O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB); e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Paulo Guereta/Prefeitura de SP
A mentira espalhada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), associando o candidato Guilherme Boulos (PSOL) ao PCC durante o dia de votação, causou perplexidade entre os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Embora peçam reserva, eles acreditam que o caso provavelmente chegará ao TSE para análise e possível ação.
Tarcísio, utilizando informações de inteligência de sua posição, afirmou que facções criminosas teriam recomendado o voto em Boulos, o que, segundo eles, pode ser interpretado como uma tentativa de interferir no processo eleitoral.
Embora os magistrados considerem que a divulgação de tais informações fora do contexto eleitoral não traria problemas, o fato de terem sido mencionadas no dia da eleição é problemático. Isso sugere uma tentativa de deslegitimar a candidatura de Boulos em favor do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que estava presente quando a declaração foi feita.
Tarcísio e Nunes em coletiva em que espalharam fake news sobre Boulos e o PCC
Renato Galuppo, advogado especializado em direito eleitoral, indicou que a declaração de Tarcísio pode ser vista como um crime contra a honra, uma vez que implica uma grave acusação sem respaldo.
Além disso, a ação pode ser enquadrada no Código Eleitoral, especificamente no artigo 323, que proíbe a divulgação de fatos inverídicos sobre candidatos ou partidos durante a campanha eleitoral. As possíveis consequências legais para Tarcísio podem incluir detenção ou multas.
O caso mobilizou instituições e especialistas durante todo o domingo.
O cientista político Aldo Fornazieri, doutor em Ciência Política pela USP, ex-diretor Acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), onde é professor, defende que o governador precisa ser preso.
Fonte: DCM