Inquérito aponta que ex-dirigente utilizou empresas de fachada para desviar R$ 36 milhões do fundo partidário. Entre as firmas suspeitas de envolvimento nos crimes, estão consultorias, agência de viagens e até uma autoescola
A Justiça Eleitoral do Distrito Federal aceitou nesta sexta-feira (28) a denúncia e manteve a prisão do ex-presidente do Pros, Eurípedes Gomes de Macedo Júnior. Ele e outras nove pessoas vão responder pelos crimes de peculato, apropriação indébita, falsidade eleitoral e organização criminosa.
Na decisão, o juiz Lizandro Filho também decidiu manter a prisão preventiva de Júnior, que está encarcerado há duas semanas.
“Considerou significativo o montante apropriado do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário, além da repercussão no meio social, da perturbação do ambiente democrático, da lisura dos Partidos Políticos, que devem ser bem administrados em prol de todos os cidadãos e a gravidade do ‘modus operandi’ da organização criminosa”, escreveu o magistrado.
O inquérito aponta que o ex-dirigente utilizou empresas de fachada para desviar R$ 36 milhões do fundo partidário. Entre as firmas suspeitas de envolvimento nos crimes, estão consultorias, agência de viagens e até uma autoescola. “Dentre oito empresas investigadas, apenas duas apresentaram efetiva atividade empresarial, porém com indícios de lavagem de dinheiro.
Quanto ao restante das pessoas jurídicas, foi constatado que nunca produziram ou circularam bens ou serviços, tanto que não possuem funcionários registrados e nem mesmo bens para o desenvolvimento de suas atividades econômicas. Algumas possuem o mesmo endereço como sede, quando não, a residência do próprio líder da organização criminosa”, destaca a PF, em relatório encaminhado à Justiça Eleitoral do Distrito Federal.
No documento, os investigadores mencionam também uma empresa supostamente especializada em marketing, que teria recebido, no total, cerca de R$ 1 milhão do Pros, sem apresentar “capacidade operacional” para o serviço contratado.
Segundo a PF, Júnior também teria utilizado recursos do fundo partidário para viajar com familiares a destinos internacionais como Dubai, França, Punta Cana, Miami, Orlando, México e Itália, além de fazer um cruzeiro marítimo. As investigações também apontaram que ele teria esvaziado as contas da sigla na ocasião da sua destituição do cargo, transferindo valores para uma fundação onde ele e outros parentes tinham poderes de gestão e direção.
Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo.