quarta-feira, 24 de julho de 2024

Luciano Hang é condenado à prisão pela Justiça do RS


O empresário bolsonarista Luciano Hang. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O autoproclamado véio da Havan, que vence quase todas no Judiciário de Santa Catarina, perdeu mais uma fora do Estado dele, desta vez no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

Luciano Hang foi condenado na área criminal por ataques ao arquiteto Humberto Hickel, de Canela.

Falei com Hickel agora. Ele considera que essa é uma vitória contra “as falsas liberdades de expressão” e entende que outros perseguidos pela extrema direita devem desfrutar e se inspirar na decisão da Justiça.

Claro que o sujeito irá recorrer a Brasília. Mas a sentença em segunda instância é um passo importante. Que seja mantida, para que as coisas voltem à normalidade.

Compartilho abaixo texto distribuído pelos advogados de Hickel.

“O arquiteto Humberto Hickel, depois de quatro anos, teve restabelecida sua honra e seu sentimento de justiça, através da decisão colegiada do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que hoje enviou uma clara mensagem a toda a sociedade: ‘Não é possível que nós convivamos nesse ambiente de ódio e com o estímulo a esse tipo de discurso de ódio, que têm sido é cada vez mais frequentes’”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o empresário Luciano Hang. Foto: Reprodução

Luciano Hang foi condenado a penas de 1 ano e 4 meses de reclusão e 4 meses de detenção em regime aberto e multas que somam aproximadamente 300 mil reais; ele será beneficiado pela conversão de prisão em prestação de serviços à comunidade equivalente a 1 hora por dia de condenação, e pagamento de 35 salários mínimos à vítima Humberto Hickel.

Marcelo Mosmann, OAB/RS 72790 – OAB/SC 62.773-A

José Henrique Salim Schmidt OAB/RS 43.698.

(Há na Internet vários textos, inclusive escritos por mim, sobre esse caso. Que a decisão do TJ inaugure um novo momento contra a impunidade dos poderosos ativistas de extrema direita, muitos dos quais certos de que o sistema de Justiça é uma extensão de suas empresas).

Fonte: DCM

Lula: 'acabar com a fome é o compromisso mais urgente do meu governo'

 

Presidente ressaltou que a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza “nasce dessa vontade política e desse espírito de solidariedade"

Sessão de abertura da reunião ministerial da força-tarefa para o estabelecimento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (24), durante o pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no Rio de Janeiro, que acabar com a fome “é o compromisso mais urgente” do seu terceiro mandato à frente da Presidência da República.

“Tomamos a decisão política de colocar os pobres no orçamento. Como resultado, só em 2023 retiramos 24,4 milhões de pessoas da condição de insegurança alimentar severa. Ainda temos mais de 8 milhões de brasileiros e brasileiras nessa situação. Este é o compromisso mais urgente do meu governo, acabar com a fome, como fizemos em 2014. Meu amigo diretor-geral da FAO [Qu Dongyu, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação], pode ir se preparando para anunciar em breve, ainda no meu mandato, que o Brasil saiu novamente do Mapa da Fome”, disse Lula. 

Em seu discurso, Lula ressaltou que a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza “nasce dessa vontade política e desse espírito de solidariedade". "Ela será um dos principais resultados da presidência brasileira no G20. Seu objetivo é proporcionar renovados impulsos às iniciativas existentes, alinhando esforços nos planos doméstico e internacional”. 

“Queremos colocar os objetivos de desenvolvimento sustentável de volta aos trilhos. Em 2008, o G20 foi fundamental para evitar o colapso da economia mundial. Agora, os líderes mundiais têm diante de si a oportunidade de responder a esse outro desafio sistêmico. Precisamos de soluções duradouras e devemos pensar e agir juntos. A aliança representa uma estratégia de conquista da cidadania”, completou.

Leia a íntegra do discurso do presidente Lula:

Participar dessa reunião ministerial da Força Tarefa, que lança as bases para a Aliança contra a Fome e a Pobreza, é um dos momentos mais relevantes dos 18 meses deste meu terceiro mandato.

Neste espaço tão simbólico – o Galpão da Cidadania – damos um passo decisivo para recolocar esse tema de uma vez por todas no centro da agenda internacional.

Ao longo dos séculos, fome e pobreza estiveram cercadas de preconceitos e interesses.

Muitos viam os pobres como um “mal necessário” e mão-de-obra barata para produzir as riquezas das oligarquias.

Falsas teorias os consideravam responsáveis pela própria pobreza, atribuída a uma indolência inata, sem qualquer evidência nesse sentido.

Foram ignorados por governantes e setores abastados.

Mantidos à margem da sociedade e do mercado.

Os que não puderam ser incorporados à produção e ao consumo ainda hoje são tidos como um estorvo.

Quando muito, tornaram-se objeto de medidas compensatórias paliativas.

Nas últimas décadas, a globalização neoliberal agravou esse quadro.

Nunca tantos tiveram tão pouco e tão poucos concentraram tanta riqueza.  

Em pleno século 21, nada é tão absurdo e inaceitável quanto a persistência da fome e da pobreza, quando temos à disposição tanta abundância, tantos recursos científicos e tecnológicos e a revolução da inteligência artificial.

Esta é uma constatação que pesa em nossas consciências.

Nenhum tema é mais atual e mais desafiador para a humanidade.

Não podemos naturalizar tais disparidades.

A fome é a mais degradante das privações humanas. É um atentado à vida, uma agressão à liberdade.

A fome, como dizia o grande cientista social brasileiro Josué de Castro “é a expressão biológica dos males sociais”.

Os dados divulgados hoje pela FAO sobre o estado da insegurança alimentar no mundo são estarrecedores.

A pobreza extrema aumentou pela primeira vez em décadas.

O número de pessoas passando fome ao redor do planeta aumentou em mais de 152 milhões desde 2019. 

Isso significa que 9% da população mundial (733 milhões de pessoas) estão subnutridas.

O problema é especialmente grave na África e na Ásia, mas ele também persiste em partes da América Latina.

Mesmo nos países ricos, aumenta o apartheid nutricional, com a pobreza alimentar e a epidemia de obesidade.

Em 2023, 29% da população mundial (2,3 bilhões de pessoas) enfrentou graus moderados ou severos de restrição alimentar.

A fome tem o rosto de uma mulher e a voz de uma criança.

Mesmo que elas preparem a maioria das refeições e cultivem boa parte dos alimentos, mulheres e meninas são a maioria das pessoas em situação de fome no mundo. 

Muitas mulheres são chefes de família, mas ganham menos.

Trabalham mais no setor informal, se dedicam mais aos cuidados não-remunerados, e têm menos acesso à terra que os homens.

A discriminação étnica, racial e geográfica também amplifica a fome e a pobreza entre populações afrodescendentes, indígenas e comunidades tradicionais.

Crises recorrentes e simultâneas agravam esse quadro.

A pandemia de Covid-19 aumentou drasticamente a subnutrição, e esses níveis elevados se mantêm inalterados.

Conflitos armados interrompem a produção e distribuição de alimentos e insumos, contribuindo para o aumento dos preços. 

Eventos climáticos extremos ceifam vidas, devastam cultivos e infraestruturas. 

Subsídios agrícolas em países ricos solapam a agricultura familiar no Sul Global.

O protecionismo discrimina contra os produtos de países em desenvolvimento.

Mas a fome não resulta apenas de fatores externos.

Ela decorre, sobretudo, de escolhas políticas.

Hoje o mundo produz alimentos mais do que suficiente para erradicá-la.

O que falta é criar condições de acesso aos alimentos.

Enquanto isso, os gastos com armamentos subiram 7% no último ano, chegando a 2,4 trilhões de dólares.

Inverter essa lógica é um imperativo moral, de justiça social, mas também essencial para o desenvolvimento sustentável.

No Brasil, combatemos a fome por meio de um novo contrato social, que coloca o ser humano no centro da ação de governo.  

Retomamos as políticas de valorização do salário mínimo, de erradicação do trabalho infantil e de combate a formas contemporâneas de escravidão.

Temos uma sólida política de geração de postos de trabalhos formais. O desemprego é o mais baixo em uma década.

Aprovamos uma lei sobre igualdade de remuneração entre homens e mulheres.

Formulamos um Plano Nacional de Cuidados que considera as desigualdades de classe, gênero, raça, idade, deficiências e territórios, com olhar especial para trabalhadores e trabalhadoras domésticos.

Programas como o Bolsa Família, de Aquisição de Alimentos e de Alimentação Escolar permitem que refeições saudáveis cheguem aos mais vulneráveis, estimulem a produção agrícola e promovam o desenvolvimento local.

