“Campos Neto demorou tanto a agir que mesmo se o Banco Central baixasse os juros amanhã em 0,25 ponto percentual, ainda assim o Brasil teria a maior taxa do planeta”, denunciou
Gleisi Hoffmann e Banco Central (Foto: PT | Agência Brasil)
Em um pronunciamento contundente, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do Partido dos Trabalhadores, direcionou suas críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, exigindo uma redução nos juros do país. Em uma publicação no Twitter, Gleisi expressou sua insatisfação com a política monetária. “Campos Neto demorou tanto a agir que mesmo se o Banco Central baixasse os juros amanhã em 0,25 ponto percentual, ainda assim o Brasil teria a maior taxa do planeta. É o BC de Bolsonaro atrapalhando o país”, escreveu.
A cobrança de Hoffmann ocorreu no contexto em que a agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou a nota do Brasil de "estável" para "positiva" pela primeira vez desde 2019, após o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e as ações implementadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Mais cedo, a deputada questionou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a necessidade de redução dos juros diante do momento favorável vivido pela economia brasileira. Ela destacou o crescimento do PIB e as medidas implementadas pelo governo Lula, argumentando que tais fatores poderiam abrir espaço para a redução das taxas de juros. Gleisi Hoffmann denunciou que a maior taxa de juros real do planeta é imposta ao Brasil pela diretoria do Banco Central, indicada por Bolsonaro, e que só sairá no ano que vem. Ela ressaltou que os indicadores econômicos mostram que a taxa de juros deveria ter sido reduzida há meses, uma vez que a inflação está diminuindo e o dólar também. Diante desse cenário, a presidente nacional do PT convocou a sociedade brasileira para um movimento amplo contra os juros altos. Em parceria com as centrais sindicais e movimentos sociais, Gleisi anunciou o início de uma jornada nacional contra os juros altos e a política do presidente do Banco Central, que se estenderá até o dia 2 de julho.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou uma reunião para definir a taxa básica de juros, a Selic. A expectativa do mercado é de que a taxa seja mantida em 13,75% ao ano, mesmo com a queda recente da inflação. Essa seria a sétima vez consecutiva que a Selic permanece no mesmo patamar. A taxa Selic é usada nas negociações de títulos públicos e serve de referência para as demais taxas da economia. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, busca-se conter a demanda aquecida, o que pode ter reflexos nos preços, uma vez que os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Por outro lado, uma redução na Selic tende a tornar o crédito mais barato, estimulando a atividade econômica.
O PT e seus aliados argumentam que a redução dos juros é necessária para impulsionar o crescimento econômico do país. Eles defendem que as altas taxas de juros atuais são um obstáculo para investimentos e dificultam o acesso ao crédito para empresas e pessoas físicas. A presidente do PT mencionou os esforços do governo Lula na melhoria da qualidade de vida da população, como a redução nos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, destacando também a estabilização dos preços dos alimentos. Gleisi Hoffmann acredita que a mudança na política de juros é essencial para que a economia volte a crescer e o país se recupere plenamente.
A decisão do Copom sobre a taxa Selic será anunciada nos próximos dias, e o posicionamento do governo em relação às demandas por redução dos juros será um ponto chave para avaliar as perspectivas econômicas e o rumo da política monetária no país.
Fonte: Brasil 247