terça-feira, 26 de março de 2019

Posse do secretário Beto Preto reúne mais de 600 pessoas na SESA



Governador Carlos Massa Ratinho Junior participa da posse do secretário de Estado de Saúde Carlos Alberto Gebrim Preto (Beto Preto). Foto: Geraldo Bubniak/ANPr

O governador Ratinho Junior afirmou nesta segunda-feira (25), na posse do secretário Beto Preto, que o Paraná está implantando um “novo olhar” para a saúde e o foco é atender a todos os 399 municípios do Estado. 
“A saúde teve avanços no Paraná e a meta agora é avançar na regionalização. Agradecemos ao secretário Beto Preto por ter aceitado este desafio de pensar e reestruturar a Saúde do Paraná”, disse o governador Ratinho Junior.


Depois da assinatura do termo de posse, o secretário Beto Preto reafirmou a proposta da gestão na busca da eficiência e transparência, no uso de recursos e qualidade na aplicação das políticas de assistência e atenção à saúde. “Neste momento estamos organizando o Plano de Ação para os próximos anos com a participação de todos os setores da secretaria; estamos fazendo um diagnóstico com várias ações internas e o objetivo é construir um sistema de atendimento na saúde levando mais cuidado e conforto aos paranaenses, este é o compromisso que assumimos aqui e para isso conto com todos os servidores da secretaria”, destacou Beto Preto.

Participaram da solenidade de posse, na sede da SESA, cerca de 600 convidados. Estiveram presentes - secretários estaduais, prefeitos, deputados estaduais e federais, autoridades representando municípios, entidades e instituições de saúde e de ensino de todas as regiões do Estado, além de diretores e servidores da SESA.

Verbas para a saúde - Na solenidade de posse foram liberados cerca de R$ 32 milhões para diversas entidades de saúde do estado. São recursos do orçamento do Paraná, repassados pelo Fundo Estadual de Saúde para os Fundos Municipais de Saúde. O repasse, na modalidade Fundo a Fundo, será organizado por meio de nova regra de financiamento assinada pelo secretário Beto Preto, para dar celeridade ao processo. 

“Anteriormente os municípios precisavam acessar várias contas e subcontas para chegar até a liberação das verbas. A partir de agora, os repasses acontecerão utilizando apenas duas contas entre os dois Fundos – uma conta para custeio e outra para investimentos. Novas contas foram abertas para todos os municípios e serão movimentadas pelos Fundos Municipais conforme orientação da secretária Estadual da Saúde”, explicou o secretário.

Beto Preto – Carlos Alberto Gebrin Preto, Beto Preto, 51 anos, é medico, formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), com especialidades em Medicina Nuclear (Instituto Rio Preto/SP); Medicina do Trabalho; Medicina do Trânsito (USP) e Medicina Legal e Perícias Médicas (Santa Casa de São Paulo).

Foi prefeito de Apucarana por duas vezes e secretário municipal da saúde em Apucarana e Califórnia.
Foi fundador do Conselho Regional de Medicina (CRM) de Apucarana e Vale do Ivaí, atuando como delegado do órgão por 10 anos; presidente do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde do Paraná (Cosems); vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems). 
Foi o primeiro Ouvidor Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), no Ministério da Saúde. 
Beto Preto também foi presidente da Associação dos Municípios do Vale do Ivaí (Amuvi) e vice-presidente de saúde pública, na Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e da Associação de Municípios do Paraná (AMP). 

Já foi diretor do Hospital Evangélico de Londrina; coordenador médico do SESI (Unidades Apucarana e Arapongas); perito médico federal no INSS e vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Paraná.

segunda-feira, 25 de março de 2019

Defesa de Lula pede anulação da condenação no caso do tríplex


Advogados também solicitaram o envio do processo à Justiça Eleitoral

Defesa de Lula pede anulação da condenação no caso do tríplex

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu hoje (25) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a anulação da condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP) e o envio do processo para a Justiça Eleitoral.
O pedido foi feito diante da possibilidade de o STJ julgar nos próximos dias o recurso protocolado no ano passado pelos advogados do ex-presidente para rever a condenação. 
A manifestação também foi baseada na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que confirmou a competência da Justiça Eleitoral para julgar crimes comuns conexos aos eleitorais. 
O caso será julgado pela Quinta Turma do tribunal e tem como relator o ministro Felix Fischer. Também fazem parte do colegiado os ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Ribeiro Dantas. O ministro Joel Ilan Paciornik se declarou suspeito para julgar todas as causas relacionadas com a Operação Lava Jato e não participará do julgamento. 
Em janeiro de 2018, Lula foi condenado pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, sediado em Porto Alegre, a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. 
Por determinação do então juiz responsável Sergio Moro, o ex-presidente cumpre pena provisoriamente na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde 7 de abril do ano passado.  
Fonte: Notícias ao Minuto

Governo promove soltura de peixes e plantio de árvores no interior


Mais de 350 mil peixes foram soltos nos Rios Piquiri, Ivaí e Paraná e 60 mil mudas de árvores foram plantadas. A iniciativa faz parte do programa Educação Ambiental para Bacias Hidrográficas
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Turismo, promoveu no sábado e domingo (23 e 24) soltura de peixes, plantio de árvores e atividades de educação ambiental em municípios do Oeste e Noroeste do Paraná. Mais de 350 mil peixes foram soltos nos rios Piquiri, Ivaí e Paraná e 60 mil mudas de árvores foram plantadas.
As ações aconteceram em Campo Mourão, Formosa do Oeste, Quarto Centenário, Alto Paraíso e Porto Figueira e foram acompanhadas por alunos de escolas locais. A iniciativa fez parte do programa Educação Ambiental para Bacias Hidrográficas, lançado na última sexta-feira (22), em evento no Litoral do Paraná.
“O programa visa a preservação da vida aquática nas 16 bacias hidrográficas do Paraná, oferecendo melhores condições para seu desenvolvimento e, assim, garantindo água para todos”, explica o secretário do Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Márcio Nunes.
PROTOCOLOS – No lançamento do programa, em Guaratuba, no Litoral, foram realizadas várias exposições didáticas com a temática da água. Também foram assinados dois protocolos de intenção: um para operacionalização do Centro Paranaense de Produção de Organismos Marinhos (parceria com a Universidade Estadual do Paraná (Unespar) – Campus Paranaguá) e o outro para implantação da Base Náutica de Guaratuba, na modalidade de concessão.
“Queremos o Litoral do Paraná fortalecido e que seja uma grande porta de entrada para todo o turismo do Estado”, diz o secretário Nunes. Também foi lançado o Guia das Águas do Paraná, um guia que mostra pontos importantes de águas no Litoral e Interior do Estado para serem explorados como esporte náutico e turismo. A publicação é do Grupo Náutica, com apoio do Governo do Paraná.
SOLTURA DE PEIXES – No Interior, para repovoamento e preservação de espécies nativas nas bacias hidrográficas, foram realizadas solturas das espécies pacu, piaparas, curimbatá, dourado e lambari.
Na Usina Mourão, pertencente à Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí, em Campo Mourão, foram soltos mais de 100 mil peixes. Na Ponte do Rio Piquiri (afluente do Rio Paraná), entre Formosa do Oeste e Quarto Centenário, foram soltos 250 mil peixes. E em Porto Figueira, margens do Rio Paraná, soltos 3 mil.
Os peixes foram doados pelo Instituto Terra e a ação contou com a parceria do Rotary Clube Campo Mourão, Sanepar, Copel, Simepar, Instituto das Águas do Paraná e Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
PLANTIO DE ÁRVORES – As árvores foram plantadas ao redor das bacias que receberam a soltura de peixes. Nos três dias de ação, foram plantadas, aproximadamente, 60 mudas.

Programa Água no Campo atende comunidades rurais
O tema escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em comemoração ao Dia Mundial da Água 2019 é Água para todos! Em referência a esse tema, o secretário do Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Márcio Nunes, contextualiza o programa Água no Campo para comunidades rurais no Estado, desenvolvido pelo Instituto das Águas do Paraná, em parceria com as prefeituras.

O programa viabiliza a execução de obras para a melhoria da qualidade de vida da população paranaense. Pelo programa, o Governo do Estado perfura poços artesianos e instala equipamentos nas comunidades rurais. As prefeituras entram com a estrutura de distribuição da água.
Atualmente, estão sendo perfurados poços artesianos nos municípios de Roncador, Nova Prata do Iguaçu e Jaguariaíva. Novos poços estão previstos em outros municípios.
Fonte: AEN

Faustão dispara contra Bolsonaro: 'Não tem competência'


A declaração do apresentador acabou dividindo opiniões

Faustão dispara contra Bolsonaro: 'Não tem competência'
Reprodução / TV Globo

Neste domingo (24), o programa do Faustão comemorou os 30 anos da atração na Globo. Em clima de festa, o programa contou com a presença de alguns convidados ilustres, como Ana Maria Braga e Marcello Novaes. Conhecido por sempre falar o que pensa, o apresentador acabou soltando mais uma de suas declarações polêmicas ao mandar aquela indireta com endereço marcado para o presidente da república, Jair Bolsonaro.
Durante bate-papo com os convidados, em umas das suas muitas falas sobre política, ele virou para a câmera e mandou na lata: “Se não tem competência que peça demissão“, disparou ao comentar sobre a forma em que o país está sendo conduzido.
Nas redes sociais, os internautas pegaram a indireta e uns concordaram com o apresentador da emissora carioca, já outros, não gostaram nada e passaram a criticar a postura de Faustão e também da Globo.
Fonte: Notícias ao Minuto

Noblat diz que, depois de Temer, Lula também irá para casa


A próxima cabeça coroada a ser mandada para casa: Lula", postou no Twitter o colunista do Globo, pouco depois da decisão que libertou o ex-presidente Michel Temer
247 - O colunista do Globo Ricardo Noblat afirma que, depois da soltura de Michel Temer, o ex-presidente Lula também irá para casa. "A próxima cabeça coroada a ser mandada para casa: Lula", postou no Twitter, pouco depois da decisão do desembargador do TRF-2 que libertou Temer.
Relator do habeas corpus apresentados pelos advogados de Michel Temer, o desembargador Antonio Ivan Athié determinou nesta segunda-feira 25 a soltura de Temer. A decisão também inclui a liberdade do ex-ministro Moreira Franco.
Dois julgamentos marcados para as próximas semanas no Supremo e no STJ podem tirar o ex-presidente Lula do regime fechado. Um deles considera a possibilidade de início de cumprimento da pena após segunda instância. O outro, a redução da pena no processo do TRF-4.


Economia Solidária ganha nova parceria


Secretaria da Mulher e empresa apucaranense Skyllus oferecem oportunidade de trabalho e geração de renda à rede de mulheres solidárias
(Foto: Profeta)

Uma oportunidade de trabalho e geração de renda foi oferecida na última quinta-feira (21/3) na “Tarde de Glamour” pela empresa apucaranense de jóias folheadas Skyllus para a rede de mulheres solidárias e protagonismo feminino da Secretaria da Mulher e Assuntos da Família.
Vinte mulheres participaram de uma tarde descontraída que teve desfile de modelos com as peças da marca, sorteio de brindes e palestras motivacionais com executivas da empresa. A secretária da Mulher e Assuntos da Família Denise Canesin Machado e a superintendente Bete Berton estiveram presentes. “É com muita alegria que recebemos essa parceria de uma empresa de nossa cidade que, por meio dessa parceria conosco, com nossa rede de economia solidária, tem uma atitude que revela responsabilidade social”, afirmou a secretária.
A Skyllus existe há 37 anos e dispõe, atualmente, de 10 mil pontos de venda, inclusive com rede de distribuição a partir de Miami (EUA). Além de jóias, a empresa também revende perfumes, óculos e pulseiras magnéticas. Segundo Bete Berton, o grupo teve o primeiro contato com a empresa parceira, que deverá ser ampliado. “Todas as mulheres terão oportunidade”, ressaltou.


Desembargador enquadra Bretas: combate à corrupção deve respeitar


Na decisão em que mandou soltar Michel Temer e o ex-ministro Moreira Franco, o desembargador Ivan Athié, do TRF-2, defendeu o respeito às garantias previstas na Constituição de 1988; "Ressalto que não sou contra a chamada 'Lava-jato', ao contrário, também quero ver nosso país livre da corrupção que o assola. Todavia, sem observância das garantias constitucionais, asseguradas a todos, inclusive aos que a renegam aos outros, com violação de regras não há legitimidade no combate a essa praga", anotou o magistrado

247 - O desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, fez críticas à decisão do juiz Marcelo Bretas que prendeu o ex-presidente Michel Temer, o ex-ministro Moreira Franco e outras oito pessoas no âmbito da operação Lava Jato. 
No despacho desta segunda-feria, 25, em que revogou a decisão de Bretas, Ivan Athié disse 'não ser contra a Operação Lava Jato', mas defendeu o respeito às garantias previstas na Constituição de 1988. 
"Ressalto que não sou contra a chamada 'Lava-jato', ao contrário, também quero ver nosso país livre da corrupção que o assola. Todavia, sem observância das garantias constitucionais, asseguradas a todos, inclusive aos que a renegam aos outros, com violação de regras não há legitimidade no combate a essa praga", anotou o magistrado.

O desembargador afirma que a 'decisão não se sustenta, em face da ausência de contemporaneidade dos fatos, como já acima, algumas vezes, afirmado'. Só essa circunstância basta para ordenar a imediata soltura de todos os pacientes, e também de Carlos Alberto Montenegro Gallo, eis que não figura até o momento como paciente em algum habeas-corpus, acaso preso, ou se não, para ser recolhido respectivo mandado de prisão".
O desembargador diz que 'nos principal alegação, em todos, é a ausência de contemporaneidade dos fatos apontados como ilegais'. "Tampouco em relação a lavagem de dinheiro, envolvendo a Eletronuclear, há contemporaneidade, eis que todas as ocorrências visando camuflar origem de valores, para colocá-los em legalidade, segundo a narrativa ocorreram e consumados foram a no mínimo cerca de 4 (quatro) anos atrás, não importando, para o caso, valores oriundos de outros fatos, eis que em apuração em outros procedimentos, em outros juízos".
Leia na íntegra a decisão de Ivan Athié. 


Para driblar STF, Dodge quer que juízes federais tenham atribuição


Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deve enviar requerimento ao TSE para que juízes federais tenham atribuição eleitoral; "Desse modo, com essa proposta, os processos conexos que seguiriam para um juiz de direito com função eleitoral, permaneceriam nas varas federais que passariam a ter atribuição eleitoral", disse; proposta vem após o STF decidir que crimes conexos a crimes eleitorais sejam julgados pela Justiça Eleitoral, o que, segundo os procuradores enfraquece a Lava jato
 REUTERS/Ueslei Marcelino
Reuters/Uesley Marcelino
Vinícius Lisboa, repórter da Agência Brasil - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informou que deve enviar ainda hoje (25) requerimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que juízes federais tenham atribuição eleitoral. Raquel Dodge participou, nesta segunda-feira, de um seminário internacional sobre transparência e combate à corrupção no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, organizado pelo Conselho Nacional de Justiça e pela Fundação Konrad Adenauer.
"A minha proposta é que o juiz federal tenha jurisdição eleitoral plena. Desse modo, com essa proposta, os processos conexos que seguiriam para um juiz de direito com função eleitoral, permaneceriam nas varas federais que passariam a ter atribuição eleitoral", disse a procuradora. "Essa competência para a matéria eleitoral tem sido tradicionalmente entregue aos juízes de direito, e a minha sugestão, em requerimento ao Tribunal Superior Eleitoral, é que também os juízes federais exerçam atribuição de juiz eleitoral".
A proposta da Procuradoria-Geral da República vem após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que crimes conexos a crimes eleitorais sejam julgados pela Justiça Eleitoral. Raquel Dodge disse também que pretende aumentar, neste ano, o número de procuradores eleitorais e agora avalia a criação de forças-tarefas no Ministério Público Eleitoral.
"Estamos estudando a implantação de forças-tarefas eleitorais exatamente para adotar um modelo de atuação com exclusividade, com maior dedicação, e agora na área eleitoral, para coibir e prevenir a prática de corrupção eleitoral, um trabalho que também vai focar a investigação e o processamento do caixa dois eleitoral", informou.
Ao abrir o seminário, Raquel Dodge disse que já existe na sociedade certeza de que os crimes de colarinho branco provocam mortes. Na palestra, a procuradora afirmou que a corrupção é um mal que não está ameaçado de extinção, mas ressaltou que "o Brasil está no caminho para debelar a corrupção".
O evento também contou com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, Dias Toffoli. O ministro destacou que mudanças na lei, principalmente a partir de 2001, permitiram que as instituições tivessem condições de combater a corrupção. "Os resultados de hoje não são obra de determinadas pessoas, e muito menos de heróis ou salvadores da pátria."

