quinta-feira, 14 de novembro de 2024

“Não é um fato isolado”, diz diretor da PF sobre atentado terrorista em Brasília


Terrorista lançou explosivos contra estátua em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, afirmou que o atentado terrorista desta quarta (13) na Praça dos Três Poderes, em Brasília, não foi um caso “isolado”. Ele diz que Francisco Wanderley, o Tiu França, agiu sozinho, mas que há indícios de conexão com outras ações.

“Esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica. Não só a Polícia Federal, mas todo o sistema da Justiça Federal. Entendemos que o episódio de ontem não é um fato isolado, mas conectado com várias outras ações”, avalia.

A PF e o Supremo Tribunal Federal (STF) vão assumir as apurações sobre o caso, inicialmente investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal. O diretor da corporação diz que o inquérito trata o caso como ato terrorista e atentado ao Estado Democrático de Direito.

“Determinei a instauração do inquérito policial e o encaminhamento para a Suprema Corte em razão das hipóteses iniciais de atos que atentam contra o Estado Democrático de Direito. E também, de atos terroristas”, prosseguiu.

Fonte: DCM

Assista ao momento exato em que terrorista bolsonarista se explode ao tentar atacar o STF (vídeo)

O conteúdo a seguir contém cenas gráficas que podem ser perturbadoras para alguns leitores. Recomenda-se cautela e discrição

Terrorista bolsonarista se mata na Praça dos Três Poderes, Brasília-DF (Foto: Reprodução/X)

Imagens das câmeras de segurança da Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), registraram o exato momento em que um terrorista bolsonarista tentou explodir o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e acabou se explodindo. No vídeo, o homem lança um artefato explosivo contra o edifício e, em seguida, se deita no chão com os materiais detonadores posicionados sob sua cabeça, que explode. O ataque ocorreu no início da noite de quarta-feira (13). Veja:

Os estrondos das explosões foram ouvidos ao final da sessão que ocorria no plenário do STF e os ministros da Corte foram retirados do local em segurança. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Palácio do Planalto no momento do ocorrido; ele deixou o local por volta das 17h30.

A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar o caso. Os peritos criminais vão investigar as explosões com estratégia semelhante à reconstrução de cenário na identificação dos crimes de 8 de janeiro do ano passado, quando os prédios do Três Poderes sofreram ataques golpistas por parte de bolsonaristas terroristas. 

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Brasil

'A democracia brasileira não se abala', garante Cármen Lúcia após atentado ao STF


Presidindo o TSE, ministra repercutiu o atentado a bomba ocorrido na noite de quarta-feira em frente ao Supremo

(Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Na abertura da sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (14), a ministra Cármen Lúcia, presidente da Corte Eleitoral, abordou o atentado que abalou a Praça dos Três Poderes na noite anterior, ao reiterar o compromisso das instituições em preservar a estabilidade democrática no Brasil. “Às vésperas da data da comemoração da Proclamação da República, o Brasil foi dormir preocupado com os acontecimentos que tiveram lugar especialmente na Praça dos Três Poderes e nas imediações do Supremo Tribunal Federal. [...] O Brasil foi dormir preocupado. Nós, cidadãs e cidadãos brasileiros, acordarmos ocupados em manter as nossas funções para a garantia de continuidade estável, segura e contínua das instituições democráticas”, declarou a ministra, sublinhando o papel do Judiciário em sustentar a democracia mesmo diante de atos violentos.

O episódio envolveu Francisco Wanderley Luiz, conhecido como "Tiu França" nas redes sociais, que detonou explosivos em duas localidades próximas ao STF e à Câmara dos Deputados. Wanderley Luiz, ex-candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul (SC), teve uma campanha eleitoral sem sucesso em 2020 e foi o responsável por explosões que chocaram Brasília na noite de quarta-feira (13). De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Civil do Distrito Federal, ele utilizou um carro que explodiu próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados, e posteriormente, desencadeou um segundo incidente na Praça dos Três Poderes, onde acabou morto.

Relatos policiais indicam que ele se posicionou em frente ao prédio do STF e, ao exibir objetos suspeitos, incluindo um dispositivo que lembrava um relógio digital, gerou alarme entre os seguranças. Segundo o depoimento registrado no boletim de ocorrência, o homem chegou a deitar no chão e acionou um último artefato, que resultou em sua morte.

Na sequência dos ataques, a Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Distrito Federal deram início a investigações para esclarecer as motivações e eventuais conexões com outros grupos ou indivíduos. O atentado, ocorrido próximo a um dos mais importantes símbolos da democracia brasileira, reforçou a necessidade de medidas para conter o extremismo político que tem ganhado espaço no país.

Na fala da ministra Cármen Lúcia, a resposta ao ataque foi clara: a Justiça brasileira permanece comprometida em seu papel, independentemente de ameaças. “A nós, servidoras e servidores do Judiciário, especialmente, compete continuar nos exercícios das nossas funções para que brasileiras e brasileiros continuem a ir dormir sem preocupação”, afirmou. Ela ainda destacou que “graves acontecimentos não comprometem o que é muito mais sério e de nossa responsabilidade, que é trabalhar para que a democracia brasileira se sustente, como vem se sustentando, sem qualquer tipo de adversação que possa, de alguma forma, abalar a sua estrutura e dinâmica”.

