‘Desde os
anos 80 vem essa conversa de que o Lula não dá mais. Vamos ver o Lula
percorrendo esse País e vamos ver quem é a esperança do povo’, disse o
ex-ministro, repercutindo na TV 247 as declarações do senador Jaques Wagner
(PT-BA). Assista
247 - Ex-ministro e presidente da Fundação Perseu
Abramo, Aloizio Mercadante comentou na TV 247 as declarações do senador Jaques Wagner (PT-BA) sobre a necessidade de uma “mudança
geracional” no PT e de se criar no partido uma independência em relação ao
ex-presidente Lula.
De acordo com
Mercadante, a retórica de que o nome de Lula já se esgotou e de que sua
rejeição é alta já se arrasta desde 1980, quando o ex-presidente criou o PT e
foi acusado de rachar a oposição democrática. O ex-ministro afirmou que ainda
hoje o ex-presidente tem força para concorrer à presidência da República e
garantiu sua vitória no pleito. “Em 80, disseram que o Lula estava em crise por
causa da greve, na realidade em 79, porque ele fez um acordo trabalhista com as
empresas, já estava no início da crise e achavam que ele tinha traído a luta.
Aí ele cria o PT. Criou o PT, ‘o Lula acabou porque o PT está rompendo o
partido-ônibus da democracia que é o MDB e está dividindo a oposição’. Em 82
ele sai candidato ao governo, eu participo da campanha e ele só teve 14% dos
votos: ‘o Lula acabou’. Chega 86, estávamos em um movimento de crescimento do
partido, veio o Plano Cruzado e nos arrebentou. O PMDB fez 22 governadores,
maioria absoluta no Congresso. Nós elegemos sete ou 12 deputados, foi um banho
de água fria. Acabou o Cruzado e o PT voltou com muita força, e nas Diretas
também. Veio 89 e nós tivemos a campanha, que ninguém acreditava, a imprensa
nunca disse que a gente ia para o segundo turno, o Lula mergulhou no Brasil
profundo e aquela campanha bateu no coração do povo e ele nunca mais saiu”.
“Quando
chega em 2001, havia um movimento dentro do PT de que o Lula não dava mais, que
a rejeição era muito alta. O Lula fez um jantar lá em Brasília que estava ele,
Cristovam Buarque, que era um dos que defendia isso, o Suplicy, que era um dos
que queria ser candidato, Tarso Genro, que queria ser candidato, eu e o Zé
Dirceu. O Lula falou: ‘está todo mundo falando que eu estou inviabilizado, da
minha rejeição, que já tive três derrotas. Se alguém aqui quiser se viabilizar,
por favor, se viabilize e seja candidato a presidente’. Alguns saíram, o
Cristovam saiu para ser candidato, o Suplicy exigiu uma prévia. Só que eles não
entenderam que a militância, a base social queria o Lula, e o Lula teve uma
vitória estrondosa em 2002. Olhando para a história, desde 80 vem essa
conversa. O Lula é a maior liderança que nós temos, um patrimônio desse povo.
Se deixarem ele ser candidato, ele ganha essa eleição. Vamos ver o Lula
percorrendo esse País e vamos ver quem é a esperança do povo”, afirmou.
Mercadante também defendeu que o partido comece a pensar
desde já em um bom candidato para disputar a presidência em 2022.