sexta-feira, 14 de julho de 2023

VÍDEO: Bolsonarista Rogério Marinho chora ao falar sobre os presos de 8 de janeiro

 

Rogério Marinho chorou e foi consolado – Reprodução/TV Senado

Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) chorou ao falar sobre os presos dos ataques golpistas de 8 de janeiro. Na audiência da Comissão de Segurança Pública, o parlamentar se emocionou, em cena que foi registrada pela TV Senado.

Marinho disse que o país passa por um “momento muito desafiador” e que é preciso ter resiliência para enfrentar o processo de desumanizar quem pensa diferente. “A palavra de ordem é ‘relativização'”, opinou. “Estamos relativizando a democracia, a inviolabilidade dos mandatos, a Constituição, os direitos humanos, o ordenamento jurídico, os valores”, seguiu.

Tentando conter as lágrimas, o parlamentar se dirigiu à Gabriela Fernanda Ritter, presidente da Associação dos Familiares e Vítimas de 8 de janeiro, que estava presente na audiência da comissão. “Foram rebanhados como gado e não tiveram seus direitos respeitados”, lamentou ele, dizendo que imagina o sofrimento dela.

O senador também destacou que entende o trabalho do Ministério Público e do Judiciário no atual cenário brasileiro. Para ele, quem se posiciona de maneira contrária ao atual governo federal é tratado de forma diferente: “Há dois ordenamentos jurídicos no país”.

 

Fonte: DCM

'Voa Brasil' oferecerá 1,5 milhão de passagens por R$ 200 mensais, revela Márcio França

 Iniciativa visa aumentar voos e preencher aeroportos regionais com demanda negligenciada

Márcio França (Foto: Reprodução)

Durante um evento na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, o ministro Márcio França (PSB) divulgou mais informações sobre o programa "Voa Brasil", que está programado para ser lançado a partir de agosto. A intenção é que a iniciativa alcance sua capacidade máxima em um ano. "Esse programa tem capacidade, estamos falando de 1,5 milhão de passagens por mês, que poderíamos atingir. São trechos. Mas vamos avançar gradualmente. (...) precisamos preparar os aeroportos para isso", afirmou França. O ministro também confirmou a participação das empresas Latam, Gol e Azul no "Voa Brasil", relata o g1.

Segundo o ministro, a implementação desse programa permitirá ao país ter novos voos, principalmente para destinos que atualmente não possuem alta demanda. "Na nossa perspectiva, é muito provável que haja uma grande procura por passagens. Isso fará com que os voos partam lotados. Isso resultará em mais voos e, assim, os aeroportos regionais mencionados anteriormente serão preenchidos. Será possível ter voos em locais onde, naturalmente, há demanda, mas poucas pessoas voam atualmente", explicou França.

O ministro informou que a iniciativa será limitada a quatro passagens por pessoa, por ano, sendo cada bilhete referente a um trecho. Ele afirma que as companhias sugeriram a cobrança de até R$ 200 para qualquer trecho durante os "períodos de ociosidade", como março, abril, maio, agosto, setembro, outubro e novembro. Além disso, França ressaltou que o benefício será aplicado somente a voos disponíveis nessas épocas, ou seja, o usuário não poderá escolher qualquer trecho.

França destacou que o programa não receberá investimento público e beneficiará pessoas que não têm o hábito de viajar de avião. Para ter acesso às passagens mais baratas, a pessoa não deve ter voado nos últimos 12 meses. "Começaremos com aposentados, pensionistas e eventualmente servidores públicos também. (...) O objetivo é atrair pessoas que não têm experiência de voar", comentou França, que lembrou que o lançamento oficial do programa contará com a presença do presidente Lula (PT).

Santos Dumont - Quanto ao uso dos aeroportos do Rio de Janeiro, Galeão e Santos Dumont, Márcio França confirmou a informação sobre a readequação do terminal localizado no centro da cidade. Conforme anunciado em junho, a ideia é que o Aeroporto Santos Dumont se limite a voos de ponte aérea com Congonhas (SP) e Brasília (DF). Os demais voos seriam direcionados ao Galeão. "Estamos adaptando o Santos Dumont para que ele seja adequado a uma capacidade inferior a 10 milhões de passageiros", afirmou. "O objetivo é que ambos os aeroportos se complementem devido ao tamanho e localização. O Galeão, em especial, deve se tornar um hub, pois é o maior do Brasil e tem a infraestrutura para receber voos internacionais. No entanto, também deve garantir a conectividade local e nacional", concluiu o ministro.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Números de roubo e furto do governo de SP estavam errados em todos os meses do ano passado

 Segundo a auditoria, quase 4.800 casos de roubo e furto de veículos que não haviam sido contabilizados

Rodrigo Garcia (Foto: GovSP)

Uma auditoria nas estatísticas criminais do ano passado no estado de São Paulo, instaurada há cerca de dois meses pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), encontrou erros em números de todos os meses do ano passado. Segundo a auditoria, quase 4.800 casos de roubo e furto de veículos que não haviam sido contabilizados.

A quantidade de furtos de veículos em agosto foi 15% maior do que o divulgado - 1.100 ocorrências ficaram fora da estatística só naquele mês. Em julho, quase 3.000 casos de furto teriam sido registrados por engano - o número real era menor. No caso de roubos a banco, com 16 casos, ficaram sem divergência entre o divulgado e o auditado.

A gestão do ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB) disse que "o trabalho de auditoria dos dados é e deve ser feito constantemente". Disse que o resultado preliminar "só reforça o compromisso com a transparência e comprova a capacidade técnica da CAP - Coordenadoria de Análise e Planejamento -, composta por policiais de carreira".

Fonte: Brasil 247 

Mauro Cid diz que Michelle era "difícil', não gostava dele e que era obrigado a pagar contas pessoais da ex-primeira-dama

 Cid contou que tinha ordens de Bolsonaro para pagar as contas de Michelle, mas que o ex-mandatário não gostava que ele também pagasse as faturas de familiares da ex-primeira-dama

Mauro Cid e Bolsonaro com Michelle (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Alan Santos/PR)

O tenente-coronel Mauro Cid, que na última terça-feira (11) optou por ficar em silêncio na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas do dia 8 de janeiro, revelou a pessoas próximas que seu convívio com Michelle Bolsonaro era “difícil”, que era obrigado a pagar contas pessoais dela e de seus familiares e que a ex-primeira-dama não gostava dele. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) está preso desde o dia 3 de maio no âmbito de uma investigação que apura a falsificação de dados falsos em cartões de vacinação contra a Covid-19, e que pertenciam a familiares de Cid e Bolsonaro, além de aliados próximos. 