“As brasileiras e os brasileiros sabem que eventos como o que aconteceram ontem terão a necessária investigação, os procedimentos necessários, aperfeiçoamentos necessários, mas em nada altera o nosso dia a dia”, concluiu Cármen Lúcia, reafirmando que o trabalho da Justiça seguirá com “tranquilidade, destemor e, principalmente, comprometimento com a democracia brasileira”.

Fonte: Brasil 247

Líder do PCdoB na Câmara condena ataque ao STF e diz que bolsonarismo estimula terrorismo

“Quem todos os dias ataca as instituições e faz pregação de ódio é cúmplice de atos absurdos como o de ontem”, critica Márcio Jerry

Márcio Jerry (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

O líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, deputado federal Márcio Jerry (MA), condenou veementemente o ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) ocorrido na quarta-feira (13), atribuindo o episódio a um clima de violência e ódio promovido por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).

Em sua declaração, o deputado relembrou incidentes recentes que, segundo ele, exemplificam uma escalada de ações terroristas. “Bolsonaristas tentaram explodir um caminhão com combustível próximo ao aeroporto de Brasília em dezembro de 2022; atacaram os prédios do Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023; e agora explodiram bombas em frente ao STF”, afirmou Jerry, ressaltando a continuidade desses ataques às instituições democráticas.

Para o parlamentar, os atos são resultados diretos de um discurso de ódio e hostilidade contra as instituições, algo que o bolsonarismo fomentou em escala nacional nos últimos anos. “Quem todos os dias ataca as instituições e faz pregação de ódio é cúmplice de atos absurdos como o de ontem”, criticou Jerry.

A escalada de violência e as constantes ameaças à democracia, segundo Márcio Jerry, demandam uma resposta firme das autoridades e o fortalecimento das instituições para proteger o Estado Democrático de Direito. Ele foi um dos parlamentares a unirem-se em torno da defesa da democracia logo após o atentado que deixou um morto em Brasília.

Fonte: Brasil 247

"Estão querendo juntar com 8 de janeiro, não tem nada a ver", diz Valdemar Costa Neto sobre atentado em Brasília


Francisco Wanderley Luiz, autor da tentativa de atentado contra o STF, foi candidato a vereador pelo PL, partido liderado por Valdemar Costa Neto

O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto (Foto: Jose Cruz/Agencia Brasil)

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou à CNN Brasil que Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em 2020 e apontado que morreu ao tentar realizar um atentado a bomba contra o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta quarta-feira (13), não era conhecido pela cúpula do partido e que suas ações não têm relação com os atos golpistas de 8 de janeiro do ano passado.

"Não conhecemos a pessoa. Ele foi candidato nosso em 2020. Estão querendo juntar com 8 de janeiro, não tem nada a ver. O Bolsonaro [Jair Bolsonaro] nem estava em 2020 no PL", declarou Costa Neto. Mais cedo, Bolsonaro também tentou se distanciar do caso e classificou o ataque como um “triste episódio” e um “fato isolado”, além de enfatizar a necessidade de “reflexão” e condenar “o uso de violência como meio de confronto de ideias”.

Além de ser filiado ao PL, Francisco Wanderley Luiz também participou de manifestações golpistas após a derrota de Jair Bolsonaro no pleito de 2022 e usava as redes sociais para manifestar o seu extremismo. Nos dias que antecederam o incidente, publicou mensagens enigmáticas, incluindo alertas à Polícia Federal para "desarmar a bomba" e ameaças a políticos e autoridades.

Ainda conforme a CNN, no dia do ocorrido, Francisco visitou o deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) na Câmara dos Deputados. Goetten, que foi filiado ao PL até o início deste ano, confirmou o encontro, mas não forneceu detalhes adicionais sobre a conversa. O parlamentar disse conhecer o extremista desde a juventude e que ele teria apresentado "sérios problemas mentais" após o divórcio. Goetten é do município de de Rio do Sul (SC), mesma cidade do autor do atentado.

As explosões da noite de quarta-feira ocorreram nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF), levando à evacuação de ministros, servidores e colaboradores por motivos de segurança. A área foi isolada, e equipes especializadas foram acionadas para investigar o incidente.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Nas redes sociais, homem-bomba de Brasília convocava militares para "revolução": "te levanta caserna!"

Francisco Wanderley Luiz incitou militares a dar um golpe de Estado e escolheu data próxima à Proclamação da República para realizar o ataque

(Foto: ABr)

 Francisco Wanderley Luiz, o homem-bomba que morreu ao realizar um atentado na noite desta quarta-feira (13) contra o Supremo Tribunal Federal (STF), incitou militares e escolheu data próxima à Proclamação da República para o ataque. Segundo a coluna da jornalista Malu Gaspar, de O Globo, as mensagens chamam a atenção da Polícia Federal para possíveis conexões golpistas.

Segundo a reportagem, Francisco já vinha manifestando nas redes sociais ideais golpistas e conclamando apoio militar para uma “revolução”o. Nas postagens, ele chamou militares a se unirem a sua “causa”, destacando que “as armas pesadas estão nas mãos das gazelas saltitantes”. Em um dos textos, ainda incitou diretamente: “Soldado, mostra teu valor!”, acrescentando emojis de caveira.

Os investigadores da Polícia Federal analisam as publicações e levantam possíveis vínculos do homem-bomba com grupos de militares e com o movimento que buscou realizar um atentado ao aeroporto de Brasília, além das invasões às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro do ano passado. No texto, Francisco também sugeriu uma “data especial” para o início da “revolução”.

