Outros patrocinadores, como Tekbond e Kicaldo, já avisaram que vão deixar de apoiar financeiramente a equipe se o atleta for mantido no elenco.
A defesa de Robinho se posicionou a respeito dos detalhes do
processo em que o jogador foi condenado a nove anos de prisão em primeira
instância na Itália por estupro coletivo contra uma jovem de origem albanesa.
Os advogados do atleta, anunciado como reforço do Santos no último fim de
semana, afirmaram que houve um "equívoco de interpretação" em relação
às conversas gravadas com autorização judicial e divulgadas pelo GE.Globo nesta
sexta-feira e voltaram a negar que o atacante seja culpado pelo crime.
Transcrições de
interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial e divulgadas
pelo site mostraram que Robinho revelou ter participado do ato que levou uma
mulher albanesa a acusar o jogador e cinco amigos de estupro coletivo, em
Milão. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações
para condenar o atacante em primeira instância.
De
acordo com a investigação, Robinho e outros cinco amigos, incluindo Ricardo
Falco, que também foi condenado, levaram a mulher ao camarim de uma boate
chamada Sio Café, em Milão, e lá abusaram sexualmente dela. O caso aconteceu em
22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan. Os outros suspeitos
deixaram a Itália ao longo da investigação, e por isso a participação deles no
ato é alvo de outro processo.
Segundo
os advogados de Robinho, Alexander Guttieres, Franco Moretti e Marisa Alija,
ele não é culpado pelo crime e a relação sexual foi consentida. "O jogador
reitera que não cometeu o crime do qual é acusado e que sempre que se
relacionou sexualmente foi de maneira consentida", diz trecho da nota
oficial enviada ao Estadão.
A
defesa do jogador afirmou que "não houve violência sexual, tampouco
admissão de culpa nas interceptações telefônicas". Também declarou que
"há nos autos provas suficientes da inocência de Robinho" e que
existem "outras que ainda serão apresentadas à Justiça italiana que
certamente levarão à sua absolvição".
Além
da interceptação telefônica com autorização da Justiça, a policia italiana
instalou grampo no carro utilizado por Robinho no país. Em um dos diálogos com
o músico Jairo Chagas, que tocou na boate em Milão na noite do episódio, o
jogador revelou que a vítima estava alcoolizada.
"Estou
rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe
nem o que aconteceu", diz Robinho. Segundo o processo, em outro trecho da
conversa, o atacante confirma que tentou transar com a mulher e o músico, que o
avisou sobre a investigação, ressalta que viu o atleta "quando colocava o
pênis dentro da boca dela".
Para
os advogados, houve um erro de interpretação da Justiça na tradução dos
diálogos para o idioma italiano. "Há diversas conversas interceptadas que
não foram corretamente traduzidas para o idioma italiano, o que levou ao
equívoco de interpretação", afirma o comunicado.
A
decisão do tribunal de Milão, proferida em 2017, ainda não é definitiva e foi
alvo de contestação das defesas do jogador do Santos e de Ricardo Falco, o
outro amigo condenado. Os advogados dos dois apresentaram recurso e ambos
respondem em liberdade. Há mais duas instâncias na Itália até o trânsito em
julgado da ação, isto é, até se esgotarem os recursos. O caso será apreciado em
segunda instância pela corte de apelação de Milão em dezembro.
"Confiamos
plenamente na Justiça italiana, no sucesso do recurso defensivo e na reforma da
decisão, conscientes de que a submissão do feito às instâncias superiores
permite justamente evitar erros judiciários e condenações injustas",
conclui os defensores.
A
repatriação de Robinho pelo Santos gerou repercussão muito negativa nas redes
sociais. Torcedores protestaram e a Orthopride rompeu o contrato de patrocínio
com o clube. Além disso, outros patrocinadores, como Tekbond e Kicaldo, já
avisaram que vão deixar de apoiar financeiramente a equipe se o atleta for
mantido no elenco. O presidente Orlando Rollo pediu prudência em relação ao
caso e defendeu o atacante.
Fonte:
Notícias ao Minuto