Segundo a coluna do jornalista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, Cid revelou que Michelle era uma pessoa de difícil convívio no dia a dia e não tinha simpatia por ele. "Dona Michelle era muito difícil e não gostava de mim", afirmou. A principal causa da tensão entre os dois estava relacionada ao dinheiro, de acordo com o militar. Cid contou que tinha ordens explícitas de Bolsonaro para pagar as contas de Michelle, mas o ex-mandatário não gostava que ele também pagasse as faturas de familiares da primeira-dama. 

“Mesmo assim, ela mandava essas contas com ordens para pagar. E, diz ele, quando isso acontecia não havia muito o que fazer, sob pena de arrumar mais problemas com Michelle. ‘Não ia me meter em briga de casal. Se ela pedia, eu depositava’, afirmou o tenente-coronel em uma das conversas, meses atrás, em tom de desabafo. Ele afirma que, depois de feitos os pagamentos, tinha que apresentar as faturas para Bolsonaro”, destaca  a reportagem. 

Fonte: Brasil 247 com a coluna do jornalista Rodrigo Rangel do Metrópoles

Lula defende destinação de imóveis da União abandonados para sem-teto

 "Só o INSS [Instituto Nacional do Seguro Social] tem 3 mil casas, terrenos e prédios. Por que a gente não distribui isso pro povo?", afirmou o presidente

Brasília (DF), 13/07/2023 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de cerimônia de assinatura do projeto de lei que cria o novo programa Minha Casa, Minha Vida (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Sayonara Moreno, da Rádio Nacional - No Brasil, a falta de habitação chega perto das 6 milhões de unidades, segundo o levantamento da Fundação João Pinheiro. Ao citar esse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que os imóveis da União, sem uso, sejam destinados a programas de habitação popular.

“Prédios abandonados, terrenos da União… Nós vamos ter que transformar isso em coisas habitacionais. A quantidade de terreno abandonado nas grandes regiões, a quantidade de prédio da União. Só o INSS [Instituto Nacional do Seguro Social] tem 3 mil casas, terrenos e prédios. Por que a gente não distribui isso pro povo em vez de levar o povo pra morar a 20 km do centro da cidade, leva o povo para onde já tem asfalto, escola, energia elétrica, linha de ônibus”.

A declaração foi nesta quinta-feira (13) quando Lula sancionou a lei do novo Minha Casa Minha Vida com vetos. Agora o programa aumentou a faixa de renda das famílias beneficiárias da faixa 3, chegando a R$ 8 mil reais na renda mensal média na área urbana. Neste caso podem ser financiados imóveis de até R$ 350 mil reais. Um dos pontos vetados pelo presidente Lula foi a obrigatoriedade para que as distribuidoras comprem o excedente de energia gerado por painéis solares no programa.

O ministro das Cidades, Jader Filho, explicou que o governo vai estudar junto com entidades o melhor modelo para implantação da energia solar no Minha Casa Minha Vida. Durante o evento, Jader Filho ainda destacou que as mudanças do programa também serão na estrutura das casas, que terão área maior.

Os conjuntos habitacionais terão obrigatoriamente uma biblioteca e devem estar construídos próximos a cidades. “Os seus Minha Casa Minha Vida, daqui para frente, todos terão varanda. Os conjuntos deverão ter equipamento para atividade de lazer e prática esportiva, e equipados com sala de biblioteca. No Norte e Nordeste, os quartos devem ter gancho para rede. Os imóveis terão tubulação para instalação de rede de internet e pontos para instalação de ar-condicionado”.

Para as famílias com renda mensal de até R$ 2 mil reais da faixa 1, nas regiões Norte e Nordeste do país, a taxa de juros baixou pra 4%. Para as demais regiões e a mesma renda, a taxa é de 4,25%. De acordo com o Ministério das Cidades, desde o início do ano até o começo deste mês, o governo já entregou mais de 10 mil imóveis do Minha Casa Minha Vida.

A previsão até o fim do ano é entregar mais 8 mil unidades. A meta é que até 2026 sejam contratadas mais 2 milhões de moradias pelo programa.

Fonte: Brasil 247 com Rádio Nacional

Minha Casa, Minha Vida retorna com mudanças significativas: saiba quem tem direito e quais são as novidades

 Regras incluem ampliação do acesso de faixas de renda, redução de taxas e aumento do subsídio para aquisição dos imóveis, entre outras melhorias

(Foto: Divulgação (MCid))

O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que teve sua criação em 2009 está de volta com mudanças significativas. A promessa de campanha do presidente Lula (PT) se concretizou com a sanção, nesta quinta-feira (13), do projeto de lei que estabelece a retomada definitiva do programa.

O MCMV tem como objetivo proporcionar acesso a moradias populares, oferecendo condições mais favoráveis do que o mercado imobiliário tradicional para que as pessoas elegíveis possam adquirir suas próprias casas. Os financiamentos dos imóveis são realizados pelos bancos públicos federais, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

Para compreender o funcionamento e as mudanças na nova versão do programa, é essencial entender as faixas de renda estabelecidas. O MCMV divide as famílias em três faixas: Faixa 1, Faixa 2 e Faixa 3, com critérios específicos para cada uma delas.

Entre as principais mudanças na renovação do programa, estão:

FAIXA DE RENDA

No novo MCMV, as faixas de renda foram ampliadas, tanto para quem será beneficiado com um imóvel pelo Governo Federal, quanto para quem quer financiar. A renda mensal bruta familiar ficou dividida assim:

  • Faixa 1 contempla famílias com renda mensal de até R$ 2.640
  • Faixa 2 para famílias com renda entre R$ 2.640,01 e R$ 4.400
  • Faixa 3 para famílias com renda mensal entre R$ 4.400,01 e R$ 8.000 

VALOR DO IMÓVEL

O valor do imóvel do MCMV foi ampliado. Contempla valores diferentes de acordo com o porte da cidade que receberá o empreendimento e com a faixa de renda para qual ele está destinado.

