sábado, 18 de janeiro de 2025

Bolsonaro acompanha embarque de Michelle para posse de Trump nos EUA

Bolsonaro está impedido de deixar o Brasil por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que apura um plano de golpe de Estado

Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Jair Bolsonaro (PL) acompanhou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro o embarque que ela fez na manhã deste sábado (18), no aeroporto de Brasília, para acompanhar a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para a segunda-feira (20), em Washington. Bolsonaro está com o passaporte retido por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito que apura o seu suposto envolvimento no planejamento de um golpe de Estado.

Na quinta-feira, o ex-mandatário já havia antecipado que deveria acompanhar o embarque. “No sábado de manhã, aqui no Aeroporto de Brasília, tem um voo para os Estados Unidos e minha esposa irá para lá. Ela estava convidada, juntamente comigo”, disse Bolsonaro durante uma live para o programa Faroeste à Brasileira da revista Oeste.

Conforme a tradição de convidados para a posse de Trump, Bolsonaro teria direito de levar uma pessoa, e Michelle foi escolhida para esta função, mesmo que a presença do ex-mandatário seja impossibilitada. O senador Flávio Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro também teriam sido convidados para o jantar posterior à cerimônia na Casa Branca, evento que Michelle também deve comparecer. A presença do clã Bolsonaro é vista como estratégica para reforçar uma aproximação com o governo Trump e fortalecer laços com a extrema direita e a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


Fonte: Brasil 247

Haddad alerta: 'Eu não compraria dólar acima de R$ 5,70'

Ministro da Fazenda aponta que a moeda está cara para os fundamentos econômicos do Brasil

Ministro Fernando Haddad 20/12/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (17) que um dólar cotado acima de R$ 5,70 está caro, considerando os fundamentos econômicos do Brasil. A declaração foi dada em entrevista à CNN Brasil, onde Haddad analisou o cenário cambial e as reformas econômicas em andamento. "Eu não compraria dólar acima de R$ 5,70, porque é caro para as condições de fundamento da economia brasileira, mas eu não sei onde o dólar vai estacionar, porque depende de várias variáveis", pontuou o ministro.

Questionado sobre a possibilidade de o dólar permanecer abaixo de R$ 6, Haddad demonstrou cautela, destacando os desafios inerentes à volatilidade do câmbio. "Ontem o dólar deu uma lambida abaixo de R$ 6, mas câmbio não é fixo e depende de variáveis que não controlamos", explicou. Ele mencionou fatores externos, como o cenário econômico global, como determinantes para a oscilação do real frente à moeda americana.

Outro ponto de destaque na entrevista foi a reforma tributária do consumo, sancionada recentemente pelo governo. Segundo Haddad, essa reforma será tão relevante para a economia brasileira quanto foi o Plano Real. "Estamos iniciando um novo capítulo para o sistema tributário brasileiro, algo que será fundamental para o crescimento sustentável do país", enfatizou. A implementação do novo sistema tributário já está em curso, com a regulamentação da lei sancionada ontem.

O posicionamento do ministro reflete a estratégia do governo de buscar equilíbrio fiscal e modernizar a estrutura tributária para fomentar o crescimento econômico. No entanto, Haddad reiterou que, no caso do câmbio, o Brasil está sujeito a dinâmicas internacionais que escapam ao controle direto das políticas econômicas domésticas.

A reforma tributária: um divisor de águas

Com a reforma tributária no centro das atenções, Haddad reforçou o compromisso do governo em simplificar o sistema de impostos, considerado um dos mais complexos do mundo. A expectativa é que o novo modelo reduza ineficiências e impulsione a competitividade do Brasil no cenário global.

A declaração de Haddad também ecoa as preocupações do mercado sobre a estabilidade cambial, enquanto o governo trabalha para garantir fundamentos sólidos que reforcem a confiança de investidores.

A entrevista à CNN Brasil foi um importante termômetro para entender a visão do governo sobre os desafios e perspectivas econômicas, reafirmando o foco em políticas estruturantes para superar obstáculos de longo prazo.

Fonte: Brasil 247

Déficit orçamentário dos EUA pode atingir US$ 2,7 trilhões até 2035, aponta relatório

Relatório prevê dívida federal dos EUA subindo de 100% para 118% do PIB até 2035, superando o pico histórico de 106% registrado em 1946

(Foto: Russia Today)

O Departamento de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos (CBO) alertou nesta sexta-feira (17) sobre a trajetória crescente da dívida pública e do déficit orçamentário do país. Segundo o relatório Orçamento e Perspectivas Econômicas para 2025 a 2035, a dívida federal dos EUA deverá saltar de 100% para 118% do PIB até 2035, atingindo um novo recorde, superior ao pico histórico de 106% do PIB registrado em 1946. O aumento, segundo a agência Sputnik, será impulsionado por um crescimento acelerado dos gastos obrigatórios e pelo aumento dos custos com juros, que devem ultrapassar o crescimento das receitas governamentais.

