sábado, 9 de novembro de 2024

Saiba quem é Antonio Vinicius Gritzbach, assassinado pelo PCC no Aeroporto de Guarulhos

Empresário delator estava no centro de uma das maiores investigações sobre a lavagem de dinheiro do tráfico em São Paulo

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach (Foto: Reprodução )

O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, assassinado no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, estava no centro de uma das maiores investigações já realizadas sobre a lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Conforme revelado em reportagem do jornal Estado de S. Paulo, Gritzbach desempenhou um papel crucial ao delatar o esquema de movimentação financeira da facção na zona leste de São Paulo, especialmente na região do Tatuapé.

Gritzbach firmou um acordo de delação premiada em abril de 2024, após negociações iniciadas em setembro do ano anterior. Sua colaboração com os promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) expôs detalhes sensíveis sobre as operações financeiras do PCC, incluindo transações com imóveis de luxo e envolvimento em negócios ligados ao futebol. Sua delação também implicava a construtora Porte Engenharia e Urbanismo, da qual ele fez parte até 2018, em supostas vendas de imóveis para traficantes e transações com pagamento em dinheiro vivo.

● Delação e ameaça de morte

O perigo para Gritzbach se intensificou após o acordo de delação, quando a facção criminosa colocou uma recompensa de R$ 3 milhões por sua morte. Em dezembro de 2023, quando ainda estava em prisão domiciliar, ele foi alvo de um disparo de fuzil enquanto se encontrava em seu apartamento no Tatuapé, tentativa que falhou por pouco. No entanto, o atentado no aeroporto revelou-se fatal, encerrando uma vida cercada por traições e alianças perigosas.

● Conexão com figuras do crime

A ligação de Gritzbach com o mundo do crime remonta ao início de sua carreira como corretor de imóveis na Porte Engenharia. Foi nesse período que conheceu Anselmo Bechelli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, figura importante no tráfico de drogas. Gritzbach foi acusado de desviar R$ 100 milhões em criptomoedas de Cara Preta, o que culminou na execução do traficante em 2021. O ato resultou na primeira sentença de morte contra ele, emitida pelo PCC. O assassinato de Cara Preta também levou à morte de Antonio Corona Neto, apelidado de Sem Sangue.

O executor do crime, Noé Alves Schaum, foi posteriormente capturado, julgado pelo "tribunal do crime" e executado de forma brutal por um criminoso conhecido como Klaus Barbie, em alusão ao carniceiro de Lyon, oficial nazista famoso por sua crueldade. O corpo de Schaum foi deixado em Suzano, na Grande São Paulo, e sua cabeça, exposta no Tatuapé, onde Cara Preta havia sido morto.

● Investigações e impacto no futebol

Entre os elementos mais surpreendentes da delação de Gritzbach estava a revelação de um esquema de lavagem de dinheiro que passava pelo futebol. Documentos e mensagens apresentados aos promotores indicavam que dirigentes de empresas ligadas à carreira de jogadores eram suspeitos de atuar como agentes na operação de lavagem de recursos oriundos do tráfico. Embora o Gaeco não tenha, até o momento, encontrado evidências que impliquem atletas ou clubes diretamente, a apuração segue investigando a possibilidade de que o dinheiro usado nas negociações de atletas tenha origem no tráfico de drogas.

A Porte Engenharia afirmou que Gritzbach deixou a empresa em 2018 e que desconhecia a existência de qualquer envolvimento dele com o crime organizado. A construtora se posicionou publicamente, declarando que está à disposição para colaborar com as investigações. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) garantiu que investigações rigorosas serão conduzidas em caso de desvio de conduta de agentes.

A história de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, marcada por alianças perigosas, ambições e uma tentativa de reabilitação por meio da colaboração com a Justiça, chega ao fim de forma trágica. Seu caso lança luz sobre a complexidade do crime organizado em São Paulo e a audácia do PCC em retaliar, mesmo sob os holofotes das maiores investigações já realizadas contra a facção.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo

Avião cargueiro faz pouso de emergência no aeroporto de Guarulhos após pegar fogo

Operação de rescaldo ainda é realizada pelos bombeiros

Avião da Total Cargo pegou fogo e fez pouso forçado no Aeroporto Internacional de Guarulhos

Na madrugada deste sábado (9), um incidente de grandes proporções ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos, quando um avião cargueiro da empresa Total Cargo foi forçado a realizar um pouso de emergência após pegar fogo. O fogo foi prontamente controlado, e felizmente, não há registro de vítimas, tanto entre os tripulantes quanto no solo. As infirmações são do G1.

O incidente envolveu uma aeronave Boeing 737-4Q8 (SF), que estava em pleno voo quando o incêndio começou. O avião, que estava com a documentação regular, aterrissou por volta das 2h, gerando tensão nas operações aéreas do terminal paulista. "Fogo já foi controlado e não há registro de vítimas", informou o aeroporto, destacando a rápida resposta das equipes de emergência.

Após o pouso, equipes da brigada de incêndio do próprio aeroporto, juntamente com outras cinco unidades do Corpo de Bombeiros, iniciaram o combate às chamas, que se concentravam principalmente na pista. Por volta das 7h, o trabalho dos bombeiros ainda seguia com a operação de rescaldo e a retirada da carga do avião sinistrado.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Protesto pró-Palestina com apoio de Gleisi Hoffmann marcará o G20 no Rio

O evento tem o objetivo de expressar o posicionamento do povo brasileiro em defesa do povo palestino e contra o imperialismo

Gleisi Hoffmann (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

Organizações de esquerda anunciaram que farão um protesto em apoio à Palestina durante a reunião da cúpula do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro no próximo dia 18 de novembro. A manifestação, que será realizada na Cinelândia, no centro da cidade, terá como foco a denúncia do "genocídio de Israel na Faixa de Gaza" e a crítica à presença de líderes dos principais países imperialistas, como os Estados Unidos, França e Alemanha, em solo brasileiro. De acordo com Guilherme Amado, no Metrópoles, a convocação do ato conta com o apoio da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e de outros parlamentares do partido, como Jilmar Tatto, Lindbergh Farias e Vicentinho.

O evento tem o objetivo de expressar o posicionamento do povo brasileiro em defesa do povo palestino e contra o imperialismo. O texto de convocação do protesto destaca que este é um momento crucial para dar visibilidade à luta pela autodeterminação do povo palestino. Além de lideranças do PT, o protesto contará com a presença de organizações como o Partido da Causa Operária (PCO), o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), e partidos internacionais, como o Partido Comunista Finlandês e o Partido Comunista Americano.

Em entrevista, Gleisi Hoffmann afirmou que, como deputada, ela apoia a manifestação em solidariedade à Palestina, mas foi surpreendida com o conteúdo do texto de convocação. "Eu concordo com a manifestação de apoio ao povo palestino, mas discordo do tom do manifesto que foi distribuído. Não autorizei o protesto contra os chefes de Estado presentes no G20", declarou a líder petista. Embora tenha manifestado sua desautorização ao protesto direcionado aos líderes estrangeiros, Hoffmann reafirmou seu compromisso com a causa palestina.

A manifestação será realizada na Cinelândia, às 10h, e deverá contar com participantes de diversas partes do Brasil. A organização espera mobilizar uma grande quantidade de manifestantes, que têm como objetivo pressionar as autoridades internacionais a adotarem uma postura mais firme em relação à situação na Palestina, especialmente diante dos recentes ataques militares na região.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Lula defende paz na Ucrânia e espera reintegração de Putin ao cenário internacional

 Presidente brasileiro afirmou à CNN que isolamento da Rússia não contribui para a democracia

Presidente Lula e Vladimir Putin (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Sputnik/Alexander Kazakov/Pool via REUTERS)

Em entrevista veiculada nesta sexta-feira (8) pela CNN Internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância de encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia e expressou sua esperança de que o presidente russo, Vladimir Putin, possa recuperar "o direito de andar pelo mundo" de forma civilizada. "O que eu acho é que nós precisamos trabalhar para que essa guerra acabe de uma vez por todas e o Putin volte a conquistar o direito de forma civilizada de andar no mundo e participar dos eventos", afirmou Lula durante a conversa, reforçando que o isolamento da Rússia não é positivo para a democracia global, conforme reporta a agência Sputnik.

O Brasil, que assumiu a presidência do G20 em dezembro de 2023, se prepara para receber a cúpula de chefes de Estado no Rio de Janeiro nos próximos dias 18 e 19 de novembro. Lula salientou que a busca pela paz e pela cooperação entre as nações será central em seu mandato no G20, com a expectativa de construir pontes e fomentar o diálogo.

Desde que assumiu a liderança do bloco, o governo brasileiro vem se empenhando para viabilizar a participação de Putin no encontro, mesmo diante do mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em março de 2023. A ordem foi baseada em acusações de "deportação ilegal" de crianças ucranianas para a Rússia, uma alegação que Moscou refuta, argumentando que estava protegendo suas vidas. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já reiterou que a Rússia não reconhece a jurisdição do TPI.

Para garantir a presença de Putin na cúpula, o Brasil enviou à Comissão de Direito Internacional da ONU um documento que propõe a criação de disposições sobre a imunidade de chefes de Estado, impedindo que sejam processados durante visitas oficiais. A medida reflete a tentativa do governo brasileiro de reforçar o papel diplomático do país e garantir uma discussão abrangente sobre os temas globais, incluindo segurança, desenvolvimento sustentável e resolução de conflitos.

Contexto do TPI e jurisdição limitada

Estabelecido em 2002, o TPI tem jurisdição apenas sobre os países signatários do Estatuto de Roma. Rússia, Estados Unidos, China, Israel, Iraque e outros não fazem parte do tratado, limitando o alcance de suas decisões. Lula aproveitou a entrevista para ressaltar a importância de uma abordagem multilateral e de uma diplomacia ativa que contribua para a estabilidade internacional.

Além de sua posição sobre o conflito Rússia-Ucrânia, Lula lembrou que o Brasil e a Rússia mantêm uma linha de comunicação estratégica no âmbito do BRICS, alinhando-se aos esforços de cooperação mútua. A colaboração entre os dois países, inclusive em temas relacionados à governança global e à reforma de instituições internacionais, como a ONU, continua a ser uma prioridade.

A presidência de Lula no G20 e o papel do Brasil como um mediador internacional surgem como uma oportunidade de reafirmar seu compromisso com a paz e o fortalecimento de laços que promovam um equilíbrio geopolítico mais estável e menos polarizado.

Com a proximidade da cúpula do G20, a posição de Lula se destaca por seu enfoque em diálogo e diplomacia. A busca por um consenso que permita a reintegração da Rússia ao cenário global, sem prejudicar os princípios da democracia e da justiça internacional, aponta para uma tentativa de conciliar interesses conflitantes em um momento de crescente tensão mundial.

Fonte: Brasil 247 com informações da  Sputnik 

Adiamento da divulgação do ajuste fiscal frustra Haddad e Tebet

Ministros da Fazenda e do Planejamento planejavam divulgar medidas nesta semana

Fernando Haddad e Simone Tebet (Foto: Agência Gov)

O anúncio do tão aguardado pacote de corte de gastos obrigatórios pelo governo federal foi adiado e deverá ocorrer apenas na próxima semana, sem uma data definida. A informação foi confirmada após uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que aconteceu nesta sexta-feira (8). A reunião, que durou cerca de três horas, terminou sem declarações dos ministros à imprensa. A notícia foi reportada pela Agência Brasil.

O Palácio do Planalto não deu detalhes sobre quando o anúncio será realizado. Durante esta semana, Haddad comentou que as medidas só seriam divulgadas após o presidente Lula se encontrar com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, para informá-los previamente sobre as ações planejadas.

Após uma intensa semana de reuniões diárias em Brasília, Fernando Haddad voltou para São Paulo na noite desta sexta-feira e só retornará à capital federal na próxima segunda-feira (11). Já Simone Tebet decidiu permanecer em Brasília durante o fim de semana, evidenciando a importância e a urgência das discussões em torno do pacote fiscal.

Na quarta-feira (6), sem antecipar detalhes, Haddad informou que o pacote será composto por uma proposta de emenda à Constituição e um projeto de lei complementar. Segundo ele, os próximos passos dependiam de questões jurídicas que precisavam ser resolvidas pelo presidente Lula. “Estamos aguardando a decisão sobre esses detalhes para finalizar a proposta”, comentou o ministro da Fazenda.

A expectativa em torno das medidas reflete a necessidade de fortalecer a credibilidade fiscal do país e demonstrar compromisso com o equilíbrio das contas públicas. No entanto, o adiamento pode ser visto como uma frustração para os planos iniciais do governo, especialmente para Haddad e Tebet, que vinham trabalhando arduamente nas últimas semanas para preparar o pacote de ajuste fiscal.

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Brasil

Entenda como surgiu e se desenvolveu o PCC

Facção que começou nos presídios paulistas se tornou uma das mais poderosas do Brasil e articulou a execução do delator Antonio Vinicius Gritzbach

(Foto: Reuters)

O Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das facções criminosas mais poderosas e influentes do Brasil, tem uma história que remonta ao início dos anos 1990, quando foi fundado em resposta à violência e às condições desumanas nos presídios do Estado de São Paulo. Ao longo das últimas três décadas, o grupo cresceu de forma vertiginosa, expandindo suas operações para além dos muros das prisões e ganhando influência no tráfico de drogas, tanto no território nacional quanto em escala internacional. A execução de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach na última sexta-feira, 8 de novembro, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, é um exemplo de como o PCC lida com traições e ameaças ao seu império.

O PCC foi fundado em 1993 por oito presos da Casa de Custódia de Taubaté, após um motim brutal que expôs a fragilidade do sistema carcerário paulista. Inicialmente, o grupo se apresentava como uma irmandade voltada à defesa dos direitos dos presos, buscando união entre os detentos e o combate às injustiças do sistema penitenciário. Sob o lema "Paz, Justiça e Liberdade", a facção cresceu rapidamente em número de membros e em poder.

A facção consolidou seu controle ao utilizar métodos rigorosos de disciplina interna e uma hierarquia bem definida, o que permitiu expandir sua atuação para o tráfico de drogas, assaltos a bancos e outros crimes violentos. No início dos anos 2000, o PCC ganhou notoriedade nacional e internacional com a organização de uma série de ataques em São Paulo que paralisaram a cidade e desafiaram as forças de segurança. Esse episódio, conhecido como "Crise de Maio de 2006", marcou um ponto de virada na atuação do grupo, mostrando sua capacidade de coordenação e poder de intimidação.

● O controle de operações e a diversificação dos negócios

Ao longo dos anos, o PCC ampliou suas operações para além do sistema carcerário, utilizando uma complexa rede de comunicação que inclui advogados, familiares e outros contatos externos. Essa estrutura permitiu que a facção expandisse seu alcance para o tráfico internacional de drogas, criando rotas que interligam a América do Sul, Europa e África.

O PCC também diversificou suas operações, envolvendo-se em esquemas de lavagem de dinheiro, como demonstrou o caso do empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach. O empresário, que atuava no setor imobiliário e firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual, revelou como a facção lavava dinheiro por meio da compra de imóveis e empreendimentos de luxo na zona leste de São Paulo. Gritzbach chegou a entregar detalhes sobre o envolvimento do PCC em negócios imobiliários e sua ligação com o futebol, expondo a rede de contatos e o alcance financeiro da organização.

● A execução de Gritzbach: uma retaliação anunciada

A morte de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos foi resultado direto da exposição de segredos sensíveis sobre as operações financeiras do PCC. A facção, conhecida por sua brutalidade e rigor no trato com delatores, impôs um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do empresário após a homologação de seu acordo de delação em abril de 2024.

No dia 8 de novembro, Gritzbach foi emboscado enquanto voltava de viagem com sua namorada. Dois atiradores armados com fuzis realizaram ao menos 27 disparos, atingindo-o fatalmente na cabeça, tórax e braços. A cena, captada por câmeras de segurança, mostrou a frieza e a eficiência com que o PCC executa suas ações, mesmo em locais de grande circulação como o maior aeroporto do Brasil.

● O impacto e a resposta das autoridades

A execução de Gritzbach traz à tona questões cruciais sobre a capacidade do Estado em proteger testemunhas e delatores que colaboram com investigações contra o crime organizado. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que eventuais desvios de conduta de agentes e falhas de segurança serão rigorosamente apurados. No entanto, a morte do empresário ressalta a audácia do PCC em desafiar as autoridades e agir de forma ostensiva em locais públicos.

O caso também reforça a necessidade de uma abordagem mais integrada para combater o crime organizado no Brasil. A atuação do PCC não se limita mais a presídios ou comunidades carentes; a facção penetrou em setores da economia formal, como o mercado imobiliário e o futebol, complexificando o trabalho de investigação e repressão.

A história do PCC é um retrato de como a facção evoluiu de uma pequena irmandade prisional para uma potência criminosa com ramificações internacionais. A morte de Gritzbach é um lembrete doloroso do preço da colaboração com a justiça em um contexto de violência e intimidação. Enquanto as autoridades tentam reagir, o PCC continua a demonstrar sua influência e capacidade de retaliação, desafiando o poder público e a sociedade brasileira.

Fonte: Brasil 247

Putin vê em Dilma aliada na luta pela desdolarização

Líder russo reconhece empenho da presidente do Banco do BRICS na criação de uma nova ordem financeira
Dilma Rousseff e Vladimir Putin (Foto: Instagram de Dilma Rousseff via ABr)

O presidente russo, Vladimir Putin, propôs a extensão do mandato de Dilma Rousseff à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do BRICS, por mais cinco anos. A proposta, feita durante a 16ª Cúpula de Chefes de Estado do BRICS em Kazan, reflete a confiança de Putin na liderança de Dilma, reconhecendo sua contribuição para enfrentar a hegemonia do dólar e promover a agenda geopolítica do bloco. As informações foram divulgadas pela Sputnik Brasil.

Segundo analistas ouvidos pela Sputnik, a atuação de Dilma à frente do banco tem sido alinhada com as prioridades das lideranças russa e chinesa. Bruno de Conti, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), destacou que a ex-presidente "compartilha a percepção dos desafios geopolíticos que o Sul Global enfrenta hoje". Para ele, a agenda de desdolarização promovida por Dilma é um ponto de convergência que agrada tanto a Putin quanto a Xi Jinping.

"A meta de atingir 30% dos empréstimos em moedas nacionais está estabelecida na carta original do banco, mas ainda não foi atingida. Desde a sua posse, Dilma tem mostrado preocupação com essa agenda", explicou De Conti, reforçando que o foco em moedas locais ajuda a reduzir a dependência do dólar e aumenta a resiliência dos países-membros.

● Contexto e desafios no Banco do BRICS

A presidência de Dilma Rousseff no NBD marcou uma retomada das diretrizes originais da instituição, que visam oferecer uma alternativa de financiamento para países do Sul Global. Seu mandato também é uma continuidade de sua política externa enquanto presidente do Brasil, período em que foi uma das signatárias fundadoras do banco. Essa experiência deu a Dilma um entendimento aprofundado dos objetivos estratégicos do BRICS, fortalecendo seu papel na liderança.

Contudo, a dependência do banco de estruturas do mercado financeiro tradicional, como as notas das agências internacionais de rating, ainda representa um desafio. "O Banco ainda depende do mercado de capitais internacional. Caso as agências de rating diminuam a nota do banco, ele terá que captar recursos pagando taxas mais altas. Então vemos claramente aqui a armadilha do dólar", comentou De Conti, sugerindo que a criação de uma agência de rating própria do BRICS seria um passo importante rumo à independência financeira.

● Dilma e a expansão do BRICS


Outro ponto de destaque na gestão de Dilma foi a ampliação do número de membros do NBD. Em setembro de 2024, a Argélia aderiu ao banco, reforçando o papel da ex-presidente na promoção de um BRICS mais inclusivo e representativo do Sul Global. "Dilma tem repetidamente se manifestado em favor do alargamento do BRICS e, durante a Cúpula de Kazan, enfatizou a importância do NDB ser um banco para os países do Sul Global", comentou De Conti.

A manutenção de Dilma na presidência do banco também é vista como uma estratégia para mitigar os impactos das sanções econômicas impostas contra a Rússia. "A Rússia quer muito que o NDB avance e, por isso, não quer transferir a problemática das sanções para o banco", afirmou Maria Elena Rodriguez, pesquisadora do BRICS Policy Center.

A proposta de Putin para a extensão do mandato de Dilma Rousseff no NBD evidencia a confiança das lideranças do BRICS em sua capacidade de conduzir o banco em um momento de desafios geopolíticos e econômicos significativos. A continuidade de seu trabalho promete fortalecer a agenda de desdolarização, expandir a participação de novas nações e consolidar o papel do BRICS como uma alternativa ao sistema financeiro global dominado pelo dólar.

Fonte: Brasil 247 com informações divulgadas pela Sputnik Brasil

Brasil avança com nova meta climática no Acordo de Paris na COP29

Vice-presidente Geraldo Alckmin lidera a delegação brasileira em Baku e apresenta compromissos para reduzir emissões de gases de efeito estufa até 2035

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, chefe da delegação brasileira na COP29, vai entregar a nova meta na conferência do clima da ONU que acontece em Baku, no Azerbaijão, de 11 a 22 de novembro (Foto: Ricardo Stuckert)

O Brasil reforça seu compromisso com o combate à mudança climática ao apresentar, na COP29, a sua segunda Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) no Acordo de Paris. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que chefia a delegação brasileira na conferência climática da ONU, em Baku, Azerbaijão, entre 11 e 22 de novembro, entregará oficialmente a nova meta à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

A NDC brasileira, que estabelece a redução das emissões líquidas de gases de efeito estufa de 59% a 67% até 2035 em relação aos níveis de 2005, representa um passo importante para o país cumprir as metas globais de redução de aquecimento global. Isso se traduz em uma diminuição de emissões que deve alcançar entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente até 2035.

A nova meta também segue os compromissos do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais, conforme os objetivos definidos durante a COP28 em Dubai. "Esta NDC vai permitir ao Brasil avançar em direção à neutralidade climática até 2050, garantindo que as ações climáticas façam parte do nosso desenvolvimento econômico e social de forma sustentável", afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin.

● Rumo a um futuro de baixo carbono

Com a nova NDC, o Brasil dá um passo significativo para implementar um modelo de desenvolvimento mais sustentável e resiliente. "É fundamental que enfrentemos a crise climática com um planejamento robusto que envolva todos os setores da economia", destacou Alckmin, ao explicar que a nova meta é resultado de um processo extenso de análise dos cenários de emissões do país. O plano traçado para atingir os objetivos climáticos inclui o Plano Clima e o Plano de Transformação Ecológica, que visam articular uma série de medidas e pactos entre os Três Poderes da República para promover a transformação ecológica.

A nova NDC também amplia a meta de corte de emissões prevista na primeira NDC brasileira, consolidando um aumento de ambição para 2035. Em comparação com os objetivos definidos para 2030, a meta de 2035 apresenta um incremento de 13% a 29% em redução de emissões absolutas, reafirmando o compromisso do país com o Acordo de Paris, que exige uma trajetória progressiva de corte das emissões globais.

● Instrumentos econômicos para financiar o futuro sustentável


Para viabilizar esse plano, o governo brasileiro utilizará diversos instrumentos econômicos, como o Fundo Clima, Títulos Soberanos Sustentáveis e o Eco Invest Brasil. Esses mecanismos visam garantir os recursos necessários para financiar ações de mitigação e adaptação climática. Além disso, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre será essencial para a preservação de ecossistemas vitais, como as florestas brasileiras.

O combate ao desmatamento, principal fonte de emissões do país, é uma das prioridades do governo. O mais recente relatório sobre a taxa de desmatamento na Amazônia, divulgado em 6 de novembro, mostra uma queda significativa de 30,63% no desmatamento entre agosto de 2023 e julho de 2024, o maior recuo em 15 anos. A redução nos biomas da Amazônia e do Cerrado, que juntos representam grande parte das emissões brasileiras, evitou a liberação de 400,8 milhões de toneladas de CO₂ equivalente.

● Avanços e desafios no enfrentamento da mudança climática

Apesar dos progressos, o Brasil segue enfrentando desafios. A taxa de desmatamento no Cerrado, embora tenha apresentado uma redução de 25,7% entre 2023 e 2024, ainda exige esforços contínuos para evitar a degradação de um dos biomas mais importantes para o equilíbrio climático global. A implementação de planos como o Plano ABC+, o Programa de Recuperação de Pastagem Degradada e o Plano de Transição Energética são essenciais para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.

"É necessário avançar não apenas na redução das emissões, mas também na adaptação aos impactos da mudança climática, garantindo que o Brasil seja mais resiliente e preparado para os desafios do futuro", concluiu Alckmin.

O Brasil, portanto, segue alinhado ao Acordo de Paris, buscando aumentar sua ambição climática a cada ciclo, com foco na redução das emissões, preservação dos ecossistemas e transição para um modelo de desenvolvimento sustentável.

Fonte: Brasil 247

Queda do Muro de Berlim completa 35 anos

Entenda como este evento foi crucial na geopolítica

A queda do Muro de Berlim, uma guinada histórica

Há exatos 35 anos, em 9 de novembro de 1989, o mundo assistia a um dos acontecimentos mais marcantes do século XX: a queda do Muro de Berlim. Esse evento, que se tornou um símbolo da reunificação alemã e do fim da Guerra Fria, redefiniu as relações internacionais e provocou uma série de transformações políticas e econômicas que ainda ecoam na geopolítica contemporânea.

