Campanha “Agosto
Lilás” promove várias ações com o objetivo de informar a população sobre
políticas públicas de enfrentamento
(Foto: Edson Denobi) |
A Secretaria da
Mulher e de Assuntos da Família iniciou nesta quarta-feira (7/8), a programação
do mês “Agosto Lilás”, com um conjunto de ações que objetivam discutir todas as
formas de violência cometidas contra a mulher, bem como mostrar o que é feito
para enfrentá-las. A data marca os 13 anos da aprovação da Lei Maria da Penha,
divisor de águas quando se discute o assunto. Desde a aprovação da lei, em 7 de
agosto de 2006, foi fundamentalmente alterada a maneira como a justiça atua na
proteção das mulheres vítimas de violência, mas mesmo assim os números do país
continuam preocupando.
Segundo dados do Ministério da Mulher, da
Família e dos Direitos Humanos, apenas nos seis primeiros meses deste ano foram
registradas 2.688 tentativas de feminicídio denunciadas no país, contra 512 no
ano passado, um aumento de 425%. De acordo com dados do Conselho Nacional
de Justiça, no ano passado 336 mil mulheres obtiveram medidas protetivas contra
seus agressores – uma média de 922 mulheres por dia, ou uma a cada dois
minutos.
Em Apucarana, o Centro de Atendimento à
Mulher (CAM) atende uma média de 15 casos novos por mês e realiza 300
acompanhamentos mensais em seus departamentos jurídico, social e psicológico.
Ações
municipais –
A equipe da secretaria da Mulher e Assuntos da Família começou o dia adesivando
veículos da frota municipal em frente à prefeitura. A atividade se estendeu ao
longo da quarta-feira, visando adesivar os 269 carros oficiais do município.
Ainda pela manhã, a secretária da Mulher
Denise Canesin, a diretora do Centro de Atendimento à Mulher (CAM) Patrícia
Vecchi, e os guardas municipais Reinaldo Donizete de Andrade e Marilsa
Bernardino Faria, que trabalham em parceria com o CAM, participaram do evento
na Escola Municipal Juiz Luiz Fernando Araújo Pereira.
Uma plateia formada por 170 alunos dos
terceiros, quartos e quintos anos da escola, situada no Núcleo Habitacional Dom
Romeu Alberti, recebeu informações sobre a história da Lei Maria da Penha, as
diferentes formas de violência doméstica e de que maneira é possível
denunciá-las. “As crianças têm um incrível poder multiplicador”, avalia a
secretária Denise Canesin. “Geralmente, depois de uma ação na escola, o número
de atendimentos no CAM aumenta. Além disso, é fundamental que o enfrentamento e
a prevenção à violência de gênero comece na infância, com ações que venham a
desnaturalizar esse tipo de comportamento”, afirma ela.
A secretária ressalta ainda que a lei é
uma grande conquista, porém se não houver mecanismos de segurança e uma rede de
atendimento eficaz, que trabalhe a prevenção e tenha agilidade no atendimento e
eficiência nas medidas protetivas, por si só não é suficiente.
A mesma palestra foi ministrada para 70
alunos dos quartos e quintos anos da Escola Municipal Vida Nova (Caic), no
Jardim Ponta Grossa. Durante o mês de agosto, a Autarquia Municipal de Educação
irá distribuir, nas 36 escolas municipais, 1500 exemplares do gibi “Maria da
Penha vai às escolas”, visando subsidiar as discussões sobre a violência
doméstica em sala de aula.
Diretoras e coordenadoras das escolas
municipais também participarão de uma reunião com a secretária da Mulher Denise
Canesin e com a diretora do CAM Patrícia Vecchi para que sejam apresentadas
propostas de trabalho e dinâmicas a serem utilizadas com os estudantes.
Também com o objetivo de sensibilizar os
futuros docentes, a equipe da secretaria da Mulher realizará uma atividade
informativa no curso de pedagogia da Faculdade de Apucarana (FAP). No dia 28 de
agosto, o auditório da FAP será palco da mesa redonda “II Divergen – Políticas
Públicas de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres no
Brasil”, entre 19h e 22h. No debate, representantes da secretaria da Mulher e
Assuntos da Família, do curso de psicologia da FAP, da Comissão da Mulher
Advogada da OAB de Apucarana e do Escritório Regional da secretaria Estadual da
Justiça, Trabalho e Família, falarão sobre o movimento feminista e o conceito
de gênero, as leis Maria da Penha e do Feminicídio, bem como a questão do
financiamento das pastas representativas.