“Sugiro a vocês uma data especial para iniciar uma revolução: 15/11/2024. Após este grande acontecimento, vocês poderão comemorar a verdadeira proclamação da República!!!”, disse o extremista. Mais à frente, ele destacou que “os planos estão na reta final” e que “o jogo acaba em 16/11/2024. Boa sorte!”.

“Generais (Freire Gomes) e (Tomás Paiva). Se por acaso for decretado Estado de Sítio, sugiro a vocês que fiquem do lado do povo; Do contrário, a inteligência vai entrar em ação; E esse caso eu só lamento por vocês”, escreveu o homem-bomba em outra postagem.

Francisco chegou a visitar o STF em agosto deste ano, meses antes do ataque, quando fotografou o plenário e comentou: “Deixaram a raposa entrar dentro do galinheiro… ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo”. Na quarta-feira, ele tentou acessar o STF, mas foi barrado pelos seguranças, o que o levou a acionar os explosivos perto da estátua da Justiça. Após o atentado, que também tirou sua vida, o perfil de Francisco foi retirado do ar pelo Facebook.

A ex-esposa de Francisco relatou que ele participava de acampamentos golpistas em frente a quartéis em Santa Catarina, onde exaltava símbolos nacionais e fantasias militares. Agora, a Polícia Federal intensifica as buscas por dispositivos eletrônicos e por possíveis financiadores da ação.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

"Punir os mandantes do 8 de janeiro é a prioridade das prioridades para a paz no Brasil", diz Gleisi após atentado

Presidente do PT ainda alertou contra a tentativa de “normalização” da extrema direita: "com a extrema direita não se brinca, diante dela não se vacila"



Após o atentado que abalou Brasília na noite de quarta-feira (13), Gleisi Hoffmann, presidente do PT, reafirmou a necessidade urgente de processar e punir os responsáveis pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Gleisi ressaltou que essa punição é essencial para preservar a democracia e garantir a paz no país. “O atentado de ontem em Brasília confirma que é imprescindível processar e punir todos os envolvidos no 8 de Janeiro, como disse hoje o ministro Alexandre de Moraes. A começar pelos mandantes e pelo chefe de todos, que é o maior inspirador do terrorismo da extrema direita”, afirmou, em referência a Jair Bolsonaro (PL), apesar de não citá-lo.

A declaração da deputada federal veio em meio à tensão e ao choque causados pelo episódio de terrorismo político. Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França”, foi autor de explosões que ocorreram no coração de Brasília, próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados e, posteriormente, na Praça dos Três Poderes.

● Aumento do extremismo e o risco de “normalização” - A fala de Gleisi Hoffmann destaca a gravidade dos riscos de uma "normalização" da extrema direita no Brasil, referindo-se a movimentos que, segundo ela, tentam apagar o impacto e o terror dos atos de janeiro de 2023, entre outros. Para Gleisi, o crescente discurso permissivo em relação a figuras de extrema direita e a falta de punições eficazes para os responsáveis pelas ações terroristas e golpistas abrem caminho para mais ameaças à democracia e à estabilidade nacional. “Quase dois anos depois dos acampamentos nos quartéis, da invasão da Polícia Federal, da bomba plantada no aeroporto de Brasília e da invasão dos Três Poderes, vemos crescer um perigoso movimento para ‘normalizar’ a extrema direita, como se quisessem apagar da memória do país o terror e a violência que perpetraram”, afirmou.

● Apelo por justiça e condenação - Gleisi ainda enfatizou que o Brasil deve manter o foco na justiça e na responsabilização dos líderes envolvidos nos atos do 8 de janeiro. “São os golpistas ainda livres ou foragidos, que mentem, atacam e debocham das instituições na mídia e nas redes; é a tramitação no Congresso do projeto de anistia aos golpistas e seus chefes”, afirmou.

Para Gleisi, a defesa da paz e da democracia passa pela responsabilização completa dos envolvidos: “ou a democracia mostra sua força, com punições pedagógicas no rigor da lei, ou a extrema direita vai continuar nos ameaçando e aterrorizando". Ela também enfatizou que, diante dos atos da extrema direita, não se deve “vacilar” e sim agir com rigor. “Punição para todos os golpistas e seus chefes! Sem anistia!”.

Fonte: Brasil 247

PF aponta "plano de longo prazo" em ataque à sede do STF em Brasília e vê possível relação com grupos extremistas

“O episódio de ontem é conectado a outras ações que a PF tem investigado recentemente”, disse Andrei Rodrigues

Delegado Andrei Passos será o diretor-geral da Polícia Federal (Foto: ABR | Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados)

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou durante entrevista nesta quinta-feira (14) que “há indícios de planejamento de longo prazo” no atentado conduzido por Francisco Wanderley Luiz em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de quarta-feira (13).

Segundo Rodrigues, o suspeito - que faleceu durante o ataque - já esteve em Brasília em outras ocasiões, inclusive no início de 2023, e embora ainda não se tenha confirmado sua participação nos atos de 8 de janeiro, o caso não é tratado como “um fato isolado”.

A investigação, liderada pela unidade de antiterrorismo da PF, revelou que Francisco alugou uma casa em Ceilândia, no entorno de Brasília, onde foram encontradas mensagens nas paredes e espelhos que faziam menção ao vandalismo ocorrido no dia 8 de janeiro na Estátua da Justiça.

“Esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica”, destacou Rodrigues. “O episódio de ontem é conectado a outras ações que a PF tem investigado recentemente”, observou.

