“Com
Bolsonaro estamos vivendo o pior, ou um dos piores momentos da nossa história”,
diz a atriz e apresentadora. Em entrevista, ela critica a Lava Jato, conta ter
votado em Lula e Dilma, e fala sobre seu primeiro contato profissional com a
política, no programa CQC
247, com Opera
Mundi - A apresentadora e atriz Monica Iozzi
defende que o presidente Jair Bolsonaro saia do poder e acredita que com ele,
“estamos vivendo o pior”. As declarações foram feitas na edição do programa
SUB40 desta quinta-feira (26/02), em entrevista ao jornalista Breno Altman
“Com Bolsonaro
estamos vivendo o pior, ou um dos piores momentos da nossa história. Ele e o
grupo que o acompanha estão destruindo nossas instituições por dentro e fazendo
o que querem. Precisamos que essas pessoas saiam do poder porque, além de tudo,
são antidemocráticas. Temos que nos unir para defender a democracia”, afirmou.
Iozzi é
conhecida por declarar sua postura política abertamente. Para ela, seria
“insuportável” não poder dizer o que pensa. “Você prefere lidar com pessoas que
pensam diferente ou ficar quieta e não ter embate nenhum? Eu não tenho medo de
embate”, defendeu.
Como Monica Iozzi
começou
Iozzi
disse que sempre soube que queria ser atriz. “Parece clichê, mas não lembro de
querer ser outra coisa. Desde pequena. Quando tinha uns 8 anos fiquei na dúvida
entre ser ambientalista do Greenpeace, presidente ou atriz. Mas lembro da minha
felicidade quando comecei a ter aulas de teatro na escola. Depois disso, nunca
mais quis fazer outra coisa”, afirmou.
Foi em
1996, no entanto, que "virou a chavinha" e definiu seu futuro, após
fazer uma oficina de teatro sobre Bertolt Brecht, o que também a aproximaria da
política. "Entendi o quanto a política rege as nossas vidas e que toda
discussão, de diferentes temas, é sempre política", afirmou. Decidida a
seguir na profissão, fez o curso de Artes Cênicas na Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp).
'CQC
não era jornalismo'
O
primeiro contato a nível profissional que Iozzi teve com a política foi quando
trabalhou no CQC, programa da TV Bandeirantes, no qual cobria o Congresso
Nacional - uma experiência que ela definiu como empolgante, porém, difícil.
“Por mais que
fosse uma cobertura dos fatos, o CQC não era jornalismo. Existia a preocupação
de não passar a mão na cabeça de ninguém e eu procurava falar com todos os
lados. Mas o que presenciei enquanto trabalhava em Brasília me fazia mal. Era
muito cansativo. Acabei saindo do CQC porque não aguentava mais trabalhar no
Congresso Nacional”, contou.
Da
Band, Iozzi foi para a Globo, até para deixar para trás o mundo do humor. “Por
mais que me interessasse por política, eu era atriz. Queria ser atriz e não
queria mais fazer humor. Adoro, mas acho a coisa mais difícil do mundo”. Na
emissora, ela acabou participando de novelas como “Babilônia” e a minissérie
“Vade Retro”. Saiu, porém, com a insistência em querer escalá-la para papéis
cômicos.
Depois
de quase cinco anos seguindo o que considera ser sua vocação, Iozzi agora volta
para a política, além de outros planos na dramaturgia. Desta vez, como
apresentadora de um novo programa do Canal Brasil, cujo objetivo, segundo ela,
é aproximar as pessoas da política.
“O CQC me
aproximou da política de um jeito profundo, mas o que quero com esse novo
programa é uma coisa distinta. No CQC a gente queria colocar o dedo na ferida.
A ideia do meu programa é explicar a política, não de um jeito prepotente, mas
simples, para que qualquer um se sinta confortável”, relatou.
'Sou
de esquerda'
Por
mais que seu primeiro contato formal com a política tenha sido por meio do CQC,
Iozzi afirmou que sempre acompanhou os acontecimentos do país e do mundo.
Assistia ao telejornal com o seu pai, via debates políticos e queria entender
tudo aquilo melhor. Declara-se de esquerda.
Durante
a entrevista, contou ter votado em Lula e Dilma. Nas últimas eleições
presidenciais, no primeiro turno apoiou Ciro Gomes. "Fiz campanha para o
Boulos, mas à medida que fui me convencendo da ida de Bolsonaro para o segundo
turno, decidi votar no Ciro", contou. "Pensei que, se fosse PT contra
Bolsonaro no segundo turno, ele levaria".
A
apresentadora também disse ser crítica à Operação Lava-Jato e condenou o
julgamento do ex-presidente Lula.
“Eu
acho que a estrutura toda da Lava-Jato já era um negócio muito esquisito, desde
como a coisa toda começou. Mas depois ficou claro. Fazendo uma análise mesmo
que pouco profunda já se via que tinha muita coisa errada”, ponderou.
Além de ser de
esquerda, ela reforça que é feminista e que luta não só apenas pela igualdade
dos gêneros, mas pela vida das mulheres.
"A
discrepância é muito grande. E eu não digo apenas de salários, cargos de
poder...é mais básico que isso. O machismo mata mulheres todos os dias e o
feminismo tenta salvá-las. Feminismo não é o contrário do machismo. Se
auto-proclamar feminista é olhar para a desigualdade entre os gêneros, assumir
que ela é absurda e que precisamos mudar para ontem", refletiu.
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