quinta-feira, 18 de julho de 2024

A 10 dias das eleições na Venezuela, pesquisadores falam em 'empate técnico'

 

Economista venezuelano faz cálculo de 'correção de base' e indica que Maduro e Edmundo teriam números parecidos

O Conselho Nacional Eleitoral anunciou em maio que 21,4 milhões de venezuelanos estão aptos a votar no dia 28 de julho - Federico PARRA / AFP

As eleições presidenciais venezuelanas estão marcadas para 28 de julho, mas faltando 10 dias para o pleito, os eleitores não têm um termômetro que ajude a saber que candidato tem mais chance de ganhar. Com resultados muito diferentes, especialistas entendem ser possível até um empate técnico neste momento, analisando as pesquisas eleitorais.

Os números não parecem confiáveis. Hoje, alguns institutos colocam o candidato da oposição e ex-embaixador, Edmundo González Urrutia, com até 30 pontos percentuais de vantagem sobre o presidente Nicolás Maduro. Já outras, indicam vitória do candidato à reeleição com a mesma folga de 30 pontos percentuais sobre o candidato da Plataforma Unitária. São os casos das pesquisas conduzidas pela Delphos e pela Hinterlaces. 

E as duas organizações são ainda as mais transparentes em relação à metodologia, tendo divulgado quantas pessoas entrevistaram. A Hinterlaces está mais ligada ao governo e mostra o recorte de idade e de classes sociais da amostragem. Já a Delphos indica a idade mínima das entrevistas (18 anos) e afirma que todas as pessoas que responderam estão registradas no Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE). 

De acordo com o levantamento da Hinterlaces divulgado em 30 de junho, Nicolás Maduro lidera as intenções de voto com 54,2%. Urrutia aparece com 21,1% enquanto o empresário e humorista Benjamín Rausseo tem 5,7%. Não sabem ou não responderam foram 7,3% e os outros 7 candidatos somam 11,7%.

Já a pesquisa Delphos publicada nesta quarta-feira (17) coloca o candidato da Plataforma Unitária com 59,1% das intenções de voto, enquanto Maduro tem 24,6%. Em nota, a empresa afirmou que, com esses indicadores, Urrutia teria 4,9 milhões de votos e o candidato do governo 2,9 milhões. A pesquisa, porém, não fala sobre os outros participantes.

Outros institutos usados pelo governo e oposição não divulgam as pesquisas de maneira pública, não apresentam metodologia e alguns sequer tem site próprio. 

Segundo o ex-vice-presidente do CNE Leonardo Morales, a tendência é que essas pesquisas não tragam uma boa fotografia da realidade porque são usadas pelas campanhas eleitorais das duas partes. “As pesquisas na Venezuela têm pouca credibilidade porque, em geral, são usadas para fazer campanha. Várias delas também são empresas fantasmas, são apenas nomes. Só algumas empresas têm mais tradição”, afirmou. 

Empate técnico? Com resultados tão diferentes, alguns pesquisadores começaram a fazer contas próprias para tentar entender qual o cenário mais próximo da realidade hoje. O economista Francisco Rodríguez faz parte da campanha de Antonio Ecarri, da Alianza Lápiz. Segundo ele, a média das pesquisas dos institutos com maior histórico no país mostram uma vantagem de 28,4 pontos percentuais para Edmundo. Ainda assim, ele explica que é errado fazer esse cálculo simples, já que as pesquisas têm um “enviesamento histórico”. 

Em seu perfil nas redes sociais, ele expôs uma conta que é usada por pesquisadores brasileiros para fazer uma “correção na base”. O método consiste em usar pesquisas para eleições anteriores e comparar com o resultado final. De acordo com o economista venezuelano, esses mesmos institutos superestimaram o voto da oposição, em média, em 27,8 por cento nos últimos 10 anos. Com esse ajuste, a vantagem de Edmundo cairia para 0,6 ponto percentual, o que representa um empate técnico, já que as empresas que apresentam metodologia colocam a margem de erro em 3 pontos percentuais. 

Segundo o sociólogo Marcos Coimbra, fundador do Instituto Vox Populi, esse tipo de conta faz sentido e já foi realizada nas últimas eleições no Brasil. De acordo com ele, o voto em Jair Bolsonaro (PL) em 2022, por exemplo, foi subestimado pelas pesquisas.

“Aqui, em 2022, fazia sentido fazer, pois o eleitor bolsonarista tendia a se recusar a conceder entrevistas, ou seja, sub-representamos o voto no Bolsonaro”, afirma ao Brasil de Fato. Naquela eleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o pleito em segundo turno com 50,90% dos votos contra 49,10% do ex-presidente. 

Ele ainda pondera que, mesmo os institutos que têm maior histórico e tradição em todo o mundo, têm errado as projeções nos últimos tempos. Isso faz com que a credibilidade das pesquisas seja colocada em cheque pelos eleitores. 

“Não tenho opinião a respeito dos institutos da Venezuela e não conheço seu desempenho. Mas acho que é sempre bom olhar resultados de pesquisa com cautela, até em função da crise internacional na sua credibilidade. As pesquisas precisam se adaptar aos novos tempos e não estão conseguindo fazê-lo na velocidade e intensidade necessárias”, disse.

Maduro contra 9

O CNE anunciou em maio que 21,4 milhões de venezuelanos estão aptos a votar no dia 28 de julho. Cerca de 69 mil deles estão fora do país. O presidente Nicolás Maduro busca a reeleição contra outros 9 candidatos, sendo o principal deles Edmundo González Urrutia. Ele é apoiado pela ex-deputada ultraliberal María Corina Machado. Ela está inabilitada por 15 anos pela Justiça venezuelana por "inconsistência e ocultação" de ativos na declaração de bens que ela deveria ter apresentado à Controladoria-Geral da República (CGR) enquanto foi deputada na Assembleia Nacional (2011-2014). 

Em junho, oito dos 10 candidatos assinaram um acordo para respeitar o resultado das eleições. Edmundo se recusou a participar e não assinou o documento. Além dele, Enrique Márquez, do partido Centrados, não assinou.

Como funciona o sistema

A eleição para presidente na Venezuela tem apenas um turno. Ganha quem tiver o maior número de votos. O mandato para o presidente é de 6 anos. No país, não há limite de reeleição para presidente. O atual chefe do Executivo é Nicolás Maduro, que concorre à reeleição para o 3º mandato. Antes dele, Hugo Chávez também foi eleito 3 vezes, mas morreu logo no início de sua 3ª gestão. 

Para votar, é preciso ter ao menos 18 anos e o voto não é obrigatório no país. Assim como o Brasil, a Venezuela também usa a urna eletrônica, mas a diferença é que no sistema venezuelano o voto é também é impresso. O Conselho Nacional Eleitoral venezuelano contratou uma empresa em 2004 que desenvolveu e implementou mais de 500 mil máquinas e treinou 380 mil profissionais para operar as máquinas. 

O procedimento é simples. Os centros de votação são em escolas públicas. O eleitor entra na sala de votação, valida sua biometria e registra o voto na urna eletrônica. Ele recebe o comprovante do voto, confere se está correto e deposita em uma outra urna, onde ficam armazenados os votos impressos. Quando a votação é encerrada, o chefe da seção imprime o boletim de urna e faz a contagem dos votos impressos para conferir se estão de acordo.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

Fonte: Brasil de Fato

Chefe da Receita fez reunião na casa de Flávio para relatar investigação solicitada por família Bolsonaro

 

O uso da máquina pública em benefício do "02" é parte de uma investigação da Polícia Federal sobre um esquema de monitoramento ilegal realizado pela Abin

Flávio Bolsonaro (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

A operação articulada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) para tentar blindar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), investigado por um suposto esquema de “rachadinhas”, envolveu a ida do então secretário da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, à casa do filho “02” do ex-mandatário, em Brasília.

Na ocasião, Tostes teria apresentado os resultados de uma investigação solicitada pela defesa do senador, sobre supostos acessos ilegais por servidores da Receita a dados fiscais dele e de familiares. De acordo com informações da Folha de S. Paulo, Luciana Pires, uma das advogadas de Flávio, também participou da reunião.

O encontro ocorreu em setembro de 2020, semanas após uma reunião no Palácio do Planalto, onde Bolsonaro discutiu o uso de órgãos públicos em prol da defesa do "02". O áudio dessa reunião, realizada em 25 de agosto de 2020, veio a público nesta semana. Na gravação, conversam Bolsonaro, o general Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, então chefe da Agência Brasileira de Inteligência, e duas advogadas de Flávio.

O uso da máquina pública em benefício de Flávio Bolsonaro é parte de uma investigação da Polícia Federal sobre o monitoramento ilegal de adversários políticos, jornalistas e magistrados realizado pela Abin durante a gestão Bolsonaro. A informação de que houve reuniões entre Tostes e a defesa de Flávio após o encontro no Planalto já era conhecida, mas não que uma dessas reuniões ocorreu na residência do senador.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Relação com Bolsonaro não afetaria diálogo com Lula, diz possível secretário de Estado de Trump

 

Richard Grenell disse que Trump não vai "tentar fazer mudanças de regimes" em outros países

Richard Grenell (Foto: Reuters)

Cotado como possível secretário de Estado de Donald Trump, Richard Grenell falou à Folha de S. Paulo sobre as perspectivas para a relação Brasil-EUA em caso de uma vitória do republicano, aliado de Jair Bolsonaro, contra o democrata Joe Biden, aliado do presidente Lula. 

Grenell afirmou que Trump falará com "cada líder para entender como será essa relação", mas que vai apresentar as políticas que tornem Washington mais forte. Questionado sobre a relação de Trump com Bolsonaro, ele disse que o ex-presidente "vai lidar com o mundo como ele é" e não vai "tentar fazer mudanças de regimes" ao redor do mundo. 

O ex-embaixador disse ainda que "Trump vai lidar com quem quer que esteja no cargo, e vamos falar com eles". 

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Governo mantém projeção de alta do PIB em 2024 em 2,5% e piora expectativa para 2025

 

Fazenda disse acreditar em uma compensação dos efeitos negativos provocados pelas chuvas no RS

Prédio do Ministério da Fazenda em Brasília 14/02/2023 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

(Reuters) - A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda manteve em 2,5% sua projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2024 e piorou a expectativa para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 de 2,8% para 2,6%, mostrou boletim divulgado nesta quinta-feira.

O documento também apontou uma deterioração na visão do governo para a inflação, com a projeção para o IPCA indo a 3,9% para 2024, ante previsão de 3,7% feita em maio, enquanto o índice para 2025 foi ajustado de 3,2% para 3,3%.

Em relação à atividade, a secretaria informou que revisou para baixo a expectativa de desempenho da agropecuária em 2024, ao passo que os números de indústria e serviços foram revistos para cima. A pasta ainda disse acreditar em uma compensação dos efeitos negativos provocados pelas chuvas no Rio Grande do Sul.

“Os impactos negativos das enchentes no Estado devem ser compensados por medidas de suporte às famílias, empresas e aos governos estadual e municipais”, disse a SPE no documento.

As projeções da SPE balizam a programação de receitas e despesas orçamentárias do governo. O novo relatório bimestral de avaliação fiscal, a ser divulgado na segunda-feira, é aguardado com ansiedade por agentes do mercado pela expectativa de que o governo anuncie um bloqueio ou contingenciamento de verbas para respeitar o arcabouço fiscal.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Exclusivo. TRE se mobiliza para acompanhar tour eleitoral de Bolsonaro no Rio; candidatos podem ter registro negados

 Os atos não podem ter características de corpo-a-corpo, tampouco o pré-candidato pode exercer protagonismo que denote a intenção de pedir votos.


RICARDO BRUNO


Equipes de fiscalização do TRE estão sendo mobilizadas na manhã desta quinta-feira, 18, para acompanhar a agende de Jair Bolsonaro no Rio. A intenção é verificar se os pré-candidatos que estarão ao lado do ex-presidente vão infringir a legislação eleitoral, que veda a possibilidade de pedido de voto neste período.


Denúncias anônimas encaminhadas ao TRE dão conta da realização de caminhadas em calçadões e ruas de grande fluxo do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Niterói, Angra dos Reis e Itaguaí. Os atos não podem ter características de corpo-a-corpo, tampouco o pré-candidato pode exercer protagonismo que denote a intenção de pedir votos.


O presidente do TRE, desembargador Henrique Figueira, em contato com a Agenda do Poder, adverte que  se forem verificadas infrações, o pré-candidato pode ter o registro negado pela Justiça Eleitoral.


— Nossos canais de comunicação estão aberto à sociedade para o recebimento de informações denúncias. Estamos atentos e vão agir se houver qualquer transgressão — completou


Fonte: Agenda do Poder

Geração de energia no Brasil tem expansão recorde de 18,7%

 

Números do 1º semestre são da Aneel

Com 168 novas usinas de geração de energia em funcionamento, o Brasil fechou o primeiro semestre de 2024 com um incremento de 5,7 gigawatts (GW) de potência instalada na matriz elétrica. O número representa um aumento de 18,7% em relação ao primeiro semestre de 2023 e um recorde nos últimos 27 anos para o período.  

Apenas em junho deste ano, houve um incremento de 889,51 megawatts (MW) com a entrada em operação de 27 usinas, sendo 13 eólicas, 10 fotovoltaicas e quatro termelétricas.

A matriz elétrica é o conjunto de fontes disponíveis para a geração de energia elétrica em um país, como hidrelétricas, usinas eólicas, solares e termelétricas. 

Expansão

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a previsão de crescimento da geração de energia elétrica do país para 2024 é de 10,1 GW, menor que a do ano passado, quando houve crescimento de 10,3 GW.

Atualmente, a capacidade instalada de energia elétrica do Brasil, ou seja, a quantidade máxima de produção de energia do país, soma 203,8 gigawatts. Desse total em operação, 84,62% das usinas são consideradas renováveis.

As quatro maiores fontes renováveis que compõem a matriz de energia elétrica brasileira são a hídrica (53,88%), eólica (15,22%), biomassa (8,31%) e solar (7,2%). Entre as fontes não renováveis, as maiores são gás natural (8,78%), petróleo (3,92%) e carvão mineral (1,7%).

Edição: Kleber Sampaio

Fonte: Agência Brasil

Flamengo e Palmeiras se enfrentarão nas oitavas da Copa do Brasil


Jogos de ida ocorrerão em 31 de julho e os de volta em 7 de agosto


O duelo Flamengo x Palmeiras, ambos com quatro títulos, foi o primeiro dos oito confrontos das oitavas de final da Copa do Brasil sorteados na tarde desta quinta-feira (18) na sede da CBF, no Rio de Janeiro. O atual campeão São Paulo enfrentará o Goiás, que busca um título inédito, assim como o Botafogo cujo adversário será o Bahia. Os jogos de ida ocorrerão na semana de 31 de julho e os de volta na semana seguinte.

Pentacampeão da Copa do Brasil, o Grêmio medirá forças com o Corinthians, tricampeão há 15 anos. Velhos conhecidos, o Athletico-PR pegará o Red Bull Bragantino: eles se enfrentaram na final da Copa Sul-Americana de 2021, quando o Furacão faturou o bicampeonato.

Juventude e CRB também buscam o primeiro título na Copa do Brasil. O time de Caxias do Sul (RS) avançou às oitavas no último sábado (13), após empate em casa, em 1 a 1, contra o Internacional (no jogo de ida, a equipe gaúcha já ganhara por 2 a 1). O Juventude enfrentará o Fluminense nas oitavas. O Tricolor soma apenas um título na competição, conquistado em 2007.

Já o CRB de Alagoas, que enfrentará o bicampeão Atlético-MG, tentará chegar pela primeira vez às quartas de final. O time nordestino avançou às oitavas após duas vitórias (ida e volta) por 1 a 0 sobre o Ceará.  

Os clubes que passarem às quartas de final da Copa do Brasil receberão prêmio de R$ 4,5 milhões, concedido pela CBF.

Edição: Cláudia Soares Rodrigues

Fonte: Agência Brasil

Dois celulares são roubados ou furtados por minuto no Brasil

Aparelhos são porta de entrada para outros crimes como golpes virtuais


No Brasil, quase dois celulares são roubados ou furtados por minuto. Quase um milhão de ocorrências foram registradas em delegacias de todo o país em 2023. Os dados são do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.  

Os dados mostram que, pela primeira vez, o número de furtos, ou seja, a subtração dos aparelhos sem o uso da violência, superou o de roubos de aparelhos, com 494.295 contra 442.999 casos, respectivamente, ao longo de 2023. No total, foram 937.294 ocorrências nas delegacias brasileiras.

Apesar de serem altos, em relação a 2022, os números de roubos e furtos de celulares, em termos globais, apresentaram redução de 4,7%. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de ocorrências mostra a centralidade que tais aparelhos ocupam na nova dinâmica dos crimes patrimoniais. Os celulares se consolidam como porta de entrada frequente para outras modalidades delituosas em ascensão, como estelionatos e golpes virtuais.

A marca mais visada pelos criminosos foi a Samsung, com 37,4% dos casos, seguida pela Apple, com 25%, e pela Motorola, com 23,1%. Embora respondam por apenas 10% do mercado nacional, os iPhones representam uma em cada quatro subtrações de aparelhos. O Fórum ressalta que quando se atenta a proporções, é possível dizer que os usuários da Apple correm mais riscos na comparação com aqueles que utilizam telefones de outras marcas.

Segundo a publicação, em 78% das ocorrências, os criminosos optaram por vias públicas. Os casos são mais frequentes em dias de semana, em especial entre segundas e sextas-feiras, com prevalência entre 5h e 7h da manhã e o período entre 18h e 22h – horários em que, geralmente, a população está em deslocamento nas grandes metrópoles, indo ao trabalho ou voltando para casa.

No caso dos furtos, as vias públicas responderam por 44% dos registros, seguidas dos estabelecimentos comerciais/financeiros e residências, com 14% e 13% das ocorrências, respectivamente. Ao contrário dos roubos, os furtos de celulares são mais comuns nos finais de semana, que concentram 35% dos casos. Nessa categoria, os criminosos escolhem horários com movimento reduzido nas cidades, principalmente entre 10h e 11h e a partir do meio da tarde, por volta das 15h, até 20h.

De acordo com o anuário, as cidades com as maiores taxas de roubo e furto de celulares são: Manaus, com 2.096,3 casos a cada 100 mil habitantes; Teresina, com 1.866; São Paulo, com 1781,6; Salvador, com 1.716,6; e Lauro de Freitas (BA), com 1.695,8. A taxa do Brasil é de 461,5 ocorrências registradas para cada 100 mil habitantes. Entre as 50 cidades com maiores taxas de roubo e de furto de celular, 15 estão localizadas no estado de São Paulo.

Um golpe a cada 16 segundos

A publicação mostra ainda que os roubos de rua cederam lugar a estelionatos quando se observa o quadro de preferências criminais contemporâneas. Houve um total de 1.965.353 registros de estelionatos no ano passado, ou seja, um golpe a cada 16 segundos. O crescimento, em relação a 2022, foi de 8,2%. Em relação a 2018 houve alta de 360%.

Por outro lado, houve queda, entre 2022 e 2023, em seis diferentes modalidades de roubos: a estabelecimentos comerciais (18,8%); a residências (17,3%); a transeuntes (13,8%); de cargas (13,2%); de veículos (12,4%); e de celulares (10,1%).

“A gente está tendo uma mudança de paradigma na criminalidade patrimonial no Brasil e isso tem, evidentemente, bastante relação com os celulares, que acabam sendo a porta de entrada para esse mundo híbrido que a gente vive, com a digitalização das finanças, com a utilização das redes sociais”, diz o coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, David Marques.

“O celular tem o seu valor pelo aparelho, pelo seu valor de uso, mas também pelo que o celular dá acesso, que são as informações pessoais, são as informações bancárias, são as redes sociais das pessoas. Então, esse é um fenômeno que já vinha em curso, mas ele se aprofundou, se acelerou bastante a partir do contexto da pandemia e que segue aí chamando atenção enquanto uma mudança realmente de paradigma na dinâmica criminal dos crimes patrimoniais”.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública é baseado em informações fornecidas pelos governos estaduais, pelo Tesouro Nacional, pelas polícias civil, militar e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública.

Edição: Denise Griesinger

Fonte: Agência Brasil

Brasil bate recorde de feminicídios e registra um estupro a cada seis minutos, aponta Anuário de Segurança

 Foram 1.467 mortes por razões de gênero no ano passado, o maior registro desde a publicação da lei que tipifica o crime, em 2015


A violência contra a mulher cresceu no Brasil em 2023. Dados divulgados nesta quinta-feira pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), apontam que o número de feminicídios subiu 0,8% em relação ao ano anterior. Foram 1.467 mulheres mortas por razões de gênero, o maior registro desde a publicação da lei que tipifica o crime, em 2015. Também foram verificados aumentos nas taxas de registros de agressões em contexto de violência doméstica (9,8%), ameaças (16,5%), perseguição/stalking (34,5%), violência psicológica (33,8%) e estupro (6,5%).


As modalidades de violência atingiram mais de 1,2 milhão de mulheres no ano passado, aponta o levantamento. A única exceção de crescimento, em comparação com os dados de 2022, foi o crime de homicídio, que caiu 0,1%, o correspondente a quatro casos a menos. O documento aponta que o crescimento do feminicídio neste cenário de queda nos homicídios pode estar relacionada ao modo de se registrar a ocorrência ao longo dos anos.


“Hoje, quase dez anos depois, é de se esperar que os profissionais do sistema de Justiça como um todo, e em especial os responsáveis por este primeiro registro — os policiais —, estejam mais adaptados a reconhecer o feminicídio e diferenciá-lo das demais formas de homicídio, o que deve impactar a qualidade do registro”, descreve o relatório.

Violência contra a mulher — Foto: Editoria de Arte
Violência contra a mulher — Foto: Editoria de Arte

Diretora Executiva do FBSP, Samira Bueno ressalta um crescimento expressivo nos registros de violência contra a mulher desde a pandemia da Covid-19, quando mulheres e crianças precisaram estar mais dentro de casa, local onde acontecem 64,3% dos feminicídios. A pesquisadora explica que o cenário de 2023 pode ser explicado tanto pela alta das notificações, quanto pelo incremento de incidências dos crimes.


— Os dados mostram que os programas de combate à violência contra a mulher não estão funcionando. A criação de um Ministério da Mulher é um sinal importante após o baixo financiamento no governo Bolsonaro, mas a estrutura da pasta ainda não está completamente pronta. Esta é uma violência que potencialmente atinge metade da população e deve ser tratada com políticas estruturadas e contínuas — sustentta Bueno.


O perfil das mulheres mortas de forma violenta permanece estável. As principais vítimas são negras (66,9%), com idade entre 18 e 44 anos (69,1%). O FBSP destaca que os casos de feminicídios não são distribuídos de forma homogênea pelo país. Enquanto a média nacional é de 1,4 mulheres mortas por grupo de 100 mil mulheres, 17 estados têm números mais altos, como Rondônia (2,6), Mato Grosso (2,5), Acre (2,4) e Tocantins (2,4). Por outro lado, estão abaixo da taxa brasileira Ceará (0,9), São Paulo (1,0), Alagoas (1,1) e Amapá (1,1).


Os pesquisadores ressalvam que os menores índices estaduais não decorrem necessariamente de maior segurança para as mulheres naquela região, mas em grande medida da forma como o registro é feito.


“Um exemplo é o estado do Ceará, onde o aparato estatal parece não ter incorporado a lei do feminicídio em seu repertório, dado que as mortes violentas de mulheres têm sido cronicamente registradas como homicídio. O Ceará tem a quarta maior taxa de homicídio de mulheres (5,8) em 2023, totalizando 264 mortes. E ainda assim, sua taxa de feminicídio é de 0,9. Isso significa que somente 15,9% dos homicídios de mulheres foram registrados como feminicídio, o que corresponde à menor proporção do Brasil, cuja média é de 37,3%”, ressalta o FBSP no documento.


Violência sexual e perseguição


O Brasil também registrou um estupro a cada seis minutos no ano passado. Foram 83.988 vítimas e uma taxa de 41,4 por 100 mil mulheres, havendo um crescimento anual de 6,5%. Outros crimes com taxas em alta são importunação sexual (48,7%), assédio sexual (28,5%) e divulgação de cena de estupro/sexo/pornografia (47,8%).


O relatório destaca que, em um cenário em que a criminalidade tem se adaptado às modalidades virtuais, a perseguição é uma forma de violência que “passa a merecer ainda mais atenção”. Apenas no ano passado, 77.083 mulheres registaram ocorrências por stalking, um aumento de 34,5%. O FBSP ressalta que este crime, assim como ameaças e violência psicológica, pode causar um “impacto profundo na saúde mental e emocional das vítimas, perpetuando um ciclo de medo, submissão e controle”. Nesse sentido, os pesquisadores ressaltam ser importante o combate a visão de que violência é um fenômeno “inevitável ou natural”.


“Enquanto o foco na vítima pode reforçar a imagem de vulnerabilidade e passividade das mulheres, quando afirmamos que os homens são, regra geral, os responsáveis por essas mortes, estamos pessoalizando o sujeito ativo deste crime e trazendo-o para o centro da narrativa, o que pode reverberar no destaque da responsabilidade masculina na perpetração da violência e na ação violenta em si”, aponta o FBSP.


Fonte: Agenda do Poder com informações do GLOBO.

Armas de fogo são responsáveis por dois em cada três homicídios no Brasil, que ocupa o 18º lugar no ranking mundial de letalidade

 Com 3% da população mundial, o Brasil responde por 10,1% dos 458 mil homicídios registrados em 119 países em 2021, dado mais recente


O Brasil tem conseguido reduzir suas mortes violentas intencionais desde 2018, uma tendência latino-americana. No último ano, o país registrou 46.328 casos do tipo, o menor número em mais de uma década. A taxa de mortalidade ficou em 22,8 por 100 mil habitantes, recuo de 3,4% em relação ao ano anterior. Na ampla maioria dos casos (73,6%), as armas de fogo foram o instrumento usado para matar.


Apesar da queda, a letalidade ainda é considerada alta em comparação ao cenário mundial. Em números absolutos, o Brasil é o país com mais homicídios do planeta. Em termos relativos, ocupa a 18ª posição de país mais violento entre as nações que disponibilizaram dados ao UNODC, o escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, nos últimos oito anos.


Com 3% da população mundial, o Brasil responde por 10,1% dos 458 mil homicídios registrados em 119 países em 2021, dado mais recente.


Os dados inéditos estão no 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na manhã desta quinta-feira (18). Na classificação do documento, mortes violentas intencionais são a soma dos casos de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora.


Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, enfatiza que, embora a redução seja uma boa notícia, o Brasil ainda é uma nação violenta e marcada pelas diferenças raciais, de gênero, geracionais e regionais.


— Nossa taxa de homicídios ainda é superior à média da América Latina e Caribe como um todo, mesmo sendo a região extremamente violenta — destaca.


Segundo Lima, a letalidade observada no último ano tem um caráter mais localizado, concentrado principalmente em cidades que sofrem com disputas de facções criminosas pelos mercados nacional e internacional de drogas. O Brasil não tem dados específicos sobre as mortes provocadas por esses confrontos. Mas, de acordo com o Estudo Global sobre Homicídios 2023, do UNODC, 50% dos homicídios nas Américas são motivados pelo crime organizado, diante de uma média mundial de 22%.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo