sábado, 4 de janeiro de 2025

STF celebra resiliência democrática com arte e memória dois anos após os ataques de 8 de janeiro

Ações incluem roda de conversa, obras criadas com destroços e hotsite para registro histórico e balanço do episódio

(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Em memória aos ataques que abalaram os Três Poderes da República em 8 de janeiro de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) organizou uma série de eventos que ocorrerão em 8 de janeiro de 2025. As ações, centradas em arte e diálogo, buscam ressignificar a tragédia, reforçando a importância da democracia. A programação inclui uma roda de conversa, a entrega de obras criadas a partir de destroços da invasão e o lançamento de um hotsite dedicado à memória e ao balanço do episódio.

De acordo com informações divulgadas pelo próprio STF, a roda de conversa será aberta às 14h pelo vice-presidente no exercício da presidência, ministro Edson Fachin. O evento reunirá servidores e colaboradores envolvidos na limpeza, reconstrução e restauração das instalações danificadas. Às 15h30, quatro artistas plásticos de Brasília entregarão obras produzidas com materiais oriundos da destruição do prédio do STF.

● Arte como ressignificação e resistência - Um dos destaques do dia será a entrega das peças criadas pelos artistas Valéria Pena-Costa, Carppio de Morais, Marilu Cerqueira e Mário Jardim. Cada obra utiliza fragmentos dos destroços para simbolizar a reconstrução e a força da democracia.

A obra de Valéria Pena-Costa, intitulada “Manto da Democracia”, reconstrói simbolicamente a toga da ministra Rosa Weber, que presidia o STF na época dos ataques. Em parceria com cerca de 60 mulheres, Valéria usou o conceito de “energia criativa” coletiva para materializar um ato simbólico de solidariedade e força feminina.

Já Carppio de Morais elaborou uma pintura em preto, refletindo o luto pelas páginas queimadas da Constituição Federal. A obra traça um percurso histórico que vai desde a escravidão até os dias atuais, representando as divisões ideológicas e sociais do Brasil.

A produção de Marilu Cerqueira reúne materiais como mármore azul, vidro de lâmpada e cacos de espelho, compondo uma obra que evoca a destruição do tribunal.

Por sua vez, Mário Jardim, em parceria com Valéria Pena-Costa, criou uma peça baseada nos sermões do Padre Antônio Vieira. A palavra “democracia” aparece repetida em fragmentos de espelho, simbolizando que, assim como a eucaristia nos ensinamentos de Vieira, a democracia preserva sua essência, mesmo quando fragmentada.

● Hotsite da memória - Como parte da programação, será lançado um hotsite que detalha o impacto dos ataques, o processo de reconstrução do prédio e as ações para responsabilizar os envolvidos. A iniciativa reforça o compromisso da Corte em preservar a memória do episódio e garantir que os acontecimentos não sejam esquecidos.

Fonte: Brasil 247

Overclean: emendas parlamentares abasteciam corrupção de grupo que fraudava licitações

Rede criminosa utilizava emendas parlamentares e convênios para financiar fraudes em licitações, superfaturamento de contratos e lavagem de dinheiro

(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

A Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), revelou um esquema de corrupção que desviou cerca de R$ 1,4 bilhão dos cofres públicos. A Operação Overclean desmantelou uma rede criminosa que utilizava emendas parlamentares e convênios para financiar fraudes em licitações, superfaturamento de contratos e lavagem de dinheiro. Entre os investigados estão políticos, empresários e servidores públicos, cujas ações atingiram diversos estados brasileiros.

Segundo relata Mirelle Pinheiro, do Metrópoles, os investigadores descobriram que o grupo criminoso era liderado por Alex Rezende Parente, que comandava a execução das fraudes, enquanto seu irmão, Fábio Rezende Parente, movimentava recursos por meio de empresas de fachada. Outra figura central do esquema era José Marcos de Moura, conhecido como "Rei do Lixo", que negociava contratos fraudulentos com agentes políticos. Empresas como Allpha Pavimentações e Larclean Saúde Ambiental eram utilizadas para garantir contratos superfaturados com órgãos públicos, viabilizados por meio de editais manipulados que favoreciam apenas as companhias do grupo.

