O
diretor-geral do Fundo Russo de Investimentos Diretos, Kirill Dmitriev,
anunciou o envio de pelo menos 100 milhões de doses da vacina Sputnik V, contra
a COVID-19, para a América Latina. Para o Brasil, estão previstas 50 milhões de
doses
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Amostras de vacina russa contra Covid-19 (Foto: Fundo de Investimento Direto Russo/Divulgação via REUTERS) |
Sputnik – Após acordos com Paraná e Bahia, o diretor-geral do
Fundo Russo de Investimentos Diretos afirmou que os responsáveis pela primeira
vacina registrada contra a COVID-19 no mundo estão abertos para cooperação com
outros estados brasileiros.
O diretor-geral do
Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo), Kirill
Dmitriev, anunciou o envio de pelo menos 100 milhões de doses da vacina Sputnik
V, contra a COVID-19, para a América Latina. Para o Brasil, estão previstas,
atualmente, 50 milhões de doses. Após a parceria firmada com o Paraná, o RFPI
anunciou, nesta sexta-feira (11), um acordo com a Bahia.
O fornecimento da Sputnik V ao Brasil
está previsto para começar em novembro deste ano, mas desde que ocorra uma
aprovação regulatória por parte do governo brasileiro, que levará em
consideração os resultados da terceira fase, em curso, dos testes clínicos. E
os responsáveis pela vacina esperam que o novo acordo permita o envio do
produto para todo o território brasileiro futuramente.
Em 11 de agosto, a Sputnik V recebeu um
certificado de registro do Ministério da Saúde da Rússia, tornando-se a
primeira vacina contra o novo coronavírus registrada no mundo. Após
manifestações de desconfiança por parte de alguns países do Ocidente, no último
dia 4, uma das principais revistas médicas do mundo, The Lancet, publicou um
artigo científico com os resultados dos ensaios clínicos das fases I e II da
Sputnik V, que demonstraram a ausência de eventos adversos graves e a formação
de uma resposta imunológica sustentada em 100% dos participantes do estudo.
Está em curso atualmente um estudo de pós-registro da vacina, com a
participação de 40 mil voluntários, cujos primeiros resultados deverão ser
publicados em outubro ou novembro.
Ontem (10), ao comentar a parceria com os
brasileiros, Dmitriev destacou que as autoridades russas estão "abertas
para a cooperação com muitos estados do Brasil", caso haja interesse. No
mesmo dia, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro revelou à
Sputnik Brasil a possibilidade de "iniciar conversas nas próximas
semanas".
Procurados pela agência, outros estados também se manifestaram
sobre o tema, conforme notas reproduzidas abaixo.
Alagoas
O governo de Alagoas e a Secretaria de
Estado da Saúde (Sesau) esclarecem que a atribuição da aquisição de qualquer
vacina do calendário básico é do Ministério da Saúde, por meio do Programa
Nacional de Imunização. Diante disso, o estado de Alagoas vai aguardar a
aprovação de uma vacina com eficácia comprovada para prevenir a COVID-19 e,
consequentemente, a aquisição, por meio do governo federal, o qual vai
encaminhar à Sesau o quantitativo para imunizar a população nos 102 municípios
alagoanos, conforme ocorre historicamente a cada campanha de vacinação.
Minas Gerais
A Secretaria de
Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que está acompanhando e em
contato com os diversos países que pretendem produzir a vacina contra o novo
coronavírus. Como todas as vacinas estão em fase de teste, tendo a de Oxford
demonstrado a necessidade de cautela e, por razões científicas, até o momento,
o governo de Minas não fechou nenhum acordo de compra.
A SES informa, ainda, que toda vacina
licenciada no Brasil percorre diversas fases de avaliação, desde os processos
iniciais de desenvolvimento até a produção e a fase final, que é a aplicação,
garantindo assim sua segurança. Esses processos de avaliação técnica de novos
medicamentos são realizados em nível federal pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
Pará
A Secretaria de Estado de Saúde Pública
(Sespa) informa que o Pará não está em tratativas com outros países e que
aguarda posicionamento do governo federal quanto à vacina.
Rio Grande do
Norte
Até o momento, o Rio Grande do Norte ainda
não tem nenhuma parceria em vista. O governo do RN segue as recomendações do
Ministério da Saúde, que coordena a Política Nacional de Imunização.
Roraima
A Secretaria de
Saúde informa que o estado de Roraima tem acompanhado as várias pesquisas de
desenvolvimento de vacinas que estão sendo realizadas dentro e fora do Brasil.
Em relação à aquisição de vacinas contra a
COVID-19, a gestão esclarece que aguarda orientações do Ministério da Saúde,
com o objetivo de garantir a efetividade do medicamento e a segurança da
população.
Outros
As secretarias de Saúde do Rio Grande do
Sul e de Santa Catarina disseram que, até o momento, não há qualquer informação
disponível sobre o assunto. As demais ainda não haviam respondido até o fechamento
desta matéria.