O Muro de Berlim, construído em 1961, dividiu a capital alemã em duas partes – Berlim Ocidental, sob influência dos aliados ocidentais, e Berlim Oriental, controlada pela então União Soviética. Mais do que uma barreira física, o muro representava a separação ideológica entre o capitalismo e o socialismo em plena Guerra Fria. Sua queda, impulsionada por uma onda de protestos populares e a gradual liberalização dos regimes do Leste Europeu, marcou o colapso do bloco socialista e o início de uma nova ordem mundial.

● Abertura e protestos: os catalisadores da queda

A década de 1980 foi marcada por uma série de reformas em países do Leste Europeu, principalmente com a ascensão de Mikhail Gorbachev ao poder na União Soviética. Suas políticas de glasnost (transparência) e perestroika (reestruturação) abriram caminho para maior liberdade política e econômica, incentivando movimentos pró-democracia em vários países da região.

Na Alemanha Oriental, os protestos pacíficos se intensificaram em 1989, culminando com as manifestações em Leipzig, que reuniram centenas de milhares de pessoas exigindo reformas. A pressão interna, aliada ao enfraquecimento do controle soviético, levou o governo da Alemanha Oriental a anunciar, em 9 de novembro de 1989, que os cidadãos poderiam atravessar livremente a fronteira para o Ocidente. Em poucas horas, multidões se reuniram nos postos de controle e, em um clima de euforia, começaram a derrubar o muro, desmantelando fisicamente o que havia simbolizado décadas de divisão.

● Impactos na geopolítica mundial

A queda do Muro de Berlim teve repercussões profundas. Representou o fim de uma era de polarização ideológica e abriu caminho para a reunificação alemã em 1990, um processo que fortaleceu a posição da Alemanha como potência europeia. A dissolução da Cortina de Ferro também precipitou a desintegração da União Soviética em 1991, encerrando quase cinco décadas de rivalidade geopolítica entre EUA e URSS e marcando a vitória simbólica do capitalismo liberal.

Com o colapso do bloco soviético, vários países do Leste Europeu embarcaram em transições democráticas e na adoção de economias de mercado, além de buscar integração com instituições ocidentais, como a União Europeia e a OTAN. Essa nova configuração deu início a um mundo unipolar, liderado pelos Estados Unidos, e ao crescimento de novas dinâmicas de poder, com foco em globalização e cooperação internacional.

● Reflexões 35 anos depois

Três décadas e meia após a queda do Muro de Berlim, os impactos daquele momento ainda se fazem sentir. A reunificação alemã consolidou o país como líder econômico da Europa, mas também trouxe desafios internos e regionais. Na esfera internacional, o desmantelamento do bloco socialista deixou um vazio de poder que, ao longo dos anos, deu lugar a novas tensões e rivalidades, incluindo o ressurgimento da Rússia como ator geopolítico e o surgimento de economias emergentes.

O legado da queda do muro permanece um lembrete poderoso do desejo humano por liberdade e autodeterminação. Ao mesmo tempo, destaca como transições abruptas podem gerar consequências complexas, incluindo desigualdades e desafios socioeconômicos que persistem até hoje.

A queda do Muro de Berlim não foi apenas a demolição de uma barreira física, mas o marco de uma mudança de paradigma que transformou a ordem mundial. Ao celebrar seus 35 anos, é essencial refletir sobre as lições e os impactos desse evento, que continua a moldar a política global e a memória coletiva.

Fonte: Brasil 247

Milei tira monopólio em aeroportos e alerta Aerolíneas: “ou privatiza ou fecha”

Medidas visam reduzir custos e aumentar a competitividade no setor aéreo argentino, mas enfrentam resistências políticas e sindicais

Javier Milei (Foto: Reuters)


O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou um pacote de medidas polêmicas que promete transformar profundamente o setor aéreo do país. Em um comunicado recente, Milei afirmou que a Aerolíneas Argentinas, caso não seja privatizada, poderá ser fechada definitivamente.

O presidente argentino declarou: “A empresa será privatizada ou encerrada. Não há mais espaço para ineficiência”. A medida surge em resposta à insustentabilidade econômica da companhia estatal, que enfrenta altos custos de manutenção e constantes interrupções de serviço devido a greves e conflitos sindicais. Segundo o jornal Clarín, o projeto de privatização já foi enviado ao Congresso, onde enfrenta incertezas quanto à sua aprovação. No entanto, caso não haja consenso, o presidente não descartou medidas drásticas. “Se o Congresso não aprovar a privatização, tomaremos as decisões necessárias para garantir a continuidade do setor aéreo”, afirmou.

A privatização da Aerolíneas Argentinas não é uma decisão isolada. O governo também anunciou a desregulamentação dos serviços de rampa nos aeroportos do país, medida que elimina o monopólio da estatal Intercargo. A mudança foi formalizada através da Resolução 49/2024, publicada no Boletim Oficial, permitindo que qualquer empresa qualificada possa prestar serviços de rampa e operações aeroportuárias. Essa medida surge após um recente episódio de paralisação nos aeroportos, que resultou na retenção de milhares de passageiros. Com a nova regulamentação, a Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA) poderá assumir temporariamente as operações de rampa, caso ocorram novas greves ou outros eventos excepcionais.

Fonte: Brasil 247

Aeroporto de Guarulhos, onde alvo do PCC foi assassinado, recebe 120 mil passageiros por dia

Antonio Gritzbach foi morto com de tiros em área de grande circulação; terminal é um dos mais movimentados do mundo

Assassinato no Aeroporto de Guarulhos (Foto: Reprodução )

Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário e delator em uma das maiores investigações sobre a lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi morto a tiros na última sexta-feira, 8 de novembro, no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Conforme reportado pelo jornal Estado de S. Paulo, o assassinato ocorreu em meio à movimentada rotina do terminal, que recebe em média 120,6 mil passageiros por dia, sendo o maior aeroporto do Brasil e um dos 30 mais movimentados do mundo.

O crime aconteceu por volta das 16h, um dos horários de maior movimento no Terminal 2, que possui 45 portões de embarque e quatro áreas de check-in. Gritzbach retornava de uma viagem com sua namorada quando foi surpreendido por atiradores armados com fuzis, que dispararam pelo menos 27 tiros, atingindo-o em diversas partes do corpo, incluindo cabeça, tórax e braços. Imagens de câmeras de segurança captaram o momento em que o empresário tenta escapar com uma mala de rodinhas antes de ser baleado e cair próximo à faixa de pedestres, enquanto outros passageiros correm em pânico.

● A investigação e o contexto do crime

Gritzbach estava envolvido em um caso de grande magnitude que expunha a complexa rede de operações financeiras do PCC, envolvendo desde negócios imobiliários na zona leste de São Paulo até transações vinculadas ao futebol. Jovem corretor de imóveis, ele se aproximou de figuras influentes do crime, como Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta, cuja morte em 2021, supostamente ordenada por Gritzbach após um desfalque de R$ 100 milhões em criptomoedas, selou seu destino dentro da organização criminosa.

O empresário já havia sobrevivido a ameaças e um sequestro orquestrado pela facção. Na ocasião, apesar de ser levado a um tribunal do crime, foi poupado, pois só ele sabia as chaves para o resgate das criptomoedas desviadas – o que, para o PCC, tornava sua morte prematura uma perda financeira significativa.

O acordo de delação premiada que Gritzbach firmou com o Ministério Público Estadual foi homologado pela Justiça em abril de 2024, após anos de negociação. Em seus depoimentos, ele revelou detalhes sobre o uso de imóveis e o envolvimento de empresários e dirigentes com o PCC, além de abordar o papel do tráfico no financiamento de operações ligadas ao futebol.

● O aeroporto de Guarulhos e o impacto do crime

O Aeroporto Internacional de Guarulhos, inaugurado em 1985, não só é um ponto central da malha aérea brasileira como também um espaço de grande movimentação e complexidade operacional. Em setembro de 2024, por exemplo, foram registrados mais de 3,6 milhões de passageiros e quase 24 mil aeronaves em trânsito. Com a recente implementação de um procedimento que permite o uso simultâneo das duas pistas para decolagens, o aeroporto chegou a atingir o recorde de 38 decolagens por hora, mostrando a agilidade e o dinamismo de suas operações.

O assassinato de Gritzbach em um local de alta visibilidade e segurança reforça as preocupações com a audácia do crime organizado e seus métodos de retaliação, mesmo em espaços públicos movimentados. O fato de a execução ter ocorrido à luz do dia, em uma área com um fluxo constante de pessoas, destaca os desafios enfrentados pelas autoridades em conter a violência e proteger delatores.

Fonte: Brasil 247

Justiça condena vice de André Fernandes por fake news sobre aborto contra o PT


O Judiciário condenou Alcyvania Pinheiro (PL) ao pagamento de multa por divulgação de propaganda irregular

Alcyvania Pinheiro (Foto: Reprodução (Redes Sociais))

O juiz da 116ª Zona Eleitoral de Fortaleza (CE) aprovou uma representação apresentada pela coligação de Evandro Leitão (PT) na disputa pela Prefeitura de Fortaleza. O Judiciário condenou a candidata a vice de André Fernandes (PL), Alcyvania Pinheiro (PL), ao pagamento de R$ 5 mil em multa por divulgação de propaganda irregular na eleição deste ano.

A vice de Fernandes associou o PT e unidades de saúde municipais à prática de abortos. Os relatos foram publicadosd nesta sexta-feira (8) no jornal O Povo, do Ceará.

“Eu disse que os abortos acontecem no espaço físico dos municípios, de uma forma geral. E me dirijo a você também, servidor de Fortaleza. Eu sei que isso não acontece em Fortaleza, mas se o PT vier a ganhar, e não vai ganhar, com a graça de Deus, isso pode se tornar realidade”, diz Alcyvania no vídeo, segundo transcrição da Justiça.

Em sua defesa, a candidata disse que, na "futurologia mediante perspectivas subjetivas individuais, mero exercício da liberdade de expressão", o que foi rebatido pelo juiz. "Não se tem notícia de que o Partido dos Trabalhadores ou seu candidato em disputa ao pleito municipal tenham feito campanha para permitir a prática do aborto de bebês em unidades de saúde”, respondeu o magistrado na sentença.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Povo

Polícia apreende celulares de PMs envolvidos na escolta de empresário alvo do PCC

A Polícia Civil de São Paulo apreendeu celulares de policiais militares envolvidos na escolta do empresário Vinícius Gritzbach

Atentando do PCC em Guarulhos (Foto: Reprodução)

A Polícia Civil de São Paulo apreendeu celulares de policiais militares envolvidos na escolta do empresário Vinícius Gritzbach, alvo de um atentado no qual foi morto. A ação ocorreu no Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos, na Grande São Paulo, por volta das 16h desta sexta-feira (8). Segundo informações divulgadas pelo UOL, a investigação aponta que o ataque foi realizado por dois homens encapuzados, que fugiram em um veículo modelo Gol, de cor preta, após os disparos. O carro, registrado em nome de um morador de São Bernardo do Campo, foi abandonado nas proximidades do aeroporto, contendo munições de fuzil e um colete à prova de balas.

A motivação do ataque teria relação com a delação premiada feita por Gritzbach contra membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e agentes policiais acusados de corrupção, o que teria intensificado as ameaças contra ele desde o início deste semestre. Fontes ligadas à Polícia Civil indicam que Gritzbach era considerado o "pivô de uma guerra interna" dentro da facção criminosa, um cenário que se agravou com suas denúncias e colaboração com o Ministério Público.

Além disso, o empresário e o agente penitenciário David Moreira da Silva, de 38 anos, estavam sendo processados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) por envolvimento em crimes contra membros da facção, incluindo o assassinato de Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta", e Antônio Corona Neto, apelidado de "Sem Sangue". Ambos foram mortos a tiros no dia 27 de dezembro de 2021, na zona leste de São Paulo, em uma execução realizada no bairro do Tatuapé. A operação, marcada pela violência, resultou na morte de Noé Alves Schaum, acusado de ser o executor, logo em seguida, em janeiro de 2022, no mesmo bairro.

Com as apreensões dos celulares, a Polícia Civil espera obter novos dados que possam esclarecer a dinâmica do crime e apontar possíveis conexões entre os policiais da escolta e o atentado.

fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Brasil estima produzir 1,6 bilhão de litros de combustível sustentável de aviação

A estimativa é que os investimentos no setor somem R$ 17,5 bilhões até 2027, segundo o Ministério de Minas e Energia

Aeronave Aibus A319 da LATAM Airlines Brasil no Aeroporto de Congonhas em São Paulo 19/12/2017 REUTERS/Nacho Doce/Arquivo (Foto: Nacho Doce)

O Brasil prevê uma produção anual de 1,6 bilhão de litros de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) a partir de 2027, conforme dados divulgados pelo Ministério de Minas e Energia e por empresas do setor. Atualmente, não há produção comercial de SAF no país, mas empresas nacionais e estrangeiras têm investido pesado na construção de biorrefinarias, visando não apenas o abastecimento do mercado interno, mas também as crescentes demandas globais. A estimativa é que os investimentos no setor somem R$ 17,5 bilhões até 2027, segundo o Ministério de Minas e Energia.