As licitações eram direcionadas para eliminar a concorrência legítima, assegurando que empresas ligadas ao esquema fossem contratadas. Os contratos, muitas vezes superfaturados ou fictícios, eram firmados para justificar a movimentação de grandes quantias de dinheiro público. Os serviços contratados raramente eram realizados, e, quando executados, apresentavam qualidade muito inferior ao esperado. Os valores inflacionados incluíam medições adulteradas, itens desnecessários e aditivos contratuais fabricados para aumentar ainda mais o desvio de recursos.

O dinheiro desviado era lavado por meio de uma rede intrincada de operações financeiras. Empresas de fachada e contas bancárias em nome de “laranjas” simulavam a prestação de serviços inexistentes, enquanto transferências eletrônicas, incluindo operações via PIX, espalhavam os valores entre diferentes contas para dificultar o rastreamento. Parte do dinheiro era convertida em espécie, com empresas especializadas entregando montantes diretamente a agentes públicos e operadores do esquema. Outra estratégia utilizada envolvia a aquisição de bens de luxo, como imóveis, veículos, aeronaves e barcos, que também foram alvo de bloqueio judicial, totalizando R$ 162,3 milhões.

A operação revelou que contratos fraudulentos eram viabilizados com a cooptação de servidores públicos, que facilitavam os desvios em troca de propinas. Documentos falsificados eram usados para dar aparência de legalidade às transações. Serviços fictícios, como pavimentação e limpeza urbana, eram registrados para justificar a entrada e saída de recursos nas contas das empresas.

A descoberta do esquema escancara a fragilidade dos mecanismos de controle na aplicação de emendas parlamentares e recursos públicos. Os valores, que deveriam financiar obras e serviços essenciais à população, foram desviados para beneficiar um grupo restrito de criminosos. A Justiça determinou o bloqueio de bens e contas bancárias dos investigados, enquanto a Polícia Federal segue aprofundando as investigações para rastrear o destino do dinheiro desviado e responsabilizar todos os envolvidos.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Ex-segurança de Gusttavo Lima preso pela PF tem imóvel de R$ 5 milhões com vista para o mar


Policial civil Rogério de Almeida Felício e o cantor Gusttavo Lima: ele é ex-segurança do sertanejo. Foto: reprodução

Rogério de Almeida Felício, agente de telecomunicações da Polícia Civil de São Paulo, levava uma vida de luxo apesar de seu salário líquido de R$ 7.490,98. Ele morava em um apartamento avaliado em R$ 5 milhões com vista para o mar, localizado na cidade de Praia Grande (SP), conforme informações do colunista Josmar Jozino, do UOL.

Felício, ex-segurança de Gusttavo Lima, é um dos cinco policiais civis delatados por Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, acusado de corrupção e alvo da Operação Tacitus, realizada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em dezembro do ano passado.

Gritzbach, que delatou os policiais à Corregedoria, foi assassinado com 10 tiros de fuzil no aeroporto de Guarulhos em novembro de 2022, oito dias após sua denúncia.

Durante a operação, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Felício, conhecido como Rogerinho, incluindo o apartamento na rua Brigadeiro Faria Lima, no bairro Canto do Forte, em Praia Grande.

Apartamento de Rogério de Almeida Felício, em Praia Grande (SP), com vista para o mar. Foto: Reprodução

O imóvel chamou atenção pela ostentação. Conforme registrado no relatório da PF: “Não só o apartamento demonstrava sinais de riqueza, mas também o mobiliário, itens pessoais de luxo e vestuários com relevante valor de mercado em grande closet na suíte principal”. O documento também destacou a ampla adega climatizada na sala, recheada de vinhos e bebidas de alto valor.

Para a PF, o apartamento de alto padrão, avaliado em R$ 5 milhões, não condiz com a capacidade financeira de Rogerinho, reforçando as suspeitas de recebimento de vantagens ilícitas.

Segundo a Corregedoria, Gritzbach afirmou que Felício teria ficado com sete dos 15 relógios Rolex apreendidos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) quando Gritzbach foi preso por encomendar o assassinato de dois narcotraficantes ligados ao PCC.

As vítimas, Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, foram mortos em dezembro de 2021 no bairro do Tatuapé, em São Paulo. Gritzbach teria desviado R$ 200 milhões pertencentes a Cara Preta, motivando os homicídios.

Ele também revelou que Rogerinho chegou a postar fotos em redes sociais usando relógios de luxo, incluindo um Rolex Yacht Master de ouro avaliado em R$ 200 mil, um Rolex de cor Pepsi de R$ 150 mil e outros dois da marca Hublot.

Fonte: DCM com informações do UOL

Pochmann ataca o “negacionismo científico”: “Defendem o declínio da autoridade estatística”

Marcio Pochmann, presidente do IBGE. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

O professor e economista Marcio Pochmann, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atacou novamente o chamado “negacionismo científico”. Recentemente, supostos especialistas em economia usam dados descontextualizados para atacar o Bolsa Família e ignoram os números que mostram os reais benefícios do programa de redistribuição de renda.

Em publicação feita no X, antigo Twitter, neste sábado (4), ele argumenta que a “cegueira da realidade imposta pelo negacionismo científico torna as estatísticas vulgares e potencialmente ofensivas”. Leia:

A criação dos institutos nacionais de estatísticas a partir da segunda metade do século 18 na Europa colocou luz à governança de populações e territórios com a prática de políticas públicas a partir das evidências observadas.

Vencido o conjunto de obstáculos impostos pelo negacionismo científico vigente no Brasil monárquico, a realização do primeiro Censo Demográfico de 1872 expôs a realidade distinta daquela difundida pela elite do Império.

Até então, o Brasil do obscurantismo era descrito como europeu, formado por população branca e alfabetizada.

A realidade nacional revelada pela Diretoria-Geral de Estatística criada em 1872 apontou, contudo, um país com 2/3 de população não branca, 85% de analfabetos, 15% de escravos e o tupi guarani como a língua mais conhecida.

Nos dias de hoje, o negacionismo científico defende o declínio da autoridade estatística nacional propagando a “pós-verdade” e o arbítrio contra a democracia.

Exemplos não faltam para as tentativas de ocultação da realidade nacional. Pela revista Nature Medicine, periódico científico de referência internacional, encontra-se o importante estudo coordenado pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), em parceria com o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz) e o Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal).

No estudo científico é revelado que o programa Bolsa Família reduziu em até 65% o número de mortes por tuberculose no Brasil.

Fonte: DCM

“É preciso disciplinar a relação dos militares com a política”, diz Gilmar Mendes

O ministro decano Gilmar Mendes, do STF. Foto: reprodução

Dois anos após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o Brasil segue enfrentando o desafio de lidar com a politização das Forças Armadas. Para o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a presença de militares na política e a ausência de legislação específica para restringir sua atuação em cargos públicos são fatores centrais para os eventos que abalaram a democracia brasileira.

“A presença de militares na política continua sem resposta”, afirmou o ministro em entrevista ao Uol. Ele destacou que a falta de reação contundente às causas estruturais do problema contribui para o cenário atual.

“Foi essa gente que permitiu manifestação em frente de quartel e em hospital. Se o MST [Movimento dos Sem Terra] tivesse se instalado na frente de quartéis, o que eles fariam?”, questionou.

Uma das iniciativas para lidar com o problema é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo governo Lula (PT) no início de 2023, que propõe restringir a participação de militares da ativa na política.

O texto, atualmente parado no Senado, exige que militares deixem a carreira e entrem para a reserva caso desejem disputar cargos públicos. Além disso, a PEC proíbe que militares em serviço ativo ocupem cargos de ministro, como ocorreu na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Bolsonaro levou mais de 2,3 mil militares para o governo. Foto: reprodução

Outro ponto levantado pelo ministro é a necessidade de mudanças na formação dos militares, com uma revisão do que é ensinado nas escolas militares. Ele criticou a disseminação da ideia de que as Forças Armadas teriam o papel de “poder moderador” da democracia, um conceito rechaçado pelo STF em abril deste ano, quando a Corte julgou que o artigo 142 da Constituição não autoriza qualquer tipo de intervenção militar nos Três Poderes.

O decano no STF mencionou o exemplo do general Villas Bôas, ex-comandante do Exército, que defendeu publicamente a interpretação errônea do artigo constitucional.

Para o ministro, é fundamental que o governo e o Congresso avancem não apenas na aprovação da PEC, mas também em outras medidas que assegurem a subordinação das Forças Armadas aos princípios democráticos.

Fonte: DCM com informações do UOL

Exército ignora CGU e esconde responsável por impedir PM de prender responsáveis do 8/1

Soldados do Exército brasileiro. Foto: reprodução

As investigações sobre a trama golpista para manter recolocar o ex-presidente Jair Bolsonaro na Presidência, culminando nos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023, permanecem sem esclarecimento de quem deu a ordem para posicionar blindados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília. A medida impediu a entrada de policiais no setor militar na noite dos ataques, dificultando a prisão imediata dos envolvidos.

O Exército tem evitado revelar a identidade do responsável, mesmo após determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), que reconheceu a obrigatoriedade de prestar a informação, prevista na Lei de Acesso à Informação (LAI). Segundo a instituição militar, o episódio envolveu uma decisão conjunta de autoridades de alto escalão, incluindo ministros e comandantes militares, para evitar “danos colaterais” à integridade física de pessoas presentes no local.

Desde janeiro de 2023, jornalistas e organizações tentaram obter informações sobre a ordem para uso dos blindados, sem sucesso. Em fevereiro do mesmo ano, o jornalista Mateus Vargas acionou a CGU, que, nove meses depois, decidiu que o Exército deveria cumprir a LAI.

Exército usa blindados para impedir a entrada da PM em área de acampamento bolsonarista. Foto: reprodução

Contudo, a resposta fornecida em novembro de 2023 pelo Comando do Exército alegou que os dados estavam sob sigilo, indicando que os depoimentos e documentos correlatos haviam sido enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na fase de recurso, a CGU considerou as respostas do Exército insuficientes, apontando falhas na versão apresentada sobre os eventos de 8 de janeiro.

Os militares alegaram que os tanques foram usados para “transporte de pessoal” e para cercar a área, mas não para proteger o acampamento ou impedir a entrada da PM do Distrito Federal. O Exército também se recusou a fornecer documentos relacionados à ordem de isolamento.

Apesar da decisão da CGU, o Exército manteve o sigilo, o que levou a Controladoria a reavaliar o caso em dezembro de 2023. No entanto, após uma suposta “apuração sumária”, a instituição militar arquivou o caso, alegando que os trâmites foram realizados conforme a lei.

Em 26 de dezembro de 2024, apenas duas horas após receber a resposta do Exército, a CGU também arquivou o processo, citando limitações para abrir sindicâncias em instituições militares. A informação sobre quem ordenou o uso de blindados nunca foi divulgada.

Fonte: DCM

Vereadora trans de Araraquara enfrenta transfobia durante posse (vídeo)

Filipa Brunelli (PT) teve discurso interrompido por ofensas enquanto se posicionava como oposição ao novo governo

Filipa Brunelli (Foto: Reprodução/YouTube/TV Câmara de Araraquara)

A cerimônia de posse da nova legislatura em Araraquara, no interior de São Paulo, no dia 1º de janeiro, foi marcada por um lamentável episódio de transfobia. Durante seu discurso, a vereadora Filipa Brunelli (PT), que se identifica como uma mulher trans, foi alvo de ofensas transfóbicas por parte de pessoas na plateia, relata o Metrópoles.

Enquanto discursava contra o novo prefeito, Dr. Lapena (PL), e se declarava oposição à gestão municipal, Brunelli teve sua fala interrompida por gritos ofensivos. Palavras como “traveco” e ordens para que ela saísse “daí” foram ouvidas em meio ao público. As manifestações ocorreram no momento em que a vereadora criticava a orientação conservadora da nova administração, apontando-a como contrária aos direitos humanos.

“Deixo claro desde já que serei oposição ao governo municipal que se elegeu sustentado por uma ideologia conservadora alinhada ao retrocesso e à defesa de figuras políticas violadoras de direitos humanos”, afirmou Brunelli antes de ser interrompida. Para conseguir prosseguir, ela precisou da intervenção do presidente da Câmara, Rafael de Angeli (Republicanos), que assumiu o microfone e pediu respeito à vereadora.

Após a interrupção, Filipa Brunelli retomou seu discurso, encerrando com um apelo por respeito ao mandato conferido por seus eleitores. Ela agradeceu aos 1.747 votos que garantiram sua reeleição e reforçou o compromisso com a defesa dos direitos da população.

Eleita pela primeira vez em 2020, Filipa Brunelli foi a primeira pessoa trans a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal de Araraquara, tornando-se um marco na política da cidade. Sua reeleição em 2024 consolida sua posição como liderança no município, apesar de enfrentar uma composição majoritariamente conservadora na Câmara, onde apenas cinco das dezoito cadeiras pertencem a partidos de esquerda.

O PT, ao qual Brunelli é filiada, elegeu quatro vereadores, incluindo a parlamentar, enquanto o PCdoB ocupa uma cadeira, formando a minoria progressista na Casa.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Esposa de ex-jogador do Bragantino é alvo de xenofobia e agressão em Portugal


Adriana Müller, esposa de Lincoln, ex-RB Bragantino, sofreu agressão em Portugal. — Foto: Reprodução

A influenciadora Adriana Müller, esposa do jogador de futebol Lincoln Henrique, que jogou pelo Red Bull Bragantino na última temporada, foi vítima de xenofobia e agressão física em Portugal na última quinta-feira (3), enquanto estava com os filhos, de 3 e 7 anos.

O incidente ocorreu durante as férias da família, quando tentavam estacionar o carro próximo a um ginásio onde os filhos praticariam natação. Adriana relatou no Instagram que, ao tentar estacionar, virou na contramão para acessar uma vaga.

“Uma mulher que estava na frente fez um barraco, eu fui pedir desculpa para ela, que estávamos só estacionando, que estava com meus filhos e aí ela saiu do carro gritando, sendo xenofóbica, falando para eu voltar para o meu país, que ‘tinha que ser brasileira para estar fazendo asneira'”, contou Adriana.

Mesmo pedindo desculpas, a influenciadora disse que os insultos continuaram. “Ela se revoltou e quando falou para eu voltar para o meu país, disse que viemos para fazer bagunça”, disse.

Adriana e sua nora tentaram gravar a confusão para registrar a agressão sofrida, mas a mulher ameaçou quebrar o celular. O jogador Lincoln, meio-campista do Fenerbahçe, da Turquia, que estava emprestado ao Red Bull Bragantino, tentou intervir na situação, mas sua esposa pediu que ele não se envolvesse.

“Quando ele (Lincoln) viu que ela partiu para cima de mim, veio correndo para nos separar. E eu pedi para ele se retirar por ser homem e deixasse que eu iria conseguir resolver a situação sozinha. Meu medo era ele vir separar e a mulher dizer que ele tocou nela, ainda mais que em Portugal, onde todo mundo conhece Lincoln. Ela poderia querer usar isso”, relatou ao Globo.

Esposa de ex-Bragantino e Grêmio é agredida em Portugal
Adriana Müller ao lado do marido Lincoln, ex-RB Bragantino. Foto: reprodução

Pelas redes sociais, Adriana mostrou marcas da agressão e desabafou: “A mulher bateu em mim. Tô com o pescoço todo pegado. Tem quem cria fake para dizer que sou barraqueira, mas isso que é barraco.”

Após o ocorrido, ela informou que registrou um Boletim de Ocorrência contra a agressora e fará um exame de corpo de delito no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses do Porto. Adriana também afirmou que levará o caso à Justiça, exigindo reparação por danos morais e psicológicos causados à sua família.
Boletim de Ocorrência registrado pela Adriana — Foto: Reprodução
Boletim de Ocorrência registrado pela Adriana — Foto: Reprodução

Fonte: DCM

VÍDEO – Vini Jr. é expulso e sofre racismo de torcida do Valencia: “Macaco”


Vinícius Júnior em campo pelo Real Madrid, de perfil, falando e gesticulando
Vinícius Júnior em campo pelo Real Madrid – Reprodução/Redes Sociais
O Real Madrid conquistou a liderança do Campeonato Espanhol ao vencer o Valencia por 2 a 1 nesta sexta-feira (3). Porém, o triunfo merengue ficou marcado por um episódio lamentável de racismo contra o brasileiro Vinícius Júnior, que foi expulso após se envolver em uma confusão com o goleiro do outro clube. Na saída de campo, o atacante foi alvo de insultos racistas, sendo chamado de “mono” (macaco) por parte da torcida adversária.

A expulsão ocorreu aos 32 minutos do segundo tempo, quando o craque se desentendeu com o goleiro Dimitrievski e acabou o agredindo. Após a análise do VAR, o árbitro decidiu expulsar o camisa 7, que deixou o gramado visivelmente inconformado. Durante sua saída, ele foi novamente hostilizado pela torcida adversária, o que gerou forte repercussão nas redes sociais.

Apesar do episódio, o Real Madrid conseguiu virar a partida com gols de Luka Modric e Jude Bellingham, alcançando 43 pontos e assumindo a liderança isolada do campeonato. Após o jogo, Vinícius Júnior usou suas redes sociais para pedir desculpas aos companheiros e à torcida pelo ocorrido.


Fonte: DCM

VÍDEO: Mulher se revolta após comissárias negarem bebida alcoólica em voo e surta

 

Montagem de duas fotos de confusão em voo
Registros de confusão durante voo – Reprodução/Instagram
Um voo da companhia aérea FlySafair, que fazia o trajeto entre Durban, na província de KwaZulu-Natal, e a Cidade do Cabo, no Cabo Ocidental, África do Sul, foi palco de um incidente polêmico envolvendo Nobuntu Mkhize, gerente de uma corporação de radiodifusão sul-africana, que foi flagrada por outros passageiros exigindo bebidas alcoólicas de forma insistente.

Em vídeos que circulam na internet, é possível notar sinais de embriaguez enquanto ela direcionava ofensas às comissárias de bordo. A situação escalou quando a mulher se levantou de seu assento e passou a proferir insultos racistas e comentários depreciativos: “Você é uma mestiça de Mitchells Plain, todos esses anéis de ouro, mas nenhum diploma. Agora mesmo, quando pousarmos, vou pegar um Uber para casa. Você nem tem carteira de motorista. Você nem tem carro”.

O ápice do confronto ocorreu quando a mulher arrancou sua própria peruca durante a discussão e um homem que estava próximo tentou intervir, pedindo calma aos presentes e alertando para que ninguém a tocasse. Após o pouso em solo na Cidade do Cabo, Mkhize foi detida por comportamento perturbador e agressivo a bordo. A passageira foi entregue à polícia local para responder por suas ações.

Fonte: DCM

Com Lula, 8/1 terá cerimônia no Planalto e ato da militância na praça dos 3 Poderes

presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falando em microfone e sorrindo, olhando para o lado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – Divulgação

O Palácio do Planalto será palco, no próximo dia 8 de janeiro, da cerimônia em memória dos dois anos dos ataques às sedes dos três Poderes ocorridos em 2023. O evento, que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de outras autoridades, inclui também um ato simbólico na Praça dos Três Poderes organizado pela militância de esquerda.

Conforme divulgado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Lula participará da apresentação de obras de arte que foram restauradas após serem depredadas durante os ataques. Entre os destaques, está o relógio trazido ao Brasil por Dom João VI, em 1808, que foi consertado na Suíça sem custos ao país. Além disso, será apresentada a obra “As Mulatas”, de Di Cavalcanti.

O evento contará com a presença de governadores e dos presidentes dos três Poderes, embora a participação de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, ainda não esteja confirmada.

Após a cerimônia no Planalto, Lula descerá a rampa acompanhado de autoridades para um ato organizado pela Frente Brasil Popular. O evento incluirá um abraço simbólico à Praça dos Três Poderes, com expectativa de reunir cerca de mil pessoas.

Entre os organizadores do ato estão partidos como PT, PCdoB e PV, além de entidades como CUT (Central Única dos Trabalhadores), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Lula aproveitou sua última reunião ministerial, em dezembro, para reforçar a importância do evento como um marco em defesa da democracia. O presidente destacou a prisão do general Walter Braga Netto, ex-vice de Jair Bolsonaro (PL), como um passo crucial contra a impunidade.

Braga Netto é o primeiro general quatro estrelas preso no contexto das investigações sobre os ataques e supostos planos golpistas, incluindo um alegado complô para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O ministro da Defesa, José Múcio, e os comandantes das três Forças Armadas estão confirmados no evento. Em 2024, Múcio afirmou que a presença dos militares simbolizava o compromisso das Forças Armadas com a democracia, apesar de pressões internas.

Lula, por sua vez, ressaltou que “perdão soaria como impunidade” e celebrou o evento como uma vitória da democracia sobre o autoritarismo. Durante a cerimônia do ano passado, o presidente mencionou a importância da união entre parlamentares, governadores, ministros e militares legalistas na defesa do estado democrático.

Fonte: DCM

Avanços no Brasil esbarram em desafios estruturais para produção de vacinas

Falta de infraestrutura e integração entre governo e empresas limita a independência na área

(Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Ag. Brasil)

Apesar de avanços científicos notáveis, o Brasil enfrenta barreiras significativas para desenvolver e produzir vacinas de forma independente, destacou uma reportagem da Folha de S. Paulo. Embora conte com uma comunidade científica qualificada e instituições capazes de avaliar a eficácia de imunizantes, o país ainda falha nas etapas intermediárias do processo, o que dificulta a realização de ensaios clínicos em larga escala.

Especialistas enfatizam a desconexão entre o potencial científico do país e a falta de estrutura para transformar descobertas em produtos viáveis. "Existe uma desconexão no Brasil, tanto por parte dos empresários que transformariam a vacina em produto quanto do governo, em relação ao potencial científico do país", afirma Cristina Bonorino, imunologista da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.

● Infraestrutura insuficiente - A ausência de um parque de testagem de toxicidade no Brasil é uma das principais barreiras apontadas. Segundo Flávio da Fonseca, virologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sem esses testes é impossível avançar para avaliações clínicas. Ele também destaca a falta de estudos em primatas não humanos, essenciais para embasar decisões regulatórias.

Além disso, há uma carência de instalações especializadas na produção de lotes clínicos em pequena escala. "Você não consegue chegar numa empresa que tem o seu ciclo de produção totalmente ocupado e dizer: ‘preciso que você pare a sua produção para fabricar mil doses da minha vacina seguindo o padrão de boas práticas’", exemplifica Fonseca, ao comentar as dificuldades enfrentadas pela vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela UFMG, que tem seus lotes clínicos produzidos no exterior.

● Complexidade do processo - Esper Kallás, infectologista e diretor do Instituto Butantan, ressalta que o desenvolvimento de vacinas é mais demorado e complexo do que outros fármacos. "Poucos lugares do mundo têm o domínio completo de toda essa cadeia, e é comum uma participação forte de instituições públicas", pontua.

Uma solução apontada por Kallás seria concentrar esforços em vacinas para doenças cujos "correlatos de proteção" já são conhecidos, o que poderia simplificar etapas de desenvolvimento. Por outro lado, ele acredita que a tecnologia de vacinas de mRNA, que teve sucesso contra a Covid-19, ainda enfrenta desafios como a baixa duração da imunidade e altos custos.

● Cultura e colaboração - Para superar os gargalos, Bonorino defende a criação de uma estrutura mais descentralizada e ágil, baseada na colaboração entre governos e empresas. Ela critica a cultura predominante nas farmacêuticas brasileiras, que preferem apostar em genéricos com baixo risco financeiro. "É uma cultura que precisa mudar", concorda Fonseca.

Os especialistas reforçam que a autonomia na produção de vacinas é estratégica, como ficou evidente durante a pandemia de Covid-19. Sem investimentos em infraestrutura, parcerias público-privadas e uma mudança na mentalidade empresarial, o Brasil continuará dependente de insumos e tecnologias estrangeiras, o que compromete sua capacidade de resposta em situações críticas de saúde pública.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Overclean: esquema bilionário tinha "fábrica de CPFs" para lavagem de dinheiro

Quadrilha usava contas de laranjas, empresas de fachada e transferências via PIX para movimentar R$ 1,4 bilhão

Dinheiro

A Operação Overclean revelou um dos esquemas de corrupção mais sofisticados do país, envolvendo fraude em contratos públicos e uma extensa rede de lavagem de dinheiro. A organização criminosa, liderada pelos irmãos Alex e Fábio Rezende Parente, utilizava uma engenhosa estratégia que incluía “fábricas de CPFs” para ocultar a origem de recursos ilícitos, segundo Mirelle Pinheiro, do Metrópoles.

A “fábrica de CPFs” consistia em redes de contas bancárias, empresas de fachada e laranjas que movimentavam os recursos desviados, dificultando o rastreamento pelas autoridades. Entre 2022 e 2024, o grupo criminoso movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 825 milhões apenas no último ano. Esses valores eram provenientes de contratos superfaturados em obras de infraestrutura e serviços públicos, frequentemente mal executados ou nunca realizados.

● O papel dos laranjas e empresas de fachada - Os laranjas eram peças centrais no esquema. Pessoas físicas e jurídicas, muitas vezes em situação de vulnerabilidade, emprestavam ou vendiam seus dados para a quadrilha, geralmente em troca de pequenas comissões. Em alguns casos, os dados eram usados sem o consentimento das vítimas, incluindo pessoas falecidas ou estrangeiros que jamais estiveram no Brasil. Essas contas eram utilizadas para pulverizar os recursos e dificultar o rastreamento.

Empresas de fachada complementavam o esquema, simulando prestação de serviços por meio da emissão de notas fiscais falsas. Estabelecimentos como a FAP Participações e a BRA Teles figuravam como exemplos, sendo registradas em endereços residenciais ou comerciais fictícios. A BRA Teles, por exemplo, servia exclusivamente como intermediária para distribuição dos recursos ilícitos.

● Transferências via PIX e dinheiro vivo - A quadrilha também inovou no uso de transferências instantâneas via PIX para dispersar os valores em múltiplas contas. Essa estratégia, além de rápida, impedia que grandes transações chamassem a atenção dos sistemas de monitoramento bancário. Em paralelo, parte dos recursos era convertida em dinheiro vivo, com empresas especializadas facilitando essas operações mediante pagamento de comissões.

Negócios improváveis, como a peixaria Corno do Camarão, em Salvador, foram utilizados para movimentar milhões de reais sem levantar suspeitas. Esses estabelecimentos ajudavam a criar uma cortina de fumaça em torno da origem dos valores.

● Impacto e desdobramentos - O esquema financiava um estilo de vida luxuoso para os líderes da quadrilha, incluindo a compra de aeronaves particulares, imóveis de alto padrão e veículos de luxo. Esses bens, avaliados em dezenas de milhões de reais, foram sequestrados pela Justiça.

Além disso, o desvio de recursos comprometeu serviços essenciais, como pavimentação e saneamento básico, deixando rastros de prejuízo em diversas cidades brasileiras. A complexidade do esquema tornou as investigações um verdadeiro desafio. Redes de contas bancárias e empresas de fachada operavam como um labirinto, exigindo a integração de diferentes métodos investigativos, como interceptações telefônicas, escutas ambientais e cooperação internacional.

● A queda do esquema - A colaboração entre a Polícia Federal e a agência americana Homeland Security Investigations (HSI) foi crucial para desarticular a organização. Diálogos interceptados entre os líderes Alex e Fábio Parente revelaram detalhes sobre a escolha dos laranjas e o uso de transferências via PIX para "espalhar o dinheiro" rapidamente. A análise de dados fiscais também permitiu identificar empresas incompatíveis com as movimentações financeiras.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles