainda Estou Aqui levantou a questão sobre crimes cometidos durante o regime militar, se são imprescritíveis ou não. Existe a possibilidade desses crimes serem julgados?
Tem um processo aberto no Supremo Tribunal Federal a propósito desse assunto, especialmente, no caso de pessoas que desapareceram. De fato, não há como falar segundo determinados argumentos em prescritibilidade. Esse assunto tem provocado até um foco de tensão, às vezes, entre o Brasil e a corte interamericana. Então, esse tema pode voltar a ser examinado. Acho que há alguns processos em aberto. Recentemente, salvo engano, vi um despacho do ministro Flávio Dino a propósito dessa temática.
Como vê movimento das big techs? Elas ficaram mais poderosas com Trump. Estamos vendo Elon Musk interferindo até nas eleições da Alemanha. Como controlar essas empresas?
Acho que isto é um grande desafio, porque a gente vive um modelo de monopólio ou de oligopólio, com imensas dificuldades de regulação, porque, com sedes, às vezes, no seu país de origem, elas prestam serviços mundo afora, portanto, com um poder extraterritorial enorme. O Estado como nós o conhecemos ou conhecíamos era baseado no poder territorial. Hoje, temos imensas dificuldades, mas há respostas que podem ser efetivas. Nós vimos um embate entre Elon Musk e o Supremo Tribunal Federal, em que, num dado momento, ele anunciou que não iria mais cumprir decisões do STF. E retirou os seus funcionários do Brasil. Não obstante, teve que cumprir a decisão, à medida que teve os serviços suspensos e a aplicação de multas. Então, me parece que temos que lidar com esse desafio. Infelizmente, no Brasil, em razão também de dificuldades políticas, nós não conseguimos aprovar uma lei de regulação. Houve um projeto no Senado, mas ele não logrou aprovação até agora na Câmara dos Deputados. Por isso, de novo, vamos ter algum tipo de pronunciamento do STF, talvez ainda no primeiro semestre.
Fonte: DCM com entrevista no site Público, de Portugal
Jair Bolsonaro e Danilo Gentili: humorista atacou o ex-presidente nas redes sociais – Foto: Reprodução
No sábado (1º), Danilo Gentili usou seu perfil no X para criticar recentes declarações de Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião, o humorista chamou o ex-mandatário de “verme”, “engodo” e “covarde”. As declarações foram feitas em resposta a um vídeo no qual o ex-presidente afirmou que, se tiver metade do apoio da Câmara dos Deputados e do Senado em um eventual segundo mandato, “moverá” o Brasil.
Gentili relembrou promessas não cumpridas do ex-presidente, como acabar com o “toma lá da cá” e com o Centrão, além de afirmar ter encerrado a Lava Jato e depois se aliar ao próprio Centrão.
“Você já disse também ‘eu vou acabar com o toma lá da cá’ e ‘eu vou acabar com o Centrão’. Pouco tempo depois, você disse ‘eu acabei com a Lava Jato’ e ‘eu sou do Centrão’. O que você fala não vale nada”, escreveu Gentili.
Bolsonaro, mesmo inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde junho de 2023, tem manifestado interesse em concorrer à presidência em 2026.
Gentili, que já apoiou o ex-presidente no passado, tem se tornado um crítico frequente de Bolsonaro e é um nome especulado para lançar-se candidato, com possível apoio do MBL, na próxima sucessão presidencial.
Karla Sofía Gascón em “Emilia Pérez” – Foto: Reprodução
A atriz espanhola Karla Sofía Gascón se pronunciou após a repercussão de publicações antigas suas no Twitter, consideradas preconceituosas.Em trechos que viralizaram, ela ataca o islã, ironiza as políticas de diversidade do Oscar e questiona a morte de George Floyd, assassinado pela polícia nos EUA. Um comentário sobre a aparência da cantora Adele após emagrecer também gerou críticas.