Quatro grandes empresas estão liderando essa transformação no Brasil: Acelen, que produzirá SAF a partir de óleo de macaúba; Raízen, com tecnologia baseada em etanol; Petrobras, que utilizará óleo de soja; e BBF, que aposta no óleo de palma. A Acelen estima produzir 1 bilhão de litros de SAF ao ano, enquanto a Petrobras e a BBF esperam alcançar produções menores, mas significativas.

Com a Lei do Combustível do Futuro, sancionada recentemente, o Brasil se alinha aos esforços globais para redução de emissões. A partir de 2027, empresas aéreas serão obrigadas a incorporar SAF em suas operações, começando com uma meta de redução de 1% nas emissões, que deverá chegar a 10% até 2037. Para as companhias aéreas brasileiras Azul e Gol, a diversificação dos fornecedores será essencial para atender à demanda do setor. "Não vai ter SAF de uma fonte só para todas as empresas brasileiras a partir de 2027", afirmou Filipe Alvarez, gerente de Sustentabilidade da Azul, em entrevista à CNN, destacando que "obrigatoriamente todas as três [companhias aéreas brasileiras] vão precisar fazer uma composição de portfólio".

A Latam, por sua vez, sinalizou que estratégias alternativas poderão ser necessárias, uma vez que a produção de SAF na América Latina ainda é limitada. Segundo Raquel Argentino, gerente de Sustentabilidade e Impacto Social da Latam Brasil, a companhia pretende usar 5% de SAF até 2030. "Atualmente, a quantidade de SAF no mundo é limitada e seu custo é elevado. Na América do Sul, o acesso a esse combustível representa um dos principais desafios para a descarbonização da indústria", explicou à CNN.

● Iniciativas empresariais e desafios de produção

A Raízen está desenvolvendo SAF a partir de etanol, mas ainda não divulgou estimativas de produção. Paulo Côrte-Real Neves, vice-presidente de Trading da empresa, ressaltou que a demanda por SAF já supera a capacidade mundial de produção: "Está muito claro nos dias de hoje que o mundo precisa de todas as soluções possíveis", disse, defendendo o etanol como alternativa viável. Neves acredita que a nova lei de SAF trará incentivos ao desenvolvimento dessa tecnologia no Brasil, mas também considera fundamentais medidas que promovam um ambiente regulatório e fiscal favorável. "É uma oportunidade muito grande para que o Brasil seja uma referência", completou.

A Acelen, que já opera uma biorrefinaria na Bahia, prevê a produção de SAF com foco na exportação e utiliza óleo de macaúba como matéria-prima. Segundo o CEO Luiz de Mendonça, um dos maiores desafios será garantir o abastecimento de insumos para a produção. "A planta [de SAF] é flexível. Nós estamos focando na macaúba porque tem o menor índice de carbono de todos os combustíveis renováveis", afirmou, mencionando a importância de cultivar essa planta em áreas degradadas. A Acelen planeja destinar 180 mil hectares de terras, incluindo parcerias com pequenos produtores, ao cultivo da macaúba.

A Petrobras também está investindo em alternativas ao combustível fóssil tradicional, com um programa de US$ 1,5 bilhão para desenvolver o BioRefino, que incluirá o uso de óleo de soja e sebo bovino na produção de SAF. A expectativa do governo é evitar a emissão de 17,2 milhões de toneladas de CO₂ entre 2027 e 2037, conforme estabelecido no Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV).

● Perspectivas para o futuro

Com a crescente demanda e os mandatos de redução de emissões, o SAF surge como peça central na estratégia de descarbonização da aviação brasileira. No entanto, o sucesso dessa transição dependerá de uma combinação de políticas públicas favoráveis e avanços tecnológicos na produção. Como ressaltou Luiz de Mendonça, "não é só o Brasil que está colocando mandatos. Todos os países estão colocando mandatos. Vai ser uma corrida", declarou o CEO da Acelen, alertando para o desafio de acompanhar o desenvolvimento global e suprir a demanda por fontes renováveis.

Ao longo dos próximos anos, o Brasil se compromete a desenvolver uma produção robusta de SAF, garantindo não apenas a competitividade no mercado, mas também contribuindo para a sustentabilidade da aviação global.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN

Luana Piovani sai em defesa da taxação de bilionários: “nada mais justo”

Em sua postagem, Piovani criticou a desigualdade na carga tributária e propôs que o tema seja discutido durante o encontro do G20

Luana Piovani (Foto: Divulgação)

A atriz Luana Piovani, conhecida por suas opiniões contundentes nas redes sociais, voltou a chamar a atenção ao abordar a taxação de bilionários em um vídeo divulgado nesta sexta-feira (8). Em sua postagem, Piovani criticou a desigualdade na carga tributária e propôs que o tema seja discutido durante o encontro do G20, que ocorre em novembro no Brasil. A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles, que destacou as falas da atriz sobre a necessidade de um sistema tributário mais justo.

No vídeo, Piovani comentou que uma amiga recentemente apostou na loteria, cujo prêmio chegou a 123 milhões de euros, e usou o exemplo para questionar o motivo pelo qual "nós, pobres mortais, pagamos entre 20 e 30% do que a gente ganha de impostos". Ela comparou a situação dos mais favorecidos, que, segundo a atriz, “pagam apenas 0,5%”, devido a benefícios tributários associados a ativos e ações.

Piovani também ressaltou que, globalmente, existem cerca de 3 mil bilionários, grupo seleto que, em sua visão, deveria contribuir de forma mais expressiva com impostos. “Queremos que os bilionários paguem 2% de impostos em cima de suas riquezas (hoje eles pagam quase ZERO). São menos de 3 mil bi no mundo, essa taxação geraria US$300 bilhões por ano pro mundo investir, por exemplo, em financiamento climático!!!”, escreveu a atriz na legenda de sua publicação.

A artista pontuou que a proposta de taxação desses grandes patrimônios não visa apenas uma arrecadação maior, mas, sobretudo, uma distribuição mais justa dos recursos globais. “A gente está falando de uma economia mundial mais justa”, destacou.