De forma geral:

  • Para Empreendimentos que contemplem a Faixa 1 Subsidiado: até R$ 170 mil
  • Para Empreendimentos que contemplem a Faixa 1 e 2 Financiado: até R$ 264 mil
  • Para Empreendimentos que contemplem a Faixa 3 Financiado: até R$ 350 mil

Para o MCMV rural:

  • Para novas moradias, o valor máximo passou de R$ 55.000 para R$ 75.000
  • Para melhoria de uma moradia, o valor passou de R$ 23.000 para R$ 40.000

JUROS E FINANCIAMENTO

No novo MCMV, as taxas de juros do financiamento do imóvel foram reduzidas para a Faixa 1. É a menor taxa da história do FGTS.

Para as famílias cotistas com renda de até R$ 2 mil mensais a taxa passou de 4,25% para 4% ao ano, para quem vive nas regiões Norte e Nordeste. Para quem vive nas demais regiões do país, a taxa passou de 4,50% para 4,25%.

Os Juros do faixa 2 e 3 do MCMV, que chegam no máximo a 8,16% ao ano, são os mais baixos do mercado.

O programa passa a dispor das seguintes condições de taxas por faixa de renda:

Além das melhores taxas de juros do mercado, as famílias que acessarem o financiamento habitacional MCMV com recursos FGTS terão acesso a um maior desconto oferecido no valor da entrada para aquisição do imóvel. Antes, restrito a R$ 47,5 mil na Faixa 1, o subsídio concedido pelo Fundo poderá chegar agora a R$ 55 mil. Esse limite não era revisto desde 2017 e permite reduzir a entrada exigida na compra financiada do imóvel, tornando a casa própria uma realidade acessível para a população de baixa renda. O financiamento pelo MCMV permite aquisição de imóveis novos ou usados permitindo a reinserção no mercado dos cerca de 11 mil domicílios vagos apontados pelo último Censo Demográfico do IBGE.

SUBSÍDIO DO GOVERNO FEDERAL

Nos casos das moradias subsidiadas da Faixa 1, as famílias beneficiadas pagarão prestações mensais proporcionais à sua renda, com um valor mínimo de R$ 80, ao longo de um período de 5 anos.

Além disso, as novas contratações do MCMV trazem melhorias nas especificações dos imóveis para garantir moradia de qualidade aos beneficiários.

  • Aumento na área mínima das unidades: 40 m² para casas e 41,50 m² para apartamentos,
  • Criação de varandas para oferecer um espaço adicional aos moradores.
  • Os conjuntos deverão ser equipados com sala de biblioteca e equipamentos para a prática esportiva.
  • Localização do terreno: agora o terreno deverá estar inserido na malha urbana, com proximidade a infraestrutura urbana completa já instalada e consolidada, acesso a equipamentos públicos de educação, saúde e assistência social, acesso a comércio e serviços e transporte público coletivo. Terrenos mais bem qualificados podem receber um valor adicional em sua aquisição, incentivando a qualidade e adequação das localizações dos empreendimentos.

Fonte: Brasil 247

Lula nomeará Jean Wyllys para cargo na Secom

 O ex-deputado vai assumir um papel na área de planejamento de comunicação do governo

Presidente Lula e o ex-deputado Jean Wyllys (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nomear o ex-deputado Jean Wyllys para um cargo na Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), comandada pelo ministro Paulo Pimenta. Após desistir de seu mandato como deputado federal e passar quatro anos fora do país devido à preocupação com sua segurança pessoal, Wyllys retornou recentemente ao Brasil.

Jean Wyllys vai assumir um papel na área de planejamento de comunicação, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. O jornalista e ex-parlamentar possui uma relação próxima com a primeira-dama, Janja Lula da Silva, que o recebeu em seu gabinete no Palácio do Planalto. Um vídeo desse encontro foi compartilhado nas redes sociais no dia 6, no qual Janja expressou sua emoção ao receber Jean Wyllys de volta. "Olha só com quem eu estou aqui, gente. Estou muito emocionada. Jean, seja muito bem-vindo, essa é sua terra, o Brasil é seu e a gente está te recebendo de braços abertos".

Após deixar o Brasil, Jean Wyllys foi para Barcelona realizar um doutorado. A decisão de Jean Wyllys de sair do Brasil foi tomada em 2019, no primeiro mês do governo de Jair Bolsonaro. Ele foi eleito com 24.295 votos e afirmou ter deixado a vida pública devido ao aumento das ameaças de morte, especialmente após o assassinato da então vereadora Marielle Franco, também do PSOL. Desde então, Wyllys vivia sob escolta.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Dólar fecha abaixo de R$ 4,80 pela primeira vez em duas semanas

 Bolsa sobe 1,36% e fecha no maior nível desde o início do mês

Dólar (Foto: Reuters)

Agência Brasil – Ainda sob influência da inflação menor que o esperado nos Estados Unidos, o mercado financeiro teve mais um dia de otimismo. O dólar caiu pela terceira vez seguida e fechou abaixo de R$ 4,80 pela primeira vez em duas semanas. A bolsa de valores subiu pelo segundo dia consecutivo e atingiu o maior nível desde o início do mês.

O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (13) vendido a R$ 4,79, com recuo de R$ 0,028 (-0,57%). A cotação chegou a subir no início do dia, atingindo R$ 4,83 por volta das 9h30, mas recuou após a abertura dos mercados norte-americanos.

A moeda norte-americana está no menor nível desde 30 de junho, quando também fechou vendida a R$ 4,79. A divisa zerou a alta no mês e acumula queda de 9,28% em 2023.

No mercado de ações, o dia também foi marcado pela euforia. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 119.264 pontos, com alta de 1,36%. O indicador atingiu o patamar mais alto desde o último dia 5, influenciado por petroleiras, mineradoras e bancos.

Tanto fatores internos como externos contribuíram para o clima favorável no mercado financeiro. Nos Estados Unidos, a divulgação de que os preços no atacado subiram menos que o previsto em junho animou os investidores, Na quarta-feira (12), foi divulgado que os preços ao consumidor também subiram abaixo do esperado e que a inflação anualizada (projetada para os 12 meses seguintes) ficou abaixo de 3% pela primeira vez desde março de 2021.

No Brasil, a inflação negativa de 0,08% em junho aumentou as apostas de uma queda da taxa Selic (juros básicos da economia) a partir de agosto. A possível redução dos juros atrai investimentos nas bolsas, por causa de investidores em maior risco. Em contrapartida, a Selic atual, de 13,75% ao ano, continua a atrair capital estrangeiro que estimulam a queda do dólar.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Lula brinca e defende a "varanda do pum" em apartamentos do Minha Casa Minha Vida (vídeo)

 "É o mínimo! Por que os pobres têm que viver mal? Em que vai encarecer a casa uma varanda de 1 metro quadrado?"

(Foto: Reprodução)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) brincou sobre a necessidade de se ter uma varanda nas casas de programas habitacionais, apontando que, em dias em que o morador não está bem do intestino, ele poderá ir à "varanda do pum".

"É o mínimo! Por que os pobres têm que viver mal? Em que vai encarecer a casa uma varanda de 1 metro quadrado?", indagou.

Lula deu essa declaração em uma cerimônia de sanção do novo Minha Casa, Minha Vida, realizada nesta quinta-feira (13) no Palácio do Planalto. O novo formato dos imóveis do programa habitacional incluirá uma varanda, bicicletário e ponto para instalação de ar-condicionado.

O presidente destacou a importância dessas melhorias, afirmando que elas representam um mínimo de dignidade para as famílias de baixa renda. A inclusão de uma varanda nas casas foi justificada por Lula como uma forma de permitir que os moradores tenham um espaço ao ar livre, onde possam desfrutar de momentos de descanso e lazer.

Assista ao momento da fala do presidente no vídeo abaixo:

Fonte: Brasil 247

Professora no Paraná é acusada de chamar policial que dava palestra em escola de “macacona”

 Alguns dos alunos denunciaram a professora informando que ela imitou um gorila

(Foto: Reuters)

Uma professora é investigada por suspeita de racismo contra a soldado da Polícia Militar Luci Ferreira. Segundo depoimentos, ela chamou a agente policial de "macacona". O caso ocorreu no Colégio Estadual Leocádia Braga Ramos, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

De acordo com apuração do G1, após a soldado sair da sala, a professora se levanta e caminha em direção aos estudantes gesticulando. Alguns deles denunciaram a professora informando que ela imitou um gorila. Além disso, os alunos contaram à vítima que a professora colocou o dedo na garganta, simulando nojo.

Fonte: Brasil 247 com G1

Em carta a Lula, estudantes pedem reforma universitária e revogação do novo ensino médio (vídeo)

 "É preciso avançar cada vez mais na popularização da universidade", cobraram estudantes

Brasília (DF), 13/07/2023, O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). O encontro teve a presença do ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) entregaram uma carta ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na noite desta quinta-feira feira (13), com pedidos como a revogação do novo ensino médio Lei nº 13.415/2017, aprovada no governo Michel Temer, e reforma universitária. 

"É preciso avançar cada vez mais na popularização da universidade, para que ela expresse a diversidade presente em nossa sociedade, a implementação das cotas trans e vestibular indígena são passos decisivos nessa direção", afirmaram os estudantes. "Queremos que em um curto período possamos garantir que o Programa Nacional de Assistência Estudantil se torne lei, com orçamento próprio que atenda as demandas estudantis".

O grupo pediu eleições diretas para reitores, assim como a posse destes. "Bem como a paridade entre estudantes, docentes e técnicos-administrativos nas eleições e conselhos colegiados". "Queremos a revogação imediata da reforma do ensino médio, e junto a isso um projeto de uma nova escola, superando esse modelo de ensino médio que não atende mais às nossas perspectivas", acrescentaram os universitários.

Defensores da proposta argumentam que o projeto direciona melhor os estudantes para o mercado. Pessoas contrárias ao projeto avaliam que a interdisciplinaridade do conhecimento é necessária, mas, pela maneira como foi elaborada, aumenta a possibilidade de os conteúdos serem debatidos de forma superficial, o que, na prática, prejudica o senso crítico dos estudantes.

No projeto do ensino médio, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ocupará 60% do total de horas letivas, ou 1.800 horas divididas entre 1º, 2º e 3º anos do ensino médio. Os outros 40% do currículo são preenchidos pelos Itinerários Formativos - o estudante escolhe a área de conhecimento de sua preferência. 

O projeto alterou a divisão que passou a não ser por matérias, mas por quatro áreas do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Inglês, Artes e Educação Física); Matemática e suas Tecnologias (Matemática); Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Biologia, Química e Física), e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia).

Alunos, obrigatoriamente, veem todas as áreas do conhecimento no Ensino Médio, mas em algum dos anos podem acabar não estudando todas elas. Apenas Matemática e Língua Portuguesa continuaram obrigatórias.

Fonte: Brasil 247

São Paulo vence o Palmeiras de virada em pleno Allianz Parque e vai às semifinais da Copa do Brasil. Veja os gols

 A eliminação gerou protesto da torcida palmeirense

Palmeiras e São Paulo (Foto: Reprodução )

O São Paulo ganhou do Palmeiras de virada nesta quinta-feira (13) por 2 a 1 fora de casa, no Allianz Parque, e avançou para semifinal da Copa do Brasil. Piquerez iniciou a contagem para os mandantes no primeiro tempo. Caio Paulista e David marcaram os gols dos tricolores no segundo tempo. Os são-paulinos venceram o primeiro jogo, em casa, no Morumbi, por 1 a 0, com gol de Rafinha no segundo tempo. 

O resultado desta quinta gerou protestos no estádio palmeirense. Gritos de "vergonha" e "queremos jogador" surgiram das arquibancadas antes mesmo do apito final de Anderson Daronco. 

Com a classificação, o time do treinador Dorival Júnior vai enfrentar o vencedor de Corinthians e América-MG na semifinal, que decidirão a última vaga no sábado (15). Do outro lado da chave, Flamengo e Grêmio são os outros sobreviventes.

Palmeiras e São Paulo voltarão a campo no domingo (16) pelo Campeonato Brasileiro. O alviverde jogará contra o Internacional em Porto Alegre (RS) e o tricolor vai enfrentar o Santos em casa.


 

Programa do governo Lula faz com que 1,5 milhão de brasileiros fiquem com nome limpo na segunda-feira

 O Desenrola Brasil entrará em operação no início da próxima semana

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia em Brasília - 27/06/2023 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O Desenrola Brasil entrará em operação na próxima segunda-feira (17), quando 1,5 milhão de brasileiros que devem até R$ 100 vão sair da lista de negativados e cidadãos com renda de até R$ 20 mil poderão renegociar suas dívidas diretamente com instituições financeiras. O pontapé inicial do programa será dado com a publicação de uma portaria no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (14), informa a Folha de S.Paulo.

O Desenrola garante que serão renegociadas dívidas inscritas até 31 de dezembro de 2022, e o devedor terá o prazo mínimo de 12 meses para quitar os débitos. Segundo o secretário de Reformas Econômicas da pasta, Marcos Barbosa Pinto, a etapa inicial do programa tem dois efeitos diretos na economia. 

As instituições financeiras que negociarem dívidas bancárias no Desenrola terão direito a um crédito presumido que, na prática, melhora a posição de capital do banco e abre espaço para impulsionar novos financiamentos. O governo estima que cerca de R$ 50 bilhões poderão ser negociados nesse contexto, beneficiando em torno de 30 milhões de pessoas.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Flávio Dino diz já ter novidades no caso Marielle: “vamos chegar a uma solução do crime”

 "As equipes me informaram que conseguiram avançar Até onde, não posso dizer", disse o ministro da Justiça sobre as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes

Flávio Dino e Marielle Franco (Foto: Agência Pública | Reprodução)

Vasconcelo Quadros e Caio de Freitas Paes, Agência Pública - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, demonstra ter cada vez mais certeza da solução de um dos crimes mais emblemáticos da história recente do Brasil, o assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, na noite de 14 de março de 2018.

Em entrevista exclusiva concedida à Agência Pública no fim de junho em Brasília, ele trata o caso com o que definiu como “otimismo moderado”, em decorrência do tempo passado após o crime e da destruição de provas. Cauteloso e sem adiantar informações da investigação sigilosa, Dino garantiu ter “novidades” sobre o caso e disse: “Acredito que vamos chegar a uma solução do crime”.

O ministro tratou também de diversos temas ao longo da entrevista, como narcogarimpo, policiamento da Amazônia, extremismo político e violência em escolas. Sobre a inelegibilidade do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, ele diz que foi uma ação firme do Judiciário para interromper a onda de ataques ao sistema eleitoral, mas, realista, diz que ainda é cedo para se considerar controlada a sanha golpista contra a democracia. “Há uma luz amarela no semáforo da história: o extremismo político está vivo”.

“Deixar [Bolsonaro] inelegível é muito importante, porque ele é um facínora, mas é suficiente? Não. O extremismo político ainda encontra raízes muito fortes no Brasil: o vemos na cultura do ódio, da desinformação, do preconceito e da violência”, ressalta.

Passados mais de seis meses da invasão do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro diz que a “personalidade despótica, autoritária e patológica de Bolsonaro” une os atentados promovidos entre o resultado da eleição, em 30 de outubro passado, ao caos do 8 de janeiro. Para Dino, não há dúvidas de que o ex-presidente está no centro da tentativa de golpe.

“Havia o ajudante de ordens [Mauro Cid], o ex-ministro Anderson Torres, outras pessoas muito ligadas a ele. É possível inferir, também por sua personalidade despótica, autoritária, que de algum modo ele orientava – ou que pelo menos compactuava, autorizava”, afirma o ministro, que ainda define o ex-presidente como “um golpista fracassado”.

Para o ministro, o atentado de 8 de janeiro serviria para criar um clima de instabilidade política e anomia institucional, forçando a cúpula militar a aderir ao golpismo. “A ideia deles era que o 8 de janeiro fosse um estopim, com efeito dominó em outras manifestações ao longo do Brasil, para tentar mostrar que o novo governo não tinha condições de gerir o país”, afirma.

Segundo Dino, ao sair da eleição com 49% dos votos, Bolsonaro tinha “uma base social razoável”, mas não o apoio internacional  nem da elite empresarial brasileira – condições que, em 1964, permitiram aos militares depor o ex-presidente João Goulart. “Daqui muitos anos, quando forem abertos os arquivos de 2022 do governo dos Estados Unidos, vão encontrar o que levou as Forças Armadas a não se engajarem no golpe”, disse o ministro.

Flávio Dino garantiu que o governo vai fortalecer sua presença na Amazônia, com a criação de uma companhia de policiamento ambiental, formada por mais de mil homens da Força Nacional, cuja finalidade é fiscalizar, intensificar operações e combater as organizações criminosas de inspiração mafiosa – que, segundo o ministro, se infiltraram na política, nos garimpos e demais atividades ilegais que cresceram no vácuo de fiscalização deixado pelo governo Bolsonaro.

Dino assegurou que o governo Lula retomará as demarcações de terras indígenas, interrompidas por Bolsonaro, por meio de decisões conjuntas entre os ministérios dos Povos Indígenas, da Justiça e Segurança Pública e da Casa Civil.

Contra o marco temporal defendido pelos ruralistas, o ministro se alinha à ideia do ministro do STF Alexandre de Moraes, que, independentemente do que o Congresso decidir, sinalizou uma solução intermediária ao conflito – sem marco, mas respeitando a peculiaridade de regiões densamente habitadas, como cidades consolidadas. Leia, a seguir, a entrevista.

Quais os reflexos da inelegibilidade de Bolsonaro?

A extrema direita brasileira perde força, perde seu principal porta-voz, o que sem dúvida altera certos desdobramentos no plano da política. Destaco, sobretudo, os aspectos constitucionais e legais com a consagração de uma diretriz jurisprudencial no Brasil sobre a chamada desinformação. Juridicamente, nós temos uma rejeição muito clara e, portanto, a declaração da abusividade da conduta de quem no processo eleitoral espalha, deliberadamente, desinformação como uma ferramenta para obter votos e hipotéticas vitórias eleitorais. É um precedente muito relevante para o futuro, no sentido de que um dos principais desafios da democracia contemporânea recebe uma resposta jurídica.

A inelegibilidade interrompe o extremismo de direita?

Espero que, se não paralise definitivamente, pelo menos atenue. Com a revolução científico-tecnológica, levando, por exemplo, ao incremento das ferramentas de inteligência artificial, nós temos tendencialmente o agravamento do problema da indústria da desinformação nos processos eleitorais. Isso distorce muito fortemente a legitimidade do processo eleitoral. O que o TSE afirmou é que há uma disposição firme de fazer esse “breque” contra a manipulação das consciências dos cidadãos. O TSE afirmou que espalhar desinformação é uma fraude eleitoral e, portanto, quem pratica esse tipo de conduta deve ser punido.

Passados mais de seis meses, o que dizem as investigações sobre os responsáveis pelo 8 de janeiro?

Uma investigação dessas é como se você pegasse um quebra-cabeça, daqueles de mil peças, e jogasse numa praia, com vento forte. Tem um período que você tem que recolher as pecinhas, mas grande parte desse quebra-cabeça já está montada.

Houve os perpetradores dos atos violentos, as pessoas que cercaram quartéis, que vieram pra cá; a via organizadora e, sobretudo, segmentos empresariais locais, que davam carne, água, apoio material, banheiro químico, barracas etc., em todo o país. O financiamento era, sobretudo, de segmentos empresariais locais, do agro e comerciantes, também de gente ligada a esse mundo do armamentismo, que financiavam isto.

Havia os incitadores, que estavam, sobretudo, nos segmentos armados – membros da ativa e da reserva das Forças Armadas, das forças policiais, mas também CACs [Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores] e proprietários de clube de tiro, de lojas de armas e assim sucessivamente. Eram segmentos armados da sociedade, com grande engajamento e um comando político mais ou menos organizado, muito próximo do Bolsonaro.

Jair Bolsonaro participou?

Só posso falar, pelo cargo que eu exerço, a partir de provas. Nesse momento eu tenho alguma prova cabal de que o Bolsonaro, direta e pessoalmente, participou do golpismo? Não tenho. Agora, é possível deduzir isso logicamente, no plano argumentativo? Sim, claro. Por que digo que é possível deduzir isso no plano argumentativo? Porque todas as pessoas que, de algum modo, aparecem na cena eram muito ligadas a ele. Havia os ajudantes de ordem, o ex-ministro Anderson Torres, pessoas muito ligadas a ele. Por dedução, é possível inferir, também por sua personalidade despótica, autoritária, que de algum modo ele orientava – ou pelo menos compactuava ou autorizava [o golpe].

É possível afirmar que o extremismo está sob controle?

Sou obrigado a chamar atenção para uma luz amarela no semáforo da história: a luz amarela é o extremismo político, que está vivo. Deixar o Bolsonaro inelegível é muito importante, porque ele é um facínora, um déspota. Agora, isso é suficiente para dizermos que o extremismo político foi superado no Brasil, o extremismo de direita? Não, não é.

Mesmo que você veja uma luz verde, poderosa, no sentido de haver uma continuidade da construção democrática do Brasil, é preciso olhar numa perspectiva lateral, olhar esse alerta – que o extremismo político ainda encontra raízes muito fortes no Brasil. Vivemos na cultura do ódio, da desinformação, do preconceito, da violência. Então, nós temos sinais sociais disto.

Caso dos ataques nas escolas?

Os ataques nas escolas são um sinal muito poderoso de que a cultura da violência está muito forte no Brasil. Vejamos o que aconteceu recentemente, naquele brutal ataque a uma escola no Paraná: uma pessoa foi lá e apertou o gatilho, o que já é terrível, mas havia outras pessoas estimulando, apoiando, filmando, transmitindo a morte de jovens. Isso mostra a força da cultura da violência, até porque praticamente todas as semanas – nessa, inclusive – nós temos prisões de nazistas e neonazistas.

O controle de armas avançou?

Tivemos dois decretos, teremos mais um nas próximas semanas, diminuindo mais uma vez o acesso a armas e munições, criando regras mais rígidas para o porte de arma, para abertura de clubes de tiro, acabando com os clubes de tiro 24h – que estavam funcionando como uma fachada para o porte de arma clandestinoBolsonaro passou a permitir o porte em trânsito com a arma municiada, mas agora estamos voltando, para que seja apenas “desmuniciado”.

O clube funcionava como álibi: o cidadão era pego numa blitz, com a arma municiada. Ele dizia: “Não! Estou indo no clube de tiro, por isso que a arma está municiada”. É por isso, também, que os clubes de tiro passaram a funcionar 24h, o que é esdrúxulo. Alguém imagina uma pessoa, às 3 horas da manhã, que vai dar tiro em um clube? Será publicado um decreto bastante amplo, acabando com a autodeclaração de necessidade, algo criado pelo governo Bolsonaro. Que nada mais era que uma espécie de presunção de necessidade, a partir de autodeclaração.

Qual o resultado das operações contra o excesso de armas?

Veja que, em menos da metade do ano de 2023, foram apreendidas mais armas pela Polícia Federal do que em todo o ano de 2022, o que mostra exatamente essa carência de fiscalização das atividades ilegais, de um modo geral. Isso valia para garimpo legal, para invasão de terrenos, para armamentismo e clubes de tiro. Ninguém fiscalizava nada porque tinha gente ganhando dinheiro com isso.

Estamos falando de bilhões de reais, bilhões nas atividades, chamemos assim, legais das lojas e clubes de tiro, mas também no comércio clandestino de armas e munições para organizações criminosas. O que essa gente estava fazendo? Alugando armas para o PCC [Primeiro Comando da Capital], para o CV [Comando Vermelho].

Fizemos uma operação, que inclusive envolveu uma parte nos Estados Unidos, contra lojas [de armas] na Baixada Fluminense, e assim descobrimos quase 2 mil armas ilegais que iam, exatamente, para o crime organizado. Com essa dupla face, o negócio legal, visível, como esse que falamos – da loja, do clube de tiro –, também havia o negócio ilegal, de comercialização e barateamento no acesso a armas de fogo para quadrilhas.

O maior incentivo para as organizações criminosas do Brasil foi esse armamentismo irresponsável, que fortaleceu o poder das organizações criminosas, barateou o acesso a armamento por meio da aplicação da lei da oferta e da procura: quanto mais produtos há no mercado, obviamente mais o preço cai.

O senhor mandou abrir um novo inquérito na PF sobre os assassinatos de Marielle Franco e de Anderson Gomes. As investigações já avançaram?

Trabalho sempre com um conceito de “otimismo moderado”. Otimismo porque temos um trabalho sério, uma equipe da PF trabalhando só no caso Marielle há três meses. Isso me dá esperança. Mas por que minha moderação? Porque se passaram cinco anos. Imagens, impressões digitais, indícios de um modo geral se perderam.

Se tivesse imagens daquele dia do assassinato [de Marielle]… Imagine a quantidade de câmeras no centro do Rio de Janeiro. Rapidamente se chegaria aos assassinos, ao carro [usado no crime], de onde ele veio, de onde saiu, qual percurso fez, isso com base na ERB [antena de telefonia celular] dos celulares… você chegaria rapidamente [aos culpados]. Hoje a tecnologia é amiga da investigação, não existe crime perfeito. Mas, infelizmente, não temos mais os dados da ERB, não temos as [imagens das] câmeras, e essa é a razão da minha moderação. Não existe crime perfeito, mas infelizmente não temos mais os dados completos.

Mas existe algo palpável, algum fato novo?

Temos novidades, sim. Não tenho uma previsão [de quando será divulgado], porque há coisas que faço questão de não saber, mas, sim, as equipes me informaram que conseguiram avançar… até onde, não posso dizer. Teremos de esperar. Mas acredito que vamos chegar a uma solução do crime, sim.

Mudando de assunto, como o crime organizado se entrelaça às atividades ilegais na região da Amazônia?

Nós temos hoje no Brasil algo muito além das quadrilhas do tipo tradicional: temos organizações de tipo mafioso, com face legal, operadas por empresas e que estão em vários negócios visíveis — um prédio residencial, uma imobiliária, revenda de automóveis etc. E ela também penetra na política. São organizações tipo máfia que se implantaram na Amazônia, exatamente pela ausência estatal, entre as quais está o PCC.

É o chamado narcogarimpo, uma atividade que demanda grandes investimentos, não é mais aquela imagem [do garimpo] de Serra Pelada, dos anos 1970 e 1980. Desde os episódios do Vale do Javari, do assassinato do Dom Phillips e do Bruno Pereira, isso ficou bem evidente. Você tem organizações criminosas atuando na Amazônia em atividades aparentemente legais – como venda de aviões, barcos, comida, combustível etc… É o avanço do narcogarimpo, na prática.

Como resolver?

Há dois problemas muito fortes na Amazônia. Primeiro, há a questão social, pois a Amazônia tem os piores indicadores sociais do Brasil. Você não enfrenta o narcogarimpo, narcotráfico, a caça ilegal, a exploração ilegal de madeira e a pesca ilegal só com policiamento. Se você não melhora as condições sociais do povo amazônico, como você vai dizer para o cara para deixar de ser “soldado” do narcogarimpo, ganhando R$ 3 mil por mês, para oferecer um Bolsa Família de R$ 700? O Bolsa Família é bom, mas apenas como incentivo para as condições brasileiras, claro. Em termos de incentivo econômico, é claro que ele se sente mais atraído [pelo garimpo] porque não há alternativa.

É necessário elevar as condições de vida do povo da Amazônia como uma prioridade brasileira relativa à proteção ao meio ambiente. É cruzando sustentabilidade ambiental com sustentabilidade social. E o segundo problema é exatamente essa ampliação do poder bélico dessas quadrilhas criminosas. Isso realmente exige a qualificação da presença estatal na Amazônia.

Como o governo federal pode fortalecer as ações contra crimes ambientais na região?

Formulamos um programa, que apresentamos ao BNDES, uma proposta de estruturar o trabalho, com policiamento ambiental na Amazônia e uma coordenação nacional – que, hoje, não existe.

Inicialmente, estamos dimensionando R$ 1,3 bilhão, porque, com isso, conseguiremos implantar uma companhia de policiamento ambiental da Força Nacional numa cidade da Amazônia, ainda a ser decidida e ainda sem um efetivo fechado, mas certamente seria algo em torno de mil policiais.

Implantaríamos a companhia de policiamento ambiental da Força Nacional e daria para comprar equipamentos para, em cada estado, ter um pelotão desta companhia, cada um com um helicóptero, com efetivo, armamento e, portanto, com uma coordenação regional. Também compraríamos equipamentos para a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

Nós já criamos a diretoria de Amazônia e Crimes Ambientais na Polícia Federal. Foi uma das decisões mais certas que a gente tomou. Saímos, em 2022, de algo em torno de 30 operações da Polícia Federal na Amazônia contra o garimpo ilegal para mais de 300 neste ano. Em cinco meses destruímos mais de 300 garimpos, centenas de balsas, e por aí vai. Hoje temos um delegado da Polícia Federal só dedicado [ao combate] aos crimes ambientais. Foi uma das decisões mais certas que a gente tomou. Todos os indicadores de atuação da PF na Amazônia melhoraram, sem exceção, inclusive as condições da água, com a diminuição de mercúrio.

Quais os resultados das ações do Conselho Nacional da Amazônia, gerido no governo anterior pelo ex-vice presidente e atual senador Hamilton Mourão?

Não funcionou aquilo lá. Não funcionou porque, primeiro, me parece que se gastou muito em GLO [operações de Garantia da Lei e da Ordem, sob comando estritamente militar] ambiental, eu acho, mas não sei nem para onde foi esse dinheiro, para ser franco. Quer dizer, o Conselho da Amazônia [Legal, CNAL], eu não sei como está hoje, não sei como ficou. Tinha aquela [operação] Verde Brasil, uma GLO ambiental, realmente se gastou [verba pública] naquilo. Mas ficou algum legado? Não, não tem. Nem o campo político deles [bolsonaristas] acreditava naquilo. Não tinha articulação com os estados e nem comando político, que dizia o contrário [da política ambiental]: “toquem fogo”, dizia, “matem, comprem armas”. É claro que, naquele ambiente, nem que ele [Hamilton Mourão] tivesse boa vontade, era impossível alguma coisa dar certo.

O bolsonarismo ainda está entranhado nas instituições?

Ainda temos problemas [com bolsonaristas] na PF, na PRF, nas Forças Armadas, sim, mas temos um comando que no dia 1º de janeiro não tínhamos, nem no dia 2, nem no dia 3, nem no dia 8 de janeiro. Quer dizer, fomos ocupando o comando das instituições, apesar das dificuldades, das resistências. Ocupando com uma cultura institucional, assim, de respeito ao direito das pessoas, e estamos avançando nesse caminho.

No governo anterior, uma secretaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Seopi, foi acusada de espionar oponentes. O que o senhor encontrou dessa estrutura?

O que chegou na minha mão, antes do dia 8 de janeiro, foi um relatório da PF. Depois, apareceu que alguns órgãos regionais desse sistema de inteligência, que era a Seopi [Secretaria de Operações Integradas], hoje chamada de Diop [Diretoria de Operações Integradas e Inteligência], que fica dentro da Senasp [Secretaria Nacional de Segurança Pública]. Eram alguns relatórios regionais, do Norte e do Nordeste, falando em mobilizações, caravanas, acampamentos etc.

Hoje, nós temos, de ilegal, a identificação daquele documento que levou à operação da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno [em regiões indicadas por pesquisas eleitorais como redutos do então candidato a presidente Lula]. Este documento foi produzido aqui, dentro do Ministério da Justiça. O BI [Business Intelligence] do Ministério foi utilizado para extrair dados sobre desempenho de candidatos, para concentrar operações da Polícia Rodoviária Federal [em locais onde Lula havia tido melhor desempenho no primeiro turno] no segundo turno da eleição. Isso foi feito aqui no Ministério da Justiça. Houve, de fato, essa produção de dados. Agora, coisas pretéritas, ilegais de um modo geral, eu realmente nunca tive conhecimento. Além disso, foram feitas outras, uma muito conhecida, aquela história dos policiais antifascistas. Fora isso, realmente não ficaram, digamos, dados materiais dessa atuação.

Houve espionagem contra movimentos sociais ou oponentes do governo anterior?

Até hoje eu não posso afirmar nem que sim nem que não, porque até hoje não chegou nada na minha mão nesse sentido. Pode ser que, mais na frente, chegue algo, mas nunca houve isso.

Como o Ministério da Justiça controla movimentos suspeitos de terrorismo?

Aqui no Ministério da Justiça, não fazemos esse tipo de trabalho, de modo organizado, não mais — e nem a PF. Hoje, nossa orientação com a PF é investigação de crime, inquérito, não tem nenhum tipo de trabalho de inteligência. Aqui no Ministério, isso tudo, hoje, está praticamente desativado. A Polícia Judiciária não é agência de inteligência.

Existe o informe de inteligência? Não existe. Existe o da Abin [Agência Brasileira de Inteligência], que hoje eu recebo como devo receber: por escrito, no envelope, que é tarefa da inteligência. A inteligência que existe aqui é a de segurança pública. Não é uma inteligência “política”. A inteligência de segurança pública aponta que será feita uma operação contra o garimpo ilegal, com levantamento de informações, e por aí vai. Mas inteligência “política” é zero, aqui é zero. Não há no ministério nem na PF.

Qual a sua posição sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas?

A meu ver, a instância que vai definir isso é o Supremo Tribunal Federal. Acho que a ideia de marco temporal não passa.

Mesmo que o Congresso aprove a regra?

O Supremo vai prevalecer. Se o Supremo disser, é o Supremo quem está interpretando a Constituição. Então, se você vota uma lei, é óbvio que essa lei não é maior do que o Supremo fixar. Se passar no Congresso, não terá um caráter superior à interpretação que o Supremo vier a fixar sobre o artigo 231 [relativo aos direitos dos povos indígenas].

Como o governo deve encaminhar as demarcações?

Teremos reunião no ministério, com a Casa Civil, o MPI [Ministério dos Povos Indígenas], MGI [Ministério da Gestão e Inovação], para discutir a nova regra. Antes era aqui, depois passou para o MPI, agora veio a lei e voltou para cá, mas não queremos, de forma alguma, que o MPI fique sem função no âmbito das demarcações. A ideia hoje vigente é criar uma espécie de portaria conjunta, minha com o MPI, com a Casa Civil, eventualmente, que regule o processo de demarcação, via Funai e MPI. Aqui, fazemos uma análise da legalidade, da compatibilidade com os procedimentos legais, e mandamos para o presidente [Lula]. A tendência é essa: conversamos bastante, eu e Sônia [Guajajara]. Não passa pela minha cabeça a ideia que o Ministério da Justiça esvaziará o MPI. Por força da lei, por uma decisão do Congresso, participaremos também [das demarcações], mas acredito que o nascimento dos processos de demarcação deve continuar no MPI.

O agro quer o marco temporal. Qual o modelo de demarcação o senhor defende?

Acho que o voto que o ministro Alexandre de Moraes apresentou é um voto adequado, porque afasta o marco temporal – ele diz que não existe esse marco, de 1988 –, mas ao mesmo tempo aponta caminhos intermediários, adianta algumas orientações, que me parecem razoáveis porque há o cotejo de direitos. Uma coisa é um território na Amazônia em que houve uma grilagem, outra, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, são áreas ocupadas por cidades inteiras. Você vai remover essas cidades? Ele [ministro Moraes] diz: “Não, pode haver algum tipo de compensação negociada, pactuada”. Então, acho que é uma boa saída, justa, pois preserva também os direitos que, às vezes, são centenários. Às vezes você tem pessoas cujas famílias estão morando [na área originalmente indígena] há 100, 200 anos, então não tem como retirar. Inclusive, o caso em julgamento no Supremo refere-se a pequenos agricultores de Santa Catarina, contra a demanda dos indígenas Xokleng.

Fonte: Brasil 247