Karla Sofía Gascón ataca muçulmanos: “Asco da humanidade” – Foto: ReproduçãoGascón ataca George Floyd, assassinado pela polícia: “Drogado vigarista” – Foto: Reprodução
Diante da polêmica, Gascón, protagonista de “Emilia Pérez”, usou o Instagram para pedir desculpas e reconhecer erros na forma como se expressa. “Tenho muito a aprender neste mundo, e a maneira como me comunico é meu principal defeito. A vida me ensinou que, se não usar as palavras corretas, sua mensagem pode ser interpretada de outra forma”, afirmou.
A atriz destacou que sua visibilidade cresceu rapidamente e que sua responsabilidade agora é maior. “Fui de uma vida normal para um auge profissional em apenas seis meses. Minha voz não pertence apenas a mim, mas a muitas pessoas que se sentem representadas e esperançosas comigo”, declarou.
Ela também afirmou que os comentários, segundo ela, “tirados de contexto”, prejudicaram sua imagem. “Não posso reparar meus erros do passado, mas não sou a mesma pessoa de dez ou 20 anos atrás. Qualquer um que me conheça sabe que não sou racista. Uma das pessoas mais importantes na minha vida hoje é muçulmana. Jamais apoiarei guerras, extremismo religioso ou a opressão de povos”, escreveu.
Após o ocorrido, Karla Sofía desativou sua conta no X, antigo Twitter, e disse que a decisão foi tomada para proteger sua família.
Anitta demonstrou irritação durante o ‘Ensaios da Anitta’ em Belo Horizonte (MG), neste sábado (1), por conta de falhas repetidas nos microfones. A cantora, famosa por sua energia no palco, tentava seguir com a performance, mas os microfones não funcionavam adequadamente, o que causou uma reação de frustração evidente.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, Anitta aparece jogando ao chão pelo menos dois microfones que estavam falhando. A atitude foi registrada pelos fãs e rapidamente se espalhou pela internet, gerando discussões entre os seguidores sobre a situação.
Durante a apresentação, a artista tentou seguir sua performance, mas os problemas com os microfones não cessavam. Visivelmente irritada com a situação, Anitta arremessou os dispositivos no palco, não conseguindo mais esconder sua chateação. Apesar do incidente, a cantora continuou a se apresentar.
A bispa Keila Ferreira morreu no sábado, por volta das 12h
O bispo Samuel Ferreira e sua mulher Keila (Foto: Reprodução)
A bispa Keila Ferreira morreu no sábado (1º), após sofrer um “mal súbito” por volta das 12h. Apesar dos esforços médicos, seu falecimento foi confirmado no final da tarde. Ela era esposa do bispo Samuel Ferreira, líder da Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Brás, ligada ao Ministério de Madureira, em São Paulo.
Em comunicado oficial, o presidente Lula lamentou sua morte:
"Com profundo pesar que recebi a notícia do falecimento da bispa Keila Ferreira, uma das principais lideranças da Assembleia de Deus do Brás. Esposa do bispo Samuel Ferreira, sua partida precoce é sentida não apenas pela família, mas por toda a comunidade, a que tanto se dedicou. Importante liderança das mulheres, a bispa Keila era uma referência de fé inabalável e amor genuíno ao próximo. Sua vida foi marcada pelo compromisso incansável em servir, inspirando muitos com seu exemplo e ensinamentos. Neste momento tão doloroso, elevo minhas orações a Deus, pedindo que Ele proporcione conforto, força e consolo à família Ferreira, à Igreja e a todos os amigos que estão sofrendo com essa perda inesperada. Que a memória da bispa Keila seja um exemplo vivo para todos".
Em análise no YouTube, economista detalha a queda acelerada do império americano
BYD (Foto: Reuters)
Em uma análise contundente publicada em seu canal no YouTube, o economista Richard Wolff abordou o declínio acelerado dos Estados Unidos como potência global e criticou as políticas tarifárias do país, especialmente as que afetam a indústria de carros elétricos. Segundo Wolff, a empresa chinesa BYD venceu a competição global por veículos elétricos, mas os EUA, ao impor tarifas de 100% sobre esses produtos, estão prejudicando sua própria economia.
“A BYD venceu a guerra dos carros elétricos. Eles produzem os melhores veículos elétricos do mundo, com a melhor qualidade e os preços mais baixos. Mas os americanos não veem esses carros nas ruas porque o governo impôs uma tarifa de 100% sobre eles”, explicou Wolff. “Isso significa que, se um caminhão elétrico da BYD custa US$ 30 mil, um americano teria que pagar US$ 60 mil. Enquanto isso, empresas como Ford e General Motors vendem veículos elétricos inferiores por US$ 40 ou 50 mil.”
Wolff destacou que essa política protecionista beneficia apenas as montadoras americanas, mas prejudica outros setores da economia dos EUA. “Se você é um produtor de camisas, cadeiras ou software, precisa de veículos elétricos para transportar seus produtos. Enquanto seus concorrentes na Europa, Ásia ou América do Sul compram veículos da BYD por US$ 30 mil, você tem que pagar US$ 40 ou 50 mil para a Ford. Isso torna sua empresa menos competitiva, e você acaba demitindo trabalhadores”, afirmou.
⊛ O declínio do império americano
Wolff não se limitou a criticar as tarifas. Ele traçou um panorama amplo do que chamou de “declínio do império americano”. Segundo o economista, os EUA estão perdendo influência global para blocos como os BRICS, que reúnem países como China, Índia, Rússia e Brasil. “Os BRICS representam de 55% a 60% da população mundial e cerca de 35% da produção global. Enquanto isso, os EUA e seus aliados do G7 respondem por apenas 28% da produção mundial”, disse.
Ele também citou a recente adesão da Indonésia aos BRICS como um sinal dessa mudança. “A Indonésia tem 280 milhões de habitantes, quase o tamanho dos EUA, que têm 330 milhões. Quando um país desse tamanho se junta aos BRICS, é um sinal claro de que o mundo está se reorganizando, e os EUA não estão mais no centro.”
⊛ Guerras perdidas e dívidas crescentes
Wolff lembrou que os EUA têm uma história recente de derrotas militares e estratégicas. “Perdemos no Vietnã, no Afeganistão, no Iraque e estamos perdendo na Ucrânia. Enquanto isso, nossa dívida pública ultrapassa US$ 30 trilhões, e nossos maiores credores são Japão e China. Isso significa que parte dos impostos que os americanos pagam vai para a China, que usa esse dinheiro para fortalecer seu exército”, explicou.
O economista também criticou a política de sanções contra a Rússia, que, segundo ele, fracassou. “A ideia era reduzir o rublo a ‘escombros’, mas a economia russa cresceu mais do que a americana nos últimos dois anos. A Rússia simplesmente vendeu seu petróleo e gás para China e Índia, e as sanções não funcionaram.”
⊛ O papel da China e o futuro incerto
Wolff destacou o papel central da China na nova ordem global. “A China é a economia que mais cresce no mundo. Todas as grandes empresas de tecnologia dos EUA têm equivalentes na China. Eles estão construindo ferrovias na África, liderando a produção de carros elétricos e dominando setores estratégicos”, afirmou.
Ele também criticou a falta de preparo dos EUA para lidar com essa realidade. “Estamos em negação. Nossos líderes não conseguem admitir que o império está em declínio. Em vez de enfrentar os problemas, eles preferem culpar os outros e proteger os interesses das grandes corporações.”
⊛ O que vem pela frente?
Para Wolff, o futuro dos EUA dependerá de dois fatores principais: as ações de outros países, como China, Índia e Brasil, e a capacidade dos americanos de se organizarem para enfrentar os desafios. “A classe trabalhadora está sendo espremida há décadas, mas há sinais de que as pessoas estão acordando. Greves na Starbucks, na Amazon e em outras empresas mostram que o movimento trabalhista está renascendo”, disse.
Ele concluiu com uma mensagem de esperança: “Este é um momento histórico. O império está em declínio, mas isso pode ser uma oportunidade para construirmos algo melhor. Depende de nós.”
A análise de Richard Wolff, disponível em seu canal no YouTube, oferece uma visão crítica e detalhada dos desafios enfrentados pelos EUA em um mundo em transformação. Seu alerta sobre as tarifas e o declínio do império americano ressoa como um chamado para que o país enfrente sua realidade e busque soluções coletivas.