A agricultura familiar é componente essencial dessa estratégia. São quase 5 milhões de propriedades rurais de até 100 hectares produzindo parte expressiva dos alimentos consumidos no país.

Em síntese, tomamos a decisão política de colocar os pobres no orçamento.

Como resultado, só em 2023 retiramos 24 milhões e 400 mil pessoas da condição de insegurança alimentar severa.

Ainda temos mais de 8 milhões de brasileiras e brasileiros nessa situação.

Este é o compromisso mais urgente do meu governo: acabar com a fome no Brasil, como fizemos em 2014.

Meu amigo Diretor Geral da FAO, pode ir se preparando para anunciar em breve que o Brasil saiu novamente do Mapa da Fome.

Senhoras e senhores,

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza nasce dessa vontade política e desse espírito de solidariedade. 

Ela será um dos principais resultados da presidência brasileira do G20.

Seu objetivo é proporcionar renovado impulso às iniciativas existentes, alinhando esforços nos planos doméstico e internacional.

Queremos colocar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis de volta nos trilhos.

Em 2008, o G20 foi fundamental para evitar o colapso da economia internacional.

Agora, os líderes mundiais têm diante de si a oportunidade de responder a esse outro desafio sistêmico.

Precisamos de soluções duradouras, e devemos pensar e agir juntos.  

A Aliança representa uma estratégia de conquista da cidadania.

A melhor maneira de executá-la é promovendo a articulação de todos os atores relevantes.

Com esse fim, reunimos as duas trilhas, de Finanças e dos Sherpas, nesta Força Tarefa. 

É gratificante ver aqui hoje ministros de trinta países membros e convidados ao lado de organizações internacionais e bancos de desenvolvimento.

O papel das Nações Unidas e, particularmente, da FAO, do FIDA e do Programa Mundial de Alimentos será decisivo.

Vamos seguir dialogando com governadores, prefeitos, sociedade civil e setor privado. 

Nossa melhor ferramenta será o compartilhamento de políticas públicas efetivas.

Muitos países também tiveram êxito em combater a fome e promover a agricultura e queremos que esses exemplos possam ser conhecidos e utilizados.

Aproveitaremos essas experiências e o conhecimento acumulado e ampliar o alcance dos nossos esforços.

Nenhum programa vai ser mecanicamente transposto de um lugar a outro.

Vamos sistematizar e oferecer um conjunto de projetos que possam ser adaptados às realidades específicas de cada região.

Toda adaptação e implementação deverá ser liderada pelos países receptores, porque cada um conhece seus problemas.

Eles devem ser os protagonistas de seu sucesso.

A Aliança será gerida com base em um secretariado alojado nas sedes da FAO em Roma e em Brasília.

Sua estrutura será pequena, eficiente e provisória, formada por pessoal especializado e funcionará até 2030, quando será desativada.

Metade dos seus custos serão cobertos pelo Brasil. Quero registrar minha gratidão aos países que já se dispuseram a contribuir com este esforço.

A Aliança tampouco criará fundos novos. Vamos direcionar recursos globais e regionais que já existem, mas estão dispersos.

Recebemos com satisfação os anúncios feitos hoje pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e pelo Banco Africano de Desenvolvimento.

Ambas as instituições estabelecerão um mecanismo financeiro inovador para o uso do capital híbrido dos Direitos Especiais de Saque em apoio à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.

É gratificante saber que a segurança alimentar será um tema central na agenda estratégica do Banco Mundial nos próximos anos e que a Associação Internacional para o Desenvolvimento fará nova recomposição de capital para ajudar os países mais pobres.

Todos os que queiram se somar a esse esforço coletivo são bem-vindos.

A Aliança Global nasce no G20, mas é aberta ao mundo.

Senhoras e senhores,

Em 22 de julho de 1944, há exatos 80 anos, encerrava-se a Conferência de Bretton Woods. 

Desde então, a arquitetura financeira global mudou pouco e as bases de uma nova governança econômica não foram lançadas.

A representação distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é um obstáculo ao enfrentamento dos complexos problemas da atualidade.

Sem uma governança mais efetiva e justa, na qual o Sul Global esteja adequadamente representado, problemas como a fome e a pobreza serão recorrentes.

Essa é outra prioridade da nossa presidência do G20.

Lidar com a desigualdade também será parte desse esforço.

A riqueza dos bilionários passou de 4% do PIB mundial para quase 14% nas últimas três décadas.

Alguns indivíduos controlam mais recursos do que países inteiros.  Outros possuem programas espaciais próprios.

Vários países enfrentam um problema parecido. No topo da pirâmide, os sistemas tributários deixam de ser progressivos e se tornam regressivos.

Os super-ricos pagam proporcionalmente muito menos impostos do que a classe trabalhadora.

Para corrigir essa anomalia, o Brasil tem insistido no tema da cooperação internacional para desenvolver padrões mínimos de tributação global, fortalecendo as iniciativas existentes e incluindo os bilionários.

Juntamente com a União Africana, que participa pela primeira vez como membro pleno do G20, temos alertado sobre o problema do endividamento.

O que vemos hoje é uma absurda exportação líquida de recursos dos países mais pobres para os mais ricos.

Não se pode financiar o bem-estar coletivo, se parte expressiva do orçamento é consumido pelo serviço da dívida.

A fome e a mudança do clima são dois flagelos que se agravam mutuamente.

Quem sente fome tem sua existência aprisionada na dor do presente. Torna-se incapaz de pensar no amanhã.

Reduzir vulnerabilidades socioeconômicas pavimenta o caminho para a transição justa, constrói resiliência frente a eventos extremos e fortalece os esforços contra o aquecimento global.

A transição energética e a descarbonização do planeta são oportunidades nessa luta contra a fome.

Senhoras e senhores,

O lema da presidência brasileira do G20 “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável" parece inalcançável, mas hoje damos um passo decisivo para sua realização.   

A fome e a pobreza inibem o exercício pleno da cidadania e enfraquecem a própria democracia.

Erradicá-las equivale a uma verdadeira emancipação política para milhões de pessoas.

Enquanto houver famílias sem comida na mesa, crianças nas ruas e jovens sem esperança, não haverá paz. 

Um mundo justo é um mundo em que as pessoas têm acesso desimpedido à alimentação, à saúde, à moradia, à educação e empregos decentes.

Essas são condições imprescindíveis para construir sociedades prósperas, livres, democráticas e soberanas.

Espero revê-los em novembro, aqui no Rio de Janeiro, para a reunião de Cúpula do G20.

Será uma ocasião para lançar oficialmente a Aliança Global e anunciar seus membros fundadores.

Contamos com todas e todos para que ela seja um sucesso.

Muito obrigado.

Fonte: Brasil 247

Gleisi: 'Aliança Global contra a Fome de Lula devolve respeito internacional ao Brasil'

 

Aliança, iniciativa do governo do presidente Lula, é uma das prioridades da presidência brasileira do G20

Gleisi Hoffmann (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

A presidente nacional do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PR), foi às redes sociais nesta quarta-feira (24) elogiar os anúncios do governo do presidente Lula na área de combate à fome e à pobreza. 

O presidente Lula disse nesta quarta-feira, na sede da ONG Ação da Cidadania, no Rio de Janeiro (RJ), que somente a disposição política é capaz de solucionar a desigualdade persistente. O discurso ocorreu no âmbito das reuniões do G20, que aprovou nesta quarta-feira a proposta brasileira de criar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

Segundo Gleisi, o Brasil está dando um exemplo ao mundo no combate à insegurança alimentar, e o governo Lula vem reconquistando respeito globalmente com suas iniciativas. 

"Presidente Lula hoje, no Rio, unindo o mundo na proposta de Aliança Global contra a Pobreza. Reunião com ministros de diversos países ocorre no mesmo dia em que a ONU e a FAO mostram que reduzimos em 85% o número de famílias em situação de insegurança alimentar no primeiro ano de governo. É com exemplos assim que o Brasil reconquista respeito internacional", escreveu Gleisi em postagem na rede social X (antigo Twitter). 

Dados do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (Sofi 2024), divulgado nesta quarta-feira, apontam que, em todo o Brasil, 14,7 milhões de pessoas deixaram de passar fome em 2023. A insegurança alimentar severa, que atingia 17,2 milhões de brasileiros em 2022, caiu para 2,5 milhões no ano passado.  

O documento foi apresentado durante as reuniões do G20 e logo antes da apresentação da aliança, principal aposta da presidência brasileira do G20 para erradicar a fome no mundo, por meio da cooperação tanto financeira quanto técnica entre os países. 

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Brasil

"Lula é um democrata e agiu corretamente sobre a Venezuela", diz Fernando Horta

 

Para o historiador, são preocupantes as declarações do presidente Nicolás Maduro sobre um eventual banho de sangue após as eleições

(Foto: Ueslei Marcelino/Reuters | Brasil247)

Em uma entrevista ao programa Brasil Agora, da TV 247, o historiador Fernando Horta analisou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à crise na Venezuela. Horta foi enfático ao defender as ações de Lula, afirmando que "o presidente Lula é um democrata incorrigível e agiu corretamente sobre a Venezuela".

O historiador destacou que as declarações do presidente venezuelano Nicolás Maduro sobre um possível "banho de sangue" em caso de derrota eleitoral causaram grande preocupação no governo brasileiro. "Por isso a declaração do presidente venezuelano Nicolás Maduro sobre um eventual banho de sangue assustou muito o governo brasileiro", comentou Horta. Ele ressaltou a importância da sinalização de Lula em defesa da democracia: "A sinalização do presidente Lula foi correta".

Durante a entrevista concedida aos correspondentes de agências internacionais na última segunda-feira, Lula enfatizou a necessidade de um processo eleitoral respeitado por todos na Venezuela para o retorno à normalidade no país. Ele ressaltou que já conversou duas vezes com Maduro, deixando claro que "a única chance da Venezuela voltar à normalidade é ter um processo eleitoral que seja respeitado por todo mundo".

Horta explicou que, apesar das sanções econômicas que impedem um desenvolvimento maior na Venezuela, estas não são a causa de todos os problemas do país. "As sanções impedem um desenvolvimento maior da Venezuela, mas não são a causa de todo o problema", disse. Ele também criticou as elites venezuelanas por nunca terem tentado criar um modelo de desenvolvimento inclusivo: "As elites venezuelanas jamais tentaram criar um modelo de desenvolvimento inclusivo".

Lula e o chavismo

Comparando os métodos de transformação política, Horta destacou a abordagem de Lula como mais lenta e menos violenta, baseada na formação de consensos. "O modo Lula de transformar é mais lento, menos violento e se dá pela formação de consensos", afirmou. Em contraste, ele mencionou a revolução chavista na Venezuela, que seguiu um caminho diferente e mais radical.

Para reforçar seu compromisso com a democracia, Lula anunciou que o Brasil enviará observadores da Justiça Eleitoral, incluindo Celso Amorim, assessor de Assuntos Internacionais, para monitorar as próximas eleições venezuelanas. Esta ação visa garantir que o pleito ocorra de forma justa e democrática.

Lula também expressou sua preocupação com as declarações recentes de Maduro sobre um "banho de sangue" e reforçou que a resposta correta a uma derrota eleitoral deve ser democrática. "Quem perde as eleições toma um banho de voto. Não de sangue", declarou Lula, destacando a necessidade de aceitar os resultados eleitorais de maneira pacífica. "Quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora e se prepara para disputar outra eleição", acrescentou o presidente brasileiro. 
Assista a entrevista de Horta:


Fonte: Brasil 247

"Uma eventual eleição de Kamala Harris facilitará a prisão de Bolsonaro", diz Fernando Horta

 

Para o historiador, a candidata do Partido Democrata também combate a extrema direita internacional

(Foto: REUTERS/Nathan Howard | Brasil247)

Em recente entrevista ao Programa Brasil Agora, da TV 247, o historiador Fernando Horta ofereceu uma análise detalhada sobre a situação política do ex-presidente Jair Bolsonaro e as possíveis repercussões das eleições norte-americanas no Brasil. Horta foi categórico ao afirmar que a eleição de Kamala Harris como presidente dos Estados Unidos facilitaria a prisão de Bolsonaro. Segundo ele, "uma eventual eleição de Kamala Harris facilita muito a prisão de Jair Bolsonaro".

Horta explicou que o atentado a Donald Trump, que resultou na morte da candidatura de Joe Biden, mudou drasticamente o cenário político nos Estados Unidos. "O sistema econômico parece agora estar se unindo em torno de Kamala Harris", observou. Para ele, a falta de habilidade de Trump em se vitimizar após o atentado foi um ponto crucial: "Trump não conseguiu se vitimizar", comentou Horta.

