O
ex-presidente Lula pegou carona num tweet de Jair Bolsonaro, que disse que os
responsáveis pelo grampo em seu celular serão punidos, para lembrar que o
ministro Sergio Moro grampeou ilegalmente a ex-presidente Dilma Rousseff.
"Finalmente parece que temos uma boa notícia. A era em que @SF_Moro grampeava
ilegalmente presidente da República acabou", disse ele
247 – A crise motiva pelo suposto "hacker de
Araraquara", que teria invadido os celulares de Sergio Moro, Deltan
Dallagnol e Jair Bolsonaro, permtiu ao ex-presidente Lula lembrar um fato
histórico: a ex-presidente Dilma Rousseff foi grampeada ilegalmente por Sergio
Moro, num movimento que criou as condições para o golpe de 2016. Confira abaixo
o tweet de Lula e reportagem da Reuters sobre o caso:
(Reuters) - O
presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que os hackers que
atacaram seus telefones celulares perderam tempo e não vão encontrar qualquer
informação ou conversa que comprometa, após o Ministério da Justiça informar
que dispositivos móveis do presidente foram alvo de um grupo de hackers preso
nesta semana pela Polícia Federal suspeito de invasões cibernéticas.
“Eu achar que o meu telefone, desde antes
das eleições, não estava sendo monitorado por alguém seria muita
infantilidade”, disse Bolsonaro a jornalistas após participar de uma cerimônia
em Manaus com alunos que competiram na Olimpíada Internacional de Matemática.
“Não apenas por eu ser capitão do
Exército, conhecedor da questão da inteligência, sempre tomei cuidado nas
informações estratégicas, essas não são passadas via telefone. Então, não estou
nenhum um pouco preocupado. Se porventura algo vazar aqui do meu telefone não
vão encontrar nada que comprometa. Por exemplo, o que estamos tratando com
outros chefes de Estado, no tocante à Venezuela, as questões estratégicas para
o Brasil, isso é conversado pessoalmente no nosso gabinete. Perderam tempo
comigo”, acrescentou.
Pouco
depois, em publicação no Twitter, Bolsonaro disse que foi informado pela
Polícia Federal e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por questão
de segurança nacional, que seus celulares haviam sido invadidos por hackers
presos pela PF, e disse se tratar de um “atentado grave contra o Brasil e suas
instituições”. O presidente pediu que os responsáveis sejam “duramente punidos”
e afirmou que o “Brasil não é mais terra sem lei”.
O
Ministério da Justiça e Segurança Pública já havia informado mais cedo que
tinha sido comunicado pela PF que os aparelhos celulares do presidente tinham
sido alvo de ataques do grupo de hackers preso na terça-feira pela PF, e que o
fato fora “devidamente comunicado ao presidente da República”.
De
acordo com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da
República, o caso será apurado por inquérito instaurado pela Polícia Federal.
O
GSI também informou que disponibiliza ao governo federal um aparelho móvel com
tecnologia própria da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), cabendo às
autoridades optar pelo equipamento, que possui funções de chamada de voz e
troca de mensagens e arquivos criptografados com algoritmos de Estado, sem
permitir a instalação de aplicativos comerciais.
Segundo
a Polícia Federal, os celulares do presidente foram atacados pelo mesmo grupo,
formado ao menos por três homens e uma mulher, suspeito de ter realizado
ataques cibernético contra os telefones celulares de autoridades, incluindo do
ministro da Justiça, Sergio Moro. Os quatro foram presos na
terça-feira.[nL2N24P127]
Integrantes
da PF que participam das investigações disseram que, nas operações de busca e
apreensão realizadas junto com as prisões na terça, foi detectado que 1 mil
números de telefone podem ter sido alvos de ciberataques dos suspeitos.
De
acordo com a PF, os hackers também podem ter invadido o celular do ministro da
Economia, Paulo Guedes, cuja assessoria informou nesta semana que teve o
aparelho hackeado. [nL2N24O05Y]
As
prisões dos suspeitos aconteceram em São Paulo, Araraquara (SP) e Ribeirão
Preto (SP), de acordo com a decisão do juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara
Federal do Distrito Federal, de prender os suspeitos por cinco dias.