Jorge Seif (PL-SC) surta durante sabatina de Dino na CCJ e cita Venezuela, urnas eletrônicas e perseguição. Foto: Reprodução
O senador Jorge Seif (PL-SC), ex-secretário da Pesca no governo Bolsonaro, surtou durante a sabatina de Flávio Dino, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), e Paulo Gonet, à Procuradoria-Geral da República (PGR), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O bolsonarista sugeriu que o ministro da Justiça é um “perseguidor” e disse temer ser alvo dele na Corte.
“Os posicionamentos que ele fez ao longo de sua trajetória como ministro da Justiça e as falas dele contra bolsonaristas e CACs são terríveis, é perseguição”, afirmou Seif. Ele ainda citou declarações antigas com supostas críticas a urnas eletrônicas e defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível por oito anos por ataques ao sistema eleitoral.
“Por que Bolsonaro, que não tem um crime nas costas, foi condenado inelegível? Isso pra mim foi ditadura pura”, prosseguiu Seif. O senador pediu que Gonet, se tiver a indicação à PGR aprovada, enfrente o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, segundo ele, são “tribunais perseguidores”.
O bolsonarista ainda citou o caso de Alexandre Garcia, que foi alvo da Polícia Federal e da Advocacia-Geral da União (AGU) por fake news de que enchentes no Rio Grande do Sul são culpa do PT. Seif diz que existe um “Ministério da Verdade” no governo federal e o comunicador é uma “lenda, uma biblioteca, um acervo ético do jornalismo brasileiro”.
O senador ainda fez perguntas sobre liberdade de expressão, Lava Jato, decisões do Supremo, citou a “Venezuela” e chamou o ministro de “omisso”. Ele concluiu questionando se seria perseguido por Dino caso ele fosse aprovado na Corte: “Eu, enquanto opositor aberto ao senhor e da sua indicação ao Supremo, será que não serei perseguido pelo senhor?”.
Em resposta, Dino afirmou que não vai “antecipar opinião” sobre casos concretos e negou acusações de que perseguia opositores, citando que uma ação aberta para investigar um caso sobre o tema foi considerada improcedente pela Justiça. Ele lembrou que as críticas feitas às urnas eletrônicas ocorreram há quase duas décadas.
“Sobre declarações relativas à urna eletrônica, são declarações de quase 15 anos atrás. Obviamente a urnas eletrônica não é mais a mesma, houve uma série de inovações tecnológicas, por exemplo a biometria, e tanto é que todos nós fomos eleitos por ela, inclusive o senhor”, prosseguiu.