segunda-feira, 29 de maio de 2023

Diligência da CPI do MST em SP mira Zé Rainha, que deixou o movimento em 2004, e tenta criminalizar movimentos

 Em visita a áreas que não são ocupadas pelo MST, a CPI, controlada pela oposição, quer juntar diversos movimentos em um só balaio para criminalizá-los

(Foto: ABr | Câmara dos Deputados)

Controlada pela oposição, a CPI do MST cumpre nesta segunda-feira (29) no Pontal do Paranapanema, no interior de São Paulo, sua primeira diligência. A região compreende 32 municípios e, segundo Marcelo Auler, repórter do Brasil 247 e da TV 247 em Brasília, não conta com ocupações do MST.

Questionados pela reportagem, deputados governistas avaliam que a ação da CPI nesta segunda, que não tem como foco assentamentos do MST, foge ao escopo do colegiado. No entanto, os parlamentares preferem aguardar o desenrolar da diligência antes de tomarem alguma providência.

Na região visitada pelos deputados da CPI há a presença do Mast (Movimento dos Agricultores Sem Terra) e da FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade),  liderada por José Rainha. Rainha já foi do MST e, em março, foi preso sob a acusação de extorquir donos de propriedades rurais. À época, a FNL disse que sua prisão tinha “cunho político”. 

Rainha deixou o MST em 2004 e, por isso, parlamentares governistas desconfiam que o objetivo da oposição é juntar todos os movimentos sociais por reforma agrária em um só balaio, em uma tentativa de criminalizá-los. No entanto, a CPI tem como foco definido o MST e as investigações não podem fugir a este escopo. O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) acompanha a diligência da CPI e diz que o objetivo é exatamente “criminalizar os movimentos pela reforma agrária”.


Os interesses de Salles - À TV 247 nesta segunda-feira, Auler destacou que o relator da CPI do MST, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL), tem a intenção de disputar a prefeitura de São Paulo em 2024 e, para isso, quer aproveitar a comissão parlamentar de inquérito para angariar apoio de ruralistas “O Salles já está lá provavelmente fazendo um trabalho que agrade aos ruralistas para ter o apoio deles na campanha que vem pela frente”.

“Querem criminalizar os movimentos sociais. Foram para o Mirante do Paranapanema atrás de informações de ocupações de terra que não têm nenhuma relação com o MST. A CPI foi criada para investigar o MST, quem os financia, quem está por trás, todo aquele discurso de que o MST é uma organização criminosa”, acrescentou, salientando que a ação dos deputados nesta segunda foge ao escopo de investigação determinado ao colegiado.

Fonte: Brasil 247

Grupo de trabalho vai apurar dívida da Venezuela com Brasil e organizar pagamento, diz Haddad

Declaração do ministro da Fazenda foi feita após o presidente Lula se reunir com o líder da Venezuela, Nicolás Maduro

Haddad em Brasília 2/05/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Reuters - O governo criará um grupo de trabalho para consolidar a dívida da Venezuela com o Brasil e, a partir desse diagnóstico, organizar a programação para o pagamento dos débitos, disse nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta segunda com o líder da Venezuela, Nicolás Maduro, em sua primeira visita ao Brasil desde 2015. Entre as questões na agenda está a dívida que a Venezuela contraiu com o BNDES, disseram autoridades brasileiras.

Haddad afirmou ainda que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços está cuidando de temas de intercâmbio comercial entre os dois países, enquanto o Ministério de Minas e Energia tratará de assuntos relacionados ao comércio de energia.

Fonte: Reuters

8 de janeiro: STF forma maioria e torna réus mais 131 terroristas

Golpistas durante atos terroristas de 8 de janeiro. Foto: Evaristo Sá/AFP


 O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para transformar em réus outros 131 terroristas que participaram do 8 de janeiro. Esse foi o sexto bloco de acusações oferecidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra incitadores e autores dos ataques.

Até o momento, a Corte já aceitou 1.044 denúncias dos envolvidos nos atos e, ao todo, a PGR apontou indícios de crimes em 1390 investigados.

A análise do caso dos novos bolsonaristas ocorreu no plenário virtual, no qual ministros depositam seus votos na página eletrônica do tribunal, sem precisar estar presencialmente na Corte. Os magistrados analisam caso a caso, individualmente.

Alexandre de Moraes é o relator do casos e votou pelo recebimento das denúncias. Ele foi acompanhado por Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Rosa Weber e Edson Fachin. Kassio Nunes Marques e André Mendonça divergiram.

Ministros têm julgado os casos desde abril e já foram concluídas as análises de cinco blocos de denunciados: 100 denunciados entre 18 e 24 de abril, 200 entre 25 de abril e 2 de maio, 250 entre 3 e 8 de maio, 245 entre 9 e 15 de maio e mais 249 entre 16 e 22 de maio.

Fonte: DCM

Lula e Maduro abordaram eleição presidencial venezuelana em encontro privado

 Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, teria dito a Lula que pretende concorrer à reeleição e que o processo eleitoral será "livre e transparente"

Nicolás Maduro e Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discutiu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)a eleição presidencial venezuelana que será realizada em 2024 e, conforme a coluna do jornalista Ricardo Noblat, do Metrópoles, teria assegurado ao petista que pretende concorrer à reeleição e que o processo eleitoral será "livre e transparente".

A afirmação de Maduro teria sido feita durante uma reunião privada com Lula na manhã desta segunda-feira (29), no Palácio do Planalto, em Brasília. Após a reunião particular com o presidente Lula (PT) e outra ampliada, com as equipes dos governos brasileiro e venezuelano, os dois mandatários fizeram um pronunciamento conjunto e celebraram a retomada das relações entre os dois países. 

Fonte: Ricardo Noblat na sua coluna no Metrópoles

Lula diz que "volta da relação Brasil-Venezuela é plena", fala em cooperação militar e lembra do "impostor" Guaidó

 "É isso que eu desejo e é isso que eu espero que você contribua, para que a relação entre Brasil e Venezuela não seja apenas comercial", disse Lula ao presidente venezuelano

Nicolás Maduro e Lula (Foto: Reprodução)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (29),  que a retomada das relações entre o Brasil e a Venezuela “é plena” e defendeu que os dois países intensifiquem parcerias em diversos campos, incluindo o militar para combater o narcotráfico nos cerca de 2,2 mil quilômetros de fronteiras entre os dois países amazônicos.

“Sabemos das dificuldades que nós temos, sabemos da quantidade de empresas que já estão na Venezuela e que querem voltar para a Venezuela, sabemos da dívida da Venezuela e sabemos que tudo isso faz parte e vai fazer parte de um acordo que a gente faça para que a nossa integração seja plena. É isso que eu desejo e é isso que eu espero que você contribua, para que a relação entre Brasil e Venezuela não seja apenas comercial. Ela tem que ser comercial, pode ter uma relação política, pode ser cultural, econômica, pode ser feita com tecnologia, entre nossas indústrias construindo parcerias, entre nossas universidades, inclusive entre nossas Forças Armadas, trabalhando em conjunto na fronteira para que a gente combata o narcotráfico”, disse Lula após uma reunião com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto, em Brasília. 

Lula ressaltou, ainda, que Maduro foi eleito por meio do voto popular e qualificou o opositor venezuelano Juan Guaidó como um “impostor”. "Briguei muito com companheiros, social democratas europeus, com governos, com pessoas dos EUA. Achava a coisa mais absurda do mundo para as pessoas que defendem a democracia era negarem que que você era presidente da Venezuela tendo sido eleito pelo povo e um cidadão que foi eleito para ser deputado fosse reconhecido como presidente da Venezuela”. 

"Muitas vezes discuti com meus companheiros europeus eu dizia que não compreendia que como um continente que exerceu a democracia tão plena como a Europa exerceu  quando construiu a união europeia poderia aceitar a ideia de que um impostor pudesse ser presidente da República porque eles não gostavam do presidente eleito”,  disse Lula em referência ao opositor venezuelano Juan Guaidó. 

Ainda segundo Lula, “o preconceito com a Venezuela é muito grande. Quantas críticas a gente sofreu aqui por sermos amigos da Venezuela. Havia discursos e mais discursos que diziam ‘não, se o Lula ganhar a eleição o Brasil vai virar uma Venezuela, vai virar uma Argentina, uma Cuba’. Quando, na verdade, o único sonho nosso era ser o Brasil mesmo, um Brasil melhor, mais democrático, mais rico, com mais distribuição de renda”.

Fonte: Brasil 247

Mourão tenta lacrar após encontro de Lula com Maduro e é enquadrado nas redes

 Ex-vice chama presidente venezuelano de "acusado de torturas" e internautas relembram exaltação bolsonarista à ditadura: "o detalhe de desaparecimentos e torturas agora importa?"

Nicolás Maduro, Lula e Hamilton Mourão (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | ABR)

O general Hamilton Mourão (Republicanos), atual senador da República pelo Rio Grande do Sul e ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL), tentou 'lacrar', via Twitter, em cima do encontro do presidente Lula (PT) com Nicolás Maduro, o presidente da Venezuela, nesta segunda-feira (29). A tentativa, no entanto, não saiu como o esperado e o militar bolsonarista foi enquadrado por internautas.

Mourão escreveu em seu perfil na rede social: "Na campanha de 2022, o TSE determinou a retirada de inserções que associavam Lula a ditadores como Maduro e Ortega. A presença de Maduro no Brasil é uma vergonha para brasileiros e um desrespeito ao bom povo venezuelano. Maduro é acusado de torturas, desaparecimentos, agressões e crimes contra a humanidade. Lula, ao receber Maduro, mostra que não tem compromisso com a democracia e nossos valores!"

Internautas, então, relembraram das saudações do governo de Bolsonaro e Mourão à sangrenta ditadura militar brasileira e das relações amistosas dos últimos quatro anos com a Arábia Saudita e outros países que não seguem a democracia. "Esse detalhe de desaparecimentos e torturas, agora importa? Como as coisas mudam em 50 anos, não é?", questionou um usuário do Twitter. 

Confira algumas das respostas à Mourão abaixo:


 

 

 

 

 

 

 


"Modelo ideológico e extremista” fez com que Brasil e Venezuela se afastassem, diz Maduro

 Presidente venezuelano fez um pronunciamento ao lado do presidente Lula após reunião e abriu o país para investimentos brasileiros: “estamos de portas abertas”

Nicolás Maduro, Jair Bolsonaro e Lula (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Reuters/Carla Carniel)

Após uma reunião particular com o presidente Lula (PT) e outra ampliada, com as equipes dos governos brasileiro e venezuelano, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um pronunciamento celebrando a retomada das relações entre os dois países. Ele lembrou dos anos de governo Jair Bolsonaro (PL), que afastaram as duas nações por meio de um “modelo ideológico e extremista” de relações internacionais. “Fizemos uma revisão de tudo o que diz respeito a essa época de ouro das nossas relações, onde o Brasil e a Venezuela se encontravam cara a cara, e se encontravam a partir de uma vontade comum de construir uma América do Sul em paz, com prosperidade e igualdade. E como isso foi estancado de um dia para o outro”. 

"Essa ideologização das relações internacionais é um fenômeno que consiste na aplicação de fórmulas extremistas que vão para a direita e buscam qualificar as relações, dividindo-as, subdividindo-as e atropelando-as. A Venezuela teve a aplicação desse modelo ideológico extremista, que ainda está sendo aplicado. Isso fez com que de repente todas as portas com o Brasil fossem fechadas, ainda que sejamos vizinhos, que se amam como povos. Pretenderam invadir, entrar na embaixada da Venezuela, e felizmente houve grupos solidários, dizendo que esse espaço da embaixada é sagrado. As portas foram fechadas em termos de relações financeiras, econômicas, comerciais, culturais, políticas e diplomáticas. E junto a outros governos que também trabalham com essa fórmula extremista, também tentaram impor um governo à República da Venezuela. Mas isso é passado”, complementou.

Na sequência, Maduro celebrou a retomada do diálogo Brasil-Venezuela e convidou empresários brasileiros a investirem em seu país. “Hoje se abre uma nova época em termos de relações entre nossos povos, e nessa nova época temos frente a nós a construção de um novo mapa de cooperação conjunta, que possa abranger todas as áreas da economia, do comércio, a educação, a agricultura, a cultura, e que possa abranger além disso as áreas de um relacionamento horizontal entre os povos, permitindo um diálogo franco, direto e permanente entre os governos do Brasil e da Venezuela, bem como entre todos os governos da América do Sul. Estamos preparados”. 

“Nossos povos passaram por momentos muito difíceis. Comentei com o presidente Lula: lançaram contra a Venezuela 900 sanções econômicas, sancionaram tudo que era possível sancionar, e a Venezuela passou de uma receita anual de US$ 56 bilhões de dólares - isso falando de petróleo - para US$ 700 milhões por ano. E nós resistimos, com coragem, de pé e sempre com sorriso no rosto. A resistência nos levou ao caminho do estabelecimento de um modelo econômico de recuperação de guerra, e assim pudemos começar a trilhar um caminho para o crescimento. No ano passado crescemos 15%, isso com uma economia não petrolífera. A Venezuela hoje está preparada para que retomemos nossas relações tão virtuosas. A Venezuela está de portas abertas, com plenas garantias a todo o empresariado para que voltemos ao tempo de trabalho conjunto, de investimentos em crescimento econômico. Esperamos que nunca mais ninguém feche as portas entre Brasil e Venezuela”, finalizou Maduro.

Fonte: Brasil 247

Queremos recuperar nossa relação energética com a Venezuela, diz Lula

 Presidente Lula disse, ainda, que o projeto do Linhão de Tucuruí, que ligará Roraima ao Sistema Nacional de Energia, precisa ser retomado

(Foto: Reuters)


Reuters - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, após reunião com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que o Brasil deseja recuperar a relação energética com a Venezuela.

Em entrevista coletiva conjunta no Palácio do Planalto, Lula disse ainda que o projeto do Linhão de Tucuruí, que ligará Roraima ao Sistema Nacional de Energia, precisa ser retomado. Maduro, por sua vez, afirmou que seu país está preparado para reconstruir sua cooperação elétrica com o Estado.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

APUCARANA: Balé Teatro Guaíra atrai grande público ao “Cine Fênix”



 Fazendo parte da 14ª edição da Mostra Paranaense de Dança, Apucarana recebeu o espetáculo da companhia  Balé Teatro Guaíra.  A apresentação, que teve entrada gratuita e aconteceu na noite de sexta-feira (26/05), levou um grande público ao Cine Teatro Fênix.

O prefeito Junior da Femac lembra que a última edição presencial da mostra foi realizada em 2019 e, em 2021, houve um evento em formato on-line. “A mostra voltou com força, fazendo o intercâmbio cultural com os municípios. Apucarana foi a única cidade do norte do Paraná a receber a mostra e foi brindada nesta retomada com uma belíssima apresentação do Balé Teatro Guaíra”, frisa Junior da Femac.

Ainda em Apucarana, além dessa apresentação, o Balé Teatro Guaíra também recebeu alunos de escolas públicas do município, para um ensaio didático na tarde da sexta-feira. “O objetivo foi integrar os jovens estudantes no universo da dança e estimular a formação de novas plateias. Esse ensaio, assim como o espetáculo da noite, foi acessível em libras e audiodescrição”, completa a professora Maria Agar, secretária municipal de Promoção Artística, Cultural e Turística da Prefeitura de Apucarana (Promatur).

Apucarana realiza a 3ª edição da CorriDownT21 no Lago Jaboti

 



A Associação Download de Síndrome de Down, de Apucarana, promoveu nesse domingo pela manhã (28/05), no Parque do Lago Jaboti, a 3ª edição da CorriDownT21, em evento realizado com o objetivo de fortalecer a entidade e que contou com apoio da Prefeitura de Apucarana, por meio da Secretaria Municipal de Esportes.

Estiveram presentes o prefeito Junior da Femac, os vereadores Luciano Augusto Molina Ferreira e Rodrigo Lievore, o Recife, o secretário municipal de Esportes, Tom Barros, o secretário municipal de Agricultura, Gerson Canuto, a presidente da Associação Download de Apoio à Síndrome de Down de Apucarana, Flávia Sabóia, e as diretoras fundadoras da entidade, Liana Bassi e Fabíola Acosta.

Os inscritos, que receberam uma camiseta alusiva ao evento, participaram de uma caminhada e de corridas de 3 e de 6 quilômetros no entorno do parque, com a largada acontecendo em frente ao Jaboticão Lanches.

“Em Apucarana ninguém corre só, ninguém fica para trás, todos são importantes e a CorriDown mostra claramente isso, com um correndo pelo outro, é o que estamos fazendo aqui nesse domingo”, destaca o prefeito Junior da Femac.

“Foi um belo evento realizado numa parceria com a Secretaria de Esportes e com a Câmara Municipal ajudando da maneira que pode. Parabenizo a todas as diretoras da associação pela luta e destacando que a inclusão é muito importante”, cita Luciano Molina, presidente da Câmara Municipal.

“Foi emocionante poder ver as pessoas prestigiando o nosso evento mesmo com chuva, com muitos participantes de Apucarana e da região e, todos em favor da inclusão”, disse Liana Bassi, que preside a Federação Paranaense das Associações de Síndrome de Down (Fepasd) e é fundadora da entidade em Apucarana.

“Ficamos felizes em apoiar a terceira edição da CorriDown, de poder sentir a satisfação e a alegria de muitas famílias, das crianças e dos adolescentes, numa ação da sociedade em combater o preconceito e de falarmos da necessidade de inclusão”, frisa o secretário de Esportes, Tom Barros.

SÍNDROME DE DOWN – A síndrome de Down ou trissomia do 21 (T21), não é uma doença, mas sim uma mutação do material genético humano e não impede que as pessoas com T21 tenham uma vida autônoma. As pessoas com síndrome de Down e aqueles que vivem e trabalham com elas em todo o mundo organizam e participam de atividades e eventos para aumentar a conscientização pública e criar uma voz global única para defender os direitos, inclusão e bem-estar das pessoas com síndrome de Down.

Lula indica para TRE do Paraná advogado ligado ao ex-tucano Beto Richa que teria sinalizado voto contra Moro

O presidente Lula (PT) indicou para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná o advogado Julio Jacob Junior.

José Cruz/ABr

Nomeado no dia 20 de abril, Jacob Junior é ligado ao ex-governador tucano Beto Richa e, segundo informações de bastidores, andou por Brasília onde teria demonstrado desafeto ao ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil).

A nomeação teria sido uma resposta a uma possibilidade que Jacob teria de demonstrado de votar contra Moro. Tal cenário teria feiro Lula contrariar o nome apoiado por seus defensores para o TRE.

O nome preterido por Lula seria o de Andrea Sabbag de Melo, ex-sócia do advogado Manoel Caetano, que é amigo e defensor de Lula. Ela era, até então, apontada como a favorita ao cargo.

Sabbaga já esteve do TRE do Paraná durante o governo de Dilma Rousseff (PT).

Além de Jacob Junior e Sabbaga, a lista era ainda formada por Gustavo Kfouri. Este último atuou como advogado do ex-deputado Fernando Francischini (União Brasil). Por esse histórico aliado ao fato de ser o preferido pelos bolsonaristas, era visto como um nome menos provável.

Jacob teria se reunido com nomes de peso ligados ao PT, como a presidente Gleisi Hoffmann, Zeca Dirceu (líder do partido na Câmara) e Rui Falcão (presidente da Comissão de Justiça da Câmara).

O nome de Jacob teria sido submetido a Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Flávio Dino (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Fonte: Bem Paraná

Apucarana aplica 1.517 doses de vacina no último sábado


 Com 1.517 doses aplicadas, a Prefeitura de Apucarana realizou no último sábado (27) o segundo sábado de mobilização para aumentar a cobertura da imunização contra a gripe no município, em especial entre as crianças de 6 meses a 6 anos incompletos. A estratégia da Autarquia Municipal de Saúde é abrir Unidades Básicas de Saúde em diferentes bairros em quatro sábados seguidos.

No primeiro deles, no dia 20 de maio, foram aplicadas 993 mil doses. No final de semana passado foram imunizadas 1.246 pessoas contra a gripe, 148 contra a Covid e 123 com vacinas de rotina.

“Nosso objetivo de elevar ao máximo o número de apucaranenses contra a gripe está sendo alcançados. Foram 2.180 pessoas vacinas nos dois primeiros sábados da nossa campanha. A ação vai se repetir em mais dois finais de semana”, informa o prefeito Junior da Femac.

No próximo sábado (3) a vacinação vai acontecer em 11 Unidades de Saúde e 4 Centros Municipais de Educação Infantil, 8 horas e 12 horas. A ação é coordenada pelas Autarquias Municipais de Saúde e da Educação, está acontecendo diferentes bairros a cada final de semana.

Confira abaixo os locais onde a vacinação vai acontecer no próximo sábado:



Lula recebe Maduro no Palácio do Planalto

 Os presidentes manterão uma conversa privada e, depois, uma reunião ampliada com as equipes dos dois governos. Está prevista também uma cerimônia para assinatura de atos

Cilia Flores, Nicolás Maduro, Lula e Janja (Foto: Reprodução)

O presidente Lula (PT) recebeu na manhã desta segunda-feira (29), no Palácio do Planalto, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Ambos manterão uma conversa privada e, depois, uma reunião ampliada com as equipes dos governos brasileiro e venezuelano. Por volta de 12h30, os dois presidentes devem participar de uma cerimônia de assinatura de atos entre os dois países.

Segundo comunicado emitido pelo governo federal, "os dois mandatários deverão manter reunião de trabalho com vistas a repassar os avanços no processo de normalização das relações bilaterais, iniciado em 1º de janeiro último, incluindo a reabertura das respectivas embaixadas e setores consulares e a recente designação do Embaixador da Venezuela no Brasil. Será ocasião, também, para que os presidentes conversem a respeito dos processos de diálogo interno na Venezuela, com vistas à realização das eleições de 2024. Na reunião, os dois mandatários deverão examinar temas prioritários para o adensamento do diálogo em todas as áreas da relação. Nesse sentido, os presidentes tratarão dos resultados da recente missão multidisciplinar à capital venezuelana, organizada pela Agência Brasileira de Cooperação e que contou com representantes de mais de vinte órgãos governamentais brasileiros. Atenção especial será atribuída aos temas fronteiriços, com destaque para a proteção das populações que residem nessa faixa, entre elas os povos Ianomâmi".

"Finalmente, os dois Chefes de Estado deverão tratar de temas das agendas regional, a exemplo da integração sul-americana e da cooperação amazônica, e multilateral, notadamente no que se refere aos temas de paz e segurança e mudança do clima. O comércio bilateral alcançou cerca de US$ 1,7 bilhão em 2022, com exportações brasileiras de US$ 1,3 bilhão e importações de quase US$ 400 milhões. Vale recordar que o intercâmbio entre os dois países chegou a alcançar US$ 6 bilhões em 2013, o que demonstra o potencial da relação e enseja o aprofundamento do diálogo com vistas à retomada das parcerias econômicas, da complementariedade de cadeias produtivas e da remoção de obstáculos ao comércio", finaliza.

 

Fonte: Brasil 247

Rogério Correia pede depoimento de Bolsonaro à CPMI dos atos golpistas: 'é o principal suspeito'

 "É fundamental essa análise da participação do ex-presidente como autor intelectual ou mandante do processo golpista no Brasil", disse o deputado federal Rogério Correia

Rogério Correia, Bolsonaro e golpistas invadindo Brasília em 8 de janeiro (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados | REUTERS/Carla Carniel | Joédson Alves/Agencia Brasil)

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) anunciou em entrevista ao UOL News que solicitou a convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro para prestar depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que irá investigar os atos golpistas que culminaram nos atentados do dia 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes, em Brasília. Para o parlamentar, o ex-mandatário é o “principal suspeito” de estar por trás dos atos golpistas. 

“Foi solicitado pela PGR que o nome de Bolsonaro fosse incluído no inquérito das autorias intelectuais. Ele já é investigado no STF, na PGR e na Polícia Federal. Bolsonaro é o principal suspeito, neste caso. É fundamental essa análise da participação do ex-presidente como autor intelectual ou mandante do processo golpista no Brasil”, disse Correia. 

"Há uma dúvida se o ex-presidente pode ser convocado ou não. Optamos pelo convite para não gerar dúvidas e dar opção aos bolsonaristas de tentar rejeitar o requerimento por alguma questão jurídica. O convite, sendo aprovado, tem certa força de convocação. Se ele se negar, faremos a convocação, tendo viabilidade jurídica", acrescentou o parlamentar.

A CPMI foi instalada na semana  passada e já conta com mais de 400 requerimentos  de convocação e convites para ouvir depoentes, além de quebras de  de sigilo, incluindo acesso a dados bancários, fiscais, telefônicos e telemáticos, que abrangem informações contidas em dispositivos eletrônicos, como celulares, e acesso a documentos oficiais.

Fonte: Brasil 247 com UOL News

Gleisi cobra punição de Bolsonaro e Pedro Guimarães por rombo na Caixa

 A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, usou suas redes para repercutir o rombo encontrado nas contas do banco Caixa Econômica Federal

Gleisi Hoffmann, Pedro Guimarães e Jair Bolsonaro (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados | Isac Nóbrega/PR)

A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, usou suas redes para repercutir o rombo encontrado nas contas do banco Caixa Econômica Federal após Jair Bolsonaro usar verbas bilionárias da estatal para lançar linhas de crédito, justamente no período eleitoral. 

“Que Bolsonaro usou a máquina pública a torto e a direito pra tentar ganhar a eleição, a gente já sabe. E deixou calote bilionário na Caixa com linhas de crédito e consignado do Auxílio Brasil e queimou reservas do banco. Os responsáveis são Pedro Guimarães e Bolsonaro. Quem sejam punidos. Por muito menos, usaram contra Dilma para sustentar um impeachment golpista”, diz ela. 



Fonte: Brasil 247

Com apoio de Damares, governo Bolsonaro pagou missionários religiosos em terra ianomâmi

 Funai privilegiou projeto para enfrentar suposta prática de ‘infanticídio indígena’ quando crise humanitária se agravava

Jair Bolsonaro e a ministra dos Direitos Humanos no Brasil, Damares Alves (Foto: Wilson Dias - Agência Brasil)

Por Anna Beatriz Anjos e Mariama Correia, Agência Pública - Enquanto a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami se aprofundava sem a devida assistência do Estado, o governo Jair Bolsonaro destinou R$ 215,8 mil a uma iniciativa desenvolvida no território para enfrentar uma suposta prática de “infanticídio indígena”. As informações foram obtidas pela Agência Pública via Lei de Acesso à Informação (LAI). Essa é uma pauta ligada a organizações evangélicas que contribui para disseminar o racismo em relação aos povos indígenas, conforme denunciam lideranças e especialistas.

O valor foi direcionado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) ao projeto Ulu, de acolhimento a crianças Yanomami que teriam sido rejeitadas por suas comunidades, realizado por missionários indígenas e não indígenas em uma aldeia Sanumá – um dos grupos Yanomami – na região de Auaris, perto da fronteira com a Venezuela.

Embora o dinheiro tenha sido cedido pela Funai, foi o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), comandado de janeiro de 2019 a abril de 2022 pela hoje senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que atuou para viabilizar o apoio à iniciativa, segundo informações enviadas à reportagem pela atual gestão da pasta, que voltou a se chamar Ministério dos Direitos Humanos (MDH). Damares deixou o cargo para concorrer às eleições.

Enquanto agiu para favorecer o projeto ligado a missionários, o ministério de Damares se eximiu de suas responsabilidades no enfrentamento à crise humanitária entre os Yanomami, de acordo com relatório publicado pelo MDH no fim de janeiro. O documento aponta que, ao receber pedidos e recomendações de entidades como a Organização das Nações Unidas (ONU), Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e Ministério Público Federal sobre a situação, o MMFDH redirecionou casos de sua competência a outros órgãos ou simplesmente os arquivou. Por outro lado, quando o tema era “combate ao infanticídio” entre os Yanomami, diz o texto, a atenção era outra e o tema aparecia de modo “recorrente nas justificativas de viagem”.

Em 20 de janeiro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou emergência em saúde pública devido ao cenário de desassistência à população Yanomami, agravado pela invasão de cerca de 20 mil garimpeiros ilegais no território, segundo entidades indígenas. Desde então, têm surgido indícios de que a gestão Bolsonaro não agiu de maneira adequada para enfrentar a situação, embora tenha sido alertada sobre o assunto em diversas ocasiões. 

Novos documentos analisados pela Pública revelam que a Funai também não tomou as medidas necessárias ao receber solicitações de intervenção em relação à crise Yanomami entre 2018 – último ano do governo Michel Temer – e 2022. Durante esses cinco anos, quando questionado, o órgão respondeu que sua atuação estava limitada por fatores como baixo orçamento e falta de pessoal e promoveu apenas ações pontuais que não atacaram as raízes do garimpo ilegal na terra indígena. 

O médico Paulo Cesar Basta, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que trabalha com saúde nas comunidades Yanomami há 20 anos, destaca que as altas taxas de mortalidade infantil observadas no território não estão ligadas à prática de infanticídio, mas são decorrentes, sobretudo, de doenças evitáveis, como desnutrição, diarreia, malária e pneumonia. 

Novos documentos analisados pela Pública revelam que a Funai também não tomou as medidas necessárias ao receber solicitações de intervenção em relação à crise Yanomami entre 2018 – último ano do governo Michel Temer – e 2022. Durante esses cinco anos, quando questionado, o órgão respondeu que sua atuação estava limitada por fatores como baixo orçamento e falta de pessoal e promoveu apenas ações pontuais que não atacaram as raízes do garimpo ilegal na terra indígena. 

O médico Paulo Cesar Basta, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que trabalha com saúde nas comunidades Yanomami há 20 anos, destaca que as altas taxas de mortalidade infantil observadas no território não estão ligadas à prática de infanticídio, mas são decorrentes, sobretudo, de doenças evitáveis, como desnutrição, diarreia, malária e pneumonia. 

Por LAI, a Funai comunicou que o valor foi executado, mas que a casa de acolhimento não chegou a ser construída. Os recursos foram disponibilizados pela sede em Brasília à Coordenação Regional de Roraima para a compra de ferramentas, material de construção e elétrico, combustível, pagamento de diárias de servidores e colaboradores e locação de aeronaves para transporte de pessoal à aldeia Olomai, onde a casa seria construída, acessível apenas por avião. A reportagem perguntou à Funai e à Ypassali Associação Sanumá por que as obras não foram realizadas e qual destino foi dado ao dinheiro, mas não recebeu resposta até o fechamento deste texto.

Pastora evangélica, Damares elegeu o combate ao “infanticídio indígena” como uma de suas bandeiras, junto do ativismo antiaborto. Ela trabalha pelo avanço do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 119/2015, em trâmite no Senado, que propõe alterar o Estatuto do Índio a fim de aumentar a atuação de órgãos do Estado contra o suposto infanticídio em comunidades indígenas, entre outros pontos. A matéria, apoiada pela Frente Parlamentar Evangélica, havia sido arquivada ao fim da última legislatura, mas a senadora solicitou seu desarquivamento logo que tomou posse. O pedido foi atendido no fim de março, e o PLC voltou a tramitar na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Casa – a próxima etapa é a designação de um relator.

O retorno do projeto à pauta do Senado soou um alerta entre entidades indígenas e pesquisadores. Para eles, além de difundir o preconceito em relação aos povos originários, o projeto pode facilitar a atuação de missionários evangélicos nas comunidades. Maurício Terena, coordenador jurídico da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), classificou o desarquivamento do PLC como “extremamente equivocado”. Ele diz que a bandeira do combate ao “infanticídio indígena” contribui “cada vez mais para que os povos indígenas sofram com racismo e também com a rejeição da sociedade, porque alimenta estereótipos que foram construídos durante a constituição territorial do país”. Para Terena, “olhar para a causa indígena sob uma perspectiva cristã é perpetuar a violência colonial que aconteceu contra os povos indígenas”.

No início de março, Damares se candidatou a uma das vagas da comissão temporária do Senado que acompanha a crise Yanomami, mas ficou de fora. Mesmo assim, ela tem acompanhado as audiências públicas e encontros do colegiado. Em fevereiro, o PSOL protocolou uma representação contra ela no Conselho de Ética do Senado pedindo sua cassação por suposta relação com a crise humanitária no território indígena. O documento diz que, enquanto ministra, Damares teria utilizado a máquina pública para promover uma política “etnocida e racista” contra os povos originários, sobretudo os Yanomami. Ela nega.

Articulação do lobby missionário - Um levantamento realizado pela atual gestão do MDH em documentos internos indica que, em setembro de 2019, Mateus Sanumá, presidente da Ypassali Associação Sanumá, enviou uma carta diretamente a Damares solicitando recursos e ajuda na construção de uma “casa de proteção” do projeto Ulu. A partir daí, o MMFDH realizou uma série de reuniões com outros órgãos sobre o assunto e mandou pedidos à própria Funai e à Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde para que dessem suporte à iniciativa, o que efetivamente aconteceu por meio da Funai apenas quando o governo Bolsonaro estava prestes a terminar.

Os documentos obtidos pela reportagem mostram que a ideia do ministério de Damares era tornar o Ulu “um projeto piloto” a ser replicado em outros territórios. Uma análise da própria Funai em novembro do ano passado, entretanto, recomendou que alguns pontos do projeto fossem revistos. A nova administração do órgão informou à reportagem que fará uma reavaliação da questão junto aos Sanumá de Olomai “sem que haja interferência de qualquer entidade religiosa”. Comunicou ainda: “o Estado é laico e uma de nossas prerrogativas constitucionais é o respeito às organizações próprias dos povos indígenas, de seus costumes e tradições”.

Em dezembro de 2022, no apagar das luzes do governo Bolsonaro, a Ypassali foi agraciada pelo MMFDH com a Ordem do Mérito Princesa Isabel, entregue a 120 pessoas e organizações “que se destacaram no atendimento e na assistência aos públicos-alvo do MMFDH, em âmbitos nacional ou internacional”, segundo a pasta. Também receberam a honraria o ex-presidente Jair Bolsonaro, a própria Damares, igrejas evangélicas e parlamentares bolsonaristas.

Embora a Ypassali seja formalmente presidida, segundo a Receita Federal, pelo indígena Mateus Sanumá, quem recebeu a homenagem foi o missionário Ademir Santos Silva, ligado à organização evangélica Jovens com Uma Missão (Jocum) e à Missão Evangélica da Amazônia (Meva). Nos documentos analisados pela Pública, Silva é descrito como o “interlocutor” entre o governo e os indígenas responsáveis pelo projeto Ulu. Natural da Bahia, ele trabalha com os Sanumá desde a década de 1990, quando foi levado pela Jocum às comunidades. Conhecido pelo nome indígena “Mimica”, é fluente no idioma tradicional Sanumá e atua como tradutor dos indígenas, como Renato Sanumá, liderança evangélica que coordena o projeto Ulu.

Damares tem relação próxima com a Jocum: junto a dois de seus missionários, o casal Edson e Marcia Suzuki, fundou a ONG Atini, cujo objetivo principal é “erradicar o infanticídio indígena” no Brasil. A Atini descreve o “infanticídio indígena” como as supostas mortes de “centenas de crianças” todos os anos em aldeias do país por terem nascido de relações extra-conjugais, com deficiência física ou mental ou por serem gêmeas, entre outros fatores. A organização diz também que crianças com essas características são abandonadas por suas comunidades. Não há, entretanto, dados que corroborem essas afirmações.

A atuação missionária e a causa aproximaram Damares e Ademir Santos Silva. Em 10 de outubro do ano passado, ele chegou a ser citado pela ex-ministra em um evento de campanha de Jair Bolsonaro em Boa Vista (RR), quando o ex-presidente disputava o segundo turno das eleições com Lula. “Há 15 anos, o Mimica falou para o mundo que em algumas comunidades, as crianças indígenas com deficiência não são bem aceitas. Sofreu junto comigo, mas agora tá trabalhando comigo, porque tem um presidente da República que protege crianças com deficiência”, disse a então recém eleita senadora, segundo reportagem do jornal local Folha BV. 

A Pública perguntou a Damares e Silva se eles mantêm relação de amizade. Silva não respondeu aos questionamentos enviados. Já a senadora, em mensagens de áudio, disse que sabia que a Ypassali trabalhava “cuidando de crianças em situação de vulnerabilidade”. De acordo com ela, “crianças Yanomami órfãs, crianças Yanomami com deficiência, com doenças crônicas ou com doenças raras”. 

Damares afirmou ainda que conheceu o trabalho de Ademir Santos Silva, o Mimica, “há muitos anos” e disse ser sua “apoiadora”. “Vou fazer o que eu puder fazer pra apoiar Mimica, Mateus, todos que trabalham com crianças Yanomami em situação de vulnerabilidade”, declarou. A senadora negou omissões do ministério, quando estava sob o seu comando, em relação à crise Yanomami, ou que tenha favorecido o projeto Ulu em detrimento de outras iniciativas. “Apoiar uma iniciativa dessa não quer dizer que está deixando as outras para trás”, afirmou. 

“Quero dizer que não só apoiamos uma iniciativa que protege a vida de crianças [como] todas as iniciativas que protegem a vida de crianças que foram apresentadas ao ministério. Todas as crianças, de todos os povos, criança cigana, criança quilombola, criança indígena, criança ribeirinha, as iniciativas que salvavam vidas de crianças, no que estava dentro da atribuição do MMFDH, foram apoiadas”, complementou a senadora. Leia aqui a íntegra das respostas de Damares Alves.

Alegação sobre “infanticídio indígena” não tem comprovação - Em várias ocasiões nos últimos anos, Damares fez falas públicas sobre a suposta prática de infanticídio em aldeias indígenas. Em entrevista concedida em 2019, seu primeiro ano à frente do ministério, disse que “mais de 1.500 crianças são assassinadas por ano nas aldeias do Brasil”. Questionada pela Pública sobre a fonte do número, ela alegou que se tratava apenas de “uma estimativa”. 

“Quando começamos a falar sobre o sacrifício de crianças por motivações culturais, lá nos anos 2000, e quando comecei a falar dentro do Congresso Nacional, pessoas que trabalhavam com o tema trouxeram para nós que é impossível a gente dizer com precisão quantas crianças são vítimas do sacrifício”, admitiu, em resposta às perguntas da reportagem. 

O número, porém, não está amparado na realidade. Segundo pesquisadores em saúde indígenas ouvidos pela reportagem, não há registros oficiais atualizados disponíveis de quantas crianças indígenas seriam vítimas de infanticídio anualmente no Brasil. O Código Penal, que criminaliza a prática na sociedade como um todo – não apenas entre os povos originários –, a define como “matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após”.

Uma reportagem da Revista Época de janeiro de 2019 cita duas notas técnicas sobre o tema produzidas pela Sesai. A última, de 2016, indicava que os casos de neonaticídio – termo que o documento utilizou em substituição a “infanticídio”, de acordo com a revista – entre os povos indígenas brasileiros foram de 42 em 2014 e de 41 em 2015, muito abaixo das 1.500 mencionadas pela ex-ministra. A Pública pediu à Sesai acesso aos levantamentos, que não são públicos, mas o órgão informou, por meio de sua assessoria de imprensa, não ter conseguido localizá-los. 

Apesar disso, a secretaria afirmou à reportagem que “as alegações da senadora Damares Alves não se sustentam quando observados os dados do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (Siasi)”. Segundo o órgão, crianças indígenas menores de um ano morrem no país principalmente devido a “doenças do sistema respiratório; doenças do período perinatal (entre 22 semanas completas de gestação e uma semana de nascimento); infecções e parasitismos e problemas nutricionais e metabólicos”, chamadas causas evitáveis [Leia aqui a nota na íntegra].

De acordo com a Sesai, entre 2018 e 2022, 3.792 crianças indígenas morreram dessas causas, em razão do baixo acesso à assistência em saúde básica. No mesmo período, ocorreram 207 óbitos por agressão em crianças indígenas menores de um ano. Esses dados, no entanto, “não podem ser usados para basear qualquer suposição como a levantada pela senadora”, conforme a secretaria, por não indicarem “a identidade do agressor”. “Os números incluem crianças mortas por diversas violências, como ataques de garimpeiros, por exemplo”, comunicou.

Tampouco existem dados específicos sobre a Terra Indígena Yanomami que possam justificar a necessidade de uma ação no território para combater o suposto problema. Segundo o médico Paulo Cesar Basta, da Fiocruz, o infanticídio ocorre entre os indígenas, mas “não se pode afirmar que é uma prática corrente, nem que acontece com frequência”, como pregam Damares e as organizações missionárias. 

“Não dá para associar as mortes de crianças com uma possível prática de infanticídio por má formação congênita, porque crianças com má formação congênita, entre os nascidos vivos, são uma ocorrência baixíssima nos dados dos nascidos vívos em nível nacional”, explica.

Junior Hekurari Yanomami, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY) e uma das lideranças mais atuantes na denúncia e combate à crise de saúde no território, reforça que “desnutrição, malária, falta de assistência de saúde são as principais causas de morte de crianças” entre seu povo. Para ele, crianças e mulheres indígenas foram abandonadas pelo Estado brasileiro nos últimos anos: “[o governo] Bolsonaro tinha conhecimento total dos problemas do território. Garimpeiros violentando mulheres, malária, outros problemas. Ainda estamos bebendo água contaminada pelo garimpo”.

Basta pontua também que as ocorrências de infanticídio entre os Yanomami podem ter ligação com violência sexual. “Lá, no meio da floresta, o Estado está ausente. Não garante direitos humanos. Lá, no meio da floresta, não tem como a mulher ter acesso ao aborto legal.” 

“Inspiração” para o Ulu, Atini é alvo de processos e investigações - Desde sua fundação em 2006, a Atini direciona todos os seus esforços a combater o “infanticídio indígena”, que atribui a questões tradicionais dos povos originários e descreve como uma “prática cultural nociva”. Mas essa associação é duramente contestada por estudiosos do tema, segundo os quais serve para criminalizar as comunidades indígenas. 

“O debate coloca [o infanticídio] como se fosse uma prática exclusiva de povos indígenas, como se não acontecesse todos os dias na sociedades não indígenas também. A partir do momento em que se qualifica como sendo uma prática tradicional, cultural, que é imposta pelo coletivo, promove-se uma estigmatização”, aponta a antropóloga Ana Carolina Saviolo Moreira, que estudou a construção política da pauta do “infanticídio indígena” em sua dissertação de mestrado, defendida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 2022. 

Ela explica ainda que essa definição “homogeneiza” os povos originários. “Temos mais de 300 povos indígenas no Brasil com diferentes línguas, padrões de cultura e de organização social, mas o debate sobre ‘infanticídio indígena’ coloca [a questão] de forma blocada e homogênea, como se fizesse parte [de toda a] cultura indígena. Isso não ajuda em nenhuma medida, porque as pessoas são leigas, não conhecem essa imensa diversidade”, frisa.

A Atini também tem sido protagonista na discussão do PLC 119/2015 no Congresso Nacional, apresentado em 2007 pelo então deputado federal Henrique Afonso, à época do PT do Acre (na Câmara dos Deputados, a matéria tramitou como PL 1057/2007), e apoiado por parlamentares evangélicos. Representantes da ONG participaram de boa parte das audiências públicas sobre o projeto, que foi debatido por oito anos e aprovado em 2015 na Câmara. 

Naquela Casa, o projeto recebeu o apelido de “Lei Muwaji”, nome de uma indígena do povo Suruwahá do Amazonas que teria procurado missionários evangélicos para impedir que a filha nascida com paralisia cerebral fosse sentenciada à morte. O PLC chegou a figurar em uma lista de 35 matérias que o ex-presidente Jair Bolsonaro colocou como prioridade de seu governo no Congresso Nacional em 2021, mas acabou arquivado ao fim da última legislatura e voltou agora à pauta do Senado a pedido de Damares.

Especialistas contestam a utilidade da uma lei com foco em casos de infanticídio cometidos por povos indígenas. “O Código Penal Brasileiro, em seu Art. 123, tipifica e emite sanção (de dois a seis anos de detenção) para o crime de infanticídio – o que contempla toda e qualquer cidadã, indígena ou não, já que a tipificação do crime, no caso brasileiro, incide apenas sobre as mulheres – pois é considerado como efeito do estado puerperal do pós-parto. Qual a necessidade de criar uma especificação para o ‘infanticídio indígena’?”, questionou a antropóloga Marianna Holanda, professora da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora de Bioética e Direitos Humanos, em artigo publicado em 2018 sobre o tema.

Para Ana Carolina Saviolo Moreira, a mobilização da bancada evangélica em torno do PLC carrega outros significados. “A gente entende que foi uma espécie de sequestro da pauta para mobilizar outros tipos de interesse. Quando os parlamentares evangélicos falam: ‘tem indígena matando criança dentro das terras’, [subentende-se que] não se pode então demarcar terras para essas pessoas, porque elas estariam fazendo coisas que são contrárias aos direitos humanos e à nossa Constituição Federal”, indica.

Além disso, a Atini elaborou cartilhas e lançou produções audiovisuais sobre o tema. Um dos vídeos colocou a entidade como alvo de investigações do Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia e no Distritro Federal: a ONG mostra supostas cenas de prática de infanticídio em uma comunidade Suruwahá. De acordo com o MPF de Rondônia, o filme produzido pela Jocum usou encenações de crianças e adultos do povo Karitiana para contar uma história falsa como se fosse verdadeira. 

Em Ação Civil Pública, o MPF de Rondônia pediu indenização por danos morais e coletivos ao povo Karitiana e disse que o material “incita ódio contra indígenas”. A ação ressaltou ainda que o “infanticídio indígena” não é realizado pelos Karitiana e que “são raros os registros de povos indígenas na Amazônia que adotam tal prática”.

A experiência da Atini foi a inspiração para o projeto Ulu, disse Renato Sanumá, a liderança evangélica à frente do projeto, durante uma pregação na igreja Batista da Mooca, em São Paulo, em junho de 2021, ao lado de Ademir Santos Silva. “Não somente esse projeto nasceu no meu coração. Foi algo que aconteceu com a Márcia e com o Suzuki há muito tempo atrás, quando eles deram um primeiro pontapé para um projeto como esse. Eu vi que eles salvaram uma criança pequena e eles trabalharam muito, lutaram muito por aquela criança. Assim como Suzuki fez, também tenho seguido os passos de Deus, levando o exemplo desses missionários”, declarou. A Atini explicitou essa ligação em um post no Facebook em junho de 2021, em que afirma que o “pastor Renato Sanumá”, ao assistir “ao filme da Atini”, “se investiu de coragem e propagou esta voz e esta força nas matas Yanomamis”.

Ministério de Damares articulou com Sesai e Funai apoio para projeto - Dias após a carta de Mateus Sanumá chegar a Damares em setembro de 2019, o pedido da Ypassali Associação Sanumá foi encaminhado por “ordem da ministra” para “conhecimento e providências urgentes” a Sandra Terena, então secretária Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do MMFDH. Também ligada à Atini, Terena dirigiu um dos filmes produzidos pela organização sobre o “infanticício indígena”. Entre os roteiristas estão ela e seu marido, o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que pediu asilo no Paraguai para evitar a prisão, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes sob alegação de participação e incitação de atos antidemocráticos. ​

Começaram aí as tentativas de articulação do ministério com Funai, Sesai e outros órgãos para viabilizar recursos para a construção da casa de acolhimento do projeto Ulu, conforme mostram documentos enviados à reportagem pela atual gestão da pasta e pela Funai, via Lei de Acesso à Informação. Foram pouco mais de três anos até que a Funai efetivamente disponibilizasse os valores. 

Uma nota técnica publicada no sistema interno da Funai, em 2022, à qual a reportagem teve acesso, informa que a casa acolheria “22 crianças Sanumás na faixa etária de 0 a 6 anos em situação de risco extremo na aldeia de Olomai; sendo 4 crianças com limitações físicas e 4 com dificuldade locomotora”. Um dos objetivos do Ulu, segundo a nota, seria “promover atendimento e acompanhamento multiprofissional de saúde a crianças e adolescentes Sanumás portadoras de deficiência física e deficiência neurológica”.

Dentro da própria Funai, porém, houve resistência ao projeto. Uma análise produzida em novembro de 2022 por servidoras da Coordenação de Acompanhamento de Saúde Indígena (Coasi) da Funai, então subordinada ao comando de Dias, aponta que é atribuição da Sesai e do Sistema Único de Saúde (SUS), e não da autarquia, executar atividades de atenção à saúde indígena ou contratar equipes para essa finalidade, e recomendam que o órgão “atue no estrito escopo de suas atribuições”. 

O texto afirma também que não há estatísticas demonstrando maior incidência de casos de infanticídio, homicídio ou maus tratos entre os povos indígenas do que na sociedade no geral e que o projeto Ulu poderia “reforçar a associação dos Yanomami a denúncias de práticas de infanticídio”. Sugere ainda que a Funai tente compreender as noções de “deficiência” e “abandono parental” sob a perspectiva tradicional dos Yanomami, diferente dos conceitos dos não-indígenas.

As ressalvas feitas pelas servidoras da Coasi, porém, não chegaram a tempo. Algumas semanas antes haviam sido assinados dois pedidos de liberação de verba à Coordenação Regional de Roraima para a construção da casa de apoio do projeto Ulu. 

Fonte: Brasil 247 com Agência Pública