Entre os itens encontrados com o suspeito, estavam explosivos de fabricação artesanal, identificados como “artefatos de fragmentação” que simulavam granadas, com um potencial destrutivo significativo. Além disso, Rodrigues detalhou que Francisco carregava um extintor de incêndio modificado com gasolina, simulando um lança-chamas, e mantinha fogos de artifício no porta-malas do veículo.

Fonte: Brasil 247

Moraes diz que origem de atentado está no "gabinete do ódio"

Ministro descartou anistia a criminosos

Brasília (DF) 13/11/2024 - Foto tirada na sessão da Primeira Turma do STF - 12/11/2024
Ministro Alexandre de Moraes durante a sessão da Primeira Turma do STF.
Foto: Gustavo Moreno/STF
© Gustavo Moreno/STF

O atentado cometido na noite de quarta-feira (13) nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) teve como fonte de estímulo, segundo o ministro Alexandre de Moraes, a polarização política instalada no país nos últimos anos e o "gabinete do ódio", montado durante o governo de Jair Bolsonaro.

“O que o ocorreu ontem não é fato isolado do contexto. Queira Deus que seja um ato isolado, mas, no contexto, é algo que se iniciou lá atrás, com o famoso gabinete do ódio destilando discursos de ódio contra instituições, Judiciário e, principalmente, o STF. Contra as pessoas dos ministros do STF e os familiares de cada um dos seus ministros. Isso foi se avolumando, agigantando, aumentando o descrédito nas instituições, resultando no 8 de janeiro”, disse o ministro.

O "gabinete do ódio" citado por Moraes é o nome dado ao núcleo de auxiliares e assessores de Bolsonaro que, segundo as investigações da Polícia Federal, teria o objetivo de espalhar notícias falsas e ataques a adversários durante a gestão do ex-presidente.

De acordo com Moraes, o atentado a bomba cometido pelo ex-candidato pelo PL ao cargo de vereador do município de Rio do Sul (SC) Francisco Wanderley Luiz (Tiu França) reforça a necessidade de eliminar qualquer possibilidade de anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes, bem como a necessidade de regulamentação das redes sociais.

As afirmações foram feitas nesta quinta-feira (14) durante uma sessão ordinária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo o ministro, é também necessária a união de todas autoridades não apenas em defesa da democracia, mas pela responsabilização total de todos aqueles que atentaram contra a democracia.

A impunidade destes gera eventos como o de ontem. A impunidade vai gerar mais impunidade, disse.

Sem anistia

Moraes acrescentou que o atentado foi uma demonstração de que a pacificação do país só será possível a partir da responsabilização de todos os criminosos e que, portanto, não há possibilidade de pacificação com anistia.

“Todos sabem que criminoso anistiado é criminoso impune e que a impunidade vai gerar mais criminalidade, como ocorreu ontem com uma tentativa de explodir o STF. Várias pessoas foram instigadas a agredir e atacar [as instituições], a tal ponto que hoje se utilizam bombas para isso. Tirando o 8 de janeiro, talvez este seja o atentado mais grave contra o STF”, acrescentou ao afirmar que a intenção inicial de Francisco Wanderley Luiz era a de explodir o artefato no interior do tribunal.

Regulamentação das redes sociais

Moraes defendeu também a regulamentação das redes sociais.

“Não se pode ter esse envenenamento constante feito pelas redes sociais, para podermos pacificar o país, sem criminosos atentando contra a democracia”.

O ministro reiterou que muitas das pessoas manipuladas distorcem o conceito de liberdade de expressão, estimuladas por motivações políticas, e que cometem crimes a partir disso.


Em nenhum lugar do mundo ameaçar, coagir é liberdade de expressão

Fonte: Agência Brasil


Brasil enfrenta Venezuela pelas Eliminatórias para a Copa de 2026

Jogo será disputado a partir das 18h desta quarta-feira (13)

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© Vitor Silva/CBF/Direitos Reservados

Buscando a terceira vitória consecutiva nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, o Brasil mede forças com a Venezuela, a partir das 18h (horário de Brasília) desta quarta-feira (13) no estádio Monumental de Maturín, pela 11ª rodada da competição.

Atualmente na 4ª posição da classificação com 16 pontos, a equipe comandada pelo técnico Dorival Júnior tem boas oportunidades de encerrar a Data Fifa na vice-liderança das Eliminatórias. Para isto basta vencer seus compromissos e torcer por tropeços da vice-líder Colômbia e do 3º colocado Uruguai. Colombianos e uruguaios se enfrentam na próxima sexta-feira (15), além disso a seleção Celeste mede forças com o time brasileiro na próxima terça-feira (19) em Salvador.

Diante da Venezuela a seleção brasileira tem um desfalque importante, o atacante Rodrygo, que foi cortado após sofrer uma lesão muscular na coxa direita no último sábado (9) enquanto defendia o Real Madrid (Espanha). Desta forma, quem ganha a vaga é Vinicius Júnior.

“Está mantida a equipe que iniciou a partida anterior com a entrada de Vinicius Júnior no lugar de Rodrygo. Já tinha a ideia da repetição. Não tive dúvidas em momento algum. Eu conto com todos eles, são jogadores de muito bom nível, que merecem respeito e terão oportunidades”, declarou o técnico Dorival Júnior em entrevista coletiva.