Para 2025, o déficit orçamentário federal é projetado em US$ 1,9 trilhão (R$ 11,5 trilhões), o equivalente a 6,2% do PIB, e deverá crescer ainda mais ao longo da década, alcançando US$ 2,7 trilhões (R$ 16,3 trilhões) em 2035. Em termos relativos, o déficit ajustado para 2035 será de 6,1% do PIB, significativamente mais alto do que os 3,8% registrados como média nos últimos 50 anos. Este aumento substancial no déficit reflete o impacto das políticas fiscais atuais e a pressão de longo prazo sobre os gastos públicos.

Ainda conforme a reportagem, o relatório também projeta uma desaceleração do crescimento econômico nos próximos anos, com o PIB dos EUA crescendo 2,3% em 2024, mas caindo para 1,9% em 2025 e 1,8% em 2026, em um cenário de aumento do desemprego e menor inflação. A situação fiscal do país, segundo a CBO, exige atenção, especialmente à medida que os custos com a dívida pública se intensificam e pressionam ainda mais os limites orçamentários.

Fonte: Brasil 247 com informações da agência Sputnik

Polícia prende PM suspeito de dirigir carro usado na execução de delator do PCC no aeroporto de Guarulhos

Ao todo, 16 PMs foram presos por suspeita de envolvimento no crime ou com a facção criminosa

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach (Foto: Reprodução )

 A Polícia Civil prendeu neste sábado (18) o 1º tenente Fernando Genauro da Silva, suspeito de participação no assassinato de Vinícius Gritzbach, delator da facção criminosa Primeiro Comando da Cpaitla (PCC), ocorrido no Aeroporto Internacional de São Paulo no ano passado. Ao todo, 16 PMs foram presos por suspeita de envolvimento no crime ou com a facção criminosa.

Segundo o g1, o policial foi detido em Osasco e encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar antes de ser levado ao Presídio Romão Gomes. A investigação que culminou na prisão dos militares começou em março do ano passado, após uma denúncia anônima sobre o vazamento de informações sigilosas da polícia, que favoreciam a facção criminosa e seus membros, incluindo Gritzbach.

Gritzbach, acusado de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro para o PCC, foi morto com dez tiros ao sair do Terminal 2 do aeroporto. Ele carregava uma bagagem contendo mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor. Na delação premiada assinada com o Ministério Público, Gritzbach revelou nomes de pessoas ligadas à facção e acusou policiais militares de corrupção, o que pode ter motivado sua execução.

A investigação revelou que informações estratégicas eram vazadas e vendidas por policiais da ativa e da reserva para integrantes do PCC. Entre os presos estão policiais que atuavam na escolta privada de Gritzbach. Além disso, a Corregedoria descobriu que os PMs envolvidos faziam parte de uma rede de proteção ao PCC, permitindo que criminosos se antecipassem às ações policiais.

O suspeito de ser o atirador, o cabo Denis Antonio Martins, de 40 anos, foi identificado a partir do rastreamento de seu celular, que indicou sua presença no local do crime. Martins, que possui uma tatuagem identificada durante as investigações, está sendo investigado com a coleta de material genético para confirmar sua participação no assassinato. A prisão temporária de Martins pode ser convertida em preventiva após os resultados da análise genética.

Durante coletiva de imprensa, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que as ferramentas de inteligência utilizadas na investigação, como a quebra de sigilo telefônico e o rastreamento por sinais de telefonia, foram essenciais para localizar os envolvidos e confirmar a execução do crime. Além de Martins, outros 15 policiais foram presos temporariamente, incluindo dois oficiais que eram responsáveis por organizar as escalas de trabalho dos agentes envolvidos na escolta ilegal de Gritzbach.

A diretora do Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Ivalda Aleixo, afirmou que o assassinato de Gritzbach foi encomendado por um integrante do PCC, embora a identidade do mandante ainda não tenha sido revelada.

"Nós temos duas linhas de investigação para os mandantes, ambos de facção. Então foi um crime encomendado por algum membro do PCC. Nós temos duas linhas que já estão bastante adiantadas de investigação", disse Aleixo durante entrevista coletiva.

A delegada afirmou, ainda, que mais de uma pessoa pode ter sido mandante do assassinato de Gritzbach. Apesar de a investigação não descartar qualquer hipótese, ela não considera que o mando do crime tenha sido de alguém ligado às polícias.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Brasil aposta em pragmatismo e diplomacia nas relações com novo governo de Donald Trump

Avaliação é que os EUA priorizarão parcerias e investimentos no Brasil, evitando pressões e tarifas, para contrabalançar influência chinesa no continente

Donald Trump em Phoenix (Foto: Cheney Orr / Reuters)

A diplomacia brasileira sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) espera estabelecer uma relação pragmática com os Estados Unidos durante a gestão de Donald Trump, que toma posse nesta segunda-feira (20). Embora Trump seja conhecido por suas declarações protecionistas, o governo brasileiro aposta em um canal de diálogo, especialmente com o regime de Nicolás Maduro na Venezuela, como possível ponte para aproximar os dois países, mesmo com rusgas diplomáticas recentes.

De acordo com fontes do governo consultadas pela Folha de S. Paulo, a administração Trump, principalmente através de seu enviado para a América Latina, Mauricio Claver-Carone, não deve adotar uma postura agressiva mediante a imposição de tarifas ou pressões diplomáticas sobre o Brasil. Em vez disso, espera-se um enfoque em investimentos e parcerias estratégicas, especialmente para contrabalançar a crescente presença da China no continente.

Apesar das tensões ideológicas entre os dois governos, membros do governo brasileiro afirmam que não há nada que impeça uma relação respeitosa entre Lula e Trump, já que o republicano nunca atacou pessoalmente o presidente brasileiro, ao contrário de outros líderes latino-americanos, como o argentino Javier Milei, com quem Lula mantém uma relação tensa e protocolar. A visão pragmática do governo dos EUA no Brasil é destacada pelos especialistas, que apontam que, pelo menos até 2025, as prioridades de Trump na América Latina serão focadas no México, América Central e Caribe, com temas como Cuba, Venezuela e a presença chinesa como principais questões de interesse.

Ainda segundo a reportagem, a relação entre Brasil e Estados Unidos também passa pela cúpula do BRICS, que o Brasil sediará este ano. O grupo, formado por grandes potências emergentes como China e Rússia, tem se posicionado como uma alternativa ao sistema global liderado pelos EUA, com o Brasil defendendo a desdolarização, um objetivo que Trump tem tentado obstruir.

No entanto, a postura de Washington em relação à Venezuela poderá ser um ponto de tensão. Especialistas sugerem que, embora Trump possa ser pragmático na sua abordagem ao Brasil, o governo dos EUA pode pressionar o Brasil a adotar uma posição mais firme contra o regime de Maduro, especialmente após as eleições contestadas que reelegeram o presidente venezuelano em julho passado. Apesar dessa pressão, o Brasil busca manter um canal de comunicação com a Venezuela, equilibrando críticas com um protocolo diplomático cuidadoso.

No campo econômico, o Brasil pode se beneficiar da guerra comercial entre os EUA e a China, especialmente em setores como a exploração de minerais estratégicos, fundamentais para a transição energética e a indústria de semicondutores. Além disso, o agronegócio brasileiro também pode encontrar novas oportunidades no mercado norte-americano, embora haja concorrência direta com os produtos dos EUA.

Por outro lado, a postura de Trump em relação ao multilateralismo, particularmente sua aversão a organizações como a ONU e a OMC, representa um desafio para a diplomacia brasileira, que sempre defendeu uma maior cooperação multilateral. Mesmo durante o governo Biden, a Organização Mundial do Comércio (OMC) segue paralisada, e a ONU não conseguiu mediar ou resolver crises como as guerras na Faixa de Gaza e na Ucrânia.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Caiado planeja lançar pré-candidatura ao Planalto em março com apoio de Gusttavo Lima

Segundo o governador, o sertanejo aceitou o convite para se apresentar junto com ele como pré-candidato presidencial

(Foto: Reprodução)

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), pretende lançar oficialmente sua pré-candidatura à presidência da República em março de 2025. Em entrevista à CNN Brasil, Caiado revelou que a primeira parada de sua jornada será Salvador, na Bahia, e que o cantor sertanejo Gusttavo Lima, seu amigo pessoal, estará ao seu lado nesse processo. Segundo o governador, o sertanejo aceitou o convite para se apresentar junto com ele como pré-candidato presidencial e até reduziria sua agenda de shows para participar da empreitada política.

“Ele vai lá se colocar (na disputa para presidente). Eu o convidei para caminharmos juntos: ‘Olha, você quer iniciar? Vamos embora, eu vou começar em março’. Nós começaríamos lá por Salvador”, disse Caiado, durante participação no programa CNN Entrevistas, que vai ao ar neste sábado (18).

A amizade entre Caiado e Gusttavo Lima é bem conhecida, e o cantor, que manifestou recentemente seu desejo de se lançar na política, tem sido sondado por diversos partidos. Em sua fala, o governador explicou que Gusttavo Lima ainda não havia respondido ao convite de se filiar ao União Brasil, partido de Caiado, e que, caso aceite, ambos disputariam a preferência do partido por meio de prévias eleitorais.

“Eu não tenho monopólio. Se o partido quer tê-lo, amanhã outros podem também se colocar no debate. É uma discussão, né? [É como] concurso público, ele tem que entrar no vestibular”, afirmou o governador.

Caiado ainda comentou sobre a crescente busca da população por lideranças políticas com posições lógicas e corajosas, em contraposição a extremos ideológicos. “Acho que a população não busca mais posições extremadas, mas posições lógicas, corajosas. Isso que vai dar um norte para o Brasil para sair dessa estagnação, desse ti-ti-ti”, disse.

O governador também lembrou que, em 2022, os dois já haviam discutido a possibilidade de Gusttavo Lima se candidatar ao Senado, mas a candidatura não se concretizou por questões de idade. Lima, na época, tinha 34 anos e não atendia aos requisitos legais para a disputa.

Sem citar nomes, Caiado aproveitou para defender que o próximo presidente da República precisa ter a qualificação necessária para o cargo. “Será que ele tem preparo para poder ser presidente? Será que realmente transitou as etapas necessárias para ser um presidente da República? Será que ele sabe o que é a liturgia do cargo de presidente da República? Será que ele sabe o que é a importância da presidência?”, questionou.

Fonte: Brasil 247 com CNN Brasil

'Trump elaborou um programa assustador para o seu segundo mandato', diz ex-chanceler

"Hoje Trump tem mais consciência do poder dos EUA para dobrar outros países em função dos interesses americano", avalia Aloysio Nunes

Aloysio Nunes (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O ex-chanceler brasileiro Aloysio Nunes avalia que Donald Trump elaborou um “programa assustador” para o seu segundo mandato à frente da presidência dos Estados Unidos. “A primeira eleição dele meio que caiu do céu, foi uma surpresa. Para a segunda ele se preparou, elaborou um programa, um programa assustador, com uma visão sobre o papel dos EUA no mundo. Trump não é um boboca como Bolsonaro. Ele tem um plano elaborado”, disse Nunes em entrevista ao jornal O Globo.

Ainda segundo o ex-ministro, Trump deverá agir com força contra os imigrantes ilegais e o Brasil deverá estar “atento” a essa questão. “Isso vai criar muitos problemas. Não sabemos como ele vai implicar a questão da migração, terá de transformar os EUA num Estado policial para descobrir onde estão os ilegais. Vamos ter um problema grave com a comunidade brasileira, que é muito numerosa. No nosso governo, enfrentamos situações horrorosas, famílias separadas, foi um horror. O Brasil deve estar em estado de alerta em relação a isso”, disse.

Questionado sobre as questões tarifárias citadas por Trump, Aloysio Nunes observa que “as tarifas viraram uma arma de guerra para Trump. Se Trump vira e fala pra Dinamarca ‘ou vocês me dão a Groenlândia ou eu aplico 100% de tarifas às importações’, a mesma coisa com México, Canadá, não se trata mais de uma regulação do comércio, é guerra. Hoje Trump tem mais consciência do poder dos EUA para dobrar outros países em função dos interesses americanos. O que ele diz sobre o Canal do Panamá, a Groenlândia, lembra um pouco Hitler falando sobre a necessidade de conquistar o leste [europeu]”.

Para Nunes, os países não estão reagindo à altura das medidas e ameaças feitas por Trump durante sua campanha e também após as eleições estadunidenses. “A segunda vitória dele foi uma coisa avassaladora, hoje ele está muito mais no controle. Ele teve tempo de se preparar e tem alguns instrumentos na cabeça. A ideia de que os EUA podem fazer o que quiserem, e que os outros vão se dobrar ao poder econômico e militar americano. Diante de tudo o que Trump está dizendo, o que fazem os países europeus? Parecem se render. Ninguém reage com o vigor que a situação mereceria. Trump está muito mais ousado”, avaliou.

Ainda segundo ele, em termos de relações bilaterais “é preciso ver o que interessa ao Brasil, não se pode apenas fechar a porta a qualquer tipo de negociação. Temos uma relação bilateral antiga, sólida, uma base econômica muito consistente. Um comércio, aliás, deficitário para nós. O Brasil tem atributos que interessam aos EUA, assim como eles têm atributos que nos interessam. Tem que sentar à mesa e ver como é possível compatibilizar. Trump é um homem que vem do mundo dos negócios, ele faz negócios”.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

"Queremos padronizar a ação das polícias", diz Lewandowski

Portaria do Ministério da Justiça regulamenta uso da força policial

Ministro Ricardo Lewandowski 24/03/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Agência Brasil - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, assinou nesta sexta-feira (17) a portaria que estabelece os protocolos para o uso gradativo da força policial. O texto regulamenta um decreto publicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim do ano passado, formulado a partir de amplo debate com as agências federais, estaduais e municipais da segurança e sociedade civil.

"Estamos tentando padronizar a ação da polícia em todo o território nacional", destacou o ministro, em entrevista coletiva após assinar a portaria. "Queremos que a polícia aja racionalmente e reaja proporcionalmente às ameaças", pontuou.

Lewandowski também argumentou que a portaria foi muito discutida com todos os integrantes do Sistema de Segurança Pública brasileiro e está baseada em normas internacionais das quais o Brasil é signatário. Segundo o ministro, o uso da força deve obedecer aos princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade e da razoabilidade.

"O uso letal da força física e da força letal só deve ocorrer quando não há mais outra possibilidade de utilizar um modo alternativo, um instrumento de menor potencial ofensivo contra a pessoa. Porque a vida humana, pela própria Constituição, é um bem absolutamente fundamental".

Tanto a portaria de agora quanto o decreto de dezembro resultam de um grupo de trabalho que se iniciou em fevereiro de 2024, composto por representantes do Conselho de Secretários de Segurança Pública, Conselho Nacional de Comandantes-Gerais de Polícias Militares, Conselho Nacional de Chefes de Polícias, representantes das guardas civis, Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Cruz Vermelha Internacional e entidades da sociedade civil, como o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

"Todas as normas estabelecidas nessa portaria, que traz procedimentos práticos, estão de acordo com parâmetros da ONU [Organização das Nações Unidas]. E a ideia do Ministério da Justiça e Segurança Pública é a proteção da vida dos policiais e da população, bem como o estabelecimento de regras claras procedimentais aos policiais", argumentou o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubo.

Entre os pontos abordados pela portaria estão normas para o emprego de armas de fogo, de instrumentos de menor potencial ofensivo, gerenciamento de crise, uso de algemas e busca pessoal e domiciliar.

O governo federal também vai disponibilizar aos estados e municípios 249 mil sprays de gás de pimenta e 22,7 mil armas de incapacitação neuromuscular (armas de choque), com recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública. Para receber os equipamentos, os entes federados terão que aderir às diretrizes da portaria, caso queiram se valer dos recursos do fundo. O MJSP também vai oferecer 110 cursos de capacitação para mais de 4,5 mil agentes policiais, que poderão replicar os conteúdos da formação.

⊛ Comitê de Monitoramento

A portaria também institui o Comitê Nacional de Monitoramento do Uso da Força, que será integrado por representantes de todas as agências policiais. Entre as atribuições do colegiado, estão a produção de relatórios com análises e orientações para a concretização do decreto, acompanhamento da implementação do Plano Nacional de Segurança Pública, em relação ao uso diferenciado da força, redução da letalidade policial e da vitimização dos próprios agentes de segurança pública.

⊛ Núcleo Estratégico

A pasta federal também criou o Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado, que será chefiado pelo próprio ministro da Justiça, integrando as forças federais de segurança e órgãos de controle de ativos.

Entre as incumbências, está a de mapear e organizar informações sobre atuação organizações criminosas, promover a integração e desburocratização de procedimentos e agilizar os processos de identificação e confisco de bens das organizações criminosas.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Justiça ordena retirada de post de Mario Frias com ataques a Caetano Veloso e Paula Lavigne

Na publicação, Frias fez ataques, indo além das palavras e chegando a afirmar que Paula Lavigne e Caetano Veloso seriam "esperados no inferno"

O secretário especial da Cultura, Mario Frias (Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)

A 2ª Vara Cível do Rio de Janeiro determinou, nesta sexta-feira (17), a exclusão de um post feito pelo deputado federal Mario Frias em sua conta no 'X' (antigo Twitter), após um pedido do cantor Caetano Veloso e sua esposa, Paula Lavigne.

No vídeo compartilhado pelo parlamentar, ele defendia os golpistas responsáveis pela invasão do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrida em 2023, enquanto exibia imagens do casal de artistas comemorando gritos de "sem anistia" antes de um show. As informações são da coluna do jornalista Ancelmo Gois, de O Globo.

Na publicação, Frias fez duras críticas aos dois, indo além das palavras e chegando a afirmar que Paula Lavigne e Caetano Veloso seriam “esperados no inferno”. A postagem gerou repercussão negativa e, diante do pedido judicial, o tribunal considerou que as declarações configuravam ofensas e difamação.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Eduardo Bolsonaro diz que Moraes busca 'esmagar oposição' e que existem 'chances reais' do ministro perder o visto nos EUA

"Não sei se o Trump vai entender como saudável, como democrática, essa decisão de não deixar o Jair Bolsonaro vir para cá", disse o parlamentar

Eduardo Bolsonaro e Alexandre de Moraes (Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados | LR Moreira/Secom/TSE)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem o objetivo de "esmagar" a oposição ao presidente Lula (PT) ao recusar o pedido de Jair Bolsonaro (PL) para comparecer à posse de Donald Trump, marcada para a próxima segunda-feira (20). Ainda segundo o parlamentar, existem "chances reais" de Moraes ter o seu visto cassado e citou um projeto em discussão no Congresso americano com esse fim.

O deputado tem uma agenda agitada em Washington, incluindo eventos reservados da posse de Trump, como jantares com a presença do republicano e membros do futuro governo. Ele estará acompanhado da esposa e de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, que chegará aos Estados Unidos neste sábado (18).

“Na minha avaliação, existe um risco real de que o Alexandre de Moraes perca o seu visto para entrar nos Estados Unidos, principalmente se aparecer essa conduta brutalmente agressiva, não só contra os brasileiros, mas também contra autoridades americanas. Eu não sei se o Trump vai entender como saudável, como democrática, essa decisão de não deixar o Jair Bolsonaro vir para cá”, disse o parlamentar ao jornal Folha de S. Paulo.

Ainda segundo ele, “Maria Salazar [deputada eleita pela Flórida] propôs o projeto para banir autoridades internacionais que não respeitem a primeira emenda [de liberdade de expressão]. Isso é um caso em que se enquadra perfeitamente naquelas discussões de Elon Musk contra Alexandre de Moraes. Porque Alexandre de Moraes obrigava a rede X a derrubar posts e o Elon Musk se recusava. Muito provavelmente a discussão desse projeto vai retornar agora, tá? Ele não foi no final do ano passado colocado adiante porque não teria tempo hábil e não seria interessante. E ela [Salazar] é próxima do novo chanceler, Marco Rubio”.

Para ele, a decisão de Moraes de não ceder o passaporte a Jair Bolsonaro é uma interferência na oposição política ao Lula. Estamos falando do principal opositor de direita, uma pessoa que ainda vai para as ruas e arrasta multidões. Então, fica claro essa interferência e esse conluio entre o Lula e o Judiciário. Isso é muito ruim para a democracia".

"Esmagar a oposição do país por interesses pessoais dele, políticos, e com uma maneira de vingança, já que o Bolsonaro é desafiante dele. O Bolsonaro, inclusive, assinou um pedido de impeachment do Alexandre de Moraes enquanto ele ainda era presidente da República. Então, ele tem desejo pessoal de vingança. Ele atropela todas as leis, todas as Constituições devido ao processo ilegal", afirmou o parlamentar.

Na entrevista, ele também negou que seu pai tenha pensado em aproveitar a viagem aos Estado Unidos para acompanhar a posse do presidente eleito, Donald Trump, para fugir do Brasil. “Não é o perfil do meu pai. Ele, mesmo tendo severas críticas ao processo que está em curso, não se importa de estar aqui. E ele cumpriu absolutamente todas as decisões do Moraes. Todas. Entrega cartão de vacina, entrega celular, entrega não sei o quê, devolve presente. Tudo, acima da média”, afirmou.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

China escolhe soja mais barata do Brasil antes do retorno de Trump nos EUA

O segundo governo trumpista já têm impactos nos fluxos comerciais entre os Estados Unidos e o país asiático

Carga de soja do Brasil com destino à China (Foto: Paulo Whitaker / Reuters)

Por Naveen Thukral e Ella Cao e Mei Mei Chu
CINGAPURA/PEQUIM (Reuters) - Processadores chineses de soja têm procurado cargas brasileiras com preços competitivos em vez da oleaginosa dos EUA, em meio a temores de que Washington imponha tarifas de importação após a posse do presidente eleito Donald Trump, em 20 de janeiro.

As preocupações com o recrudescimento das tensões comerciais durante o segundo governo de Trump já desestabilizaram os fluxos comerciais para a China, o maior importador de produtos agrícolas do mundo, levando os compradores a fazer estoques e buscar fornecedores alternativos.

Processadores chineses garantiram quase todas as suas cargas do Brasil para embarque no primeiro trimestre, de acordo com três fontes comerciais.

No ano passado, o Brasil foi responsável por 54% das importações chinesas de soja no primeiro trimestre, enquanto os EUA forneceram 38%. A China consome mais de 60% da soja embarcada em todo o mundo.

"Esmagadoras chinesas já estão reservando cargas brasileiras para embarque em fevereiro e março", disse um trader em Cingapura. "Tanto as esmagadoras estatais quanto as privadas, todas elas estão adquirindo grãos brasileiros. É uma mudança de 100% para o Brasil."

Trump ameaçou impor tarifas de 10% a 60% sobre os produtos da China, o que provavelmente levaria a tarifas chinesas retaliatórias sobre os produtos agrícolas dos EUA.

A participação das importações chinesas de soja dos Estados Unidos caiu para 18% nos primeiros 11 meses de 2024, de 40% em todo o ano de 2016, enquanto a participação do Brasil cresceu de 46% para 74%, de acordo com dados da alfândega chinesa.

A soja sul-americana, que é colhida no início do ano, domina o comércio global até que os suprimentos dos EUA entrem no mercado a partir de agosto.

No entanto, este ano, os importadores chineses de sementes oleaginosas se voltaram para os grãos brasileiros mais rapidamente e em massa, atingindo os fornecedores dos EUA no final de sua temporada de pico de comercialização em janeiro.

É provável que isso deixe os EUA, o segundo maior exportador de soja depois do Brasil, com 10,34 milhões de toneladas de grãos até o final do ano comercial de 2024/25 em agosto, o maior volume em cinco anos, de acordo com estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA.

Xi Jinping - Trump
Presidentes Xi Jinping, da China (à esq.), e Donald Trump (EUA). Foto: Reuters

GRÃOS MAIS BARATOS

O preço competitivo da soja brasileira é um dos principais atrativos para os importadores chineses, segundo os traders.

"As preocupações com possíveis tensões comerciais, especialmente após a reeleição de Trump, levaram ao aumento das compras de soja no quarto trimestre de 2024, com os embarques chegando no final de 2024 e no primeiro trimestre de 2025", disse Lin Guofa, analista sênior da consultoria Bric Agriculture Group.

"O clima favorável no Brasil e a desvalorização do real reduziram os custos de produção, incentivando mais importações de soja", acrescentou Lin.

A diferença entre a soja dos EUA e a do Brasil aumentou em meio às expectativas de uma safra recorde no país sul-americano.

A soja do Brasil está sendo cotada a 420 dólares por tonelada, incluindo custo e frete, para a China em fevereiro, enquanto as cargas do noroeste do Pacífico dos EUA estão em torno de 451 dólares por tonelada.

No entanto, a ampla oferta doméstica provavelmente limitará a demanda de soja, disseram os traders.

As importações de soja da China no primeiro trimestre devem cair para 17,3 a 18,0 milhões de toneladas, em comparação com 18,58 milhões de toneladas há um ano, de acordo com a média das estimativas de quatro analistas.

"O principal motivo foi o excesso de oferta de soja importada em 2024, e agora todos estão esperando a chegada das novas safras brasileiras", disse um analista baseado em Xangai, que não quis se identificar por não estar autorizado a falar com a imprensa.

A China importou um recorde de 105,03 milhões de toneladas de soja em 2024.

Enquanto os compradores privados se voltam para os suprimentos brasileiros, comerciantes disseram que a Sinograin, empresa estatal de estoques, ainda está no mercado para a soja dos EUA, que é preferida para estocagem devido ao maior teor de óleo.

Fonte: Brasil 247 com Reuters através de reportagem de Naveen Thukral, Ella Cao e Mei Mei Chu

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Bolsonaro diz que vai à Justiça contra Haddad por acusação sobre fake news envolvendo o Pix

Mais cedo, o ministro disse acreditar que o ex-mandatário estava envolvido na produção do vídeo divulgado pelo deputado Nikolas Ferreira

Jair Bolsonaro em São Paulo - 25/03/2024 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

Jair Bolsonaro (PL) anunciou, nesta sexta-feira (17), que entrará com uma ação judicial contra o ministro Fernando Haddad, da Fazenda. A informação é da CNN.

Mais cedo, Haddad acusou o ex-mandatário de estar envolvido na produção do vídeo divulgado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), no qual o parlamentar levantou dúvidas sobre a possibilidade de o Pix ser taxado futuramente pelo governo.

“Irei responder na Justiça. É uma perseguição à minha família”, afirmou Bolsonaro.

O vídeo de Nikolas, publicado no mesmo dia em que o governo federal decidiu revogar a medida de fiscalização do Pix, alcançou cerca de 300 milhões de visualizações.

O que disse Haddad

Nesta sexta-feira, o ministro comentou o discurso da oposição a respeito da medida anunciada pela Receita Federal.

“Eu tenho para mim que o Bolsonaro está um pouco por trás disso, porque o PL financiou o vídeo do Nikolas. […] O Bolsonaro tem uma bronca na Receita Federal pelas questões já conhecidas… a Receita Federal descobriu o roubo das joias, abriu a investigação das rachadinhas, abriu a investigação sobre os mais de 100 imóveis comprados pela família Bolsonaro”, disse Haddad à CNN.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Justiça extingue ação de Damares contra resolução sobre aborto em crianças e adolescentes

 

A senadora bolsonarista Damares Alves (Republicanos-DF). Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
A Justiça decidiu encerrar uma ação da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) contra resolução que autoriza aborto legal para crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Liviane Kelly Soares Vasconcelos, juíza substituta da 20ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal, afirmou que ela não possui “legitimidade” na solicitação.

“Conforme bem ressaltado em sede recursal pelo Gajop, a impetrante não integra ou participa, a qualquer título, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), de modo que não há interesse jurídico para que a parlamentar questione, em juízo, os atos do mencionado Conselho”, diz a magistrada na decisão.

A senadora havia enviado um pedido ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) pedindo a anulação da decisão que autorizou a publicação de normas sobre aborto legal em crianças e adolescentes. As regras fazem parte de resolução do Conanda e foram divulgadas pelo Ministério dos Direitos Humanos.

A Justiça Federal do Distrito Federal chegou a suspender a resolução, mas um desembargador voltou a autorizar a publicação das regras. A senadora diz que pretende recorrer da decisão e alega que “cabe aos pais e responsáveis zelarem pela proteção integral de suas crianças e adolescentes”.

Fonte: DCM

Jovem sequestrada em SC é encontrada morta três meses após o desaparecimento

 

Camila Florindo D’Avila, de 23 anos, foi encontrada morta no Paraná. Foto: Reprodução
Camila Florindo D’Avila, de 23 anos, foi encontrada morta na última terça-feira (14) em uma mata na cidade de Ibaiti, no norte do Paraná. A jovem havia sido sequestrada em 8 de outubro de 2024, na cidade onde morava, em Araquari (SC).

Segundo a Polícia Civil de Santa Catarina, o namorado da vítima era o alvo do sequestro. Ele era investigado por participação em uma organização criminosa que atua no tráfico de drogas.

O casal estava em casa no momento do sequestro. “Ocorria uma disputa por pontos de tráfico de drogas e por cargos dentro de uma organização criminosa. O alvo deste grupo criminoso, que sequestrou a Camila, seria o companheiro dela. Mas no momento em que foram fazer a captura dele, ele conseguiu se evadir e a Camila foi sequestrada”, disse o delegado Jose Gattaz Neto em entrevista à RPC.

Ainda segundo as investigações, Camila foi levada viva para Curitiba, onde um dos sequestradores foi morto a tiros por membros da mesma facção. A suspeita é de que a jovem tenha sido morta para que não denunciasse os envolvidos.

Fonte: DCM

Sakamoto: Quem chama Brasil de ditadura por gancho no X, chamará os EUA após TikTok?

Logotipo do TikTok com a bandeira dos Estados Unidos ao fundo. Foto: Reprodução

Por Leonardo Sakamoto

Independentemente do destino que o TikTok tenha nos Estados Unidos, a decisão da Suprema Corte de manter o banimento da plataforma, a partir do próximo domingo (19), caso não seja vendida para um proprietário norte-americano, cria um desafio para quem chama o Supremo Tribunal Federal brasileiro de ditatorial por causa da suspensão do X.

“O Congresso determinou que a alienação é necessária para tratar de suas preocupações de segurança nacional bem apoiadas em relação às práticas de coleta de dados da TikTok e ao relacionamento com um adversário estrangeiro”, disse anúncio da decisão da Suprema Corte, em Washington DC, nesta sexta (17).

A Suprema Corte considerou constitucional o banimento de uma plataforma com 170 milhões de usuários só nos Estados Unidos por não atender aos interesses norte-americanos, tal como o Supremo Tribunal Federal suspendeu o X por desrespeitar leis e decisões judiciais e, dessa forma, a Constituição brasileira.

Donald Trump, que já foi favorável ao banimento do TikTok, hoje tenta contorná-lo. E não é improvável que a plataforma consiga um respiro via decreto presidencial ou seja vendida a alguém nos EUA (Elon Musk?) ou alguma outra saída Deus Ex Machina que possa surgir de última hora. Mas tudo isso não muda o fato que a Suprema Corte, de maioria conservadora, diga-se de passagem, chancelou o bloqueio.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: AFP

A justificativa de que hoje o TikTok pode colocar em risco os EUA, uma vez que ela poderia ser obrigada a compartilhar dados com o governo chinês, é irônico, uma vez que o Tio Sam é acusado de já exigir o compartilhamento de informações de usuários das plataformas sediadas no país.

Ressalte-se que, se os Estados Unidos afirmam que não é seguro usar o TikTok por causa da China, por que deveríamos acreditar que é seguro usar o X, o Facebook, o Instagram e o Threads por causa dos Estados Unidos? Há elementos para outros países desconfiarem — até porque a colaboração de plataformas com o governo dos EUA foi largamente mostrada pelo vazamento de documentos da NSA, o Conselho de Segurança Nacional.

Toda essa história do TikTok é uma fonte inesgotável de contradições. Após ter divulgado um “relatório” acusando o Brasil, o Supremo Tribunal Federal e o ministro Alexandre de Moraes de censura ao X/Twitter, a maioria dos membros do Comitê de Assuntos Jurídicos da Câmara dos Deputados dos EUA votou, em abril, por banir o TikTok do país caso o controle não passasse para uma empresa norte-americana.

O relatório criticando as instituições brasileiras foi produzido, aliás, com arquivos repassados pela empresa de Musk, que atacou sistematicamente instituições brasileiras.

Após as declarações de Mark Zuckerberg, que viu uma oportunidade de negócios com a volta do Trump ao poder e deu um cavalo de pau nas políticas da Meta a ponto de autorizar chamar homossexuais de doentes mentais, Brasil, União Europeia e Austrália avaliam como se fortalecer nesse campo. Mais que nunca, as Big Techs tendem a ser usadas em nome dos interesses políticos e econômicos de alguns atores dos EUA.

A decisão da Suprema Corte desta sexta é um sinal nesse sentido. Deveria servir para que supostos patriotas percebam que não estão defendendo o interesse nacional.

Publicado originalmente no UOL

VÍDEO – Haddad rebate jornalista e diz que povo “preferiu acreditar em um mentiroso”

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à CNN. Foto: Reprodução
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu nesta sexta-feira (17) uma fala da analista de economia da CNN, Thais Herédia. Durante entrevista à emissora, Haddad foi questionado sobre a falta de confiança da população no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“O que está acontecendo, ministro? De setembro para cá, o governo parece ter perdido a rédea. O que vocês falam a população não acredita, o que vocês fazem o mercado financeiro não acredita, o investidor não acredita. O que está acontecendo?”, questionou a jornalista, citando a onda de fake news sobre o monitoramento do Pix.

“O que vocês fazem, a população também não acredita, porque vocês ficaram aqui a semana inteira dizendo que era mentira a questão do Pix e a população preferiu acreditar em um mentiroso”, respondeu Haddad.

Em seguida, Thais Herédia afirmou que “a política pública não é nossa”.

Veja o vídeo:

Fonte: DCM