O historiador ressaltou que a eleição americana será decidida nos detalhes, mas que para o Brasil a diferença é significativa. "Para o Brasil faz muita diferença e Kamala Harris causará muito menos danos ao Brasil do que Donald Trump", afirmou. Ele destacou ainda que Harris está enfrentando figuras tóxicas da extrema-direita no mundo, o que incluiria Bolsonaro. "Kamala verá em Bolsonaro um micro-Trump", disse Horta, sugerindo que a postura de Harris em relação à extrema-direita global poderia impactar diretamente o futuro político de Bolsonaro.

Horta relembrou que, há uma semana, logo após o atentado contra Trump, ele havia afirmado que Bolsonaro não seria preso caso Trump fosse eleito. Na entrevista, ele enfatizou que "o STF dificilmente prenderia um aliado de Donald Trump, caso o republicano se elegesse". A situação, com Kamala Harris na dianteira, muda drasticamente também para Bolsonaro. 
Assista:


Fonte: Brasil 247

Comissão de Ética investiga denúncias contra ex-secretária de Bolsonaro

 

Ela é acusada de realizar declarações em tom de ameaça a servidores que não votaram no ex-mandatário

A Secretária Nacional de Atenção à Primeira Infância, Luciana Siqueira Lira de Miranda (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Luciana Siqueira Lira de Miranda, ex-secretária nacional de Atenção à Primeira Infância, tornou-se alvo de um processo de investigação da Comissão de Ética da Presidência. Luciana, que assumiu o cargo em 2020, foi exonerada em novembro de 2022 após uma denúncia de assédio moral no Ministério da Cidadania do governo do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL).

Segundo informações do blog de Lauro Jardim no jornal O Globo, a Comissão instaurou um processo para apurar as alegações feitas contra Luciana, acusada de realizar declarações em tom de ameaça a servidores que não votaram no ex-mandatário.

No dia seguinte às eleições, a então secretária teria convocado uma reunião e afirmado "saber exatamente quem não votou no presidente". Na ocasião, ela ainda disse que essas pessoas pagariam "pela justiça divina".

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Cis e Trans: esclarecendo termos e promovendo a compreensão das identidades de gênero

 

Descubra a verdade por trás dos termos e entenda melhor as identidades de gênero.

Foto: Pexels

A diversidade de identidades de gênero em nossa sociedade contemporânea é um tema rico, mas muitas vezes mal compreendido. Este texto explora as diferenças entre os termos “cis” e “trans”, cruciais para a compreensão da variedade de experiências individuais relacionadas à identidade de gênero. Por meio de uma discussão detalhada, busca-se promover maior compreensão e respeito pelas pessoas de todas as identidades de gênero, desfazendo mitos e fomentando o diálogo inclusivo.

Neste cenário, é importante considerar também a realidade vivida por acompanhantes em Campinas, cujas experiências frequentemente refletem a complexidade das questões de identidade de gênero e a necessidade de uma abordagem mais inclusiva e informada.

Definições e conceitos-chave

No contexto das identidades de gênero, é imperativo começar com uma compreensão clara dos termos básicos usados para descrever e discutir essas realidades. Os termos “cisgênero” e “transgênero” são essenciais para qualquer diálogo sobre diversidade de gênero e desempenham um papel crucial na forma como as experiências individuais são compreendidas e respeitadas na sociedade.

O termo “cisgênero” refere-se a pessoas cuja identidade de gênero corresponde ao sexo que lhes foi atribuído no nascimento. Por exemplo, uma pessoa que nasce com características físicas masculinas e se identifica como homem é considerada cisgênero. Esse termo é vital para destacar a normatividade inadvertida que geralmente está associada a essas identidades, pois o status de cisgênero tem sido historicamente considerado a norma implícita, tornando invisíveis outras experiências de gênero. Considerando essa discussão, é relevante mencionar as vivências de acompanhantes trans, que frequentemente desafiam e enriquecem nossa compreensão sobre a diversidade de identidades de gênero e a complexidade das experiências individuais.

Por outro lado, “transgênero” é um termo abrangente que inclui aqueles cuja identidade de gênero não se alinha com o sexo designado no nascimento. Esse grupo é diversificado e inclui pessoas que podem se identificar como homem ou mulher, bem como aquelas que podem não se enquadrar nessas duas categorias, como pessoas não binárias ou com fluidez de gênero. Reconhecer e usar corretamente o termo “transgênero” é fundamental para abordar e respeitar a autopercepção e a expressão de gênero de cada indivíduo.

Além desses termos, é importante considerar conceitos como “expressão de gênero” e “identidade de gênero”. A expressão de gênero refere-se à forma como uma pessoa manifesta seu gênero por meio de vestimentas, comportamento e interações sociais, que podem ou não coincidir com as normas de gênero socialmente aceitas. A identidade de gênero é a percepção interna e arraigada de si mesmo como homem, mulher, uma combinação de ambos ou nenhum, que pode ser independente da anatomia sexual da pessoa.

A compreensão desses termos não só ajuda a esclarecer as conversas sobre gênero, mas também é um passo para a criação de um ambiente mais inclusivo e respeitoso. Educar a si mesmo e a outras pessoas sobre o significado e o uso adequado dessa terminologia é um ato de respeito e uma forma de apoio à comunidade trans, bem como uma maneira de desafiar os equívocos e preconceitos que as pessoas trans frequentemente enfrentam em seu dia a dia.

Experiências e desafios da comunidade trans

Os transgêneros enfrentam um conjunto único de desafios em suas vidas diárias, muitos dos quais decorrem da falta de compreensão e aceitação pela sociedade. Um dos obstáculos mais significativos é a discriminação generalizada que eles podem sofrer em diversos ambientes, desde a educação e o emprego até o acesso a serviços de saúde. A discriminação geralmente começa cedo na vida, com pessoas transgênero enfrentando rejeição e assédio em ambientes escolares. Isso não afeta apenas o desempenho acadêmico, mas também tem um impacto profundo na saúde mental e no bem-estar emocional.

No local de trabalho, a discriminação também é comum. Muitas pessoas transgêneras têm dificuldade para conseguir emprego devido ao preconceito baseado em sua identidade de gênero. Mesmo quando conseguem um emprego, podem sofrer assédio e falta de apoio no local de trabalho. Esses fatores contribuem para taxas mais altas de desemprego e subemprego entre a comunidade transgênero, o que, por sua vez, pode levar à pobreza e à insegurança econômica.

O acesso a serviços de saúde adequados é outro desafio fundamental. As pessoas trans geralmente encontram barreiras significativas ao procurar atendimento médico, que vão desde a falta de conhecimento e sensibilidade por parte dos profissionais de saúde até a negação total dos serviços. A falta de treinamento sobre questões trans no setor de saúde pode resultar em diagnósticos errados e tratamentos inadequados. Além disso, a falta de acesso a tratamentos hormonais e cirurgias de afirmação de gênero pode exacerbar a disforia de gênero e outros problemas de saúde mental.

Apesar desses desafios, a resiliência das pessoas trans é notável. Muitas pessoas trans encontram maneiras de criar redes de apoio e comunidades onde podem compartilhar experiências e obter o apoio emocional necessário. O ativismo e a defesa dos direitos das pessoas trans ganharam impulso nos últimos anos, com organizações e movimentos dedicados a melhorar as condições de vida e os direitos das pessoas trans. Esse ativismo não apenas ajuda a dar visibilidade aos problemas enfrentados pela comunidade trans, mas também promove a mudança social e política necessária para alcançar maior igualdade.

As histórias de resiliência e sucesso na comunidade trans também são abundantes. De líderes e ativistas que lutam pelos direitos trans em todo o mundo a indivíduos que alcançaram destaque em seus respectivos campos profissionais, as experiências das pessoas trans são diversas e ricas em exemplos de superação de desafios. Essas histórias não apenas inspiram outras pessoas trans, mas também desafiam estereótipos e preconceitos predominantes na sociedade.

Além do apoio da comunidade, é fundamental que as instituições e a sociedade em geral tomem medidas para reduzir a discriminação e apoiar as pessoas trans. Isso inclui a implementação de políticas inclusivas em locais de trabalho, escolas e ambientes de saúde. A educação e o treinamento sobre diversidade de gênero para profissionais de todos os setores também são essenciais para criar ambientes mais seguros e acolhedores para as pessoas trans.

A resiliência das pessoas trans é uma fonte de força que impulsiona o movimento em direção a uma maior igualdade e justiça social. Ao reconhecer e apoiar essa resiliência, a sociedade pode dar passos significativos em direção à inclusão e ao respeito por todas as identidades de gênero. A luta pelos direitos das pessoas trans é parte integrante do movimento mais amplo de direitos humanos, e o apoio a essa causa é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todos.

Fonte: Brasil 247

Filho de Maduro afirma que governistas aceitarão derrota se Edmundo González vencer na Venezuela

 

Nicolás Maduro Guerra também se mostrou confiante sobre as chances de vitória do pai no pleito presidencial de domingo

Nicolás Maduro Guerra (Foto: Gaby Oraa / Reuters)

O deputado venezuelano Nicolás Maduro Guerra, filho do presidente Nicolás Maduro, afirmou em entrevista ao jornal El País que, caso o mandatário perca as eleições para o oposicionista Edmundo González, os governistas aceitarão a derrota. 

Ao mesmo tempo, ele se mostrou confiante sobre as chances de vitória do pai no pleito de domingo (28): "Nós vamos ganhar, te reafirmo isso. Sou apreensivo com alguns meios de comunicação internacionais. Não de forma extrema, mas acredito que são muito tendenciosos, que não veem, não estão nas ruas. Se Edmundo ganhar, entregamos e seremos oposição, pronto. Eu não nasci na presidência, meu pai não nasceu sendo presidente. Eu nasci no Vale, estudei em uma escola pública. E se tudo acabar para sermos oposição, seremos. Eu não sei se nos aguentam como oposição, somos um incômodo". 

No próximo domingo (28), cerca de 21 milhões de venezuelanos deverão eleger o próximo presidente, que vai governar o país sul-americano entre 2025 e 2031. O presidente Maduro, no poder desde 2013, enfrenta nas urnas nove concorrentes. Esta é a primeira eleição, desde 2015, em que toda a oposição aceitou participar do pleito. Desde 2017, os principais partidos de oposição vinham boicotando as eleições nacionais.

As pesquisas eleitorais da Venezuela divergem sobre o resultado do pleito presidencial Enquanto alguns levantamentos dão a vitória com ampla margem a González, principal candidato da oposição, outras enquetes apontam para uma vitória de Maduro, também com uma margem confortável. 

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Brasil e El País

Moraes autoriza PF a investigar bolsonarista Carla Zambelli por suspeita de envolvimento em trama golpista

 

Deputada teria intermediado viagem de uma blogueira à Espanha para elaborar um dossiê em que acusava, sem provas, o PT de receber dinheiro do narcotráfico

Carla Zambelli e Alexandre de Moraes (Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados | Carlos Moura/SCO/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a abertura de uma nova investigação contra a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP). A medida foi tomada a pedido da Polícia Federal (PF), que identificou o envolvimento de Zambelli em uma suposta trama golpista para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Segundo o g1, a parlamentar teria atuado na intermediação de uma viagem de uma influenciadora à Espanha para tratar com o general venezuelano Hugo Carvajal, que estava preso na Espanha, informações de um suposto financiamento do governo venezuelano para partidos e políticos de esquerda em países da Europa e da América Latina, incluindo o PT e o então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com a PF, ao retornar para o Brasil a influenciadora teria repassado um dossiê do caso ao então Ministro da Justiça, Anderson Torres, que determinou a abertura de um inquérito pela PF sobre o assunto. A investigação foi iniciada após o presidente Jair Bolsonaro mencionar a delação de Carvajal durante uma reunião ministerial em 5 de julho de 2022. Esse encontro fundamentou uma operação da PF contra militares e ex-ministros de Bolsonaro, pela suspeita de participarem de uma tentativa de golpe de Estado.

Na ocasião, Bolsonaro contou que Carvajal disse que, durante 10 anos, abasteceu com dinheiro do narcotráfico líderes de esquerda, incluindo Lula da Silva, Cristina Kirchner e Evo Morales. Segundo a investigação da PF, Zambelli intermediou a viagem um mês antes dessa reunião ministerial.

A PF alega que a investigação determinada por Torres foi formalizada rapidamente para conferir credibilidade às narrativas propagadas pela "milícia digital" contra Lula, principal opositor político de Bolsonaro, visando "obter vantagem de natureza eleitoral às vésperas do pleito de 2022". Para a PF, há indícios de desvio de finalidade da investigação no contexto das eleições presidenciais, com participação de Carla Zambelli nos fatos apurados e no uso da estrutura do Estado para fins ilícitos.

Na decisão, ainda conforme a reportagem, Alexandre de Moraes afirmou que os elementos apresentados pela PF mostram conexão entre os inquéritos das fake news, da milícia digital, da suposta tentativa de golpe e o que apura os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por militantes bolsonaristas e de extrema direita. Jair Bolsonaro, militares e aliados seguem sob investigação no STF.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1