"Não sabia que a minha volta e a derrubada do negacionismo iria gerar tanta expectativa com este País", afirmou o presidente em discurso na USP
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou nesta quinta-feira (25) que, após a sua volta à Presidência da República, "nunca antes na história o Brasil esteve tão respeitado como está agora". "Não sabia que a minha volta e a derrubada do negacionismo iria gerar tanta expectativa com este País", afirmou durante evento em comemoração aos 90 anos da USP (Universidade de São Paulo). O chefe de Estado citou Alemanha, China e outras nações: 'todos os países do mundo estão felizes que o Brasil voltou'.
"Eu nunca tinha ouvido tanta expectativa que as pessoas têm do Brasil, da África. Podemos transferir nosso conhecimento. Temos 350 anos de escravidão, e o que somos hoje tem parte disso. Temos que pagar com transferência de tecnologia para que a África possa se desenvolver", disse Lula, acrescentando que 'vai visitar a África em uma grande reunião marcada para 17 de fevereiro'.
O chefe de Estado falou sobre a importância do sistema de cotas. "Desde sua adesão ao sistema de cotas, a UPS mostra que para fazer parte do berço do conhecimento, não precisa nascer em berço de ouro. É preciso agarrar oportunidades que o governo oferece", continuou.
"Mais da metade dos estudantes da USP vieram de escolas públicas. A cada dia que passa ela vai ficando com a cara do Brasil, cara preta, branca, parda, indígena, do povo brasileiro, que durante décadas nem sonhava em chegar na USP. O conhecimento é uma das mais poderosas ferramentas à disposição do ser humano", acrescentou.
De acordo com o presidente, "conhecimento na mão de poucos em benefício de poucos gera desigualdade". "Demos aos filhos dos trabalhadores a oportunidade de se tornarem doutores. É assim que se constrói um país mais justo", afirmou.
Em discurso, Lula prometeu mais investimentos no ensino superior. "Precisamos de mais. Quem sabe uma USP em cada estado desse país. A gente pode ter muitas USPs. Esse Brasil não vai jogar fora do século 21 como jogamos grandes oportunidades no século 20".
O presidente criticou o governo Jair Bolsonaro. "Os últimos anos foram de ataque às universidades, tempo de anticiência, obscurantismo. Esse tempo ficou para trás. O conhecimento, infraestrutura e energia, para ser a grande potência sustentável do século 21", disse.