Desta forma, o Brasil deve iniciar a partida com: Ederson; Vanderson, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner; Bruno Guimarães e Gerson; Savinho, Raphinha e Vinicius Júnior; Igor Jesus.

Na conversa com a imprensa o comandante da seleção brasileira revelou que não espera facilidades diante da Venezuela (que ocupa a 8ª colocação com 11 pontos): “O futebol venezuelano tem crescido muito nos últimos anos, com valores espalhados por clubes de todo o mundo. Eles estão invictos há cinco jogos, em casa, pelas Eliminatórias. Diante de seus torcedores, empataram com Uruguai e Argentina. Não vai ser jogo simples. Esqueçam o que foi a Venezuela e a Bolívia no futebol sul-americano anos atrás. Mudou tudo. Apesar disso, tenho convicção de que vamos fazer dois grandes jogos [referindo-se também ao próximo compromisso do Brasil na competição, contra o Uruguai]”.

Entre os fatores que explicam o bom momento vivido pela seleção da Venezuela estão os bons valores individuais que surgiram nos últimos anos. Dois deles atuam no futebol brasileiro, os meio-campistas Soteldo, do Grêmio, e Savarino, do Botafogo. Porém, apenas o jogador do Alvinegro de General Severiano deve iniciar na equipe titular, que deve ser formada por: Romo; Aramburu, Ángel, Ferraresi e Navarro; Martínez, Cásseres e Herrera; Savarino, Machís e Rondón.

Fonte: Agência Brasil

Em nome de Santa Catarina, Décio Lima pede desculpas ao Brasil após atentado em Brasília (vídeo)


Francisco Wanderley Luiz, o “Tiu França”, autor das explosões na Praça dos Três Poderes, era natural de Rio do Sul (SC)

Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional (Foto: Divulgação )

O presidente do Sebrae, Décio Lima, manifestou-se nesta quinta-feira (14) com um pedido público de desculpas ao Brasil, em nome de Santa Catarina, após os atentados realizados em Brasília por Francisco Wanderley Luiz, conhecido como "Tiu França". Wanderley Luiz, natural de Rio do Sul, em Santa Catarina, foi o responsável pelas explosões que abalaram a Praça dos Três Poderes e causaram grande comoção. Décio Lima lamentou os ataques e afirmou que as ações do terrorista não representam o caráter pacífico e solidário dos catarinenses.

“Peço desculpas ao povo brasileiro pelo momento que estamos vivendo. Voltamos de uma missão importante sobre sustentabilidade e acompanhamos os tristes episódios em Brasília, que não representam o verdadeiro espírito do nosso povo", declarou Lima. Ele frisou que Santa Catarina, a terra de Madre Paulina, a primeira santa brasileira, é composta por "pessoas de fé, amor e solidariedade" e que o estado "não é movido pelo ódio, raiva ou terrorismo".

Explosões e investigação policial - O incidente teve início na noite de quinta-feira (13), quando dois artefatos explodiram nas proximidades da Praça dos Três Poderes, no centro de Brasília. A Polícia Civil do Distrito Federal, que assumiu a investigação, identificou Francisco Wanderley Luiz como o proprietário do carro usado na primeira explosão, que ocorreu perto do Anexo IV da Câmara dos Deputados. Luiz, que morreu em um segundo incidente, posicionou-se cerca de 500 metros adiante, na praça, onde detonou outro explosivo.

Relatos policiais e testemunhas revelam que o autor se aproximou da estátua em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), retirou objetos suspeitos de uma mochila e, em um ato que despertou suspeitas dos seguranças do tribunal, abriu a camisa e exibiu um dispositivo semelhante a um relógio digital, sugerindo tratar-se de uma bomba. Segundo os agentes de segurança, ele deitou-se no chão, acendeu o artefato e aguardou a explosão.

Histórico e suspeitas de extremismo - Ex-candidato a vereador em Rio do Sul pelo PL, Luiz concorreu às eleições municipais em 2020, mas obteve apenas 98 votos. À época, declarou um patrimônio de R$ 263 mil, incluindo veículos e uma propriedade residencial. Recentemente, ele alugou uma residência em Ceilândia, no Distrito Federal, onde sua carteira de habilitação foi encontrada durante uma operação de busca.

As autoridades continuam apurando os detalhes do ataque e investigando se houve colaboração de terceiros ou um planejamento coordenado. Tanto a Polícia Federal (PF) quanto a Polícia Civil do Distrito Federal mantêm inquéritos abertos sobre o caso.

O presidente do Sebrae, em sua manifestação, reforçou o compromisso com a paz e a democracia. "Santa Catarina é, na sua essência, um estado de pessoas que acreditam no amor e na democracia. É tempo de reflexão, de construir um futuro justo e de dar um basta no ódio e na violência", concluiu Lima.

Fonte: Brasil 247

Polícia Federal encontra trailer com explosivos de suspeito após explosões em Brasília

Veículo estava trancado e teve que ser removido para uma área segura, onde foi aberto com a detonação controlada de uma bomba

Viaturas policiais em frente ao Supremo Tribunal Federal após explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília 13/11/2024 (Foto: REUTERS/Tom Molina)

A varredura realizada por agentes da Polícia Federal e da Polícia Civil após um homem, identificado como Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França”, lançar explosivos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) , em Brasília, encontraram um trailer contendo mais artefatos explosivos. Segundo a coluna da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, o veículo, pertencente ao suspeito, estava trancado e teve que ser removido para uma área segura, onde foi aberto com a detonação controlada de uma bomba.

De acordo com informações obtidas pela Polícia Federal, o suspeito teria transportado o trailer de Santa Catarina até Brasília, o que evidencia o planejamento meticuloso do atentado. Testemunhas relataram ter visto Francisco próximo ao STF, minutos antes de lançar os explosivos. Após a detonação, a praça foi imediatamente isolada, medida que permanece em vigor nesta quinta-feira (14) para garantir a segurança no local.

Além do trailer, uma busca na residência alugada por Francisco em Ceilândia, cidade satélite do Distrito Federal, revelou a presença de outros explosivos e materiais utilizados na fabricação de artefatos caseiros.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Homem-bomba que se explodiu em frente ao STF tinha histórico de infrações na Justiça, incluindo violência doméstica

Francisco Wanderley Luiz também foi processado por descumprimento de medidas sanitárias e perturbação do sossego

Francisco Wanderley Luiz (Foto: X)

Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, autor da tentativa de atentado a bomba contra o Supremo Tribunal Federal (STF) que resultou em sua própria morte, na noite desta quarta-feira (13), acumulava uma ficha criminal que inclui infrações por descumprimento de medidas sanitárias, perturbação do sossego e violência doméstica, destaca o jornal O Globo.

Em 2022, de acordo com a reportagem, Luiz foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina por descumprimento de medidas sanitárias durante a pandemia de Covid-19. Segundo o órgão, ele promoveu uma festa em seu estabelecimento comercial, permitindo a aglomeração de cerca de 80 pessoas, sem máscara ou distanciamento social, enquanto uma banda tocava música ao vivo. Apesar de admitir a infração, alegando que era o seu “ganha-pão”, a denúncia acabou sendo considerada improcedente e foi absolvida pelo juiz.

Além disso, ainda em 2022, ele foi fichado pela Polícia Civil por promover “barulho excessivo” em seu estabelecimento, enquadrado no artigo 42 da Lei de Contravenções Penais, mas o caso também terminou arquivado. Luiz ainda possuía uma passagem por violência doméstica em 2013, o que resultou em quase três meses de detenção e em restrições à sua circulação.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Agenda de Lula no Planalto segue após explosões na Praça dos Três Poderes

Presidente cumpre compromissos diplomáticos em Brasília e viaja para o Rio para o G20, enquanto investigações avançam sobre ataque na noite anterior

Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Na manhã desta quinta-feira (14), a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto segue sem alterações, após uma noite de tensão em Brasília com as explosões na Praça dos Três Poderes. Segundo informações divulgadas pela equipe do Planalto, Lula cumpre compromissos oficiais no local, incluindo a recepção de embaixadores para a apresentação de cartas credenciais, etapa formal para que diplomatas atuem oficialmente no Brasil. O presidente também tem viagem agendada ao Rio de Janeiro para participar da cúpula do G20, bloco atualmente presidido pelo Brasil. A notícia foi divulgada originalmente pelo Metrópoles.

As explosões ocorreram por volta das 20h da quarta-feira (13), quando Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, vindo de Santa Catarina, detonou explosivos na Praça dos Três Poderes. Ele já havia feito ameaças em redes sociais antes do ataque, segundo apuraram as autoridades. Testemunhas relataram que Wanderley tentou lançar uma bomba contra a icônica escultura da Justiça, posicionada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas o artefato teria caído próximo a ele mesmo, ocasionando a explosão.

Após o incidente, as forças de segurança isolaram a área e realizaram uma varredura minuciosa nos edifícios que abrigam o Planalto, o Congresso Nacional e o STF. Segundo relatos, o som das explosões foi ouvido de dentro dos edifícios dos Três Poderes, o que gerou alerta entre as autoridades presentes. Equipes especializadas desativaram quatro itens suspeitos de serem outros explosivos e deram início, na manhã desta quinta, aos trabalhos periciais na praça e nos arredores do STF.

Com as investigações em curso, o governo brasileiro optou por manter a agenda presidencial, em um gesto de continuidade e de resposta à tentativa de desestabilização.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

'Ele falava que ia matar o Alexandre de Moraes e quem estivesse com ele', diz ex-esposa do terrorista bolsonarista

Daiane, ex-esposa de Francisco Wanderley Luiz, diz que ele "morreu porque foi descoberto" antes de - provavelmente - executar "uma coisa maior"

Alexandre de Moraes e terroristas bolsonaristas em Brasília - 08.01.2023 (Foto: Marcelo Camargo/ABr | Ruters)

Em depoimento à Polícia Federal de Santa Catarina, Daiane, ex-esposa de Francisco Wanderley Luiz, conhecido nas redes como “Tiu França”, revelou que o terrorista bolsonarista, morto após atentados com explosivos em Brasília na noite de quarta-feira (13), tinha planos de assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. As declarações foram divulgadas pela jornalista Daniela Lima, da GloboNews. Segundo Daiane, o ex-marido havia mencionado, em várias ocasiões, sua intenção de "matar Alexandre de Moraes e quem mais estivesse perto na hora do atentado".

O ataque resultou na morte do próprio Wanderley Luiz após a explosão de dois artefatos próximos ao Anexo IV da Câmara dos Deputados e na Praça dos Três Poderes, no Distrito Federal. O incidente, amplamente registrado em boletim policial, trouxe à tona o extremismo de simpatizantes de Jair Bolsonaro (PL), especialmente após sua derrota para o presidente Lula (PT) nas eleições de 2022.

