Advogados
do senador recorreram da decisão do MPF de autorizar a continuidade do
inquérito sobre suposto crime eleitoral cometido pelo parlamentar. Filho de
Jair Bolsonaro é investigado por suposta falsidade ideológica e lavagem de
dinheiro
Senador Flávio Bolsonaro em Brasília (Foto: REUTERS/Adriano Machado) |
RIO DE JANEIRO
(Reuters) -
Os advogados do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) recorreram da
decisão do Ministério Público Federal (MPF) de autorizar a continuidade do
inquérito sobre suposto crime eleitoral cometido pelo parlamentar, conforme informaram
neste sábado.
Na segunda-feira, o MPF havia rejeitado o
arquivamento da investigação por alegadas omissões em declarações de bens
apresentadas em eleições passadas, e determinado a continuidade do inquérito
pela Procuradoria Eleitoral do Rio de Janeiro.
Flávio Bolsonaro, filho mais velho do
presidente Jair Bolsonaro, é investigado por suposta falsidade ideológica e
lavagem de dinheiro, por ter omitido bens nas declarações entregues à Justiça
Eleitoral do Rio em 2014, 2016 e 2018.
O MP eleitoral do Rio havia recomendado o
arquivamento, mas o juiz eleitoral do inquérito, Flávio Itabaiana, foi contra a
paralisação da investigação eleitoral. O caso foi então encaminhado para a 2ª
Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, em Brasília, que
decidiu pela continuidade da investigação.
“A própria Polícia Federal, assim como
dois promotores eleitorais, também pediram o arquivamento e declararam que
Flávio Bolsonaro não cometeu qualquer irregularidade”, informou a defesa do
senador.
“Apesar de todos os pedidos e de todas as
provas que isentam o parlamentar, a investigação continua aberta. A defesa quer
apenas que se respeite o arquivamento solicitado pelo próprio Ministério
Público”, acrescentaram os advogados.
Além da suspeita de crime eleitoral,
Flávio Bolsonaro é investigado por suspeita de ter praticado desvio de recursos
em seu gabinete quando era deputado estadual do Rio, no caso que ficou
conhecido como “rachadinha”.
O parlamentar também já foi ouvido no
inquérito do MPF que apura denúncia de vazamento da operação Furna da Onça, em
2018, quando surgiram as primeiras informações relativas a movimentações
financeiras atípicas em mais de 20 gabinetes da Assembleia Legislativa do Rio
de Janeiro (Alerj).