sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Acordo com UE prevê zero tarifa e cotas para produtos do agro do Brasil, diz Fávaro

"Há 25 anos nós buscávamos esse acordo, que é muito importante para a nossa agropecuária", disse o ministro da Agricultura

Carlos Fávaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Reuters - O acordo formalizado nesta sexta-feira entre União Europeia e Mercosul prevê tarifas zero para alguns produtos agropecuários brasileiros e cotas que permitem exportações em melhores condições para outros, disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em uma gravação enviada pelo ministério à imprensa.

"Há 25 anos nós buscávamos esse acordo, que é muito importante para a nossa agropecuária. Este acordo prevê mais liberdade comercial", destacou.

Ele disse que o acordo prevê "zero tarifa" para frutas, café e outros produtos agropecuários brasileiros.

Além disso, citou cotas "importantes" para açúcar, carne de frango, carne bovina e etanol.

"Nós vamos mostrar a nossa competência em poder acessar esse mercado tão importante que é a União Europeia...", afirmou ele, lembrando que a implementação do acordo está prevista para os próximos meses.

"E aí (vamos) aproveitar as oportunidades econômicas."

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa produtores de carne de frango e suína, celebrou o anúncio feito em Montevidéu.

Segundo a ABPA, o acordo prevê uma nova cota para exportações de carne de frango no total de 180 mil toneladas equivalente-carcaça (50% com osso e 50% de carne desossada) com tarifa zero para embarque à União Europeia, que será compartilhada pelos países-membros do Mercosul.

A cota deverá ser atingida ao longo de seis anos (exemplo: 30 mil toneladas no primeiro ano, 60 mil toneladas no segundo, até alcançar o total de 180 mil toneladas), explicou a ABPA.

Após este período, a cota será de 180 mil toneladas anuais, disse a entidade.

Também há cota para carne suína, no total de 25 mil toneladas (seguindo a mesma sistemática gradativa determinada para a carne de frango, ao longo de seis anos) com tarifa de 83 euros por tonelada.

Para o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o acordo deve fortalecer ainda mais a relação entre os exportadores dos países do Mercosul e consumidores europeus.

"A consolidação do acordo abre novas oportunidades de embarques para o mercado europeu, em condições mais vantajosas do que as cotas atualmente existentes para embarques de produtos brasileiros à União Europeia", disse ele.

As cotas atuais serão mantidas, e as novas estabelecidas pelo acordo deverão ser ocupadas, em especial, pelas exportações de produtos brasileiros, segundo a ABPA. O Brasil é o maior exportador global de carne de frango e o quarto em carne suína.

Fonte: Brasil 247

Moro não se cansa de passar vergonha: ataca a economia forte de Lula e defende a polícia selvagem de SP

Apesar da crítica de Moro, o governo Lula comemorou recentemente resultados positivos no setor econômico

Sergio Moro (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)

O senador Sérgio Moro (União-PR) voltou a passar vergonha ao usar suas redes sociais para criticar a condução da economia pelo governo Lula e defender a Polícia Militar de São Paulo, que já afastou, em apenas 1 mês, 46 agentes das ruas por práticas de violência.

A mais recente foi provocada pelo PM Luan Felipe Alves Pereira, que decidiu atirar um jovem em uma ponte movimentada da cidade de São Paulo. Em tom provocativo, Moro publicou no X: “Economia à deriva, crime organizado cada vez mais forte e o grande problema do país, segundo parte da imprensa, é a PM de SP.”

Apesar da crítica de Moro, o governo Lula comemorou recentemente resultados positivos no setor econômico. Dados do IBGE mostram que o PIB do Brasil cresceu 2,9% no terceiro trimestre, impulsionado por avanços na agropecuária e no setor de serviços. Esse desempenho colocou o Brasil em uma posição de destaque entre as maiores economias globais.