● Planejamento de um “ataque maior” - Daiane relatou que o ex-marido frequentou acampamentos golpistas logo após o resultado eleitoral de 2022 e que, recentemente, compartilhava com ela e outras pessoas uma série de pesquisas sobre como atacar o STF e a Câmara dos Deputados. As investigações da Polícia Federal indicam que Wanderley utilizava plataformas digitais para pesquisar sobre o ataque e estudar a logística. Questionada pelos agentes sobre as intenções dele, Daiane respondeu que Wanderley Luiz "morreu porque foi descoberto" antes de - provavelmente - executar "uma coisa maior".

A ex-esposa contou ainda que, apesar de não ter frequentado o acampamento golpista em Brasília no dia 8 de janeiro, ela e o ex-marido participaram de manifestações em outros locais. Daiane revelou que ele compartilhava seus planos em um grupo de mensagens, o qual será analisado pela PF, que investiga possíveis coautores e apoiadores envolvidos no atentado.

● A noite das explosões - Segundo informações do boletim de ocorrência da Polícia Civil do Distrito Federal, Wanderley Luiz era o proprietário do veículo que explodiu próximo à Câmara dos Deputados, e ele mesmo provocou a explosão de um segundo artefato na Praça dos Três Poderes. Testemunhas relataram terem ouvido as explosões, enquanto seguranças do STF descrevem que Luiz, com uma mochila nas costas, posicionou-se em frente ao edifício do tribunal e retirou diversos objetos suspeitos, incluindo um extintor de incêndio.

Em um momento de alta tensão, Luiz teria ordenado aos seguranças que não se aproximassem e exibido um dispositivo com relógio digital, o que foi interpretado como uma bomba. Pouco depois, ele se deitou no chão com a bomba sob a cabeça e esperou pela explosão fatal.

Fonte: Brasil 247

Homem que morreu em explosão agiu sozinho, aponta relatório da Abin

Documento foi apresentado ao Supremo Tribunal Federal e à Polícia Federal

Francisco Wanderley Luiz, o "Tiu França" (Foto: DivulgaCand/TSE)

Um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apresentado na noite desta quarta-feira (13) aponta que Francisco Wanderley Luiz, responsável pela tentativa de explosão do prédio do Supremo Tribunal Federal explosão e que culminou em sua própria morte, agiu sem apoio de cúmplices. O documento, segundo a coluna da jornalista Basília Rodrigues, da CNN Brasil, foi entregue a integrantes do STF e da Polícia Federal (PF), como parte das investigações que também apuram uma possível associação aos atos golpistas de 8 de janeiro. A Abin, até o momento, não fez declarações públicas sobre o caso.

Embora a análise inicial não identifique envolvimento de terceiros, a investigação ainda explora outras hipóteses. Em um encontro na mesma noite, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e o ministro do STF Alexandre de Moraes, que será o relator do caso, discutiram os próximos passos da apuração. Equipes da PF, em poucas horas, realizaram buscas na casa que o homem utilizava em Ceilândia, região periférica de Brasília, e em um trailer que ele frequentava.

Francisco Wanderley Luiz, em suas redes sociais, publicou postagens de teor ameaçador, expressando apoio aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e lamentando as condenações dos envolvidos. O relatório destaca que ele já havia visitado o Congresso Nacional em oito ocasiões e, em uma delas, no dia 24 de agosto, chegou a entrar no Supremo Tribunal Federal em um grupo de visitação pública. Na ocasião, publicou uma foto afirmando que "a raposa teria entrado no galinheiro", em uma alusão ameaçadora ao seu acesso ao STF.

A avaliação de ministros ouvidos pela imprensa é de que Wanderley Luiz possivelmente tinha intenção de realizar um novo ataque ao STF, desta vez com explosivos. Ele teria se aproximado da estátua da Justiça, um dos maiores símbolos do Judiciário, proferindo ameaças e afirmando portar bombas. Em resposta, a segurança do STF reforçou as medidas de proteção ao prédio, com a instalação de grades ao redor da sede do tribunal.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

"O golpe ainda não morreu", diz ministro do STF após atentado a bomba em Brasília

Atentado joga pressão sobre o Congresso, que vinha discutindo uma possível anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023

Estátua do STF 'A Justiça' vandalizada no 8 de Janeiro de 2023 (Foto: Joedson Alves/Agência Brasil)

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) analisam o atentado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, como mais uma evidência de que os riscos para a democracia brasileira ainda persistem. Em entrevista a Andreia Sadi, do g1, integrantes da Corte reforçaram que as explosões ocorridas na quarta-feira (13) simbolizam a continuidade das tentativas de golpe iniciadas em 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes. Para os ministros, o novo atentado afasta as esperanças de anistia para os participantes dos atos golpistas, um movimento que setores bolsonaristas no Congresso vinham tentando articular.

De acordo com um dos ministros, o discurso de anistia se torna insustentável frente ao cenário de ataques recorrentes. Não é possível falar em anistia para um "golpe que ainda não morreu" e que está infiltrado em diversos setores da sociedade, declarou um integrante do STF. Este novo episódio trouxe ainda mais tensão ao Congresso, especialmente após uma das explosões atingir a área externa do anexo IV da Câmara dos Deputados.