Toffoli também comentou as reações à decisão do STF que determinou que os crimes conexos aos crimes eleitorais sejam enviados para a Justiça Eleitoral.
"Mente quem diz que determinada decisão levará ao fim do combate, a isto ou aquilo, ou ao fim desta ou daquela operação. Mente deslavadamente", disse o ministro, que acrescentou: "É bom lembrar que, na verdade, o que o Supremo fez foi manter uma jurisprudência de décadas, que vinha de mais de 50 anos. Manteve, não alterou. Manteve a jurisprudência de que os crimes conexos são julgados pela justiça especializada, de acordo com o código de processo penal e de acordo com o código eleitoral".


Guaidó insufla população a derrubar Maduro

REUTERS / Manaure Quintero
Reuters/Manaure Quintero

Líder da oposição venezuelana Juan Guaidó pediu aos cidadãos que participem do que descreveu como "Operação Liberdade" para derrubar o presidente Nicolás Maduro do poder; "A hora é propícia para a Operação Liberdade, de modo a colocar pressão máxima [sobre as autoridades venezuelanas] para a cessação final da usurpação, a formação do governo de transição e eleições livres e justas", disse; anteriormente,  Maduro acusou o "imperialismo americano" de querer matá-lo e que "o fantoche do diabo [Guaidó]" teria coordenado pessoalmente
Sputnik - O líder da oposição venezuelano Juan Guaidó pediu aos cidadãos que participem do que descreveu como "Operação Liberdade" pela mudança de poder no país.
"A hora é propícia para a Operação Liberdade, de modo a colocar pressão máxima [sobre as autoridades venezuelanas] para a cessação final da usurpação, a formação do governo de transição e eleições livres e justas. Absolutamente todos terão um papel neste estágio de nossa luta", escreveu Guaidó em um post no Instagram.
Ele também se referiu a comitês especiais que "estão sendo estabelecidos em todo o país" e que "serão encarregados de promover [...] ações para impedir a usurpação em todos os distritos, setores, sindicatos, instituições educacionais e órgãos governamentais".

Guaidó fez os comentários alguns dias depois de o presidente venezuelano Nicolás Maduro argumentar que o "imperialismo americano" quer matá-lo e que Caracas "acabou de expor o plano que o fantoche do diabo [Guaidó] pessoalmente coordenou" para assassiná-lo.

"Temos provas; eles não poderiam e não podem [ter sucesso] porque somos protegidos por Deus", disse Maduro, acrescentando que o Ministério Público havia feito sérios progressos no caso. Segundo Maduro, "os terroristas devem ser presos nos próximos dias".
Mais cedo, forças de segurança venezuelanas prenderam o "chefe de gabinete" de Guaidó, Robert Marrero, acusando-o de organizar uma célula terrorista e conspirar para assassinar altos funcionários venezuelanos e realizar atos de terrorismo.
Fonte: Brasil 247


Novo apagão atinge a Venezuela


REUTERS/Carlos Jasso
Um apagão atingiu nesta segunda-feira várias regiões da Venezuela, incluindo partes da capital Caracas, em uma nova queda de energia duas semanas depois de o mais longo blecaute em décadas deixar grande parte do país às escuras; segundo o governo do presidente Nicolás Maduro, o grande apagão do início de março, que durou quase uma semana, ocorreu em função de uma "sabotagem" na hidrelétrica de Guri, a maior do país
Reuters - Um apagão atingiu nesta segunda-feira várias regiões da Venezuela, incluindo partes da capital Caracas, segundo testemunhas da Reuters, em uma nova queda de energia duas semanas depois de o mais longo blecaute em décadas deixar grande parte do país às escuras.
Na zona financeira de Caracas e vários bairros, inclusive o centro, onde está localizado o palácio presidencial de Miraflores e vários ministérios, não havia luz, segundo testemunhas da Reuters e usuários de redes sociais.
Nos Estados de Barinas, Lara, Mérida e Táchira, também havia relatos de falha no serviço, e cidades centrais como Valencia informaram uma interrupção no serviço. As linhas telefônicas estavam sem serviço e o metrô de Caracas informou pelo Twitter que cancelou o transporte devido a uma "falha elétrica".
Nem a empresa estatal de energia elétrica, Corpoelec, nem o Ministério de Comunicação deram informação de imediato sobre o corte de energia.
Segundo o governo do presidente Nicolás Maduro, o grande apagão do início de março ocorreu em função de uma "sabotagem" na hidrelétrica de Guri, a maior do país. Mas especialistas disseram na ocasião que a falta crônica de manutenção era uma causa mais provável.
Durante os quase sete dias em que os venezuelanos estiveram sem luz houve falhas no serviço de água potável, saques e colapso do sistema bancário eletrônico, crucial em face da escassez de dinheiro em um país com hiperinflação.
Reportagem da Redação de Caracas


Kennedy: TRF corrige “papelão” de Bretas, mas espetáculo midiático ocorreu


Jornalista Kennedy Alencar comentou a decisão do desembargador Ivan Athié, do TRF-2, que determinou nesta segunda-feira, 25, a soltura do ex-presidente Michel Temer; "Que papelão! Juiz federal Marcelo Bretas decretou prisões preventivas sem consistência. Instância superior corrigiu, mas espetáculo midiático e manipulação da opinião pública ocorreram. Dano à democracia e enfraquecimento da Lava Jato são efeitos desse abuso de poder", 
247 - O jornalista Kennedy Alencar comentou a decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), que determinou nesta segunda-feira, 25, a soltura do ex-presidente Michel Temer. 
"Que papelão! Juiz federal Marcelo Bretas decretou prisões preventivas sem consistência. Instância superior corrigiu, mas espetáculo midiático e manipulação da opinião pública ocorreram. Dano à democracia e enfraquecimento da Lava Jato são efeitos desse abuso de poder", escreveu Kennedy pelo Twitter. 
Leia, abaixo, reportagem da agência Reuters sobre o assunto:
Desembargador manda soltar Temer e Moreira Franco
BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - O desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da Segunda Região (TRF-2), determinou a liberdade do ex-presidente Michel Temer, do ex-ministro Moreia Franco, do coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo João Batista Lima Filho, entre outros, de acordo com decisão proferida nesta segunda-feira.
Temer, Moreira e o Coronel Lima haviam sido presos na semana passada por ordem do juiz federal Marcelo Bretas, no âmbito da operação Descontaminação, que apura irregularidades na Eletronuclear.
Inicialmente, Athié havia determinado a inclusão da análise dos pedidos de habeas corpus da Descontaminação somente na quarta-feira por um colegiado do TRF-2, mas Athié, relator do caso, determinou a liberdade do ex-presidente e dos demais envolvidos em caráter liminar.
 



Toffoli rebate críticas da Lava Jato e ironiza “salvadores da pátria”


Adriano Machado/Reuters

Presidente do STF) ministro Dias Toffoli, disse que é uma "mentira deslavada" que uma decisão da Corte possa acabar com essa ou aquela operação, numa referência clara aos procuradores da Lava Jato que criticaram a decisão da Corte de delegar à Justiça Eleitoral a competência de analisar casos de corrupção conexos a caixa dois de campanha; "Os resultados de hoje não são obras de determinadas pessoas, muito menos de heróis ou salvadores da pátria", afirmou
Rodrigo Viga Gaier, Reuters - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, disse nesta segunda-feira que é uma mentira deslavada que uma decisão da Corte possa acabar com essa ou aquela operação, numa referência clara aos procuradores da Lava Jato que criticaram a decisão do Supremo de delegar à Justiça Eleitoral a competência de analisar casos de corrupção conexos a caixa dois de campanha.
Em uma crítica velada a protagonistas da operação Lava Jato, Toffoli afirmou que o Poder Judiciário, em parceria com os Poderes Legislativo e Executivo, propiciou a criação de estruturas de investigações como as que acontecessem atualmente.
"Os resultados de hoje não são obras de determinadas pessoas, muito menos de heróis ou salvadores da pátria", disse ele em evento sobre transparência e combate à corrupção.
"(São obra) de um desdobramento, de um processo contínuo de evolução normativa, constitucional e do amadurecimento e do fortalecimento das instituições brasileiras", avaliou.
No último dia 14, o STF contrariou os investigadores da Lava Jato e decidiu por 6 votos a 5 que casos de corrupção conexos a caixa 2 de campanha devem ser encaminhados à Justiça Eleitoral e não mais à Justiça Federal.
A medida gerou reação da parte de procuradores da Lava Jato, que afirmam que a decisão enfraquece a operação e o combate à corrupção pois, segundo esses procuradores, a Justiça Eleitoral não tem estrutura para analisar casos de corrupção.
"Mente quem diz que determinada decisão levará ao fim do combate a isso ou aquilo, ou ao fim desta ou daquela operação. Mente deslavadamente", declarou Toffoli sem citar abertamente a Lava Jato.
"O que o Supremo fez foi manter uma jurisprudência de décadas, que vinha de mais de 50 anos. Os crimes conexos são julgados na Justiça especializada, de acordo com código penal e eleitoral", acrescentou o presidente ao se dirigir à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que também participou do mesmo evento e da mesa de abertura.
O presidente do STF defendeu a continuidade na adoção de medidas para se combater a corrupção e aumentar a transparência no Brasil. Toffoli destacou ainda que a corrupção atinge especialmente os mais pobres ao prejudicar as estruturas sociais e serviços essenciais como investimentos em saúde, educação, infraestrutura e outros.