Com esse posicionamento, Piovani se junta a um movimento que tem ganhado força em várias partes do mundo, onde figuras públicas e organizações internacionais têm cobrado políticas que possam aumentar a contribuição dos ultrarricos para enfrentar problemas globais, como as mudanças climáticas e a pobreza. Para ela, o Brasil, como anfitrião do G20, teria o cenário ideal para fortalecer essa pauta, colocando o tema em destaque entre as maiores economias do planeta.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Collor deve ser preso após decisão de maioria no STF? Entenda os próximos passos

Collor foi condenado a oito anos e dez meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Fernando Collor (Foto: Pedro França)

Com maioria de votos no Supremo Tribunal Federal (STF) pela manutenção da condenação do ex-presidente Fernando Collor, a sentença de prisão ainda não deve ser cumprida de imediato. A informação foi divulgada pela CNN, que destacou os próximos passos e recursos disponíveis no processo que corre desde maio de 2023, quando Collor foi condenado a oito anos e dez meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Atualmente, o processo segue no plenário virtual da Corte, onde os ministros depositam seus votos até a data final do julgamento, marcada para a próxima segunda-feira, dia 11 de novembro. Embora a maioria já tenha votado pela manutenção da pena, o julgamento ainda pode ser afetado por novos pedidos de vista ou de destaque, que, se solicitados por algum ministro, atrasariam a conclusão do caso.
Os votos e o impacto do pedido de destaque

Até o momento, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, foi acompanhado por Edson Fachin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, todos votando pela confirmação da pena. No entanto, os ministros André Mendonça e Nunes Marques ainda não manifestaram seus votos, o que permite espaço para possíveis recursos. Caso algum deles solicite um pedido de destaque, o julgamento terá seus votos zerados e será transferido para o plenário físico, demandando uma nova data de julgamento a ser definida pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso.

Outro recurso possível seria o pedido de vista, que daria ao ministro requerente até 90 dias para analisar o processo antes de a questão retornar à pauta do Supremo. Isso poderia prolongar ainda mais a tramitação.

● A estratégia da defesa e o último recurso antes da prisão

Além da conclusão do julgamento atual, a defesa de Collor ainda pode recorrer com os chamados “embargos dos embargos” para atrasar a execução da pena. Esse recurso, utilizado quando não cabem mais outras apelações, visa a revisar supostos erros ou omissões no julgamento do STF e poderia adiar a ordem de prisão até o “trânsito em julgado” do processo, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recurso.

● Entenda o caso de corrupção na BR Distribuidora

A condenação de Collor é resultado de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou a participação do ex-presidente em um esquema de propinas na BR Distribuidora, antiga subsidiária da Petrobras. Entre 2010 e 2014, Collor teria recebido R$ 20 milhões em propinas para facilitar contratos entre a estatal e a UTC Engenharia, usando sua influência como senador para viabilizar nomeações estratégicas. Parte dos valores teria sido ocultada através de operações de lavagem de dinheiro.

O caso começou a ser investigado na Operação Lava Jato e, em 2017, a Segunda Turma do STF aceitou a denúncia contra Collor. Em maio deste ano, a Corte condenou o ex-presidente com pena de prisão em regime fechado. Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes fixou a pena em oito anos e dez meses, entendimento seguido por uma maioria dos ministros. A defesa de Collor, no entanto, recorreu da decisão, mantendo o caso em análise no STF.

● Divergências entre os ministros e a decisão final

Apesar da maioria, houve divergências entre os ministros do STF. Dias Toffoli, por exemplo, votou para reduzir a pena para quatro anos, decisão que foi acompanhada pelo decano Gilmar Mendes. Cristiano Zanin, por sua vez, declarou-se impedido de votar, mantendo-se afastado do julgamento.

A defesa de Collor, contatada pela CNN, preferiu não comentar o andamento do caso no momento.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN

Execução do PCC: polícia suspeita de seguranças em escolta de homem

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi baleado no aeroporto, nesta sexta-feira

Homem é morto a tiros no Aeroporto Internacional de SP (Foto: Reprodução)

A morte de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, ex-corretor de imóveis e delator de esquemas da facção criminosa PCC, levantou suspeitas sobre a atuação dos seguranças que o acompanhavam. De acordo com reportagem da TV Globo, as circunstâncias da execução, ocorrida no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, indicam que uma possível falha na escolta teria facilitado a ação dos assassinos.

Segundo os seguranças, o veículo que buscaria Gritzbach quebrou durante o trajeto até o aeroporto. Como alternativa, um dos policiais responsáveis por sua segurança decidiu prosseguir com a escolta em outro carro, levando o filho de Vinicius. Os demais seguranças permaneceram onde o veículo teria apresentado problemas. Essa escolha de não abandonar o carro e garantir a presença de todos na chegada do empresário ao aeroporto é uma das atitudes que as autoridades investigam. Um investigador comentou à TV Globo que, considerando o histórico de ameaças, o mais lógico seria que todos seguranças acompanhassem Gritzbach no terminal, sem deixar a escolta fragmentada.

Além das inconsistências nos relatos, os investigadores descobriram que os assassinos pareciam estar informados sobre o horário exato do desembarque de Gritzbach, sugerindo que ele vinha sendo monitorado desde Goiás. A suspeita é que os matadores tenham sido alertados sobre o momento exato do desembarque para agir no instante em que ele deixou o saguão. O celular de Gritzbach foi apreendido pela polícia e passará por perícia; as mensagens poderão oferecer novos detalhes sobre o planejamento do crime.

● A vingança e a delação: possíveis motivações do crime

Gritzbach, ex-corretor de imóveis com longa atuação no mercado, havia se tornado alvo do PCC ao colaborar com o Ministério Público e revelar informações sobre operações ilícitas da facção. Nos depoimentos, ele trouxe detalhes sobre a estrutura criminosa, além de fornecer "pistas de ilícitos cometidos pela facção", disse a TV Globo. Apesar de o MP de São Paulo ter oferecido proteção, ele recusou as medidas de segurança.

Fontes próximas ao empresário indicaram que ele estava ciente de que sua colaboração com as autoridades era do conhecimento de desafetos. "Ele temia pela própria vida", relataram conhecidos, acrescentando que Gritzbach era cauteloso com sua rotina e círculo próximo.

● O histórico de envolvimento com o crime e a ascensão na facção

Gritzbach tornou-se figura-chave para o PCC ao atuar com Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, que utilizava o corretor para a aquisição de imóveis. Cara Preta, um dos líderes na movimentação de milhões em drogas e armas para o PCC, usava “laranjas” oferecidos por Gritzbach para disfarçar a posse dos bens. Mais tarde, com o aumento do capital da facção, Gritzbach sugeriu a entrada no mercado de criptomoedas, e Cara Preta teria investido R$ 200 milhões com ele. Contudo, a parceria desmoronou em 2021, quando Cara Preta foi assassinado após uma disputa financeira. Segundo o MP, Gritzbach teria sido o mandante do crime para não devolver o valor milionário do investimento.

Com as investigações em andamento, os quatro seguranças envolvidos serão interrogados e seus celulares apreendidos para análise.

Fonte: Brasil 247