sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Próximo ao fim do mandato, Lira cobra 'churrasquinho' de Lula para melhorar articulação política com o governo

Presidente da Câmara pede maior aproximação entre governo e parlamentares, lembrando práticas dos primeiros mandatos de Lula

Lula e Arthur Lira (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou a falta de articulação política do governo federal e sugeriu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se aproxime mais dos parlamentares para melhorar o diálogo com o Congresso. A declaração, divulgada pelo UOL, foi feita a aliados e incluiu uma lembrança dos famosos ‘churrasquinhos’ promovidos nos primeiros mandatos de Lula na Granja do Torto.

Lira apontou que interferências entre ministros têm causado atritos dentro do governo, afetando as negociações políticas. Segundo aliados, ele afirmou que a comunicação interna precisa ser aprimorada para evitar disputas desnecessárias. “Quando o governo machuca o governo, todos pagam o preço”, teria afirmado.

A principal referência foi aos constantes embates entre os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil) sobre a agenda econômica. Segundo Lira, cada ministro deve ser respeitado dentro de sua área, já que representam setores fundamentais para a gestão.

A cúpula da Câmara avalia que o presidente Lula precisa participar mais diretamente das articulações políticas. Interlocutores de Lira lembraram que, nos primeiros mandatos de Lula, eventos informais como churrascos na Granja do Torto ajudavam a criar um ambiente de proximidade e diálogo com os parlamentares. “Carinho, uma atenção, ajudam muito”, teria dito um aliado.

Além disso, Lira e líderes do centrão continuam pressionando por uma reforma ministerial que lhes dê mais espaço no governo. Segundo eles, o PT, que obteve cerca de 12% dos votos nas eleições, detém “80% do comando do país”, o que consideram “injusto e desequilibrado”.

Apesar das críticas, a reunião recente de Lula com Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), resultou em avanços. Pouco antes de se submeter a uma cirurgia, Lula participou de conversas para garantir a aprovação do pacote de corte de gastos, destravando votações importantes.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Congresso promulga emenda à Constituição para cortar gastos do governo

Medidas visam melhorar o equilíbrio fiscal

Brasília (DF) 20/12/2024 Sessão solene do Congresso Nacional para promulgar a  Emenda Constitucional 135, que reduz despesas obrigatórias do Poder Executivo.  Foto Lula Marques/ Agência Brasil
© Lula Marques/ Agência Brasil

O Congresso Nacional promulgou hoje (20) a Emenda Constitucional 135/24, que trata do pacote fiscal de corte de gastos do governo. A emenda é oriunda da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/24 e fez alterações em receitas obrigatórias e prorrogou a Desvinculação de Receitas da União (DRU). As medidas visam melhorar o equilíbrio fiscal do governo federal.

Entre as alterações estão as que possibilitam mudanças no teto dos salários do funcionalismo público, nas regras de concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), do abono salarial, da política de reajuste do salário mínimo, regras com limites para a concessão e ampliação de benefícios tributários e limitação do crescimento de despesas vinculadas ao arcabouço fiscal.

Ao promulgar a emenda, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) disse que o objetivo da alteração na Constituição é preservar a coesão fiscal, aliando o regime jurídico dessas despesas ao arcabouço fiscal em vigor e ao “cenário global em que o Brasil está inserido.”

Aprovado pelo Congresso Nacional, em agosto do ano passado, o arcabouço estabelece limites para o aumento das despesas da União. "A responsabilidade fiscal se consolidou como imperativo nacional, mesmo ainda em tempos de cenários econômicos desafiadores, como é o tempo presente”, disse Pacheco.

O senador também afirmou que as alterações promovidas durante o processo de tramitação da proposta na Câmara dos Deputados e no Senado resultaram em um texto que reflete a pluralidade de visões de mundo e “interesses legítimos representados no âmbito do Congresso Nacional”.

“Exatamente por isso, há de se rechaçar qualquer tentativa inflamada e contraproducente ao país, de se caracterizar a emenda constitucional como um tipo de medida contrária ao interesse social e às camadas mais vulneráveis da população brasileira”, afirmou. “Bem ao contrário, o que se almejou com a proposta e os ajustes promovidos pelo Congresso Nacional foi mais do que simplesmente reduzir o gasto público, mas melhorá-lo em termos qualitativos, direcionando-o de modo mais fidedigno e eficiente possível a quem dele mais necessita”, discursou.

PEC

A aprovação do texto da PEC, na noite de quinta-feira (19), fez parte do esforço do governo de controlar o crescimento de despesas obrigatórias, como as de pessoal e programas sociais. O texto aprovado altera o abono salarial do Programa PIS/Pasep, de até um salário mínimo, pago a trabalhadores que ganharam até dois salários mínimos mensais no ano anterior.

A mudança aprovada determina que o valor do abono do PIS/Pasep será corrigido apenas pelo INPC a partir de 2026. O salário será pago ao trabalhador que tiver recebido dois salários mínimos do ano-base, que será 2023, o que equivale a R$ 2.640. O salário de acesso será reduzido até chegar a um salário mínimo e meio, o que, na previsão do governo, deve ocorrer em 2035.

Outra mudança foi nas regras do Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb), que financia as redes públicas de ensino, desde o infantil até o ensino médio. O fundo é bancado pela arrecadação dos estados e dos municípios, mas recebe complementação da União quando os entes não atingem o valor mínimo por aluno ao ano.

A proposta aprovada limita a até 10% em 2025,os recursos que devem ser destinados às matrículas em tempo integral. Para os anos seguintes, a regra estabeleceu o mínimo de 4% dos recursos do Fundeb. Isso deverá ocorrer até serem atingidas as metas de educação em tempo integral estabelecidas no Plano Nacional de Educação.

Com relação à Desvinculação de Receitas da União, cujo prazo terminaria em 2024, a PEC determina sua prorrogação até 2032, permitindo que o governo flexibilize a execução orçamentária no limite de 20% de todos os tributos federais vinculados por lei a fundos ou despesas.

Fonte: Agência Brasil

Governo federal lança campanha “todo dia a gente faz um Brasil melhor” para destacar avanços nos últimos dois anos

“Todo dia a gente faz um Brasil melhor” reforça conquistas dos últimos dois anos e projeta otimismo para o futuro

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O Governo Federal lança nesta sexta-feira (20) a campanha nacional “Todo dia a gente faz um Brasil melhor”, com o objetivo de destacar os avanços econômicos e sociais alcançados nos últimos dois anos. Desenvolvida pela Secretaria de Comunicação Social (Secom), a iniciativa chega ao público como um esforço de balanço e prestação de contas das políticas públicas implementadas. A informação foi divulgada inicialmente pela Secom.

A campanha reúne resultados expressivos que incluem a geração recorde de empregos – a maior da última década –, a redução histórica da miséria e extrema pobreza, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima das expectativas, a abertura de 284 novos mercados para exportação de produtos brasileiros e a reestruturação de programas sociais emblemáticos, como o Pé-de-Meia e o Minha Casa, Minha Vida. Segundo o Governo, esses dados refletem uma agenda focada em crescimento sustentável e inclusão social.

● Pesquisa aponta otimismo crescente

Em novembro, uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) de Opinião indicou uma elevação na expectativa dos brasileiros em relação a emprego, renda, saúde e educação, consolidando um quadro de otimismo. Já em dezembro, o levantamento realizado pelo instituto Genial/Quaest reforçou a tendência positiva: 51% dos entrevistados demonstraram confiança no cenário econômico, um aumento de seis pontos percentuais em relação a outubro. Enquanto isso, as expectativas negativas recuaram de 36% para 28%.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, ressaltou a importância do reconhecimento público dessas conquistas. “Todas as pesquisas demonstram a confiança dos brasileiros no futuro, e a expectativa positiva de que a vida vai melhorar. Sabemos que ainda há muito a ser feito, e o Governo continuará trabalhando até que essas melhorias cheguem à vida de todas as famílias e de cada brasileiro”, destacou.

● Campanha ancorada em diálogo com a população

Para garantir a eficácia e representatividade da mensagem, a Secom conduziu um amplo processo de pesquisa e escuta ativa com cidadãos de todas as regiões e classes sociais. A campanha busca não apenas informar, mas reforçar a confiança da população no papel transformador das políticas públicas.

Com tom otimista e dados consistentes, a mensagem central da campanha é clara: o Governo está empenhado em construir um país mais justo, inclusivo e promissor, no qual os avanços do presente pavimentam um futuro de oportunidades para todos.

Fonte: Brasil 247

BC vende US$ 3 bi em novo leilão à vista após injetar US$ 8 bi no mercado na véspera

Desde quinta-feira da semana passada, a autarquia já vendeu mais de US$ 23,75 bilhões em uma série de intervenções no câmbio

Dólar-real (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)

Reuters - O Banco Central vendeu um total de 3 bilhões de dólares à vista em um novo leilão realizado na manhã desta sexta-feira, no que foi a sétima operação do tipo desde a semana passada e um dia após injetar 8 bilhões de dólares à vista no mercado de câmbio, informou a autarquia em comunicado.

No leilão, o BC aceitou 8 propostas, com um diferencial de corte de 0,000100, entre às 9h15 e 9h20.

Desde quinta-feira da semana passada, a autarquia já vendeu mais de 23,75 bilhões de dólares em uma série de intervenções no câmbio, incluindo vendas à vista e leilões de linha (dólares com compromisso de recompra) em meio à forte desvalorização da moeda brasileira em decorrência de receios fiscais dos investidores.

Após o leilão, às 9h30, o dólar à vista caía 0,87%, a 6,0713 reais na venda.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Moraes concede liberdade condicional ao ex-deputado Daniel Silveira

Ex-deputado deverá usar tornozeleira eletrônica e cumprir uma série de restrições impostas pelo ministro do STF

Deputado Daniel Silveira e o ministro Alexandre de Moraes (Foto: Agência Cãmara / Agência Brasil)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu liberdade condicional ao ex-deputado Daniel Silveira, atendendo a uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão, segundo o g1, foi tomada após a defesa do ex-parlamentar apresentar um pedido de progressão de regime, alegando que Silveira já cumpriu um terço da pena.

Condenado em 2022 pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão por estimular atos antidemocráticos e atacar ministros da Corte e instituições públicas, Silveira também perdeu o mandato parlamentar, teve os direitos políticos suspensos e foi multado em R$ 212 mil.

Em 7 de outubro deste ano, Moraes já havia autorizado a mudança do regime fechado para o semiaberto. Com a nova decisão, o ex-deputado poderá permanecer fora da prisão sob uma série de condições restritivas impostas pela Justiça.

Entre as determinações estão o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica e a proibição de acessar redes sociais, conceder entrevistas ou participar de eventos públicos, como cerimônias de forças de segurança. Ele também não poderá frequentar clubes de tiro, boates ou casas de jogos, nem manter contato com outros investigados no mesmo inquérito.

Silveira tentou se reeleger como deputado federal nas eleições de 2022, mas não obteve votos suficientes para garantir uma vaga na Câmara dos Deputados.

Fonte: Brasil 247

MP descarta abuso de poder de Tarcísio ao associar Boulos ao PCC no dia da eleição

Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante entrevista na qual associou Boulos ao PCC no dia da eleição. Reprodução

O Ministério Público Eleitoral, por meio do promotor Fabiano Augusto Petean, considerou improcedente a acusação de Guilherme Boulos (PSOL) contra Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e outras autoridades. A ação alegava abuso de poder político durante o segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo.

Boulos havia acusado Tarcísio de divulgar informações sigilosas relacionadas a bilhetes atribuídos ao PCC, que supostamente pediam votos para o candidato do PSOL. Segundo o promotor, essas informações já haviam sido divulgadas anteriormente pelo portal Metrópoles, o que enfraquece a acusação de uso indevido de informações.

Em seu parecer, Petean classificou o PCC como uma “autoridade criminosa” que exerce “controle velado sobre seus súditos”. Ele também afirmou que o grupo teria manifestado uma “predileção” por Boulos, pressionando pessoas a votarem conforme a suposta “ordem” dada pela organização.

O promotor destacou que a alta porcentagem de votos de Boulos nos presídios paulistanos, 72%, foi utilizada como argumento para reforçar a suposta ligação. No entanto, a Polícia Civil de São Paulo não confirmou que os bilhetes apreendidos eram realmente do PCC, deixando dúvidas sobre a origem das mensagens.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) durante debate na última corrida eleitoral pela Prefeitura de SP – Foto: Reprodução

A acusação do ex-candidato à Prefeitura de SP também envolvia Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito, e seu vice, Mello Araújo (PL). Petean reforçou que não encontrou elementos suficientes para comprovar o abuso de poder político por parte das autoridades mencionadas.

O promotor relembrou um episódio de 2024, em que a Justiça rejeitou uma denúncia contra jornalistas que noticiaram um suposto pedido para apagar imagens de um tiroteio envolvendo a equipe de Tarcísio. Petean arquivou essa investigação, citando falta de provas contra o governador.

Fonte: DCM

Boulos se manifesta sobre possibilidade de trocar PSOL pelo PT

O deputado federal e ex-candidato à Prefeitura de SP Guilherme Boulos; parlamentar descartou a possibilidade de deixar seu partido, o PSOL – Foto: Reprodução

O deputado federal Guilherme Boulos afirmou que não pretende deixar o PSOL para se filiar ao PT, negando também qualquer intenção de concorrer ao Senado em 2026.

Durante entrevista à coluna de Paulo Capelli, no Metrópoles, o parlamentar reforçou sua identificação com a sigla e destacou o apoio que recebeu do partido desde o início de sua carreira política. “É um partido onde me sinto representado pela sua direção, pelos seus quadros políticos e pelas suas pautas. Isso [troca de legenda] não está posto”, declarou.

Boulos, que iniciou sua trajetória política no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), ganhou projeção ao disputar a Presidência em 2018, posicionando-se como uma alternativa à esquerda fora do PT. Em 2022, ele foi candidato a deputado federal, atendendo a um pedido do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fortalecer a coalizão entre PT e PSOL no estado de São Paulo.

O deputado federal Guilherme Boulos e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva – Foto: Reprodução

O acordo previa que o PSOL apoiaria Fernando Haddad para o governo paulista, enquanto o PT retribuiria o apoio na candidatura de Boulos à prefeitura de São Paulo em 2024. Apesar disso, setores do PT, como o liderado por Jilmar Tatto, resistiram à ideia inicialmente, classificando-a como um “jogo de perde-perde”.

Ainda na entrevista, Boulos elogiou o apoio recebido da direção petista e destacou o papel de Lula e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na sua campanha. “Lula foi um parceiro de primeira hora. Gleisi trabalhou para alocação de fundos na nossa campanha. O PT-SP esteve no núcleo duro da minha campanha o tempo todo”, afirmou.

A relação com a ala que resistiu à sua candidatura foi tratada com diplomacia por Boulos. “Houve posicionamento contrário de um grupo específico do PT. Mas mesmo o grupo do Jilmar se envolveu e entrou na campanha quando a coisa começou pra valer. Não tenho nada a reclamar do PT de São Paulo”, disse.

Internamente, parte do PSOL chegou a acusar setores do PT de sabotagem durante a campanha, mas Boulos preferiu minimizar essas divergências. Ele ressaltou a construção de uma relação de confiança com lideranças petistas e destacou o engajamento de ambas as siglas na disputa pela prefeitura paulistana.

Fonte: DCM com informações do Metrópoles

Após minimizar torturas no regime militar, Regina Duarte elogia “Ainda Estou Aqui”


Bolsonarista Regina Duarte elogia longa “Ainda Estou Aqui” durante recente participação em podcast – Foto: Reprodução

A bolsonarista Regina Duarte, conhecida por declarações polêmicas sobre a ditadura militar, surpreendeu ao elogiar o filme “Ainda Estou Aqui.”

Durante recente participação em um podcast no YouTube, a atriz exaltou o trabalho da protagonista Fernanda Torres e do diretor Walter Salles. “Fernandinha Torres, meu Deus… me deu uma vontade de fazer cinema. Que roteiro, que direção maravilhosa,” afirmou Regina, causando espanto entre os espectadores.

A atriz, que já havia minimizado os crimes da ditadura em outras ocasiões, elogiou o longa que retrata exatamente as arbitrariedades do regime. Sua declaração gerou críticas nas redes sociais, com internautas apontando contradições em seu posicionamento. “Amou o filme e apoia quem representa tudo o que o filme denuncia. Totalmente incoerente”, comentou um usuário.

Em entrevista à CNN, ao jornalista Daniel Adjuto, a ex-secretária de Cultura do governo Bolsonaro disse que “sempre houve tortura”, ao ser confrontada com o período de repressão no país.

“Bom, mas sempre houve tortura. Meu Deus do céu…Stalin, quantas mortes? Hitler, quantas mortes? Se a gente for ficar arrastando essas mortes, trazendo esse cemitério…”, disse a atriz. “Não quero arrastar um cemitério de mortos nas minhas costas e não desejo isso pra ninguém. Eu sou leve, sabe, eu tô viva, estamos vivos, vamos ficar vivos. Por que olhar pra trás? Não vive quem fica arrastando cordéis de caixões”.


Ainda Estou Aqui

O filme “Ainda Estou Aqui” narra a história de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, que busca justiça pelo desaparecimento e morte de seu marido, Rubens Paiva, durante a ditadura militar. A produção é um dos principais candidatos brasileiros a disputar o Oscar de Melhor Filme Internacional.

Regina, que foi Secretária Especial da Cultura no governo Bolsonaro, enfrentou críticas em 2020 por minimizar os crimes do regime militar, chamando-os de “pequenos problemas”.

Regina Duarte posa em foto ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Fonte: DCM

PARANÁ: Estado homologa resultado e divulga 82 colégios que farão parte do Parceiro da Escola

No total, 82 escolas de 34 municípios contarão com o apoio da iniciativa privada para obras de manutenção e reparo da infraestrutura, serviços administrativos, gestão de terceirizados da limpeza e segurança.

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Foto: Rodrigo Félix Leal/AEN

A Secretaria de Estado da Educação (Seed) publicou nesta quinta-feira (19) a ata de homologação que definiu quais instituições privadas de ensino farão a gestão administrativa de cada um dos colégios que integram o programa Parceiro da Escola. No total, 82 escolas de 34 municípios contarão com o apoio da iniciativa privada para obras de manutenção e reparo da infraestrutura, serviços administrativos, gestão de terceirizados da limpeza e segurança.

No grupo das 82 unidades de ensino estaduais que integram o programa, estão os dois colégios que já receberam o projeto-piloto do Parceiro da Escola: o Colégio Estadual Aníbal Khury, em Curitiba, e o Colégio Estadual Anita Canet, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana.

Também compõem a lista dez colégios cuja proposta foi aprovada mediante consulta pública no início de dezembro junto à comunidade escolar, além de 70 das 83 unidades onde a consulta pública não atingiu o quórum mínimo de 50% mais um estipulado pela Seed. Estas foram incluídas pela Secretaria com base em critérios técnicos, como ausência de divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) ou avaliações abaixo da média estadual, bem como frequência escolar menor do que 85%.

Segundo o secretário estadual da Educação, Roni Miranda, a implantação do modelo Parceiro da Escola será iniciada em janeiro com o intuito de garantir o bom andamento do ano letivo das instituições. “Com a conclusão desta etapa, estamos trabalhando para que os contratos sejam assinados em janeiro de 2025. Este é um modelo que já está dando certo nas duas escolas que receberam os projetos-pilotos e tenho certeza que estas 80 novas unidades terão sucesso com este formato”, afirmou.

A definição aconteceu com base nos critérios técnicos previamente definidos nos termos do Decreto Estadual 7.235/2024, que regulamenta o programa. A localização geográfica das instituições também foi levada em consideração com o objetivo de mitigar riscos de contratação. Para isso, as escolas elegíveis para o programa foram agrupadas em 11 lotes distintos – inicialmente, eram 15 lotes previstos no chamamento público, mas após a análise da Seed houve uma redução.

GESTORAS – Três das nove instituições de ensino privadas credenciadas via chamamento público foram habilitadas pela Secretaria da Educação e vão gerir as escolas estaduais a partir de lotes previamente definidos: os grupos educacionais Apogeu; Tom Educação com apoio do grupo Positivo e Rede Decisão; e Salta.

De acordo com Miranda, todo o processo ocorreu com transparência. “Este é um projeto que foi amplamente debatido de forma democrática pela sociedade, da mesma maneira em que tratamos a habilitação e contratação das empresas concorrentes”, disse.

Composto por 17 empresas dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná, o Apogeu gerencia 57 escolas de ensino fundamental e médio, sendo 10 delas no Paraná, e será responsável pela gestão de 15 escolas estaduais. A Tom Educação assumirá a gestão de 31 unidades com apoio do grupo Positivo e Rede Decisão de São Paulo. Atualmente, a Tom atende cerca de 500 mil alunos e mantém parcerias com mais de 1.900 escolas. Outras 34 escolas da rede estadual ficarão sob a responsabilidade do Grupo Salta, que já administra 185 escolas em 16 estados, incluindo 19 no Paraná.

Nos dois colégios onde o programa havia sido implantado de forma experimental em 2023 a gestão administrativa permanecerá a cargo das mesmas empresas. O Colégio Aníbal Khury Neto será gerido pela Tom Educação com apoio do grupo Positivo e Rede Decisão, enquanto o Colégio Estadual Anita Canet ficará sob a responsabilidade do Grupo Apogeu.

As unidades do Parceiro da Escola aprovadas pela comunidade escolar estão localizadas em Andirá, Cambé, Campo Magro, Curitiba, Londrina, Matelândia, Nova Aurora e Palmeira. Já as que foram definidas pela Seed ficam em Assis Chateaubriand, Almirante Tamandaré, Apucarana, Arapongas, Bocaiúva do Sul, Campo Largo, Cascavel, Castro, Colombo, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Ibiporã, Jaguariaíva, Londrina, Maringá, Matinhos, Medianeira, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Pinhais, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Pontal do Paraná, São José dos Pinhais, Sarandi e Toledo.

A lista completa das escolas e das empresas que farão a gestão administrativa de cada uma delas também pode ser consultada no Portal da Transparência, onde também é possível verificar a análise técnica da Seed e a classificação final das empresas em cada lote de escolas.

PARCEIRO DA ESCOLA – O programa da Secretaria de Estado da Educação tem a finalidade de melhorar a gestão administrativa e de infraestrutura de escolas estaduais mediante parceria com empresas especializadas em gestão educacional. A lei que institui o programa foi sancionada em junho.

Fonte: AEN

“Em crimes contra a democracia, atos preparatórios já são criminalizados”, diz Gilmar Mendes

O ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por suposta tentativa de golpe de Estado e Gilmar Mendes, ministro do STF – Foto: Reprodução

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou a principal defesa apresentada por Jair Bolsonaro (PL) no inquérito da trama golpista. Segundo o decano, o planejamento de um golpe é um crime, mesmo sem a concretização de atos violentos. Ele destacou que crimes contra a democracia incluem atos preparatórios já classificados como ilegais.

“Há a ideia de que, em princípio, atos preparatórios nada têm a ver com a eventual prática de crime. Só que, nesses casos de crimes contra o Estado de Direito e crimes contra a própria democracia, normalmente nós falamos de atos preparatórios que já são criminalizados. Até porque se o crime é bem-sucedido, ele se complementa”, disse Mendes a Paulo Cappelli, do Metrópoles. “Na verdade, nós não vamos ter mais o Estado de Direito. Aquela situação que era ilícita passa a ser lícita. Nós vamos ter uma nova ordem. Então é preciso entender isso nesse contexto”.

Mendes enfatizou que as investigações apontam para ações concretas que ultrapassaram simples pensamentos ou planejamentos vagos. “As coisas foram muito além de atos puramente preparatórios, como se fossem atos cerebrinos. Não era disso que se tratava”, disse o magistrado, referindo-se à gravidade dos indícios reunidos pela Polícia Federal (PF).

O ministro também mencionou acusações de monitoramento de pessoas, entrega de dinheiro e planos envolvendo eliminação física de figuras públicas: “Nós temos bastante concretude nessas medidas. Tudo isso é extremamente grave e será devidamente examinado”.
Planos contra autoridades

Entre os pontos mais alarmantes, Mendes destacou planos de assassinato contra autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo de possível tentativa de assassinato na trama golpista orquestrada por bolsonaristas – Foto: Reprodução

O decano repudiou a tese de que essas ações poderiam ser vistas como simples manifestações ou atos recreativos. “Eram pessoas que estavam com dinheiro, estavam com carros, estavam se deslocando, monitorando essas pessoas.”

A investigação também identificou o uso de documentos impressos no Palácio do Planalto, comunicações diretas entre envolvidos e a participação de pessoas com cargos públicos. “Tudo isso é bastante sério”, reforçou Mendes.

Fonte: DCM com informações do Metrópoles

Polícia realiza operação para prender envolvidos no assassinato de médicos em quiosque no Rio

Profissionais da saúde foram mortos por engano em meio à guerra entre traficantes e milicianos

(Foto: Reprodução/TV Globo)

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro deflagraram, na manhã desta sexta-feira (20), uma operação para prender suspeitos de envolvimento no assassinato de médicos ortopedistas em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O crime, ocorrido em outubro de 2023, chocou o país pela brutalidade e por ter vitimado inocentes.

Segundo a CNN Brasil, os agentes das forças de segurança cumprem cinco mandados de prisão e três de busca e apreensão em diferentes localidades da zona oeste. A investigação revelou que os médicos foram mortos por engano, após um dos profissionais ter sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, apontado como chefe do grupo criminoso que domina a comunidade de Rio das Pedras.

Segundo informações apuradas pela polícia, o crime ocorreu no contexto de uma disputa territorial entre a facção Comando Vermelho e milicianos locais. A facção estaria tentando expandir seu controle em áreas tradicionalmente dominadas pela milícia. A operação reforça a tese de que o ataque foi planejado para enfraquecer o domínio territorial dos milicianos na região.

De acordo com os investigadores, o ex-miliciano Philip Motta Pereira, conhecido como "Lesk", foi peça-chave na escalada da violência. Após perder o controle da região da Gardênia Azul, ele buscou apoio financeiro e logístico do traficante Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca” ou “Urso”. Com esse suporte, Lesk teria formado uma milícia armada, responsável por uma série de homicídios em bairros da zona oeste do Rio.

Poucos dias antes do crime que vitimou os médicos, um dos líderes do tráfico teria ordenado a execução de Taillon de Alcântara, considerando-o um alvo estratégico para desestabilizar o poder dos milicianos em Rio das Pedras. A polícia acredita que a ordem de execução, equivocadamente, resultou no ataque que resultou na morte dos médicos.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Câmara de Apucarana devolve quase R$ 8 milhões à Prefeitura em 2024

Cheques simbólicos foram entregues na tarde desta quinta (19) durante ato solene

Cheques simbólicos foram entregues nesta quinta (19)

Durante ato solene realizado na tarde desta quinta-feira (19), o presidente da Câmara Municipal de Apucarana, o professor Luciano Molina (Agir) e demais vereadores, repassaram o valor de R$ 3.483.316,91 economizados pelo Poder Legislativo para os cofres da Prefeitura.

Vale lembrar que em maio de 2024, a Câmara de Apucarana repassou o valor de R$ 2,5 milhões, totalizando de R$ 5,9 milhões de sobras de duodécimo. Além disso, no decorrer do ano foram repassados rendimentos de aplicação financeira, imposto de renda retido de terceiros e imposto de renda retido da folha de pagamento, que somados às sobras de duodécimos, resultam no montante de R$ 7.844.073,47.

Os cheques simbólicos foram entregues ao prefeito de Apucarana, Sebastião Ferreira Martins Júnior, Júnior da Femac e à secretária da Fazenda, Sueli Aparecida de Freitas Pereira. A solenidade contou com a presença dos vereadores Tiago Cordeiro de Lima (PDT), Luciano Facchiano (Agir), Moisés Tavares (PP), Rodrigo Liévore Recife (MDB), Jossuela Pirelli (SD), de secretários municipais, da imprensa e de servidores da Casa de Leis.

“Fizemos uma devolução em maio de R$ 2,5 milhões. Se somados, são quase R$ 8 milhões devolvidos neste ano de 2024 para a prefeitura de Apucarana e que foram e poderão ser usados em prol da população. Tenho certeza que esse dinheiro será bem investido pelo executivo municipal”, afirmou Molina.

O prefeito Júnior da Femac parabenizou o trabalho feito pela equipe da Câmara e reforçou a importância do valor para a Prefeitura. “Quero agradecer demais a todos que participaram dessa economia. Este valor será investido em obras importantes para a nossa cidade”, complementou.

Fonte: Câmara Municipal 

Polícia Federal faz buscas e apreensões em investigação sobre venda de sentenças em MT

Operação envolve desembargadores afastados e conexões com disputas judiciais avaliadas em R$ 100 milhões

(Foto: Divulgação/PF)

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (20) mais uma etapa da investigação sobre um esquema de venda de sentenças judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A operação, autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados a um desembargador investigado. As informações foram apuradas pelo G1.

O caso ganhou repercussão em agosto, quando os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho foram afastados de suas funções no TJMT por suspeita de envolvimento em vendas de decisões judiciais. Ambos passaram a ser monitorados por tornozeleira eletrônica e tiveram bens bloqueados após mandados de busca e apreensão cumpridos em novembro, durante a Operação Sisamnes, em Cuiabá.

Segundo a Polícia Federal, o esquema envolvia organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e vazamento de informações sigilosas. O lobista Andreson Gonçalves, apontado como intermediário das negociações ilegais, foi preso na mesma operação.

A conexão com o assassinato de Roberto Zampieri
As investigações revelaram que o advogado Roberto Zampieri, morto em dezembro de 2022, era peça central no esquema. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zampieri mantinha uma relação próxima com os desembargadores afastados, facilitando acordos financeiros para influenciar decisões judiciais.

O advogado foi assassinado com 10 tiros dentro de seu carro, em frente ao escritório onde trabalhava. “O atirador aguardava o advogado na frente do escritório”, afirmou o delegado Nilson Farias, da Polícia Civil. Ele destacou que Zampieri usava um veículo blindado há mais de cinco anos, sugerindo que já temia represálias.

Conforme apurações da polícia, o mandante do crime teria sido Aníbal, envolvido em uma disputa por duas fazendas em Paranatinga, avaliadas em cerca de R$ 100 milhões. A perda das propriedades na Justiça e a desconfiança de uma possível aproximação de Zampieri com o desembargador responsável pelo caso motivaram o homicídio.

A resposta do TJMT e os desdobramentos
Em nota, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso afirmou estar ciente do caso e disposto a colaborar com as investigações. A PF também apura o possível envolvimento de outros atores no esquema de venda de sentenças e exploração de informações confidenciais.

O caso reforça a complexidade das relações entre o poder público e interesses privados em Mato Grosso, evidenciando uma rede de corrupção que ultrapassa o Judiciário e alcança o crime organizado.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Câmara aprova projeto que limita o aumento do salário mínimo e restringe acesso ao BPC Fonte: Agência Câmara de Notícias

Texto será enviado ao Senado
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Isnaldo Bulhões Jr., relator da proposta

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (19) o projeto de lei que restringe o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e limita o aumento real (acima da inflação) do salário mínimo às regras do arcabouço fiscal (de 0,6% a 2,5% de crescimento da despesa primária), entre outras medidas. O texto será enviado ao Senado.

De autoria do líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), e outros, o Projeto de Lei 4614/24 foi aprovado com substitutivo do relator, deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL)

Esse é um dos projetos do governo para diminuir as despesas obrigatórias (pessoal, aposentadorias, benefícios sociais) a fim de manter margem para gastos não obrigatórios (programas governamentais, custeio e investimentos).

O texto do relator suavizou algumas restrições impostas para acesso ao BPC. No entanto, ele manteve os ajustes sobre o salário mínimo. Isnaldo Bulhões explicou que, no caso do BPC, o texto prevê biometria obrigatória para novos benefícios e atualização cadastral, no mínimo, a cada dois anos. "Sem essas modificações, o programa irá colapsar devido ao crescimento não orgânico dos últimos tempos", disse Bulhões, que é líder do MDB.

◉ Salário mínimo

Entre 2025 e 2030, o aumento real do salário mínimo deverá seguir a regra do arcabouço fiscal, que permite um crescimento mínimo de 0,6%.

O aumento real poderá ser maior se a receita primária crescer mais, porém sempre limitado a 2,5% em relação ao ano anterior. Todos os benefícios do INSS no valor de um salário mínimo serão afetados.

O cálculo final dependerá do crescimento da receita primária e do cumprimento ou não da meta fiscal. Se o governo cumprir a meta, poderá aumentar o salário em 70% da variação real da receita; se não cumprir, poderá aumentar em 50% dessa variação real.

Atualmente, a correção real acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é equivalente à taxa de crescimento real do PIB do segundo ano antes da vigência do novo salário.

Como o PIB de 2023 que seria utilizado na conta para 2025 foi revisto para 3,2%, a mudança nas regras deve levar a uma economia de R$ 5,2 bilhões segundo projeções.

◉ Acesso ao BPC

Para a concessão do BPC a pessoa com deficiência, tanto na esfera administrativa quanto judicial, o texto exige avaliação que ateste deficiência de grau moderado ou grave, nos termos de regulamento.

Segundo o relator, essas pessoas “estão mais sujeitas aos obstáculos para a plena e efetiva participação no mercado de trabalho”.

Enquanto não for regulamentado o funcionamento de avaliação biopsicossocial exigida pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, a ser conduzida por equipe multiprofissional e interdisciplinar, a concessão do benefício dependerá de:

● avaliação médica pela perícia médica federal quanto ao grau     de deficiência; e
● avaliação social pelo serviço social do INSS quanto ao i    mpedimento de longo prazo de natureza física, mental,     intelectual ou sensorial.

Essas avaliações deverão utilizar instrumentos desenvolvidos especificamente para esse fim.

A todo caso, garantido o sigilo, continua a exigência imposta pelo projeto original de se registrar o código da Classificação Internacional de Doenças (CID) no sistema informacional de concessão do benefício.

Confira os pontos retirados pelo relator:

● contagem do BPC recebido por um membro da família para     fins de recebimento de outro benefício por outro membro;
● posse de patrimônio configuraria meios de se manter;
● mudanças no conceito de família e na residência comum     para pedir o BPC;
● exigência de que a pessoa seja considerada incapacitada     para a vida independente e para o trabalho.

Renda familiar
Já o cálculo da renda familiar considerará a soma dos rendimentos brutos obtidos mensalmente pelos membros da família que vivam sob o mesmo teto, proibindo-se deduções não previstas em lei.

Bolsa Família
Para os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, ou benefícios, como o BPC, que utilizam o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), a atualização cadastral obrigatória passa de 48 para 24 meses, seja na concessão ou manutenção do pagamento.

Se comprovado que a pessoa recebeu a notificação e não atualizou, o benefício será suspenso. A antecedência mínima será de 90 dias, prorrogável uma vez por igual período, exceto para o BPC pago em municípios de pequeno porte, cujo prazo continua a ser de 45 dias.
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
José Guimarães, autor do projeto

Também para a concessão, manutenção e renovação de benefícios da seguridade social, será exigida apresentação de documento com cadastro biométrico realizado pelo poder público, nos termos de regulamento.

Nesse ponto, Isnaldo Bulhões havia introduzido uma exceção, dispensando disso as pessoas em locais de difícil acesso ou em razão de dificuldades de deslocamento por motivo de idade avançada ou estado de saúde.

No entanto, ao ler parecer às emendas de Plenário, ele reformulou o texto para conceder prazo de seis meses, prorrogáveis uma vez por igual período, para apresentação do documento com cadastro biométrico.

No caso de famílias compostas por uma só pessoa ou de indivíduos que residem sem parentes, a inscrição ou a atualização do CadÚnico deverá ser feita no domicílio de residência da pessoa. Prazos e exceções serão fixados em regulamento.

De igual forma, em vez de dispensar a exigência por motivo de idade avançada ou condições de saúde, o texto modificado concede prazo de seis meses prorrogáveis nessas situações e também se, no local onde reside, não houver posto de atendimento para atualização do cadastro.

Limite para sair
No programa Bolsa Família, o projeto permite ao Poder Executivo diminuir o valor a partir do qual a família poderá ser desligada do programa. Em vez de deixar de receber o auxílio quando a renda familiar mensal por pessoa for superior a meio salário mínimo, esse valor será considerado o máximo.

O Executivo poderá ainda diminuir o prazo de recebimento adicional do Bolsa Família até o desligamento definitivo. Hoje, a família que superar a renda média mínima pode continuar a receber metade do que era pago por mais 24 meses. Com a mudança, esse prazo pode diminuir por regulamento.

Cruzamento de dados
As concessionárias de serviços públicos serão obrigadas a fornecer informações de bases de dados que detenham para cruzar informações no processo de concessão, manutenção e ampliação de benefícios da seguridade social.

Isso valerá inclusive para verificar o local de moradia do interessado. A mesma regra valerá para outros órgãos federais quanto ao BPC.

Fundo do DF
Quanto ao Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), o texto aprovado excluiu qualquer mudança em relação às regras atuais de cálculo anual dos valores.

O projeto original previa que, a partir de 2025, em vez de o montante total ser corrigido pela variação da receita corrente líquida da União, seria corrigido pela variação do IPCA.

Confira outros pontos do PL 4614/24:

● o custeio de safras perdidas no âmbito do Programa de     Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que beneficia     principalmente pequenos e médios produtores rurais, passa a     depender de disponibilidade orçamentária e financeira;
● passa de 48 meses para 24 meses o prazo de atualização     periódica de cadastro dos beneficiários do BPC e do Bolsa     Família no CadÚnico, contados a partir da efetiva notificação     bancária ou por outros canais de atendimento;
● municípios e Distrito Federal deverão seguir quantitativo     máximo de famílias compostas por uma só pessoa     beneficiárias do Bolsa Família, nos termos de regulamento     federal.

Debate em Plenário
Para a deputada Rosangela Moro (União-SP), o número de beneficiários do BPC aumentou por fatores como longevidade da população, celeridade da administração pública e mesmo por imigrantes venezuelanos no Brasil. "Não consigo imaginar que este aumento seja por culpa das pessoas e por fraude. A fraude do Bolsa Família não exige perícia como a do INSS para o BPC", disse.

O relator do projeto, Isnaldo Bulhões Jr., afirmou, no entanto, que as regras aprovadas vão combater fraudes no BPC. "Para todos os escritórios de advocacia que vivem de fabricar mecanismos para burlar o programa, feito para beneficiar a população mais carente, hoje é um dia muito ruim", disse Bulhões Jr.

Para o deputado José Guimarães, autor do projeto, o texto aprovado preserva direitos dos que têm acesso ao BPC, combate fraudes e estabelece regras para acabar com a indústria de liminares. “As três medidas encaminhadas pelo governo a esta Câmara são a síntese daqueles que têm responsabilidade social e fiscal pelo País”, disse.

Autismo e Down
A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) alertou que pessoas com deficiências leves ficarão de fora do BPC, segundo o texto aprovado. "Muitas mães atípicas dependem dos recursos do BPC para terapia, cuidadoras, tratamento e perderiam, repentinamente, condições de qualidade de vida para seus filhos", disse.

Ela lembrou que pessoas com síndrome de Down não têm Cadastro Internacional de Doenças (CID) e precisam do BPC por não serem acolhidas pelo mercado formal de trabalho. “Vai se colocar uma leitura que não é a biopsicossocial. Para se construir um diagnóstico de uma criança autista, é multiprofissional. CID não vai evitar fraude”, disse.

Para o deputado Duarte Jr. (PSB-MA), a proposta destrói direitos de autistas e pessoas com síndrome de Down. "Estão a condenar a uma pena perpétua a perda do direito de viver com dignidade, ao acesso a um estado de bem-estar social", disse.

Bulhões Jr. respondeu aos deputados Sâmia Bomfim e Duarte Jr. que o uso do CID como critério para concessão do BPC valerá durante o período de regulamentação da lei que trata da avaliação biopsicossocial. Ele afirmou que fará esforço para regulamentar futuramente a avaliação biopsicossocial para concessão do benefício.

Segundo a deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), a avaliação não será feita apenas pelo CID, mas também há uma segunda análise, feita por assistente social. "Esta Casa fez o máximo, transformou um monstro que era o projeto que recebemos. Não é justo que não tenhamos consciência de que, em nosso País, muita gente frauda contra pessoas muito pobres."

Segundo a deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), o argumento da fraude não pode ser usado para cortar investimentos. "Não é desta forma que vamos fazer qualquer resolução da situação fiscal brasileira", disse.

Para o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), vice-líder da oposição, o governo ataca os mais vulneráveis, contrariamente ao discurso de campanha. "Este projeto não vai fazer ajuste fiscal nenhum, corte de gastos nenhum, apenas atacando os mais pobres", criticou.

Melhorias no projeto
Laura Carneiro elogiou alterações feitas por Bulhões Jr., como a retirada da conceituação de pessoa com deficiência e a alteração das regras da biometria. "Faz jus à história do movimento das pessoas com deficiência", disse.

Ela reconheceu que o texto não é o ideal, mas ressaltou que faz parte dos acordos abrir mão de alguns pontos. "Ideal seria que não tivéssemos fraude, que isso não estivesse acontecendo", afirmou.

Fonte: Agência Câmara de Notícias