Doleiro que teria repassado dinheiro a Eliseu Padilha é encontrado morto do RS


Preso duas vezes, o doleiro Antônio Claudio Albermaz Cordeiro foi encontrado morto dentro de sua casa, em Porto Alegre (RS), na tarde de domingo (24); a Polícia Civil investigará as circunstâncias da morte. Por enquanto, a principal hipótese é de suicídio; de acordo com delatores, o doleiro teria repassado R$ 1 milhão em espécie em favor do Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil no governo de Michel Temer, que está preso pela Lava Jato 
247 - Preso duas vezes, o doleiro Antônio Claudio Albermaz Cordeiro foi encontrado morto dentro de sua casa, em Porto Alegre (RS), na tarde de domingo (24). A Polícia Civil investigará as circunstâncias da morte. Por enquanto, a principal hipótese é de suicídio, segundo informações da rádio GaúchaZH. Em 2018, Tonico, como era conhecido, foi preso pela Operação "Câmbio Desligo" e confirmou que realizava operações escusas pela Odebrecht.
De acordo com delatores, o doleiro teria repassado R$ 1 milhão em espécie em favor do Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil no governo de Michel Temer, preso pela Lava Jato na última quinta-feira (21).
Tonico disse que, em 2014, recebeu um senhor na faixa de 60 anos, alto e totalmente grisalho, para retirar o dinheiro. O homem não teria se identificado, mas afirmou a senha "Angorá" – codinome atribuído a Padilha e ao ex-ministro Moreira Franco, também detido na semana passada.
Dois dias após Tonico ir para a cadeia, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes converteu a detenção em prisão preventiva.


Desembargador manda soltar Michel Temer


REUTERS/Ricardo Moraes

Relator do habeas corpus apresentados pelos advogados de Michel Temer, o desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, determinou nesta segunda-feira 25 a soltura do ex-presidente,  informou o advogado Eduardo Canelós a aliados do emedebista; decisão também inclui a liberdade do ex-ministro Moreira Franco
247 - Relator do habeas corpus apresentados pelos advogados de Michel Temer, o desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, determinou nesta segunda-feira 25 a soltura do ex-presidente, informou o advogado Eduardo Canelós a aliados do emedebista, segundo O Estado de S.Paulo. A decisão também inclui a liberdade do ex-ministro Moreira Franco.
A princípio, o julgamento dos recursos dos dois presos seriam analisados nesta semana, em sessão do TRF-2 de quarta-feira 27, conforme determinação do próprio desembargador Athié. No julgamento de quarta, os habeas corpus seriam analisados pelo colegiado. Com a decisão desta segunda, o desembargador se antecipou à avaliação da turma.
Na Operação Descontaminação foram presos Temer, Moreira Franco, Vanderlei de Natale, Carlos Alberto Costa, João Baptista Lima Filho, o coronel Lima e a mulher dele, arquiteta Maria Rita Fratezi.
Todos foram detidos por determinação do juiz federal Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pelas ações de desdobramento da Operação Lava Jato.
A Operação Descontaminação investiga desvios na Eletronuclear. Ao todo, foram expedidos oito mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 24 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná e Distrito Federal.
Com informações da Agência Brasil


Quarenta anos do Brasil e de Lula: a história contada por olhares


Celso Junior

Dezenas de fotógrafos se unem para organizar leilão de imagens do ex-presidente, captadas desde o final dos anos 1970. Evento será no dia 3 de abril, com participação presencial e online; leia reportagem da Rede Brasil Atual
Por Vitor Nuzzi, da Rede Brasil Atual – Era noite de sábado, 19 de abril de 1975, no centro de convenções da prefeitura de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Diante de 5 mil pessoas – incluindo o governador, Paulo Egidio Martins –, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, Paulo Vidal, transmite o cargo ao sucessor, ainda no período da ditadura. A posse coincidia com o período do feriado de Tiradentes, patrono dos metalúrgicos. Pouco conhecido, o novo presidente integrava a diretoria desde 1972. Tinha 29 anos – completaria 30 em outubro – e era um torneiro-mecânico da Villares. Viúvo, havia casado novamente em 1974, com Marisa Letícia, também viúva. Nessa época, usava apenas bigode, ainda sem a barba que se tornaria característica.
Luiz Inácio da Silva, o Lula, encabeçava a chapa única das eleições daquele ano, vitoriosa com 97,5% dos válidos, ou pouco mais de 14 mil votos. Receberia 52,7 milhões em 2002 e 58,3 milhões em 2006, eleito e reeleito presidente da República. Esses 40 anos de história serão resumidos em 50 imagens, que irão a leilão no próximo dia 3, a partir das 19h, em um bar da Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, que pode ter participação online, além de presencial. (Confira, ao final do texto, vídeo com todas as fotografias.). Dezenas de fotógrafos, de diferentes vivências e com olhares sensíveis, cederam as 50 imagens, em preto e branco.
Todas as fotografias foram autografadas pelo ex-presidente em sua cela na Superintendência da Polícia Federal no Paraná – Lula está preso em Curitiba desde 7 de abril do ano passado. As fotos foram levadas para lá em três lotes. A maior parte foi assinada nos dias de Natal e ano-novo. O último chegou à capital paranaense na semana da morte de um de seus irmãos, Genival Inácio da Silva, o Vavá, cujos velório e enterro Lula não conseguiu presenciar. 
Os profissionais da imagem também assinam suas obras. As fotos cobrem um período amplo: começa na redemocratização brasileira, com os célebres flagrantes de assembleias no estádio de Vila Euclides, hoje com o nome 1º de Maio, em São Bernardo. Contam um pouco da história dos movimentos sociais, mostram encontros com personagens como Dom Paulo Evaristo Arns, Barack Obama, Fidel Castro, Leonel Brizola e José (Pepe) Mujica, as eleições presidenciais e os governos protagonizados por Lula.
Mostram, inclusive, momentos de intimidade, como a de um Lula despenteado, camisa meio aberta e descalço, ao lado de Marisa, em 1983. Ou engraçados: em um festival da juventude na Bahia, em 2017, perto dos 72 anos, ele mostrou jovialidade – e agilidade – e não teve dúvida em entrar na roda e dançar ao ritmo de Sarrada no Ar (Passinho do Romano), de Mc Crash, um clique inesquecível de Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial de Lula.
E, claro, estão ali as imagens de 7 de abril de 2018, o sábado em que Lula se entregou à Polícia Federal, após extensas e tensas negociações. Correu mundo a foto em que o ex-presidente é carregado pela multidão, no curto trajeto do caminhão de som até a entrada do Sindicato dos Metalúrgicos.
Para a história
O gaúcho Paulo Pinto, que veio para São Paulo no final dos anos 1980, conta que viveu naquele dia um de seus momentos de maior emoção, pessoal e profissional. "Gravei em vários HDs. É uma imagem que não pode ser perdida." Um instante que não chegou a dois minutos e meio, segundo sua cronometragem, mas que será falado "daqui a 50, 100 anos".
Hoje com 39 anos de profissão, Paulo lembra que tinha ido à sede do sindicato no dia anterior, véspera de um ato ecumênico que seria celebrado na rua, diante da entidade, já sob a expectativa de "rendição" à PF. "Desci para o primeiro andar, tinha uma janela que me dava a dimensão exata de onde seria a missa. A minha ideia era ficar no mesmo nível", recorda o fotógrafo, que no sábado chegou às 7h e, na hora do ato, posicionou-se no lugar escolhido previamente. Trocou a lente 70/200 por um grande angular e se preparou. 
"Eu tinha a consciência de que aquela imagem era uma coisa histórica. Foi muito emocionante, o pessoal aplaudindo e chorando, gritando 'não se entrega'", lembra Paulo. "Fui dosando, foi clique a clique, pensando na história."
Uma das organizadores do leilão, Mônica Zarattini conta que a preocupação era garantir "imagens históricas, icônicas ou inusitadas". Ela participa com duas, com intervalo de 12 anos: na primeira eleição para presidente após a ditadura, em 1989, Lula beija a cédula – ainda não havia urna eletrônica, e a contagem era no papel. Ali, ele perdeu no segundo turno, para Fernando Collor. A outra mostra o petista sorridente, subindo a rampa do Palácio do Planalto, no dia de sua posse como presidente da República, em 2003.
Mônica começou a fotografar em 1981, ainda estudante, e acompanhou muitos dos passos de Lula como dirigente sindical. Teve foto de um ato sobre a anistia publicada no jornal Tribuna Metalúrgica. Em 1988, entrou na Agência Estado, pela qual cobriu a eleição do ano seguinte. Paulistana, tem formação em História, e leva essa perspectiva para o trabalho profissional. 
"No momento que a gente está fotografando, tem muita preocupação técnica, de um bom enquadramento, a leitura da luz, se está tudo correto... Agora, quando se trata de Lula, você tem uma carga de emoção muito grande, pelo carisma que esse homem tem", conta. "Obviamente, como historiadora, sei do papel que eu estava cumprindo naquele dia, em 1989 e 2003. Era o papel de estar registrando um momento histórico. Além de ter uma estética boa, sempre pensei nisso, esse momento histórico tinha que ser captado."
Pela democracia
Ela lembra que em 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff, organizou-se um grupo, Fotógrafos contra o Golpe, que se mobilizou contra a posse de Michel Temer, com direitos a manifestações como o Varal da Resistência, com fotografias penduradas na Avenida Paulista. No ano passado, surgiram os Fotógrafos pela Democracia. "Nosso intuito é dar visibilidade à campanha pela libertação de Lula, preso sem provas", afirma o grupo. 
O lance inicial para cada foto é de R$ 1.313, referência ao número do PT. Todo o dinheiro arrecado será doado ao Instituto Lula, "por desejo do próprio ex-presidente". Detalhes sobre o evento pode ser encontrados na internet (www.leilaolulalivre.wordpress.com), inclusive para interessados em participar virtualmente (http://v2.leiloespb.vlance.com.br/leilao/index/leilao_id/11).
Roberto Parizotti tinha quase 20 anos quando Luiz Inácio tornou-se presidente do Sindicato dos Metalúrgicos pela primeira vez. O próprio Lula acostumou-se a chamá-lo pelo apelido de Sapão. Militante desde a adolescência, como conta, distribuía jornais na periferia, vendia sanduíche natural e "era rato de teatro, cinema e biblioteca". Jovem, morava perto do Teatro Municipal de Santo André. "Isso me propiciou ver ciclos de cinema", conta Parizotti/Sapão, citando vários autores e diretores.
A imagem, o olhar, sempre despertou interesse, e ele foi fazer um curso no Museu Lasar Segall, em São Paulo. Posteriormente, se tornaria auxiliar de fotografia. Suas primeiras imagens saíram em publicações do Sindicato dos Químicos do ABC, em meados dos anos 1980. Reconhecido em todo o meio sindical – e fora dele –, Sapão hoje trabalha para a CUT. Faz questões de lembrar de alguns de seus mestres na área jornalística, como Roberto Baraldi e Júlio de Grammont. 
Na foto cedida para o leilão, Lula segura com as duas mãos uma bandeira do PT. A imagem foi tirada em uma festa na sede da Associação dos Metalúrgicos Aposentados (AMA), em São Bernardo, ao lado do sindicato da categoria, durante a campanha eleitoral de 1989. Mas Parizotti gosta, particularmente, de uma fotografia tirada anos depois, com Lula e a bandeira brasileira. "Já estava com essa foto na cabeça fazia tempo, e colei nele. Já sabia que era 'a' foto. Lula mandava fazer de 100 (para distribuir)." Outro momento marcante da vida profissional foi durante a greve dos chamados "golas vermelhas" da Ford de São Bernardo, em 1990. Só ali foram 1.200 fotogramas. 
Antes da prisão
Dez anos antes, em abril de 1980, Hélio Campos Mello estava no Sindicato dos Metalúrgicos, trabalhando pela IstoÉ, "então uma revista combativa", como lembra, que em 1978 já havia colocado Lula na capa, com foto dele e entrevista para os jornalistas Bernardo Lerer e Mino Carta. Naquele 1980, já com o último general-presidente, João Figueiredo, no poder, os metalúrgicos estão em greve e o governo decreta intervenção no sindicato. "Fotógrafos e repórteres praticamente acampávamos por lá", recorda.
Na foto tirada em 1980, aparece um Lula de boina, cobrindo-se para deitar em um sofá, sob as vistas dos jornalistas. Ele e outros sindicalistas seriam presos e enquadrados na Lei de Segurança Nacional. O movimento operário chamou a atenção do mundo – e a imagem de Hélio, tirada dias antes da prisão, reserva uma curiosidade. "A greve repercutiu internacionalmente e trouxe para o Brasil jornalistas de vários países, entre eles o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, contratado pela revista francesa Actuel, uma mensal dirigida pelo pessoal que teve participação destacada nos movimentos de maio de 68 na França." Salgado, que ainda não havia se tornado ícone, tinha 34 anos. Ele aparece sobre a mesa, em pé, mexendo em seu equipamento. 
Outro momento de Lula em 1989 foi acompanhado por Douglas Mansur: o futuro candidato e o cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, encontraram-se na Igreja São Domingos, no bairro de Perdizes. "Eles conversavam muito. Dom Paulo tinha um respeito muito grande pelo Lula", lembra Douglas, que conhecia muito bem o universo da religião. "Como fui diácono, seminarista, mesmo antes de ser repórter-fotográfico eu acompanhava Dom Paulo, ia nas pastorais, na Casa de Detenção..."
Ele entrou definitivamente para a fotografia em 1987, ao sair da Igreja, mas sempre gostou de tirar imagens. Tinha registro profissional e era sindicalizado desde 1984. Especializou-se em acompanhar movimentos sociais – onde há uma atividade, certamente Douglas estará lá. Ele fez, inclusive, uma mestrado cujo tema era a importância da fotografia na documentação desses movimentos, tendo como objeto de pesquisa os trabalhadores sem-terra do Brasil e do Paraguai. Nascido em Timburi, no interior, e com título de cidadão paulistano, vê a imagem como "um instrumento pedagógico". 
"Grudando" em Lula
Pelo jornal O Estado de S. Paulo, Luludi havia acompanhado Lula em uma das Caravanas da Cidadania, realizada em 1994. Fotografou o candidato em cima de um ônibus, no interior do Ceará. A outra imagem que faz parte do leilão é de janeiro de 2002, quando ela já trabalhava para a revista Época e o diretor de redação, Paulo Moreira Leite, imaginou uma pauta para aquele ano eleitoral.
Segundo Luludi, era para "grudar" nos candidatos. Ele (PML) queria fotos de intimidade", conta a fotógrafa, que "grudou" no petista. E fez uma imagem de Lula preparando um coelho, no sítio Los Fubangos, em São Bernardo, às margens da represa Billings. O único que realmente pertence à família, como observa a profissional. O avental usado pelo presidente, que acabou virando presente, adquirido na Fundação Casa de Jorge Amado, em Salvador, foi levado pela própria Luludi, para quem Lula, que conhecia desde 1989, sempre foi tranquilo em relação a fotografias. Ele só se aborrecia, conta, "se o fotógrafo quisesse dirigir ele".  
No caso de Eliária Andrade, 31 anos de profissão, a sorte ajudou um pouco. Em 21 de março de 2011, Lula recebeu uma premiação no Clube Sírio Libanês, e participava de um jantar. A cerimônia oficial terminou depois das 23h. "Como já estava tarde para o fechamento, e o local reservado para imprensa era a galeria superior e sem iluminação, todos resolveram sair para transmitir (as fotos)", lembra a fotógrafa, que trabalhava para O Globo. Como o jornal fechava mais cedo e o notebook já estava aberto, ela decidiu permanecer ali mesmo.
"Quando eu estava acabando de transmitir as fotos, entram algumas pessoas dançando e em volta do Lula, e na sequência colocam o turbante nele", conta Eliária. "Era quase meia-noite e eu já havia recebido uma mensagem que o jornal estava fechado. Como achei a foto interessante, liguei para o jornal, que já estava rodando. Eles cancelaram a foto anterior e colocaram esta na capa", acrescenta a fotógrafa, que com essa imagem inusitada acabou fazendo com que sua publicação "furasse" as concorrentes.
Em 7 de abril de 2018, o acaso acabou propiciando a Paulo Pinto, então no Imagens Públicas, outra fotografia histórica, embora ele lamente o desfecho daquele dia. Começando no jornal gaúcho A Plateia, com cinco anos de Diário Popular e 17 de Estadão, coberturas de Copa do Mundo e Olimpíadas e inúmeros acontecimentos políticos no Brasil, ele já sabia que tinha feito uma imagem histórica. "Essa foto só vai ser superada quando ele sair (da prisão).  Espero estar junto."