A proposta de anistia, embora considerada inconstitucional por juristas, vinha sendo defendida por Jair Bolsonaro (PL) e apoiada por parlamentares de direita e extrema direita que esperavam com ela abrandar penas e restrições de direitos — como prisão e uso de tornozeleira eletrônica — impostas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Esse respaldo era, inclusive, uma estratégia de Bolsonaro para tentar reverter sua inelegibilidade. No entanto, as explosões de quarta-feira parecem ter esfriado a articulação de bastidores que tentava suavizar as penalidades.

Para os ministros do STF, o ataque reforça que a ameaça ao sistema democrático brasileiro é séria e constante, alimentada por extremistas que se inspiram em movimentos internacionais, como a reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Em sua campanha, Trump já prometeu perdoar envolvidos no ataque ao Capitólio em 2021, o que, para os ministros, funcionou como um “estímulo geral” e uma “injeção de ânimo” para grupos radicais no Brasil.

Investigação como terrorismo - A Polícia Federal (PF) anunciou que as explosões serão investigadas sob a perspectiva de ato terrorista, cabendo à Divisão de Enfrentamento ao Terrorismo da Diretoria de Inteligência Policial conduzir o inquérito. Os atentados ocorreram em dois momentos distintos: o primeiro, envolvendo um carro estacionado no Anexo IV da Câmara, seguido de uma segunda explosão em frente ao STF, que resultou na morte de Francisco Wanderley Luiz, identificado como proprietário do veículo e ex-candidato a vereador pelo PL em 2020.

Este episódio, mais um marco na escalada de violência contra as instituições, gera pressão para a conclusão do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado, envolvendo também Jair Bolsonaro. Segundo especialistas, a apuração é uma questão de urgência para proteger a integridade das instituições democráticas e coibir novas ações extremistas que possam surgir como resposta a decisões ou julgamentos.

Impacto nos bastidores do Congresso - Com os novos ataques, ganha força no Supremo a posição de que a concessão de anistia é impensável neste cenário de violência contra as instituições. Ministros acreditam que a defesa de uma “pacificação” por meio de perdão só reforça o poder e a audácia dos grupos antidemocráticos, que enxergam em movimentos políticos internacionais um exemplo a ser seguido. A pressão agora recai sobre o Congresso, que, com a escalada dos atentados, precisa ponderar a viabilidade de seguir com projetos de anistia, frente a uma sociedade que clama por estabilidade e segurança.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

PF convoca coletiva de imprensa para divulgar detalhes do atentado na Praça dos 3 Poderes

De acordo com o órgão, “serão prestadas informações sobre a investigação acerca da ocorrência da noite desta quarta, nas proximidades do STF

Francisco Wanderley Luiz (Foto: X)

 A Polícia Federal divulgou um comunicado convocando a imprensa para coletiva que será realizada às 11h, nesta quinta-feira, (14), no auditório de sua sede em Brasília.

De acordo com o órgão, “serão prestadas informações sobre a investigação acerca da ocorrência da noite desta quarta, nas proximidades do Supremo Tribunal Federal”.

Saiba mais - Explosões abalaram a Praça dos Três Poderes na noite desta quarta-feira (14), quando o extremista Francisco Vanderlei Luiz, bolsonarista conhecido como “Tiu França”, decidiu dançar artefatos no local e tirar sua própria vida.

Nas imagens é possível ver que agentes se aproximam do homem quando se deparam com as movimentações estranhas.

Luiz portava uma mochila e um extintor, e exibia uma postura tensa, o que imediatamente chamou sua atenção.

Fonte: Brasil 247

Líder do extremismo no Brasil, Bolsonaro fala em 'pacificação nacional' após atentado a bomba em Brasília

Ele também classificou o ataque como um “triste episódio” e um “fato isolado”, além de "condenar o uso de violência como meio de confronto de ideias"

Ex-presidente Jair Bolsonaro na porta da sua casa em Brasília (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Jair Bolsonaro (PL) divulgou uma nota na manhã desta quinta-feira (14) repudiando o ataque com explosões na área central de Brasília, próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrido na noite anterior. O ataque resultou na morte de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, apontado como autor do atentado e que morreu na Praça dos Três Poderes. O corpo de Wanderley só foi retirado nesta manhã, após a polícia realizar uma varredura em busca de outros possíveis artefatos.

Segundo o g1, Bolsonaro classificou o ataque como um “triste episódio” e um “fato isolado”, enfatizou a necessidade de “reflexão” e condenou o uso de violência como meio de confronto de ideias". Em sua declaração, ele destacou que “já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais que o argumento da força. A defesa da democracia e da liberdade não será consequente enquanto não se restaurar no nosso país a possibilidade de diálogo entre todas as forças da nação".

No texto, o ex-mandatário afirma que as "instituições têm um papel fundamental na construção desse diálogo e desse ambiente de união" e que “apela a todas as correntes políticas e aos líderes das instituições nacionais para que, neste momento de tragédia, deem os passos necessários para avançar na pacificação nacional. Quem vai ganhar com isso não será um ou outro partido, líder ou facção política. Vai ser o Brasil”.

Desde o período em que ocupava a Presidência, Bolsonaro manteve uma relação conflituosa com outras instituições, com destaque para o STF, a quem acusava frequentemente de atuarem com viés político. O extremismo resultou em incidentes que marcaram essa tensão, como o episódio de junho de 2020, quando apoiadores do ex-mandatário lançaram fogos de artifício em direção ao prédio do STF, resultando em prisões por ações antidemocráticas.

Os atritos culminaram nos atos golpistas de em 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos prédios dos Três Poderes, em Brasília.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1