Em artigo laudatório a si próprio, a Folha de S.Paulo tenta reescrever história e, no ocaso da Lava Jato, busca descolar-se da cobertura lavajatista e que atentou contra as regras básicas do jornalismo nos últimos anos
247 - A Folha de S. Paulo fez um autoelogio nesta segunda-feira (29) à cobertura da Lava Jato feita pelo jornal da família Frias. Com o artigo, o jornal da família Frias tenta reescrever a história e, no ocaso da Lava Jato, busca descolar-se da cobertura lavajatista e que atentou contra as regras básicas do jornalismo nos últimos anos. A cobertura do jornal entrou em colapso com as revelações das mensagens vazadas pelo Operação Spoofing, que trouxeram à luz trocas de mensagens dos procuradores da força-tarefa visando ganhos políticos e formando conluios para condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, desta forma, retirá-lo da disputa presidencial de 2018.
Além de tentar salvar o que sobrou da Lava Jato, cuja ruína ficou mais evidente com a condenação do ex-juiz Sergio Moro pelo Supremo Tribunal Federal por parcialidade nos processos contra Lula, a Folha tenta justificar o seu apoio à operação afirmando que sempre apresentou uma “visão crítica” nas reportagens.
Ironicamente, o jornal omite que sua atuação contribuiu para criminalizar a política e que defendeu, por meio de editoriais e de reportagens, a condenação sem provas do ex-presidente Lula e do Partido dos Trabalhadores, o que colaborou para o golpe contra a presidente deposta Dilma Rousseff e para a chegada de Jair Bolsonaro ao poder.