Durante o
ato virtual Mutirão Lula Livre, a ex-presidente Dilma Rousseff disse que não
haverá justiça nem democracia no Brasil enquanto não for anulada e reparada a
“brutal perseguição” da Lava Jato contra Lula
Ex-presidente Dilma Rousseff (Foto: Reprodução)
Tiago Pereira,RBA - A ex-presidenta Dilma Rousseff afirmou neste
sábado (27) que não haverá justiça nem democracia no Brasil enquanto não for
anulada e reparada a “brutal perseguição” da Operação Lava Jato contra o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ela, a força-tarefa de
Curitiba foi “instrumento fundamental” de ataque à democracia. Além disso,
serviu à “agenda neoliberal”, que aniquilou políticas de bem-estar social e
promoveu a destruição de empresas e entrega das riquezas do país
“Agora o STF tem
motivos de sobra para anular os processos contra Lula e devolver-lhe
integralmente os diretos políticos”, ressaltou Dilma. “O Supremo tem uma grande
oportunidade de reescrever sua trajetória de omissão diante dos ataques à
democracia e assumir integralmente a condição de corte constitucional, contendo
e punindo o maior escândalo judicial da história”, acrescentou.
Ela
participou na tarde de hoje, com outros políticos, lideranças de movimentos
sociais e artistas, do Mutirão Lula Livre. O movimento pressiona para que o
Supremo Tribunal Federal (STF) julgue habeas corpus que aponta a suspeição de
Sergio Moro. Além disso, as últimas conversas reveladas entre o ex-juiz e
procuradores confirmaram, mais uma vez, o conluio montado contra o
ex-presidente. Dessa vez, no entanto, o acesso às mensagens foi garantido à
defesa de Lula pelo próprio STF.
“A Lava Jato
burlou controles, escondeu informações, quebrou hierarquias, agiu
clandestinamente, forjou prisões e chantageou presos. Inventou depoimentos,
promoveu investigações ilegais até de ministros de tribunais superiores e
firmou acordos secretos com agentes estrangeiros”, inventariou Dilma. “Com
isso, arvorou-se em poder paralelo para aumentar o furor punitivista do juiz
que a comandava e os interesses golpistas das elites nacional e internacional”,
destacou.
Esperança
O ex-ministro
Fernando Haddad afirmou que está chegando ao fim o “percurso longo e doído” que
foi defender Lula de uma “avalanche” de acusações falsas criadas pela Lava
Jato. “Não diria que estou otimista. Mas estou mais esperançoso que, diante de
tantas provas de arbítrio da Vara de Curitiba, possa se resgatar a Justiça. E
dar um parecer final sobre essa grande armação que foi feita”, afirmou.
Por
outro lado, apesar de acompanhar os processos da Lava Jato desde o início, como
um dos advogados do ex-presidente, Haddad disse que ficou “surpreso” com o
nível das conversas reveladas recentemente. Em especial quando, segundo ele,
assumiram que “o sítio e o tríplex não são suficientes para pegar Lula”,
anunciando que a guerra jurídica se estenderia também à sua família.
“Olha o
nível que se chegou, de um grupo de pessoas que resolveu praticar uma caçada a
um homem. Não importava se ele era inocente ou culpado”, disse Haddad no
mutirão. “Acabaram condenando Lula num processo absolutamente absurdo, sem
nenhuma plausibilidade de sequer ser recebida a denúncia. Uma coisa sem pé nem
cabeça. Usaram esse processo para tirar o presidente Lula das eleições
presidenciais de 2018, que todas as pesquisas diziam que ele ganharia. É muito
triste perceber a que ponto chegou a elite brasileira.”
O então
coordenador da Lava Jato comemorou a derrota do senador em 2018, como mostram
as mensagens acessadas por Walter Delgatti
Roberto Requião e Deltan Dallagnol (Foto: Agência Brasil)
247 - O ex-governador e ex-senador Roberto
Requião reagiu a um ataque do procurador da república Deltan Dallagnol,
revelada em mensagens acessadas por Walter Delgatti Neto.
"Não me causa
surpresa Deltan festejar com jantar minha não reeleição para o senado. Afinal
ele mesmo admite que não tem vergonha na cara. Nem vergonha nem patriotismo,
nem respeito aos brasileiros. Por isso redigi e aprovei a lei de abuso de poder
de agentes públicos”, comentou no Twitter.
Requião
foi o autor do texto aprovado no Congresso Nacional que pune com mais rigor os
abusos de autoridades.
Nas mensagens
acessadas por Delgatti, Deltan Dallagnol aparece comemorando a derrota de
políticos com os quais não simpatizava e que, em alguns casos, como coordenador
da Lava Jato, já havia atacado.
“Requião
e Beto fora. Tamo comemorando aqui. Comedido kkkk. Acho q pra fora temos q ser
mto cuidadosos. Mas a gente tem que fazer uma janta de comemoração”, disse
sobre a derrota de Roberto Requião (MDB) e Beto Richa (PSDB) para o Senado.
Um
pouco depois, voltou ao chat para dizer:
“Vamos relacionar
as notícias boas. 1. Beto Richa fora 2. Requião fora 3. Delcidio fora 4. Filhos
de Cabral e Cunha fora 5. Witzel indo pro 2º no RJ 6. Lindbergh fora 7. Dilma
fora 8. Pimentel fora 9. Graziotin fora”.
Nesta
sexta-feira (26/02), Requião já havia comentado:
“Eu não
festejo a desgraça do Sérgio Moro e do Dalagnol, mas me entristeço pelo fato de
terem transformado a imagem e a prática do MP e do Judiciário, na merda em que
transformaram.”
Deltan Dallagnol
também teve divulgada uma mensagem em que ele fala de seus planos políticos.
Ele
gostaria de ser candidato a senador pelo Paraná, e lançar colegas procuradores
candidatos por outros Estados.
Deltan
Dallagnol chegou a interferir na eleição para a mesa do Senado, no início de
2019, atacando Renan Calheiros e apoiando Davi Alcolumbre.
A Lava
Jato era, na verdade, um projeto político de poder, como entendem diversos
analistas independentes.
A Autarquia
Municipal de Saúde (AMS) confirmou mais 58 casos de Covid-19 neste sábado (27)
em Apucarana. São agora 6.350 resultados positivos para o novo coronavírus. Sem
nenhum novo óbito, o município segue com 153 mortes provocadas pela doença.
Os
novos casos foram confirmados pelo Laboratório Central do Paraná (Lacen). São
29 homens (entre 2 e 76 anos) e também 29 mulheres (entre 8 e 76 anos). Todos
estão em isolamento domiciliar.
Ainda
segundo o boletim da AMS, Apucarana tem mais 316 suspeitas em investigação. O
número de recuperados chega a 5.830.
O
Pronto Atendimento do Coronavírus soma 23.873 pessoas atendidas presencialmente
desde o início da pandemia. O número de monitorados atualmente é de 926.
Já
foram testadas 27.508 pessoas, sendo 13.583 em testes rápidos, 11.546 pelo
Lacen (RT-PCR) e 2.379 por laboratórios particulares (RT-PCR).
São 18
pacientes de Apucarana internados, cinco na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
e 13 em leitos de enfermaria.
Jornalista
disse considerar ‘inadmissível’ votar em Jair Bolsonaro e explica sua
condenação a Lava Jato. "Com dados da época, não consegui ser contra, mas
se hoje você me pergunta se foi um erro, digo que foi". Assista
Reinaldo Azevedo e Dilma Rousseff (Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert)
Por Camila Alvarenga, do Opera
Mundi - Em entrevista a Breno Altman, durante o programa 20 MINUTOS desta sexta-feira (26/02), o jornalista e
apresentador do 'O É da Coisa', da BandNews FM, Reinaldo Azevedo, afirmou que o impeachment da
então presidente Dilma Rousseff foi um erro e que a interdição eleitoral de
Lula compromete a democracia brasileira.
"Com dados da
época, não consegui ser contra, mas se hoje você me pergunta se foi um erro,
digo que foi", afirmou. Na época, no entanto, o jornalista apoiou o golpe
contra a então presidente. “A posterior é fácil ver o ovo da serpente. Naquela época
a gente tinha como referência o impeachment do Collor, que foi bom pro país”,
disse.
Hoje,
Azevedo avalia o impeachment como sendo consequência do poder e autonomia que
obteve a Polícia Federal com a Operação Lava-Jato, “uma entidade disposta a
governar a sociedade que atuava o tempo todo para desestabilizar o governo”,
contando, ainda, com o apoio do Poder Judiciário e o enfraquecimento político
da então mandatária.
“O PT foi
perseguido porque era o eixo que estava no poder, mas a Lava-Jato na verdade é
uma ação muito mais nefasta, é uma ação contra a política. É o partido da
polícia, que não foi votado por ninguém e segue sua agenda. Isso nos levou a
Bolsonaro, porque levou à destruição do ambiente político. Acho que todos nós,
independentemente de vieses ideológicos, tínhamos que ter repudiado isso como
princípio”, defendeu.
Azevedo
contra 'recall' presidencial
Azevedo
não acredita, entretanto, que o ideal seja eliminar o mecanismo de impeachment
e instaurar um “recall” presidencial, um procedimento no qual os cidadãos podem
encerrar o mandato de um presidente mediante um plebiscito, por exemplo.
“Se
você tem um processo para substituir o presidente, ele ficaria impedido de
tomar decisões impopulares, ainda que eficientes. Você tem uma população sempre
mobilizada de forma apaixonada ao redor do que acha correto na hora, o que é
compreensível, mas há aspectos perigosos. Quando as pessoas acham que algo é
bom, elas não questionam os meios para obtê-lo. Por isso acredito na
representação e no regime parlamentarista, sem a figura do presidente, porque
aí você tem parlamentares eleitos que entendem as necessidades das pessoas, mas
que pensam no conjunto da sociedade para fazer boas escolhas”, argumentou.
Sérgio Moro e o
sistema judiciário
Para o
jornalista, a “simpatia” que o sistema judiciário, incluindo o Supremo Tribunal
Federal, tinha em relação à Operação Lava-Jato foi crucial para a perseguição
ao PT e, finalmente, para a prisão e interdição de Lula.
“Era um
Supremo com ministros majoritariamente indicados pelo PT e até eles eram
favoráveis à operação quando ainda não se conheciam os detalhes”, afirmou.
Segundo ele, a atuação do juiz Sérgio Moro contribuiu para que a Lava-Jato
ganhasse essa simpatia, principalmente quando o então magistrado vazou a
chamada telefônica de Dilma.
“Ele
manipulou aquilo. Não a gravação, mas divulgou uma conversa selecionada, que
estava num conjunto de outras conversas, que acabou distorcendo o sentido do
que foi dito. Ainda que não tenha sido usado como prova, dava a entender que a
nomeação de Lula como ministro tinha o objetivo de livrá-lo de alguma ação da Polícia
Federal. Então acho compreensível a posição de Gilmar Mendes [que colheu
petição impedindo a posse do ex-presidente como chefe da Casa Civil]”,
explicou.
A prisão de Lula,
portanto, para ele, era claramente política. “Fui o primeiro a ler a sentença
do Sérgio Moro contra o Lula e ver que não tinha provas ali. Eu poderia ter
ficado quieto, mas as coisas estavam seguindo um curso muito grave e precisavam
ser corrigidas”.
Anulação
da condenação de Lula
Hoje,
ele avalia que a interdição eleitoral do ex-presidente compromete a democracia
brasileira. Na entrevista, defendeu que a condenação deveria ser anulada e o
processo deveria retornar ao Ministério Público que, então, poderia decidir por
recomeçar ou não as investigações.
“Obviamente
Moro atuou também no caso do sítio de Atibaia, além do triplex do Guarujá. Quem
o condenou foi a juíza Gabriela Hardt, mas ela copiou a sentença totalmente do
Moro, se esquecendo até de trocar as palavras. É um absurdo que o TRF4 tenha
endossado essa condenação. Então é claro que isso compromete a qualidade da
nossa democracia”, defendeu.
O
jornalista também refletiu sobre o papel da imprensa durante a Lava-Jato e como
contribuiu para o fortalecimento de Moro. “Depois do Petrolão, não tivemos mais
jornalismo investigativo, tivemos jornalismo de vazamentos e
declarações”.
“Precisamos
nos dar conta de que não podemos publicar que o Ministério Público apresentou
uma denúncia e depois deu uma entrevista coletiva, ao lado dos delegados,
demonizando a pessoa investigada e destruindo sua reputação, para eventualmente
concluir que não havia nada. Muitos não sobrevivem politicamente a isso”,
ponderou.
‘Acho inadmissível
votar no Bolsonaro’
Para
Azevedo, todo esse cenário possibilitou a ascensão de Jair Bolsonaro, que se
aproveitou das redes sociais para se fazer ouvir, apresentando soluções
erradas, porém de simples compreensão, para problemas complexos. O jornalista é
taxativo em sua opinião sobre o atual presidente: “acho o que ele faz
abominável”.
“Achavam
que por eu ser de direita apoiaria Bolsonaro, mas eu sou um liberal e liberal o
Bolsonaro nunca foi. Aqueles que o apoiam dizendo ser liberais na verdade eram
e se revelaram reacionários. Já deixei muito claro que nunca votei, jamais
votaria e não votarei em Bolsonaro, independente de quem estiver do outro lado.
Acho inadmissível para qualquer um que tenha um compromisso com a democracia
e o futuro do Brasil”, declarou.
Para
ele, é pior alguém que corrompe aquilo que uma pessoa pensa, do que seu adversário
claro. “Com o PT eu consigo conversar, mesmo sem pensar igual. Com ele, não
poderia. Foi irresponsável achar que Bolsonaro conduziria o país a algum lugar
decente”.
Ele, no
entanto, não classificaria o governo como fascista, mas disse usar “sem receios”
a palavra “fascistóide”, pois os valores aos quais Bolsonaro estaria vinculado
se viram originalmente nos governos fascistas europeus.
‘Precisamos
devolver o país ao devido processo legal’
Azevedo
reforçou a importância de “devolver o país ao devido processo legal”, inclusive
permitindo a candidatura de Lula. Ele não acredita, contudo, na possibilidade
de uma aliança entre liberais e a esquerda para derrotar Bolsonaro.
“Antevejo
o PT no segundo turno com Bolsonaro, porque ele tem uma aprovação de 20% que
não vai abaixar, e não vejo no centro-direita uma liderança que possa disputar
a eleição com ele”, argumentou. Essa previsão, segundo ele, vem dos bons
resultados do PT na eleição de 2018. No entanto, ele não acredita que Lula seja
o candidato ideal para fazer frente a Bolsonaro.
“Acho
que Lula deveria ser um grande eleitor, como foi em 2018, preso. Livre, mais
ainda. Generosamente permitindo a renovação, facilitando o trânsito nas esferas
da elite política sem que ele perca voz junto à população. Acho que é hora de
passar adiante essa tarefa, seja com Haddad ou outro qualquer”, disse.
Fazendo
um balanço do cenário atual, tendo em conta o recente passado político e o que
espera para o futuro, Reinaldo Azevedo disse ter “aprendido muito” e que espera
que a esquerda tenha feito o mesmo. Ele reforçou a importância de o país
retomar os rumos democráticos por meio do diálogo e de alianças que permitam
reconstruir tudo aquilo que vem sendo destruído por Bolsonaro.
A
presidente do PT, Gleisi Hoffmann, critica a Folha de S. Paulo por reconhecer a
suspeição de Sérgio Moro contra Lula apenas no caso do triplex. "A
reconstrução do país começa, necessariamente, pela anulação dos processos
contra Lula que estão na raiz da tragédia brasileira. Todos, sem exceção",
afirma
(Foto: Brasil247 | Abr)
É notável que a Folha de S. Paulo, em seu editorial deste sábado, junte-se a outras vozes na imprensa que vêm reconhecendo o
insofismável: Lula merece um julgamento justo, diante da parcialidade do
ex-juiz Sergio Moro, rigorosamente descrita no habeas corpus apresentado pelos
advogados do ex-presidente em 2018, que aguarda conclusão de julgamento no
Supremo Tribunal Federal, e escancarada de forma contundente nos diálogos que a
defesa vem acostando aos autos.
Mas é também
notável que a Folha, assim como outros protagonistas agora envergonhados da
cruzada pela prisão de Lula, sustente que a suspeição de Moro seja circunscrita
ao caso do tríplex. Como se as outras condenações da Vara de Curitiba – e
note-se que Lula foi absolvido por todos os demais juízes que já decidiram em
ações contra ele – não estejam contaminadas pelas graves ilegalidades que a
Folha trata delicadamente de “extravagâncias” e “heterodoxias”.
Moro
comandou a Lava Jato desde antes da apresentação das denúncias que ele viria a
instruir e julgar com o objetivo previamente traçado de condenar Lula e
exclui-lo do processo eleitoral. Tratou o acusado como inimigo pessoal e
político. É isso que a lei define como suspeição e falta de imparcialidade de
um juiz, e que vem a somar-se ao imenso rol de ilegalidades cometidas por ele e
pelos procuradores para cercear a defesa, forjar provas e manipular a opinião
pública contra seu alvo, com a indispensável cumplicidade da mídia.
A parcialidade de Moro contaminou todas as ações da Lava Jato contra Lula, sem
exceção. Desde as manobras e chantagens, até mesmo contra ministros de
tribunais superiores, para usurpar a competência sobre investigações que não
eram da Vara Federal de Curitiba, até o balcão de compra e venda de delações
direcionadas unicamente a condenar Lula. As digitais do ex-juiz estão nas
escutas ilegais, de advogados e até da presidenta Dilma, nas prisões
arbitrárias, nas apreensões ilegais e até na sentença da juíza que o
substituiu; na conveniente cegueira dos que confirmaram suas sentenças.
Não sei
que espécie de jurista o jornal consulta para difundir a tese – esta sim,
extravagante e heterodoxa – de que a suspeição em relação ao réu se aplicaria a
determinado processo e não à pessoa do magistrado que neles atua. Não é o que
diz a lei nem a doutrina. Não há meia suspeição nem meia justiça. Enveredar por
um caminho injurídico, para limitar ao caso tríplex os efeitos do habeas corpus
que abrange explicitamente todos os atos de Moro em relação a Lula, seria
confirmar a natureza essencialmente política da perseguição judicial ao
ex-presidente.
Deve ser realmente
difícil para a Folha e os demais protagonistas desta caçada reconhecer o papel
que exerceram na maior farsa judicial da história. Certamente por isso as
petições da defesa de Lula ao STF com os indecentes diálogos não estejam nas
manchetes, como estiveram os pedalinhos dos netos de Lula, as conversas íntimas
de dona Marisa com os filhos, as acusações sem provas de qualquer candidato a
delator. Precisam se agarrar a outra farsa, a de que a Lava Jato teria
combatido a impunidade, quando de fato corrompeu a justiça e legalizou a
corrupção de dezenas de delatores que seguem livres e ricos, depois de traficar
com os procuradores um mero pedágio sobre suas fortunas.
Vai
demorar ainda para que toda a verdade venha a ser reconhecida e conhecida pelo
conjunto do país. A mentira custou a Lula 580 dias de prisão ilegal, que nenhum
editorial poderá apagar, e o roubo de seus direitos políticos que ele busca
recuperar no habeas corpus que o Supremo Tribunal Federal ainda não acabou de
julgar. E custou ao Brasil um dano incalculável, que está sendo cobrado
especialmente de milhões de desempregados e famílias destruídas por um governo
de destruição nacional, o verdadeiro produto da Lava Jato e dos que sustentaram
esta farsa.
A
reconstrução do país, da credibilidade do Judiciário e da esperança no futuro
começa, necessariamente, pela anulação dos processos contra Lula que estão na
raiz da tragédia brasileira. Todos, sem exceção.
Demonstrando
falta de sensibilidade pelas mais de 250 mil mortes decorrentes da Covid-19 no
Brasil, Jair Bolsonaro voltou a critica o isolamento social, recomendado por
autoridades médicas diante da avalanche de casos de coronavírus. "'O que
mais ouvi no meio deles foi: 'que quero trabalhar!'", disse ele no Twitter
reproduzindo suposto discurso de seus apoiadores
Nova avalanche da Covid-19 no Brasil preocupa autoridades médicas (Foto: Agência Brasil)
247 - Na contramão das recomendações de
autoridades de saúde, Jair Bolsonaro voltou a manifestar posição contrária ao
isolamento social. "- 'Os que me criticam, façam como eu: venham para o
meio do povo.' - 'O que mais ouvi no meio deles foi: 'EU QUERO
TRABALHAR!'", escreveu ele no Twitter.
O diretor de operações da Organização Mundial da Saúde (OMS),
Mike Ryan, chamou de "tragédia" nessa sexta-feira (26) a nova escalada da Covid-19 no
Brasil.
Inscreva-se no canal de cortes do 247e
assista a um vídeo em que a presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
(CEBES), Lúcia Souto, fala sobre a necessidade de medidas mais rígidas contra a
pandemia:
‘O
objetivo da Lava Jato não era o combate à corrupção. Era o Lula’, afirmou à TV
247 o ex-ministro José Dirceu. “Eles têm que ser investigados”, cobrou. Assista
José Dirceu e Sérgio Moro (Foto: Lula Marques/Agência PT)
247 - O ex-ministro José Dirceu cobrou na TV 247 a
investigação dos agentes da força-tarefa da Lava Jato pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) - assim como está fazendo o Superior Tribunal
de Justiça (STJ), - e a devolução dos direitos políticos do ex-presidente
Lula por meio da declaração de suspeição do ex-juiz Sergio Moro pela Corte.
“A questão do Lula
é uma questão da democracia, não é do PT, da esquerda. Quem não defende o
direito do Lula ser candidato, a suspeição do Moro e a anulação [da sentença da
Lava Jato contra o ex-presidente] não tem argumento para isso. As vísceras
apodrecidas da Lava Jato estão expostas, e os tribunais superiores estão
tomando providências”, disse.
Dirceu
afirmou que a Lava Jato precisa ser investigada dentro dos limites da lei, os
mesmos que o grupo desrespeitou ao caçar políticos brasileiros. O ex-ministro
relembrou alguns episódios em sua trajetória de perseguição da
força-tarefa.
“Eles têm que ser investigados, sem os métodos ilegais, de
tortura psicológica inclusive, que eles praticaram. Dentro da lei. Dar a eles o
que eles não deram a nós. Eu fui cassado sem relatório da Polícia Federal, sem
pedido do Ministério Público, fui cassado na Câmara sem nenhuma prova e depois
fui condenado no Supremo pelo domínio de fato porque o ônus cabe ao acusado e
porque a literatura jurídica permitia me condenar apesar de não terem provas.
