Ataque terrorista de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Foto: Joedson Alves/Agencia Brasil
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão de 47 condenados ou investigados pelo ataque terrorista de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Entre eles há ao menos cinco foragidos que deixaram o Brasil.
A ordem do magistrado ocorre após ser revelado que ao menos dez bolsonaristas quebraram suas tornozeleiras eletrônicas e fugiram do Brasil. No total, os mandados de prisão são contra 40 condenados e sete investigados no inquérito que apura o ataque terrorista.
Entre os alvos da determinação do ministro estão Fátima Aparecida Pleti (61), empresária de Bauru (SP), e Gilberto Ackermann (50), corretor de seguros de Balneário Camboriú (SC). Ambos foram condenados por tentativa de golpe de Estado e fugiram para a Argentina.
Gilberto Ackermann, bolsonarista condenado por participação no ataque terrorista de 8 de janeiro. Foto: Reprodução
A ordem contra Ackerman foi expedida nesta quinta (16). Na decisão, Moraes alega que determinou sua prisão preventiva por “receio de fuga” e “garantia efetiva da aplicação da lei penal e da decisão condenatória desse Supremo Tribunal Federal”.
Fátima Pleti, que quebrou sua tornozeleira eletrônica no dia 26 de março, se tornou alvo de ordem de prisão expedida na terça (14). Moraes argumentou que a bolsonarista “insiste em desrespeitar as medidas cautelares”.
Os mandados assinados pelo ministro ainda indicam que há mais três fugitivos bolsonaristas fora do Brasil. Letícia Santos Lima (31), ré em ação penal e natural de Taubaté (SP), deixou o país em 4 de março após sua tornozeleira eletrônica parar de funcionar. Seus advogados alegaram que ela “foi buscar refúgio político em outro país”, de acordo com a ordem expedida por Moraes.
Os outros dois são o casal Kathy Le Thi dos Santos e o marido, Esdras Jônatas dos Santos, de Belo Horizonte (MG). Eles deixaram o país logo depois do ataque de 8 de janeiro e foram para os Estados Unidos. Na ordem de prisão, Moraes alega que o casal mobilizou, organizou e financiou o deslocamento dos golpistas para Brasília.
As ordens foram expedidas nos últimos três dias. Em 31 determinações, o magistrado citou violações de medidas cautelares como quebra de tornozeleira, falta de apresentação à Vara de Execuções penais e risco de fuga ou fuga comprovada.
Nesta quarta (15), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a inclusão de 51 foragidos do ataque terrorista na lista de difusão vermelha da Interpol. A lista do órgão inclui bolsonaristas envolvidos no episódio que possuem um mandado de prisão em aberto ou que inutilizaram suas tornozeleiras antes de fugir.
Fonte: DCM