Fonte: Brasil 247

Entenda as diferenças entre o acordo Mercosul-UE de 2019 e a nova versão de 2024

Os blocos chegaram a um entendimento que inclui compromissos inéditos em áreas como sustentabilidade, e proteção industrial

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro com a com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Hotel Borgo Egnazia, em Puglia- Itália (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Após anos de impasses e mudanças geopolíticas, o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) avança com uma nova versão que reflete a realidade econômica e política atual. Segundo informações divulgadas nesta sexta-feira, os blocos chegaram a um entendimento que inclui compromissos inéditos em áreas como sustentabilidade, proteção industrial e resolução de controvérsias. As informações são do jornal O Globo.

O caminho para a conclusão do acordo, anunciado inicialmente em 2019, foi tumultuado. Durante o governo de Jair Bolsonaro, as demandas ambientais impostas pela UE, especialmente a "side letter" sobre preservação ambiental, tornaram-se obstáculos intransponíveis. Naquele momento, como descreveu uma fonte diplomática, "houve um freio político ao acordo".

A chegada de Javier Milei à presidência da Argentina e o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva trouxeram um novo consenso interno ao Mercosul, facilitando a retomada das negociações. "O mundo mudou, houve uma pandemia, e os países desenvolvidos entenderam que algumas demandas das economias em desenvolvimento deviam ser atendidas", explicou uma fonte oficial envolvida nas discussões.

Entre os pontos mais destacados da nova versão, está a inclusão de um instrumento adicional sobre sustentabilidade, que transforma o Acordo de Paris em elemento essencial do pacto comercial. Os países do Mercosul também conseguiram inserir no texto a perspectiva de "responsabilidades comuns, porém diferenciadas", reconhecendo a necessidade de equilíbrio entre preservação ambiental e desenvolvimento econômico.

Outro avanço foi no capítulo sobre compras governamentais, que agora "garante acesso preferencial ao mercado público europeu para empresas do Mercosul e vice-versa". O Brasil, em especial, preservou espaço para políticas públicas em áreas estratégicas como saúde, tecnologia e apoio a pequenas e médias empresas.

No setor automotivo, que gerava preocupação no Mercosul devido ao possível aumento das exportações europeias de veículos elétricos, o texto incluiu salvaguardas bilaterais. Essas medidas visam proteger empresas locais contra surtos de importação e fomentar investimentos na região.

O mecanismo de resolução de controvérsias também foi reforçado, com ferramentas para evitar prejuízos decorrentes de medidas unilaterais, como taxas ambientais aplicadas pela UE a produtos oriundos de áreas de desmatamento.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

O contra-ataque da mulher que negou assento a criança após ser exposta em avião

 

Jeniffer Rocha, que ficou famosa após se recusar a trocar de lugar em um voo, concedeu entrevista a Patrícia Poeta nesta sexta-feira, 6 de dezembro de 2024 – Foto: Reprodução
Jeniffer Castro, que viralizou após se recusar a trocar de lugar com uma criança em um voo, revelou no Encontro com Patrícia Poeta que está tomando medidas judiciais após a divulgação do vídeo. “As medidas já estão sendo tomadas”, declarou, explicando que a exposição nas redes trouxe sérias consequências para sua vida pessoal e segurança. Segundo Jeniffer, a mãe da criança também a teria ameaçado durante o voo e novamente no momento em que ela pegava suas bagagens no aeroporto.

Durante a entrevista, a jovem detalhou o ocorrido, afirmando que o assento solicitado pela família da criança já era localizado na janela. “Eu falei não, porque o lugar era meu. Quando fui pegar minha mala, ouvi a mãe me xingando, e a companhia aérea não me ofereceu ajuda em nenhum momento”, contou.

Jeniffer também expressou preocupação com a repercussão e revelou que tem recebido mensagens invasivas. “Estou com medo da minha segurança e da minha família. Muita gente está perguntando onde eu moro”, desabafou.

VÍDEO – mulher que negou assento a criança fala com Patrícia Poeta, na Globo: “Sinto medo”

 

Jeniffer Rocha, que ficou famosa após se recusar a trocar de lugar em um voo, concedeu entrevista a Patrícia Poeta nesta sexta-feira, 6 de dezembro de 2024 – Foto: Reprodução
Jeniffer Castro, a passageira que viralizou após recusar trocar de assento com uma criança em um voo, falou pela primeira vez sobre o caso em entrevista no Encontro, com Patrícia Poeta, da TV Globo. Desde que o vídeo foi compartilhado nas redes sociais, a mulher ganhou mais de 1 milhão de seguidores e viu sua vida mudar. “Está sendo tudo muito novo. Ainda bem que o pessoal está me acolhendo”, afirmou, destacando o apoio que recebeu de muitos internautas.

Apesar da repercussão positiva em parte do público, Jeniffer revelou estar enfrentando momentos difíceis, incluindo ataques e ameaças. “O que eu passei não foi fácil. Fiquei com medo de que alguém viesse para cima de mim”, disse durante a entrevista. Ela também explicou que decidiu evitar respostas durante o voo para não aumentar o conflito.

A repercussão do caso trouxe uma mistura de sentimentos para Jeniffer, que descreveu estar lidando com o peso da exposição pública. “Sinto medo porque não sei o que as pessoas estão pensando. Tem o lado bom, mas também tem o lado ruim”, confessou.

Lula comemora na Cúpula do Mercosul acordo com União Europeia: “conseguimos preservar nossos interesses”

Após mais de 30 anos de negociações, tratado visa criar uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, abrangendo mais de 700 milhões de pessoas

Presidente Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou nesta sexta-feira (6), em Montevidéu, durante a Cúpula do Mercosul, a conclusão do acordo comercial entre o bloco sul-americano e a União Europeia. A celebração marca o desfecho de negociações que se arrastaram por mais de três décadas. A assinatura do tratado contou com a presença de líderes regionais e da presidente do Conselho Europeu, Ursula von der Leyen.

"Estamos criando uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, reunindo mais de 700 milhões de pessoas. Nossas economias juntas representam um PIB de 22 trilhões de dólares", destacou Lula em seu discurso.

O acordo anunciado nesta semana difere substancialmente daquele assinado em caráter político em 2019, cuja implementação esbarrou em divergências tanto no Mercosul quanto na União Europeia. "As condições que herdamos eram inaceitáveis. Foi preciso incorporar ao acordo temas de relevância para o Mercosul. Conseguimos preservar nossos interesses em compras governamentais, o que nos permitirá implementar políticas públicas em áreas como saúde, agricultura familiar, ciência e tecnologia", afirmou o presidente.

◉ Compromisso ambiental e econômico

Lula ressaltou que as tratativas foram guiadas por um compromisso com a sustentabilidade e pela adaptação às mudanças globais. "Após dois anos de intensas tratativas, temos hoje um texto moderno e equilibrado que reconhece as credenciais ambientais do Mercosul e reforça nosso compromisso com o Acordo de Paris. A integração fortalece nossas sociedades, moderniza nossas estruturas produtivas e promove nossa inserção mais competitiva no mundo", disse.

O presidente ainda fez questão de defender o setor agrícola e pecuário do Mercosul, em resposta a críticas recentes, como a polêmica envolvendo a decisão do Carrefour de suspender temporariamente a compra de carne do bloco. "Nossa pujança agrícola e pecuária nos torna garantes da segurança alimentar de vários países do mundo, atendendo a rigorosos padrões sanitários e ambientais. Não aceitaremos que tentem difamar a reconhecida qualidade e segurança de nossos produtos", declarou.

◉ Próximos passos e expansão internacional

Embora as negociações estejam formalmente concluídas, o acordo ainda enfrenta um processo de validação que inclui revisões legais, traduções e a ratificação pelos países do Mercosul e pelo Parlamento Europeu.

Além do pacto com a União Europeia, Lula destacou outros avanços na agenda externa do bloco. "Concluímos o acordo com Singapura, primeiro com país asiático. Hoje fechamos com o Panamá. Com os Emirados Árabes Unidos as negociações estão avançando rapidamente, sendo possível fechar ainda em 2025", revelou o presidente.

A Cúpula do Mercosul contou com a participação dos presidentes Javier Milei (Argentina), Santiago Peña (Paraguai), Luis Alberto Lacalle Pou (Uruguai) e Luis Arce (Bolívia), que destacaram a importância do tratado para impulsionar o desenvolvimento econômico da região.

O histórico acordo reafirma o papel do Mercosul como protagonista no cenário global e abre caminhos para novas parcerias comerciais, alinhadas à sustentabilidade e à competitividade.

Leia o discurso:

Cumprimento o Presidente Lacalle Pou pela organização desta Cúpula e pela condução dos trabalhos na presidência do MERCOSUL neste semestre.

Saúdo o companheiro Luis Arce, que representa a Bolívia, pela primeira vez, como Estado Parte do MERCOSUL.

Também dou as boas-vindas ao presidente José Raúl Molino, do Panamá, que passa a ser o primeiro Estado Associado do MERCOSUL na América Central.

É com satisfação que acolhemos entre nós a Presidenta da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen.

Exalto, de maneira muito especial, o povo uruguaio, pelas eleições que conduziram Yamandú Orsi à presidência da República.

Num contexto de fortes ataques à democracia em diversas partes do mundo, o Uruguai demonstra que a política pode ser feita sem ódio e violência.

Presidente Lacalle Pou,

Esta Cúpula tem um significado especial.

Ela marca a conclusão das negociações do Acordo MERCOSUL-União Europeia, no qual nossos países investiram enorme capital político e diplomático, por quase três décadas.

Estamos criando uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, reunindo mais de 700 milhões de pessoas.

Nossas economias, juntas, representam um PIB de 22 trilhões de dólares.

O Acordo que finalizamos hoje é bem diferente daquele anunciado em 2019.

As condições que herdamos eram inaceitáveis.

Foi preciso incorporar ao Acordo temas de alta relevância para o MERCOSUL.

Conseguimos preservar nossos interesses em compras governamentais, o que nos permitirá implementar políticas públicas em áreas como saúde, agricultura familiar e ciência e tecnologia.

Alongamos o calendário de abertura do nosso mercado automotivo, resguardando a capacidade de fomento do setor industrial.

Criamos mecanismos para evitar a retirada unilateral de concessões alcançadas na mesa de negociação.

Estamos assegurando novos mercados para nossas exportações e fortalecendo os fluxos de investimentos.

Após dois anos de intensas tratativas, temos hoje um texto moderno e equilibrado, que reconhece as credenciais ambientais do MERCOSUL e reforça nosso compromisso com os Acordos de Paris.

A realidade geopolítica e econômica global nos mostra que a integração fortalece nossas sociedades, moderniza nossas estruturas produtivas e promove nossa inserção mais competitiva no mundo.

Nossa agenda externa está reposicionando o MERCOSUL no comércio internacional.

No final de 2023, concluímos o acordo comercial com Singapura, o primeiro com um país asiático.

Hoje, também lançamos as bases para a futura liberalização comercial com o Panamá, por onde passam 6% do comércio mundial.

Com os Emirados Árabes Unidos, as negociações estão avançando rapidamente e devem ser concluídas ainda em 2025.

A possibilidade de ampliar a cooperação econômica e tecnológica com a China, Japão, Vietnã e outros mercados da Ásia resultará em benefícios para todos os membros do bloco.

Senhoras e senhores,

Com a entrada da Bolívia, o MERCOSUL se constitui na sétima economia do planeta, com um PIB combinado de quase 3 trilhões de dólares.

O comércio entre nós mobiliza a expressiva soma de 55 bilhões de dólares.

75% dessa cifra é de produtos de alto valor agregado.

Nossa pujança agrícola e pecuária nos torna garantes da segurança alimentar de vários países do mundo, atendendo a rigorosos padrões sanitários e ambientais.

Não aceitaremos que tentem difamar a reconhecida qualidade e segurança dos nossos produtos.

O MERCOSUL é um exemplo de que é possível conciliar desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental.

O Brasil vai propor o lançamento de um programa de cooperação para a agricultura de baixo carbono e promoção de exportações agrícolas sustentáveis, o "MERCOSUL Verde".

Nosso bloco tem uma oportunidade histórica de liderar a transição energética e enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

A exemplo do que ocorre com as inundações em várias regiões da Bolívia, todos já sofremos as consequências devastadoras de secas severas, incêndios e enchentes, com profundos impactos econômicos, sociais e humanos.

Alterações nos padrões de precipitação afetam a produção agrícola, os recursos hídricos e a biodiversidade em todos os biomas.

Os impasses verificados na COP 16 da Biodiversidade, em Cáli, e as dificuldades de se chegar a um texto de consenso na COP 29 do Clima, em Baku, acendem um alerta.

Não há alternativas ao planeta Terra.

O princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas” é essencial para promover a justiça climática.

Isso não impede que cada um de nós contribua, como pode, para a meta de limitar o aumento da temperatura global a um grau e meio.

O Brasil já apresentou sua nova Contribuição Nacionalmente Determinada, que abrange todos os gases de efeito estufa e setores econômicos.

Assumimos a meta ambiciosa para 2035 de reduzir emissões de 59 a 67% em relação a 2005.

O ano de 2025 será particularmente importante.

A América do Sul sediará a COP 30, em Belém do Pará, na Amazônia brasileira.

Com isso, nossa responsabilidade aumenta.

Convido os países do MERCOSUL e Associados e a União Europeia a apresentarem NDCs ambiciosas e a participarem ativamente nos esforços que levarão ao pleno êxito da COP 30.

Senhoras e senhores,

Um MERCOSUL forte e unido é um MERCOSUL interconectado com a América do Sul e com os grandes temas da agenda global.

Os projetos do FOCEM são estratégicos no esforço de redução das assimetrias e de maior aproximação entre nossos países.

Obtivemos este mês a aprovação, pelo Fundo, do financiamento do primeiro projeto brasileiro em 12 anos. O anel viário no município de Amambai, no Estado do Mato Grosso do Sul, vai estreitar os vínculos com o Paraguai.

O Brasil lançou o projeto “Rotas da Integração Sul-Americana”, com a previsão de investimentos em 190 obras no país e na região.

As rotas têm o papel de interiorizar o desenvolvimento e reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre o Brasil e seus vizinhos, ligando o Atlântico ao Pacífico.

Quero agradecer a todos os países membros do MERCOSUL por sua participação na Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro.

Tivemos apoio expressivo no lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

Nossa atuação conjunta foi fundamental para a aprovação de um Chamado à Ação para a Reforma da Governança Global.

É essencial corrigir a baixa representação da nossa região na ONU e nas organizações de Bretton Woods.

Caras amigas e amigos,

O MERCOSUL tem um elemento crucial que lhe dá força, para além de sua dimensão econômica e comercial: a sua gente.

Nossa tarefa é fazer com que a integração seja percebida como caminho eficaz para a conquista e efetivação de direitos.

Precisamos recuperar a participação social no bloco, que foi pioneiro na incorporação da sociedade civil nos debates governamentais.

Defendemos o fortalecimento do Instituto Social, bem como do Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos.

Esses órgãos não podem ter suas atividades estranguladas sob o pretexto de economia de recursos.

Promover a igualdade de gênero, o combate ao racismo, fomentar a educação e a justiça social não são gastos.

São investimentos no potencial humano dos nossos países.

Este é o modelo de integração que defendemos: orientado para a redução das desigualdades, dentro dos países e entre eles.

Indutor do crescimento sustentável, ao mesmo tempo em que é defensor dos direitos humanos e do Estado Democrático de Direito.

Um modelo que, diante de divergências e adversidades, fomenta o diálogo e a cooperação.

Foi nesse espírito que, há 33 anos, o pai do Presidente Lacalle Pou e os então presidentes do Brasil, da Argentina, e do Paraguai firmaram o Tratado de Assunção, que continua sendo instrumental para superar um passado de autoritarismo em nossa região.

A liberdade, em todas as suas manifestações, é componente essencial de uma democracia sadia.

Mas ela deve vir associada à proteção dos direitos e às liberdades de outros, e a da própria ordem política.

A democracia em sua plenitude é base para promover sociedades pacíficas, livres do medo e da violência.

Que tenhamos, no MERCOSUL, o senso de justiça e inclusão de Pepe Mujica.

Em um discurso histórico, na ONU, em 2013, ele disse e repito:

“Sou do Sul e venho do Sul a esta Assembleia. Carrego inequivocamente os milhões de compatriotas pobres, nas cidades, nos desertos, nas selvas, nos pampas, nas depressões da América Latina, pátria de todos que está se formando”.

Presidente Lacalle Pou,

Desejo-lhe felicidades em seus novos caminhos a partir do próximo mês de março.

Reitero as boas-vindas ao companheiro Orsi, assegurando que o Brasil continuará a caminhar lado a lado com o Uruguai.

Desejamos sucesso à presidência de turno argentina que se inicia agora.

O MERCOSUL é, e continuará sendo, componente central da inserção internacional do Brasil.

Contem conosco para fortalecê-lo ainda mais.

Muito obrigado.

Fonte: Brasil 247

“Lula é o maior líder político do mundo”, diz Pimenta após assinatura de acordo entre UE e Mercosul

O presidente teve papel fundamental nas negociações que culminaram na assinatura do acordo comercial

Lula e Paulo Pimenta (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta (PT), enalteceu a assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, confirmado nesta sexta-feira (6). A conclusão do pacto ocorre após 25 anos de negociações, e teve seu processo final capitaneado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) .

Segundo Pimenta, a conclusão do acordo é a prova da liderança mundial do presidente brasileiro. “Hoje é mais um daqueles dias em que o mundo reconhece a grandeza da liderança do presidente Lula: depois de 25 anos de espera, Mercosul e União Europeia finalmente anunciaram um acordo comercial. Não há dúvidas de que Lula é o maior líder político do mundo”, escreveu em suas redes sociais.

O ministro destacou a mudança na política externa brasileira após o início do governo Lula,em 2023. “Em apenas 2 anos, ele resgatou o Brasil da condição de pária internacional para ser um dos países que mais crescem e recebem investimentos estrangeiros do mundo, conseguiu aprovar uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e agora, junto com líderes do Mercosul e União Europeia, conquista o que parecia impossível: o maior acordo comercial do planeta. Serão 780 milhões de pessoas beneficiadas e vai fazer nosso país crescer ainda mais”, comemorou.

Pimenta completou afirmando que a assinatura do acordo comercial representa a união, em um momento em que eclodem guerras e conflitos pelo mundo. “Enquanto boa parte do mundo caminha para a escuridão da guerra, Lula mostra que é possível construir pontes ao invés de muros”, afirmou.

 

Fonte: Brasil 247

Mercosul e União Europeia anunciam assinatura de acordo comercial

Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a assinatura do acordo tem um grande peso político

Javier Milei, Luis Lacalle Pou, Ursula von der Leyen, Lula e Santiago Peña (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta sexta-feira a conclusão do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, informa O Globo. Após anos de negociações, o pacto estabelecerá uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, abrangendo mais de 700 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de US$22,3 trilhões.

“Quero parabenizar os negociadores pela determinação. Trabalharam de forma incansável durante anos em prol de um acordo ambicioso e equilibrado, e tiveram sucesso. O laço entre a Europa e os países do Mercosul é realmente um dos mais fortes do mundo. É um laço que se ancora na confiança, atravessado por uma herança compartilhada com séculos de aprendizagem mútua”, disse Ursula.

Ela completou afirmando que o acordo, além do peso econômico, tem um grande peso político. “Hoje estamos tornando a missão em uma realidade. Estamos estabelecendo essa aliança como nunca antes. Estamos enviando uma mensagem clara e poderosa para o mundo. [...] O acordo não é apenas necessidade econômica. É necessidade política”, afirmou.

A conclusão do acordo é vista como um “gol de placa” para a diplomacia brasileira. O pacto tem o potencial de fortalecer as relações comerciais e atrair novos investimentos ao Brasil e aos demais países do Mercosul. A expectativa é de que o acordo abra oportunidades de comércio e investimentos sem comprometer a capacidade para a implementação de políticas públicas em áreas cruciais como saúde, desenvolvimento industrial e inovação.

O anúncio da conclusão das negociações culmina processo iniciado em 2023, quando o Mercosul, sob a coordenação brasileira, e a União Europeia retomaram as tratativas birregionais. Nesses dois anos, foram realizadas, ao total, sete rodadas de negociações presenciais entre os dois blocos, todas em Brasília.

Segundo o governo brasileiro, o texto assinado hoje assegura a preservação de espaço para políticas públicas em compromissos sobre compras governamentais, comércio no setor automotivo e exportação de minerais críticos. O acordo também oferece mecanismos para lidar com eventuais impactos negativos de medidas unilaterais que possam afetar as exportações do Mercosul. Os dois blocos acordaram compromissos em matéria de desenvolvimento sustentável que adotam abordagem colaborativa e equilibrada, reconhecendo que os desafios nessa área são comuns e devem ser enfrentados de forma cooperativa.

 

Fonte: Brasil 247

PM que matou jovem negro com 11 tiros em supermercado de SP é preso

Decisão judicial destaca a gravidade do caso e histórico de mortes atribuídas ao policial militar

(Foto: Reprodução)

 O soldado da Polícia Militar Vinícius de Lima Britto, filmado matando Gabriel Renan da Silva Soares com 11 tiros nas costas em um estabelecimento na zona sul de São Paulo, foi transferido para o presídio Romão Gomes na noite desta quinta-feira (5). A decisão de prisão foi proferida pela juíza Michelle Porto de Medeiros e divulgada pelo UOL. O caso ganhou repercussão nacional após as imagens do crime circularem amplamente nas redes sociais.

Gabriel, um jovem negro de 19 anos, havia furtado itens de limpeza no local antes de ser alvejado pelo PM. A magistrada considerou que a prisão é necessária "para a garantia da ordem pública e conveniente à instrução processual", dado o contexto de influência e poder que agentes de segurança pública detêm. Segundo o Ministério Público, Britto já é investigado por outras três mortes ocorridas em um período de dez meses.

"Indicativa de periculosidade do agente"

O processo inclui imagens, fotografias e depoimentos que comprovam a materialidade do crime, segundo a juíza. Ela destacou a quantidade de disparos realizados pelo PM. "Foram 11 tiros", escreveu Medeiros, pontuando que isso é um indicativo de perigo representado pelo soldado. Apesar de uma testemunha e do próprio agente terem alegado legítima defesa, a magistrada ressaltou que essa alegação será examinada no decorrer da instrução processual.

O MP também apontou que Vinícius Britto possui um histórico preocupante em sua curta carreira policial. "Três mortes em dez meses mostram um padrão de comportamento que não pode ser ignorado", afirmou o órgão em seu parecer, favorável à prisão preventiva.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Câmara adota novas regras de segurança após atentado em Brasília

A partir da próxima semana, os deputados precisarão avisar a segurança que irão receber visitas

Brasília (DF) 14/11/2024 - Policiais periciando o corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, antes dele ser retirado da frente do STF. Segundo a Polícia Civil do DF, Francisco foi autor das explosões ocorridas na quarta-feira (13/11/24) na Praça dos Três Poderes (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A Câmara dos Deputados vai aumentar o esquema de segurança para quem acessa o Anexo 4, onde ficam os gabinetes dos parlamentares, a partir da semana que vem, informa a jornalista Camila Bomfim, do G1. A medida é uma resposta à insegurança gerada pelo ataque à bomba contra o Supremo Tribunal Federal (STF) no mês passado. Imagens mostram que Francisco Wanderley Luiz, autor do atentado, circulou na Câmara dos Deputados horas antes do ocorrido.

A partir da próxima semana, os deputados precisarão avisar a segurança que irão receber visitas. Os convidados receberão um QR code para ter acesso. QUem não tiver o recurso, precisará passar por uma inspeção mais rigorosa, que será feita com novos equipamentos para a detecção de objetos estranhos. O processo será coordenado pelo Departamento de Polícia Legislativa (Depol), que deslocará servidores para o cumprimento das tarefas.

Após os ataques golpistas de 8 de janeiro e o atentado contra o STF, os deputados têm relatado desconfiança com brindes, cortesias e até alimentos que recebem. Ao mesmo tempo, alguns parlamentares chegam com grupos de pessoas e pedem para que ninguém seja barrado, aumentando o receio no ambiente.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Gleisi: “jornalões só ouvem a gritaria dos especuladores”

Presidente do PT ressaltou que setores da imprensa comercial ignoram análises que indicam que "o Brasil continua muito atrativo para investimentos"

Gleisi Hoffmann (Foto: Lula Marques/ABr)

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann, criticou a cobertura da imprensa brasileira em relação à economia. A declaração foi feita em suas redes sociais, onde Gleisi destacou a ausência de reportagens sobre uma entrevista concedida por Axel Christensen, estrategista-chefe da BlackRock, maior fundo de investimentos do mundo, ao site especializado Bloomberg Línea.

Segundo a líder petista, Christensen afirmou que “o Brasil continua muito atrativo para investimentos”, com uma situação fiscal que não preocupa quem olha além do curto prazo. Ele também teria apontado que o país pode se beneficiar tanto na disputa comercial entre China e Estados Unidos quanto em outros cenários globais.

“Não vi uma linha nos jornalões brasileiros sobre a entrevista de Axel Christensen (...). Não foi nenhum político do PT, nenhum economista de esquerda, nenhum ex-ministro de nossos governos: foi o maior investidor do planeta, gestor de US$ 11,5 trilhões, quem disse isso. Mas nossa mídia só ouve a gritaria dos especuladores”, destacou Gleisi, em tom de crítica.

Reflexão sobre o papel da mídia

Gleisi chamou a atenção para o que considera um desequilíbrio na cobertura jornalística, alegando que os veículos de comunicação priorizam visões pessimistas ou alarmistas, ignorando análises otimistas vindas de fontes respeitadas no mercado financeiro global. A BlackRock, que administra um portfólio estimado em US$ 11,5 trilhões, tem influência significativa no cenário internacional, o que dá ainda mais peso às observações de Christensen.

A presidente do PT aproveitou para reforçar a importância de um debate econômico mais amplo e baseado em dados concretos. Para ela, a narrativa predominante na imprensa comercial tende a ser moldada por interesses de curto prazo, frequentemente alinhados aos especuladores do mercado financeiro.

A crítica também sugere que a imprensa brasileira poderia desempenhar um papel mais informativo, levando ao público análises que mostrem o potencial econômico do país, especialmente em um contexto de desafios e oportunidades no cenário global.

Gleisi finalizou suas declarações defendendo que o Brasil tem perspectivas promissoras, quando observado com uma visão de longo prazo, e que é essencial romper com discursos alarmistas.

Fonte: Brasil 247