quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Em Davos, Milei diz que deseja ampliar “parceria comercial” e ter “relação adulta” com o Brasil

 Milei falou em Davos, no Fórum Econômico Mundial, onde defendeu a redução do Estado. Ele ainda atacou o “coletivismo” dos líderes mundiais, que ameaçaria o “Ocidente

O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta quarta-feira (17) que pretende ampliar o comércio com o Brasil e entrar na OCDE, o clube dos países ricos. Também frisou que deseja manter uma “relação adulta” com o governo do presidente Lula, que não foi à sua posse em dezembro e já foi alvo de críticas do ultraliberal.


Milei falou em Davos, no Fórum Econômico Mundial, onde defendeu a redução do Estado. Ele ainda atacou o “coletivismo” dos líderes mundiais, que ameaçaria o “Ocidente”.


Segundo autoridades argentinas, Milei quer reativar o Mercosul e fechar o acordo com a União Europeia, que está parado. Essas fontes negaram que haja risco de rompimento com o Brasil ou afastamento da China e do Chile, que têm governos de esquerda.


Admitiram, porém, que Milei não tem interesse nos Brics (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que veem como um bloco político e não econômico.


Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S.Paulo

Absorventes gratuitos passam a ser distribuídos pelo Farmácia Popular

 O programa beneficia 24 milhões de pessoas entre 10 e 49 anos que vivem na pobreza, estudam em escolas públicas, moram na rua ou estão em situação de extrema vulnerabilidade


O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira (17) que as drogarias do Programa Farmácia Popular já estão entregando absorventes de graça para pessoas de baixa renda. A medida faz parte da política de dignidade menstrual do governo federal, lançada no Dia das Mulheres do ano passado.


O programa beneficia 24 milhões de pessoas entre 10 e 49 anos que vivem na pobreza, estudam em escolas públicas, moram na rua ou estão em situação de extrema vulnerabilidade.


As beneficiadas devem apresentar um documento com CPF e uma autorização do Meu SUS Digital, que pode ser obtida pelo aplicativo ou pelo site.  A autorização vale por 180 dias. Menores de 16 anos precisam de um responsável legal.


Para receber o absorvente, é preciso estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) e ter renda familiar mensal de até R$ 218 por pessoa. Para estudantes, a renda pode ser de até meio salário mínimo (R$ 706). Para moradores de rua, não há limite de renda.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

Governo estuda alternativas para manter conta de luz acessível em meio à transição energética, diz Silveira

 Ministro de Minas e Energia detalhou que não se trata de um subsídio em si, e sim do financiamento do impacto da transição verde na economia

Alexandre Silveira (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 A transição energética no Brasil exigirá medidas para manter a conta de luz acessível, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que sugeriu maneiras para viabilizar a maior descarbonização do setor elétrico brasileiro. 

"Nós estamos estudando alternativas", disse Silveira à Folha de S. Paulo, às margens do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.  "Não quero chamar de subsídio, eu quero chamar de como nós vamos financiar o impacto que a transição energética [terá] na conta [de luz], e como que nós vamos poder continuar a financiar de forma tal que nos abra espaço para continuar avançando na transição sem perder vigor na economia".

Segundo ele, a verba poderia ver de receitas geradas a partir da produção de petróleo. 

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

FGV: mais ricos estão concentrando cada vez mais renda no Brasil

 Renda dos muito ricos cresceu a um ritmo duas a três vezes maior do que a média registrada por 95% dos brasileiros, segundo estudo da FGV

(Foto: Rovena Rosa/ABr)


Pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) com base no imposto de renda mostra que os mais ricos estão concentrando cada vez mais renda no Brasil.

Entre as evidências mais importantes da análise, destaca-se no período recente o crescimento da renda dos muito ricos a um ritmo duas a três vezes maior do que a média registrada por 95% dos brasileiros. “O que, ao que tudo indica, a confirmar-se por estudos complementares, elevou o nível de concentração de renda no topo da pirâmide para um novo recorde histórico, depois de uma década de relativa estabilidade da desigualdade”, diz a pesquisa.

O levantamento divide os estratos em o milésimo (0,1%) mais rico, o 1% mais rico, os 5% mais ricos e os 95% restantes da população adulta (com 18 anos ou mais de idade). “E o que se vê é que, além dos mais ricos terem, em média, maior crescimento de renda do que a base da pirâmide, a performance é tanto maior quanto maior é o nível de riqueza”, conclui o IBRE/FGV.

Ou seja, enquanto a maioria da população adulta teve um crescimento nominal médio de 33% em sua renda no período de cinco anos, marcado pela pandemia, a variação registrada pelos mais ricos foi de 51%, 67% e 87% nos estratos mais seletos. Entre os 15 mil milionários que compõe o 0,01% mais rico, o crescimento foi ainda maior: 96%.

Como resultado disso, a proporção do bolo apropriada pelos 1% mais rico da sociedade brasileira cresceu de 20,4% para 23,7% entre 2017 e 2022, mais de quatro quintos dessa concentração adicional de renda foi absorvida pelo milésimo mais rico, constituído por 153 mil adultos com renda média mensal de R$ 441 mil em 2022.

Os resultados da análise com base nos dados do imposto de renda servem de alerta sobre o processo de reconcentração de renda no Brasil e sobre os vetores que mais contribuem para isso: os rendimentos isentos ou subtributados que se destacam como fonte de remuneração principal entre os super ricos.

“Em resumo, ainda é cedo para avaliar se o aumento da concentração de renda no topo é fenômeno estrutural ou conjuntural, mas as evidências reunidas reforçam a necessidade de revisão das isenções tributárias atualmente concedidas pela legislação e que beneficiam especialmente os mais ricos”, finaliza Ibre/FGV.

Fonte: Brasil 247  com  Agência Brasil 

Vendas varejistas no Brasil têm leve alta em novembro com Black Friday, mas seguem a passos lentos

 Vendas varejistas tiveram em novembro alta de 0,1% na comparação com o mês anterior, depois de recuo de 0,3% em outubro

(Foto: Agência Brasil)

(Reuters) - O varejo no Brasil voltou a crescer em novembro com ajuda da Black Friday, mas as vendas seguiram a passos lentos e caminham para fechar o ano de 2023 sem dinamismo.

As vendas varejistas tiveram em novembro alta de 0,1% na comparação com o mês anterior, depois de recuo de 0,3% em outubro, ficando em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters.

Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as vendas apresentaram avanço de 2,2%, contra expectativa de alta de 2,1%..

"Dá para dizer que, se não fosse a Black Friday, a taxa do comércio seria negativa", afirmou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Com isso, o setor está 1,9% abaixo do recorde da série, de novembro de 2020, e 4,5% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

“O comércio tem uma trajetória de crescimento em 2023, mas sem avanços significativos mês a mês. O setor apresentou uma volatilidade muito baixa com resultados muito próximos de zero”, destacou Santos.

"Parece que os juros menores não foram para o consumo, foram usados para quitar dívida ou até para que as pessoas poupem mais", completou.

As vendas mensais no varejo brasileiro mantiveram-se perto da estabilidade na maior parte de 2023, ora mostrando resiliência com um mercado de trabalho aquecido, ora sofrendo os efeitos dos juros elevados, que afetam o crédito.

"Esperamos que o resultado (de novembro) seja pontual, mas ainda vemos resiliência no consumo das famílias uma vez que o mercado de trabalho permanece apertado", avaliou em nota Gabriel Couto, economista do Santander Brasil.

O Banco Central já reduziu a taxa básica de juros em 2 pontos percentuais, para o nível atual de 11,75%, e a expectativa é de novo corte de 0,5 ponto percentual na reunião ao final deste mês.

BLACK FRIDAY - Entre as oito atividades pesquisadas, seis apresentaram resultados positivos em novembro. Os principais impactos foram exercidos por Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (18,6%), Móveis e eletrodomésticos (4,5%) e Tecidos, vestuário e calçados (3,0%), resultados favorecidos pelas vendas da Black Friday no final de novembro.

“Além da Black Friday, o fator que mais contribuiu para o desempenho de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, foi a depreciação do dólar ..., ajudando as vendas dos produtos de informática”, explicou Santos.

As outras atividades que tiveram aumento das vendas foram Combustíveis e lubrificantes (1,0%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,1%).

Santos lembra que Hiper e Supermercados exerce peso de 50% no indicador, mas a atividade teve apenas leve crescimento em novembro depois de cair 1,1% em outubro.

“Hiper e supermercados perderam força e seguraram o comércio", disse o gerente da pesquisa. "Com o aumento no rendimento real e na ocupação, algumas pessoas podem estar direcionando seu dinheiro para o pagamento de dívidas e evitando o consumo”.

Por outro lado registraram perdas as vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,6%).

O comércio varejista ampliado registrou aumento de 1,3% nas vendas em novembro sobre o mês anterior, com altas de 4,0% em Veículos e motos, partes e peças e de 0,4% em Material de construção.

Fonte: Brasil 247 com Reuters



Argentinos cortam carne e até papel higiênico do orçamento sob Milei

 Uma mulher grávida conta que come macarrão em quase todas as refeições e às vezes deixa de se alimentar para que seus filhos comam: "no último mês piorou muito"

Javier Milei e protestos na Argentina (Foto: REUTERS/Agustin Marcarian | Reprodução)

Desde a posse do ultradireitista Javier Milei como presidente da Argentina, em dezembro, o país enfrenta uma crise econômica acentuada, com preços em disparada e uma inflação mensal que dobrou para 26% em apenas um mês. As medidas adotadas pelo novo governo, como a desvalorização da moeda local e o fim dos congelamentos impostos pelo governo anterior de Alberto Fernández, têm gerado impactos significativos no consumo e no turismo.

Segundo a Folha de S. Paulo, a Confederação Argentina da Média Empresa (Came) realizou um levantamento que evidenciou uma queda de 14% nas compras durante as festas de fim de ano, com alimentos e bebidas liderando os cortes. Comerciantes, como Fernando Savore, vice-presidente da Confederação Geral de Armazéns da Argentina, relatam um declínio de 20% nas vendas em dezembro, prevendo quedas de até 50% em janeiro e fevereiro.

O aumento da inflação - que passou de 13% em novembro para 26% em dezembro - levou a mudanças no comportamento do consumidor, que passou a realizar compras diárias em vez de mensais ou semanais. A necessidade de ajustar o orçamento tem sido uma realidade para muitas famílias, com cenas de clientes trocando de marca ou deixando produtos no caixa devido aos preços elevados.

A população, já enfrentando dificuldades financeiras, relata cortes drásticos no padrão de vida. Famílias têm deixado de comprar itens básicos, como papel higiênico, e recorrem a alternativas mais econômicas. A falta de recursos também tem levado algumas pessoas a cortar refeições, evidenciando a gravidade da crise econômica. Um exemplo é Florencia Rocha que, grávida, foi recomendada pela nutricionista a evitar comer macarrão em quase todas as refeições. "Eu falei: olha, não é porque eu quero. Eu tenho que comer o almoço e a janta, e se compro verdura não vai sobrar para mais nada. Às vezes eu não como para que as crianças comam, no último mês piorou muito. Antes já estávamos mal, mas se conseguia de um jeito ou de outro. Agora já não".

A crise inflacionária na Argentina começou durante o processo eleitoral em agosto passado, intensificando-se após a posse de Milei. A busca por dólares diante das promessas de dolarização da economia e a impressão acelerada de dinheiro para cobrir programas sociais contribuíram para a situação atual.

O impacto não se limita ao consumo interno; as classes média e média alta também sentem os efeitos. Destinos turísticos tradicionais, como Bariloche e as praias de Mar del Plata e Pinamar, registraram uma redução na ocupação de hotéis, refletindo a queda na demanda. O aumento do preço dos combustíveis também influenciou negativamente as viagens de carro.

Apesar da crise, a reportagem ressalta que “mesmo com a significativa perda do valor dos salários dos argentinos, o presidente ultraliberal atravessou seu primeiro mês com saldo positivo: 55% ainda aprovam seu governo total ou parcialmente, enquanto 37% o reprovam, segundo pesquisa da consultora de opinião pública CB do início de janeiro. Metade da população acredita que a responsabilidade pela situação econômica atual é do seu antecessor Fernández e 30%, de seu governo. Outros 13% acham que a culpa é dos dois”.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Com paralisação no Ibama, multas ambientais caem 92% na Amazônia

 Penalidades sofrem redução em janeiro; negociação com governo será retomada em fevereiro

(Foto: IBAMA)

Murilo Pajolla | Brasil de Fato | Lábrea (AM) 

A paralisação parcial dos servidores ambientais federais, em curso desde 1º de janeiro, derrubou em 92,6% a emissão de multas ambientais nos estados da Amazônia Legal. 

O dado foi divulgado nesta terça-feira (16) pela Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional), que representa a categoria nas negociações com o governo federal. 

Segundo a Ascema, o Ibama emitiu 148 autos de infração na Amazônia durante os primeiros 15 dias de janeiro de 2023. No mesmo período em 2024, o número caiu para apenas 11 multas.

Formada por funcionários concursados do Ibama, do ICMBio e do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), a categoria tenta pressionar o governo pela retomada das negociações trabalhistas.

A proposta dos servidores foi entregue em outubro de 2023 e, desde então, a categoria diz não ter recebido resposta. Na última semana, o governo federal declarou que as negociações serão retomadas a partir de 1º de fevereiro. 

Categoria pede agilidade; governo diz que tema é prioritário - Os servidores pedem a restruturação da carreira, com equiparação salarial aos técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA), e incentivos para quem atua em áreas remotas ou de conflitos ambientais. 

Em nota, a Ascema afirmou que a redução das multas mostra a urgência no atendimento das demandas dos servidores e destaca a importância do trabalho desses profissionais na proteção ambiental. 

"Apesar da suspensão das atividades de campo, os servidores continuam atuando ativamente nos processos internos, lidando com uma demanda substancial de instrução de processos e análises nos sistemas dos órgãos", declarou a Ascema. 

A negociação é conduzida pelo ministério da Gestão e Inovação, que afirmou seguir em diálogo com os servidores e que tem a recomposição da força de trabalho como pauta prioritária, porém dentro dos "limites orçamentários". 

Ministério do Meio Ambiente também considera o tema prioritário e declarou que Marina Silva tem trabalhado para dar "desdobramento à pauta apresentada pelas entidades representativas de servidores e servidoras". 

"Fiscalização não vai parar", diz presidente do Ibama - Nesta terça-feira (16), o presidente do Ibama disse em nota que o trabalho de fiscalização não será interrompido na Terra Indígena Yanomami, que enfrenta uma crise humanitária provocada pelo garimpo ilegal. 

Segundo Rodrigo Agostinho, garimpeiros ilegais "estão fazendo mineração à noite e 'evitando fazer desmatamento'" para não serem flagrados pela fiscalização. 

"Então esse é um trabalho [de fiscalização] que não vai parar”, afirmou Agostinho.

Por outro lado, um ofício assinado na última semana pelo chefe de operações do Ibama, Hugo Loss, afirma que de 87 servidores inscritos para atuar no Grupo de Combate ao Desmatamento da Amazônia (GCDA) e na TI Yanomami, apenas quatro confirmaram as inscrições.

Em nota, o Ibama lembrou que contribuiu para a redução de 85% das áreas de mineração ilegal na TI Yanomami em 2023. Segundo o governo federal, a maioria dos garimpeiros fugiu do território desde o início da força tarefa federal que reuniu também Forças Armadas, Funai e Polícia Federal (PF). 

"Em meio a execução de retirada dos criminosos, os fiscais do Ibama foram recebidos a tiros, atacados com armas, em cerca de dez situações no ano de 2023 na TIY. Na tentativa de driblar a fiscalização, garimpeiros começaram a atuar durante a madrugada", declarou o Instituto.

Fonte: Brasil 247 com  Brasil de Fato

Lira pede escolta da PF para deputado que diz ter sofrido ameaças

 Amom Mandel disse que passou a sofrer represálias após ter feito uma denúncia sobre o suposto envolvimento de agentes de segurança do AM com organizações criminosas

Arthur Lira e Amom Mandel (Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara | Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

 Após denunciar ameaças contra sua vida, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) precisa de uma escolta da Polícia Federal (PF) no estado do Amazonas, disse o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). 

O pedido foi feito na terça-feira (16). Segundo Mandel, ele passou a sofrer represálias após ter feito uma denúncia à PF sobre o suposto envolvimento de integrantes da Segurança Pública do estado com organizações criminosas.

No ofício enviado à PF no Amazonas, Lira afirmou que Mandel foi vítima ameaças e constrangimentos ilegais, o que estaria prejudicando as prerrogativas constitucionais de seu cargo, segundo informações da CNN Brasil

A denúncia foi feita à PF em dezembro de 2023 e o deputado também alegou que ele e sua companheira foram alvo de uma 'abordagem policial violenta'. 

No entanto, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), negou que a abordagem policial teria algum tipo de relação com as ameaças.

“A Segurança Pública do Amazonas ressalta que a abordagem realizada é um procedimento padrão aplicado a qualquer cidadão e que em todo momento da ocorrência o deputado foi tratado com cordialidade, sendo orientado quanto às medidas que poderiam ser adotadas naquele momento”, afirma o governador, em nota. 

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Arábia Saudita diz que pode reconhecer Israel se Estado palestino for criado

 Ministro das Relações Exteriores saudita disse que Riade reconheceria Israel como parte de um acordo político mais amplo

Chanceler da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan Al Saud, participa como convidado de reunião do Brics em Johanesburgo 24/08/2023 (Foto: Marco Longari/Pool via REUTERS)

O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan, disse que o reino poderia reconhecer Israel se um acordo envolvendo a criação de um Estado para os palestinos fosse alcançado, informou a agência Voice of America

"Concordamos que a paz regional inclui a paz para Israel, mas isso só poderia acontecer através da paz para os palestinos, por meio de um Estado palestino", disse o príncipe Faisal bin Farhan em um painel no Fórum Econômico Mundial em Davos, na terça-feira (16).

Questionado se Riade reconheceria Israel como parte de um acordo político mais amplo, ele disse: "Certamente."

O ministro afirmou que garantir a paz regional através da criação de um Estado palestino era "algo em que realmente estamos trabalhando com a administração dos EUA, e é mais relevante no contexto de Gaza". 

A Arábia Saudita suspendeu os planos apoiados pelos EUA para o reino normalizar os laços com Israel após a escalada da guerra Israel-Palestina em outubro do ano passado. 

Ainda na terça-feira, também em Davos, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que os países árabes não estão interessados ​​em se envolver na reconstrução de Gaza se o enclave palestino for "arrasado" novamente em alguns anos e enfatizam a importância da criação de um Estado palestino para qualquer acordo regional. 

Na sua última viagem ao Oriente Médio, há apenas uma semana, Blinken havia levado a Israel um esboço de acordo em que seus vizinhos predominantemente muçulmanos ajudariam a reabilitar Gaza após a guerra e a continuar a integração econômica com Israel, mas apenas se os israelenses se comprometessem a eventualmente permitir a criação de um Estado palestino independente, segundo informações da agência Reuters. 

Fonte: Brasil 247 com informações da agência Voice of America

Gaza precisa de pelo menos US$ 15 bilhões para reconstruir moradias destruídas por Israel, diz autoridade palestina

 Presidente do Fundo de Investimento Palestino, Mohammed Mustafa, afirmou que cerca de 350 mil moradias em Gaza foram danificadas, seja parcial ou completamente

Israel ataca campo de refugiados em Gaza (Foto: WAFA)

 O presidente do Fundo de Investimento Palestino, Mohammed Mustafa, anunciou que será necessário um montante de pelo menos US$ 15 bilhões para reconstruir casas em Gaza, após a ofensiva de Israel contra o enclave palestino. “E ainda não falamos sobre infraestrutura, não falamos sobre hospitais que foram danificados, sobre redes…” disse ele no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, de acordo com a agência de notícias Reuters.

Segundo Mustafa, relatórios internacionais apontam que aproximadamente 350 mil moradias em Gaza foram danificadas, seja parcial ou completamente. Dentre essas, estima-se que 150 mil precisarão ser reconstruídas, com um custo médio de US$ 100 mil dólares por unidade. Os números divulgados pelo gabinete de imprensa palestino em Gaza mostram que mais de 70 mil residências foram completamente destruídas.

A guerra levou a maioria das 2,3 milhões de pessoas de Gaza a fugir de suas casas e causou uma crise humanitária, com escassez de comida, combustível e medicamentos. “Se a guerra em Gaza continuar, mais pessoas devem morrer de fome do que da guerra”, disse Mustafa.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse na terça-feira (16) que os países árabes não estão entusiasmados em se envolver na reconstrução de Gaza se o enclave for “destruído” novamente daqui a alguns anos. 

Fonte: Brasil 247 com informações da agência Reuters 

Ministério do Trabalho e Emprego tem 900 vagas para auditor fiscal no Concurso Nacional Unificado

 Podem concorrer ao cargo especialistas em auditoria e fiscalização. Profissional fiscaliza cumprimento de normas trabalhistas e de saúde

(Foto: Sinat/Divulgação)

Agência Brasil - O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) está disponibilizando 900 vagas para auditor fiscal do trabalho no Concurso Nacional Unificado. Podem concorrer ao cargo especialistas em auditoria e fiscalização. As atividades consistem em fiscalizar o cumprimento de normas trabalhistas, de segurança e saúde do trabalho, fazer inspeções in loco nos ambientes do trabalho. O auditor fiscal é responsável por assegurar a conformidade das relações entre empregador e empregado, a promoção do trabalho decente e de ambientes hígidos e seguros para cada tipo de atividade. O profissional também   combate o trabalho em condições análogas às de escravo e o trabalho infantil.

 A jornada de trabalho é de 40 horas semanais, e o salário inicial, de R$ 22.921,71. Segundo o edital, que faz parte do Bloco 4 (áreas relacionadas ao trabalho e saúde do servidor), a distribuição de vagas nas unidades de lotação do ministério será publicada em conjunto com o ato de nomeação e de convocação dos candidatos aprovados para a escolha de vagas e posse no cargo.

Agência Brasil - O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) está disponibilizando 900 vagas para auditor fiscal do trabalho no Concurso Nacional Unificado. Podem concorrer ao cargo especialistas em auditoria e fiscalização. As atividades consistem em fiscalizar o cumprimento de normas trabalhistas, de segurança e saúde do trabalho, fazer inspeções in loco nos ambientes do trabalho. O auditor fiscal é responsável por assegurar a conformidade das relações entre empregador e empregado, a promoção do trabalho decente e de ambientes hígidos e seguros para cada tipo de atividade. O profissional também   combate o trabalho em condições análogas às de escravo e o trabalho infantil.

 A jornada de trabalho é de 40 horas semanais, e o salário inicial, de R$ 22.921,71. Segundo o edital, que faz parte do Bloco 4 (áreas relacionadas ao trabalho e saúde do servidor), a distribuição de vagas nas unidades de lotação do ministério será publicada em conjunto com o ato de nomeação e de convocação dos candidatos aprovados para a escolha de vagas e posse no cargo.

O candidato poderá concorrer a todos os cargos dentro do mesmo bloco temático. As inscrições começam sexta-feira (19) e vão até 6 de fevereiro e serão feitas exclusivamente pelo Portal Gov.br. O valor da taxa para nível médio é R$ 60 e, para o superior, R$ 90. Estão isentos de pagar a taxa os inscritos no CadÚnico; doadores de medula óssea; bolsistas ou ex-bolsistas do ProUni; bolsistas ou ex-bolsistas do Fies. 

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Dweck: Concurso Nacional Unificado aumentará diversidade no serviço público

 Ministra também comentou no programa "Bom Dia, Ministra" sobre a nova Carteira de Identidade Nacional (CIN)

Ministra da Gestão, Esther Dweck (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck,  afirmou em entrevista ao programa "Bom Dia, Ministra", nesta quarta-feira (17), que quanto maior a diversidade, maior a capacidade de elaborar boas políticas públicas. 

Ela abordava o Concurso Nacional Unificado, apelidado de “Enem dos Concursos”, que selecionará 6.640 servidores para cargos efetivos em 21 órgãos federais.

As inscrições para o concurso começam na sexta-feira (19) e se estendem até 9 de fevereiro. As provas serão aplicadas em 5 de maio em 220 cidades brasileiras, visando promover igualdade de oportunidades no acesso ao serviço público, enfatizou Dweck. 

“Quanto maior a diversidade que a gente tiver, maior vai ser a capacidade de pensar boas políticas públicas”, destacou.

A ministra também comentou sobre a nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), sob responsabilidade de sua pasta, que entrou em vigor em 11 de janeiro. Este documento unificado possui o CPF como identificador único de cada cidadão.

Dweck explicou que o objetivo é que todos os brasileiros tenham a nova carteira até 2032, com uma meta mais imediata de alcançar isso até 2026. Esta iniciativa é parte de uma colaboração com os estados para reforçar a cidadania nacional.

Durante a entrevista, a ministra também afirmou que sua pasta foi criada com o objetivo de fortalecer o Estado brasileiro na entrega de serviços à população, com foco no apoio e diálogo com estados e municípios, e na promoção da diversidade.

Fonte: Brasil 247

Daniel Alves prepara quinta versão sobre caso de estupro na Espanha

 Acusado de agressão sexual, jogador brasileiro enfrentará julgamento entre os dias 5 e 7 de fevereiro

Daniel Alves (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

O jogador brasileiro Daniel Alves está prestes a apresentar sua quinta versão dos fatos em depoimento marcado para os próximos dias 5 a 7 de fevereiro, destaca o Metrópoles. A acusação, relacionada a um suposto estupro em uma balada em Barcelona, mantém Alves em prisão preventiva desde 20 de janeiro de 2023.

Segundo informações do jornal catalão ARA, o atleta alegará não se lembrar dos eventos ocorridos na noite do crime, atribuindo a suposta amnésia ao abuso de bebidas alcoólicas. Esta será a quinta vez que Daniel Alves altera sua versão dos eventos desde o início do processo.

O periódico espanhol também relata que o jogador contará com o suporte de sua esposa, Joana Sanz, para corroborar a nova narrativa do crime. Fontes do jornal indicam que Joana testemunhará que o marido retornou à residência embriagado naquela noite, contribuindo assim para a alegada falta de recordação dos eventos.

O julgamento de Daniel Alves está agendado para acontecer no início de fevereiro, e o jogador enfrenta resistência por parte da Justiça Espanhola, que negou pedidos anteriores de liberdade provisória.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Prefeito que “proibiu” Carnaval teve sogra cheirando cocaína na nádega de mulher

 

Soraya Brito cheira cocaína na bunda de uma mulher. (Foto: Reprodução)

O prefeito de Campina Grande (PB), Bruno Cunha Lima (União Brasil), que proibiu a realização do Carnaval  nas ruas da cidade, já teve vídeos de sua sogra cheirando cocaína nas nádegas de uma mulher vazados nas redes.

O caso ocorreu em março de 2022. O material mostra a sogra de Bruno Lima beijando uma parceira na boca e, em seguida, cheirando cocaína em cima de seu bumbum.

Juliana Cunha Lima, esposa de Bruno Lima, na época, também se manifestou nas redes, e disse que deixou de morar com a mãe ainda na adolescência.

“É triste ver um familiar, sua mãe, mesmo que você não tenha convivência e tenha deixado de morar com ela desde os 16 anos, numa situação autodestrutiva. A vida por si só se encarrega de trazer as consequências e não precisamos de juízes externos. Não preciso falar sobre o que vivi ao lado das minhas irmãs, mas o fato de não conviver com sua própria mãe já diz muita coisa, e isso, por si só, já dói muito”, afirmou.

“Precisei amadurecer cedo, precisei entender que por mais que pessoas falhem conosco (e nós com elas), Deus jamais falha e jamais nos abandona. Aprendi cedo que no mundo vivemos aflições mas que Deus está ao nosso lado em cada uma. Tenho um pai maravilhoso e amoroso, tive uma avó excepcional que fizeram de mim o que sou, que foram essenciais na formação do meu caráter e da minha educação”.

“Proibição” de comemorações de carnaval em Campina Grande

Agora, em 2024, a recente decisão do prefeito em proibir as atividades carnavalescas na cidade, durante o período de 8 a 13 de fevereiro, tem chamado a atenção.

Bruno teria decidido reservar os diversos espaços públicos da cidade e suas imediações (áreas centrais e bairros) para o evento “Carnaval da Paz”, que reúne encontros religiosos e acontece anualmente. Assim, permitindo apenas a realização dos demais festejos em espaços privados.

O defensor público que atua em Campina Grande, Marcel Joffily, afirma que a proibição é inconstitucional: “O Estado é laico, não podendo, sob uma pretensa organização de espaços, privilegiar grupos religiosos em prejuízo de outros”.

O Carnaval da Paz

O Carnaval da Paz inclui alguns eventos religiosos como Consciência Cristã, Crescer, Miep, E-Alem e A Palavra Revelada. O Consciência Cristã, evento gratuito que acontece no Parque do Povo em CG, confirmou a presença, em sua programação, do pastor americano Douglas Wilson, um teólogo conservador e defensor da escravidão nos EUA. O Consciência Cristã é organizado pela Visão Nacional Cristã, apoiada por igrejas protestantes.

Fonte: DCM

Argentinos vivem à base de sopa e macarrão após um mês de gestão Milei


Argentinos protestam contra a fome causada pelas medidas do governo Milei. Foto: AFP

 Argentinos têm vivido à base de sopa e macarrão após um mês da gestão do presidente Javier Milei. A população do país tem sofrido com preços em disparada, desvalorização da moeda local e com o fim dos congelamentos de impostos promovidos pelo ex-presidente Alberto Fernandez. A inflação, que era de 13% em novembro, disparou para 26% no mês seguinte.

A jovem argentina Florencia Rocha (22), mãe de dois filhos e grávida de 6 meses do terceiro, relata que tem comido macarrão em quase todas as refeições e sofrido de sobrepeso e pressão alta por conta da alimentação.

“Não é porque eu quero. Eu tenho que comer o almoço e a janta, e se compro verdura não vai sobrar para mais nada. Às vezes eu não como para que as crianças comam, no último mês piorou muito. Antes já estávamos mal, mas se conseguia de um jeito ou de outro”, contou à Folha de S.Paulo.

Ela, que vive com o marido que está desempregado, também relata que teve que cortar até mesmo a compra de papel higiênico por conta da situação financeira, usando folhas de papel e camisetas cortadas para substitui-lo.

Famílias mais pobres têm sido obrigadas a cortas a janta e comer sopa, como é o caso de Gabriela Salaverry (34), feirante e mãe de cinco filhos. “Hoje comemos muito ensopado, que é o que mais rende”, relata.

O pedreiro Ezequiel Lucero (26) e a esposa, Tamara Retamosa (32), também relatam que têm comido apenas sopa. A alimentação do casal tem sido preparada com ingredientes doados por uma igreja, que serve 30 famílias por dia e demanda que os necessitados acordem cedo para colocar o nome numa lista diariamente pela manhã.

O consumo, que já vinha em queda antes da posse de Milei, despencou durante as festas de fim de ano. Levantamento da Confederação Argentina da Média Empresa (Came) mostrou uma queda de 14% nas compras de alimentos e bebidas no período em comércios varejistas.

Apesar da crise econômica afetar mais os mais pobres, ela também tem prejudicado as classes média e média alta, que não conseguiram viajar no fim de ano. Bariloche e praias como Mar del Plata e Pinamar ficaram mais vazias nessa temporada, com as ocupações de hotéis despencando.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

Como as privatizações contribuem para o aumento da desigualdade no Brasil e no mundo

 Relatório da Oxfam indica que a venda de estatais faz com que empresários fiquem cada vez mais ricos enquanto lucram prestando serviços cada vez mais caros à população

Ato contra privatizações na Alesp (Foto: Alesp)

Vinicius Konchinski, Brasil de Fato - A privatização de empresas públicas está entre as principais causas do aumento da desigualdade social no mundo, de acordo com um estudo realizado pela organização internacional Oxfam. O trabalho foi divulgado na segunda-feira (15) e indica que a venda de companhias estatais faz com que empresários fiquem cada vez mais ricos enquanto lucram prestando serviços cada vez mais caros à população cada vez mais pobre.

A Oxfam dedica-se há anos a levantar dados sobre o aumento da discrepância social entre ricos e pobres no mundo. A entidade divulga anualmente um relatório sobre o assunto junto com o início do Fórum Mundial Econômico de Davos, na Suíça, onde lideranças políticas e empresariais de todo mundo reúnem-se para tratar desse e de outros assuntos.

Neste ano, o relatório da Oxfam foi intitulado de “Desigualdade S.A.”. Está focado em explicar como grandes empresas estão entre as grandes responsáveis pelo crescimento forte e constante da desigualdade mundial.

Segundo a Oxfam, a riqueza dos cinco mais ricos do mundo dobrou desde 2020. Ao mesmo tempo, 60% da população global – cerca de 5 bilhões de pessoas – ficou mais pobre. Ainda de acordo com a entidade, isso aconteceu, em parte, por conta das privatizações.

No Brasil, há políticos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ainda defendem esse tipo de venda do patrimônio público, aliando-se ao interesse de grandes companhias interessadas em expandir seus negócios. Para a Oxfam, o resultado dessas operações é uma maior concentração de renda.

“Uma forma importante – embora subestimada – pela qual o poder das grandes empresas fomenta a desigualdade é a privatização dos serviços públicos. Em todo o mundo, esse poder está pressionando incessantemente o setor público, mercantilizando e, muitas vezes, segregando o acesso a serviços vitais como educação, água e saúde, enquanto obtém enormes lucros bancados pelos contribuintes e destrói a capacidade dos governos de fornecer o tipo de serviços públicos universais e de alta qualidade que poderiam transformar vidas e reduzir a desigualdade”, diz o relatório.

“A privatização pode funcionar bem para os ricos, incluindo as elites econômicas e políticas, que podem se beneficiar financeiramente, bem como quem tem recursos suficientes para pagar por serviços privados caros. No entanto, um robusto conjunto de evidências demonstra que, em muitos casos, a privatização provoca exclusão, empobrecimento e outras consequências prejudiciais”, acrescenta.

‘Privatização moderna’ - A Oxfam ressalta que o interesse em privatizações é enorme já que “elas movimentam trilhões de dólares e representam imensas oportunidades de geração de lucros”. Instituições como o Banco Mundial, que em tese atua para reduzir a pobreza e desigualdade, seguem apoiando esse tipo de negócio, que hoje acontece de diversas formas: “integração deliberada do setor empresarial em políticas e programas públicos, terceirizações e parcerias público-privadas (PPPs)”, enumera.

“Muitos sistemas contemporâneos [de privatização], como as PPP e a terceirização, podem ser altamente dispendiosos para o Estado e exigir que os contribuintes garantam os lucros do setor privado. Os riscos fiscais das PPPs são particularmente elevados, o que lhes valeu o apelido de ‘bombas-relógio orçamentárias’. O fato desses sistemas representarem frequentemente um fardo pesado para os cofres públicos e geralmente custarem mais do que os serviços públicos coloca em questão os argumentos de que a privatização é necessária porque o setor público carece de recursos suficientes”, escreve a Oxfam, sobre as novas formas de privatização.

Mauricio Weiss, economista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), acrescenta que a situação financeira dos estados segue como o maior argumento em favor das privatizações. Segundo ele, inclusive no Brasil, o setor empresarial pressiona os governos por corte de gastos e controle do orçamento público. Isso, na verdade, inviabiliza o funcionamento de estatais e a prestação de um serviço de qualidade. Resta ao Estado, portanto, privatizar.

“O que o mercado financeiro fala? Que o Estado tem que cortar os gastos. Se há corte de gastos, o governo reduz o investimento, inclusive nas estatais. Elas param de ter eficiência. Vira um argumento para privatizar”, descreve Weiss. “O privado faz a demonização das estatais porque eles querem privatização a preço baixo no mercado.”

Segundo Weiss, esse discurso de austeridade pautou privatizações de Bolsonaro. Empresas como a Eletrobras tiveram seu controle vendido por valores questionáveis. Empresários ganharam espaço em setores essenciais e com pouca concorrência – no caso, energia elétrica –, demitiram trabalhadores e aumentaram os ganhos da diretoria.

A Eletrobras, por exemplo, lançou um plano de demissão voluntária (PDV) após a privatização para desligar mais de 2 mil trabalhadores. Ao mesmo tempo, a empresa aumentou em 3.500% no salário de seus administradores.

Desigualdade tributária - Jefferson Nascimento, coordenador de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil, diz que o fortalecimento do orçamento público é fundamental para evitar as privatizações e reduzir a desigualdade. Isso ocorre basicamente cobrando mais impostos dos ricos para oferecer melhores serviços aos pobres.

“Existe um amplo apoio ao fornecimento de serviços públicos universais, e esses serviços têm custo. Os custos são pagos por impostos”, lembrou. “Os impostos precisam ser mais justos para financiar esses serviços.”

No Brasil, no entanto, o sistema tributário contribui com as injustiças, segundo Nascimento. O governo concede descontos em tributos para empresas e sobre determinadas despesas que só beneficiam a população mais rica.

Ele lembra por exemplo que todas as custas médicas podem ser descontadas sobre o Imposto de Renda. Contudo, só ricos têm esse tipo de gasto, já que grande parte da população usa o Sistema Único de Saúde (SUS). “Cerca de 400 mil pessoas deduziram do seu imposto de renda R$ 26 bilhões só em 2022. Isso é 23% de tudo o que foi deduzido em despesas médicas no ano, de acordo com dados da Receita.”

Nascimento diz que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sinalizado um esforço para a mudança na tributação sobre renda no país. Para ele, contudo, não é tão claro quanto foi o empenho feito para a reforma dos impostos sobre o consumo, aprovada no ano passado sem um efeito significativo contra a desigualdade.

Ao mesmo tempo, o governo estabeleceu o déficit zero das contas públicas já a partir de 2024 e colocou em vigor o Novo Arcabouço Fiscal (Naf). A nova regra limita o gasto público com base no crescimento da receita. Isso pode enfraquecer ainda mais o estado caso a arrecadação não cresça e acabar, ao fim, fomentando novas privatizações.

Fonte: Brasil 247 com informações do Brasil de Fato