Fiquei preso quase quatro anos e meio. Faz sete anos que eu entro e saio de
prisão, faz 16 anos que eu estou dia a dia, mês a mês, ano a ano lutando contra
isso. Desde 21 de julho de 2005. Eu morri para determinada imprensa, como a
Globo. Eu não existo. Não há um fato histórico que eu participei que quando é
narrado ou relembrado eu apareça. Na Lava Jato, já está mais do que provado, o
objetivo não era combater a corrupção. O objetivo era o Lula”.
“Nós
começamos a perder o domínio do petróleo que nós tínhamos conquistado com lutas
duríssimas da sociedade inteira'', afirmou o ex-senador à TV 247. Assista
Roberto Requião e Fernando Henrique Cardoso (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado | ABr)
247 - Em meio aos recentes acontecimentos em torno da
Petrobrás, o ex-senador Roberto Requião disse à TV 247 que o Brasil começou a
perder o controle da estatal já no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB),
que colocou as ações da empresa na bolsa de valores de Nova York.
“O Fernando
Henrique Cardoso assume a presidência da República e vem com aquela conversa
maluca da teoria da dependência, e coloca as ações da Petrobrás na bolsa de
Nova York, já submetendo a nossa companhia de petróleo às regras da bolsa. Nós
começamos a perder o domínio do petróleo que nós tínhamos conquistado com lutas
duríssimas da sociedade inteira”, falou.
Requião
afirmou que mais tarde, já no governo Dilma Rousseff, outro forte golpe foi
dado contra a estatal. O pré-sal, que segundo o ex-parlamentar “nos garantiria
a retomada do crescimento”, foi aberto ao capital internacional por proposta de
José Serra, com o aval do governo federal. “Qual era a importância do petróleo
lá atrás? Quando os Estados Unidos descobriram o petróleo, paralelamente surgiu
o motor a diesel e do motor ciclo [de] Otto, e esses motores foram o motivo
principal da arrancada dos Estados Unidos no seu desenvolvimento, e eles
queriam negar isso ao Brasil. Descoberto o pré-sal, ele podia financiar a
retomada do desenvolvimento do Brasil de uma forma extraordinária. Mas de
repente o José Serra apresenta um projeto para abrir o pré-sal para o capital
internacional, para os interesses geopolíticos norte-americanos. O nosso
governo, o governo da Dilma, através do ministro de Minas e Energia e do líder
do governo, o Romero Jucá, apoia o projeto do Serra”.
“A Petrobrás, que na nossa visão era o instrumento de
retomada do crescimento brasileiro, se transforma, sem outra opção, em uma
empresa a serviço dos acionistas, vinculada às regras da bolsa de Nova York.
Nós perdemos a Petrobrás para os acionistas”, concluiu.
Em recado
ao Congresso Nacional, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) afirmou que deixar
Jair Bolsonaro no cargo é "manter nosso povo acuado, sem emprego, sem
renda, sem comida e condenado à morte!"
Ciro Gomes (PDT-CE) (Foto: Reuters)
247 - O ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) voltou a
defender o impeachment de Jair Bolsonaro e pediu "decência" a
parlamentares do Congresso Nacional. "Mais uma vez me dirijo ao que resta
de decência do Congresso Nacional: manter Bolsonaro como presidente é manter
nosso povo acuado, sem emprego, sem renda, sem comida e condenado à
morte!", escreveu o pedetista no Twitter.
De acordo com o
ex-ministro, "o Brasil está muito próximo de viver uma tragédia
assustadora!". "Governadores e prefeitos estão tentando proteger a
população com medidas restritivas, como toque de recolher e lockdown. E
Bolsonaro, CRIMINOSAMENTE, promove aglomerações em municípios com graves
índices de Covid-19", acrescentou.
"Bolsonaro
está condenando a população brasileira a assistir ainda mais mortes. Repito: o
que está projetado para os próximos dias é terrível. É o colapso do sistema de
saúde!".
Lotação em redes
de saúde
Pelo
menos 13 estados brasileiros estão com taxas de internação por Covid-19 acima
de 80% nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) da rede pública.