Um militar da Aeronáutica brasileira foi detido nesta
terça-feira (25) no aeroporto de Sevilha, na Espanha, por suspeita de
tráfico de drogas. Com ele, foram apreendidos 39 kg de cocaína.
Segundo o ministério da Defesa, os
fatos estão sendo apurados em um Inquérito Policial Militar.
O sargento integrava a comitiva
de militares que presta apoio à viagem do presidente Jair Bolsonaro,
que vai participar em Tóquio, no Japão, da reunião
do G20.
Veja abaixo o que já se sabe sobre a
prisão do militar da FAB:
Quem
é o militar preso com cocaína que integrava a equipe de viagem do presidente
Bolsonaro?
Ele é sargento da Força Aérea Brasileira
(FAB), tem 38 anos e é casado. Ele fazia parte da comitiva de 21 militares que
dá suporte à viagem do presidente Jair Bolsonaro, que está em deslocamento rumo
a Tóquio, no Japão, para participar da reunião do G20. O nome do militar preso
não foi divulgado.
Como
e onde o militar foi preso?
A detenção do sargento ocorreu nesta
terça durante um controle aduaneiro de rotina realizado no aeroporto de
Sevilha, no sul da Espanha. Ele estava no avião da FAB, um Embraer 190, do
Grupo Especial de Transporte da FAB, que fez uma escala na cidade espanhola.
A
droga foi localizada no mesmo avião que transportava o presidente Jair
Bolsonaro?
Não. O presidente Bolsonaro, que embarcou
na noite desta terça, não estava na mesma aeronave do sargento.
Como
a droga foi localizada?
De acordo com a Guarda Civil, força de
segurança responsável pelo controle alfandegário na Espanha, os 39 kg de
cocaína estavam divididos em 37 pacotes e escondidos numa maleta. Após a
localização da droga, o militar ficou detido no prédio da Guarda, e os demais
militares seguiram viagem ao Japão. O caso será levado à Justiça local ainda
nesta quarta (26).
O
militar vai responder na Justiça por qual crime?
O sargento deve ser investigado pelo crime
de tráfico de drogas. O Código Penal espanhol descreve o delito como crime
contra a saúde pública.
O
que a polícia espanhola diz sobre o destino da droga?
Investigadores disseram à imprensa
espanhola que o destino final da cocaína seria a Espanha. Ainda não se sabe
quem receberia a droga e se o militar seria pago pelo transporte.
A
detenção do militar afetou a viagem do presidente Jair Bolsonaro?
Após a prisão do sargento, o avião do
presidente Jair Bolsonaro mudou a rota de viagem. Ele decolaria de Brasília
rumo a Sevilha para, na sequência, seguir viagem ao Japão. No final da noite
desta terça, a agenda oficial do presidente divulgada no site do Planalto
passou a mostra Lisboa, a capital de Portugal, como local de escala. A
assessoria do presidente não explicou se a mudança da rota ocorreu devido à
prisão do militar.
Como
o presidente Jair Bolsonaro se manifestou sobre o caso?
No Twitter, Bolsonaro disse que foi
informado da detenção e determinou ao ministro da Defesa, general de Exército
Fernando Azevedo e Silva, "imediata colaboração com a Polícia Espanhola na
pronta elucidação dos fatos, cooperando em todas as fases da investigação, bem
como instauração de inquérito policial militar".
Bolsonaro disse ainda que as Forças
Armadas têm em seu contingente "cerca de 300 mil homens e mulheres
formados nos íntegros princípios da ética e da moralidade" e que, caso o
envolvimento do militar venha a ser comprovado, que ele seja "julgado e
condenado na forma da lei".
Outros
militares já foram presos por tráfico de drogas para a Europa usando aviões da
FAB?
Sim. Em 2011, um coronel da reserva foi
penalizado com a perda do posto e da patente pelo Superior Tribunal Militar
pelo tráfico de cocaína em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Antes,
ele já havia sido condenado pela Justiça Federal a 17 anos de prisão.
Outros dois oficiais da Aeronáutica
envolvidos no caso foram condenados a 16 anos de reclusão, cada um. Segundo os
autos, o coronel integrava uma quadrilha especializada em tráfico internacional
de drogas para a Europa, mediante a utilização de aeronaves da FAB.
O militar foi preso, em flagrante, no dia
19 de abril de 1999, com 32 kg de cocaína, escondidos em malas de viagem, com
destino a Las Palmas, nas Ilhas Canárias.
Fonte: Bem Paraná com informações da FolhaPress