terça-feira, 12 de março de 2019

Presos PM e ex-PM acusados de serem os assassinos de Marielle; um deles mora no condomínio de Bolsonaro


Marianna Cartaxo / @midianinj
Foram presos na manhã desta terça no Rio os dois suspeitos de serem os assassinos de Marielle Franco e Anderson Gomes: o policial militar reformado Ronnie Lessa é acusado de ter feito os disparos e o ex-militar Élcio Vieira de Queiroz é acusado de dirigir o carro que perseguiu Marielle; Lessa mora no mesmo condomínio de Bolsonaro.
247 - A Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro prendeu na manhã desta terça-feira (12) os dois suspeitos de serem os assassinos de Marielle Franco e Anderson Gomes: o policial militar reformado Ronnie Lessa é acusado de ter feito os disparos e o ex-militar Élcio Vieira de Queiroz é acusado de dirigir o carro que perseguiu Marielle. Eles foram presos por ordem do juiz-substituto do 4º Tribunal do Júri Guilherme Schilling Pollo Duarte, após denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do MPRJ. Lessa, acusado de ser o assassino, mora no mesmo condomínio de Bolsonaro.
A reportagem do jornal O Globo destaca: "temido pelos próprios colegas, mesmo depois de aposentar a farda, e exímio atirador, principalmente no manejo de fuzis, Lessa foi vítima de uma tocaia em 28 de abril, um mês depois da morte de Marielle. Há a suspeita de que alguém tentou matá-lo como queima de arquivo. O sargento é o principal alvo da primeira operação conjunta da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital e do Gaeco para prender os envolvidos na morte da vereadora. As circunstâncias do crime ainda não foram apuradas, assim como ainda não se sabe quem foi o mandante da execução."
Segundo o jornal, "na manhã desta terça-feira, os investigadores foram à casa de Lessa, no condomínio de Vivendas da Barra, na Avenida Lúcio Costa, 3.100, por coincidência, o mesmo do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). Não há, porém, nenhuma ligação, a não ser o fato de serem vizinhos. O PM mora num condomínio em frente ao mar, com seguranças na portaria. Boa parte das casas tem piscina e quintal." 
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) disse que, apesar das duas prisões, o caso "não está resolvido". Amigo de longa data, ex-chefe e correligionário de Marielle, Freixo questionou: "A mando de quem?". "São prisões importantes, são tardias. É inaceitável que a gente demore um ano para ter alguma resposta. Então, evidente que isso vai ser visto com calma, mas a gente acha um passo decisivo. Mas o caso não está resolvido. Ele tem um primeiro passo de saber quem executou. Mas a gente não aceita a versão de ódio ou de motivação passional dessas pessoas que sequer sabiam quem era Marielle direito", disse, em entrevista ao G1

Caixa amplia consignado para até 120 vezes


A ampliação do prazo é uma das novidades trazidas pela atualização do contrato com a Prefeitura de Apucarana, cujo convênio foi renovado nesta segunda-feira (Foto: Profeta)
A partir de agora, servidores efetivos da Prefeitura de Apucarana e de suas autarquias podem contratar empréstimo consignado com a Caixa Econômica Federal (CEF) com até 120 meses para quitação. O prazo máximo até então era de 72 parcelas. O “consignado” é a modalidade de empréstimo onde as prestações são descontadas mês a mês direto da folha salarial do funcionário e, devido ao baixo risco de inadimplência, oferece taxas de juros mais atrativas.
A ampliação do prazo é uma das novidades da atualização do contrato, cujo convênio foi renovado nesta segunda-feira (11/03), em agenda no gabinete municipal, com assinatura do prefeito Júnior da Femac e do gerente-geral da agência Apucarana, Paulo Sérgio Talevi. “O empréstimo consignado é uma linha de crédito muito interessante, sobretudo, pelos juros baixos. A administração municipal está atenta às necessidades dos servidores, estabelecendo parcerias, como estas com a Caixa Econômica, visando abrir vários leques de oportunidades para que, quando precisar contratar, o servidor tenha diversas opções à escolha e possa optar pela mais atrativa”, pontuou o prefeito Júnior da Femac.
O gerente-geral Paulo Sérgio Talevi disse que a atualização do contrato faz parte da política do banco de estar alinhada com o mercado. “A Caixa busca sempre oferecer o melhor aos seus clientes. O mercado é dinâmico e precisamos estar sempre atentos a isto”, disse Talevi, explicando que a ampliação do prazo máximo de parcelamento, de 72 para 120 vezes, atende também a empréstimos já celebrados. “O servidor que desejar pode realizar uma renegociação do contrato, podendo assim diminuir o valor da parcela atual ou pegar mais dinheiro e ampliar o número de prestações”, exemplificou o gerente, que esteve acompanhado do gerente de relacionamento, Ronni Aparecido Fernandes de Oliveira. Quanto aos servidores comissionados, Talevi disse que as regras permanecem as mesmas. “Os comissionados poderão contratar empréstimo consignado apenas até o prazo de 31 de dezembro de 2020, quando encerra o atual mandato do Executivo Municipal”, lembrou.
Testemunhando a renovação do contrato, a secretária Municipal da Fazenda, Sueli Pereira frisou as parcerias estabelecidas pela prefeitura visam abrir canais seguros para o servidor contratar um empréstimo consignado. “A Caixa Econômica, assim como outras instituições conveniadas com a prefeitura, é uma instituição de confiança, o que oferece ao servidor total segurança, evitando que caia em golpes ou tenha outros problemas com empréstimos feitos em outras linhas, que oferecem juros bem mais altos”, comentou a secretária.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Apucarana (Sindspa), André Joaquina, também assinou o contrato como testemunha e destacou a ampliação do prazo de pagamento. “Muitas vezes o servidor tem um sonho, de comprar um carro, uma casa, mas devido ao prazo e valor da parcela que até então estava em prática, não consegue. A ampliação para até 120 meses abre uma nova opção para esse servidor, que poderá contratar um volume maior de recursos e também terá mais tempo para saldar o investimento”, analisa Joaquina, que esteve acompanhado do servidor Éder Rosseti, presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes da Autarquia Municipal de Saúde (AMS).


Prefeitura amplia serviços de manutenção e reparo geral nos prédios da Saúde


Prefeito Junior da Femac anunciou um reforço nas equipes de servidores responsáveis pelo trabalho (Fotos – Profeta)
Em mais uma medida para prestar um melhor atendimento à população e proporcionar ambiente adequado para o funcionário trabalhar, a prefeitura de Apucarana amplia a partir desta segunda-feira (11) o serviço de manutenção e reparo geral nos prédios da rede municipal de saúde, incluindo as 34 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e postos de apoio. Os detalhes dessa nova dinâmica foram definidos na manhã desta segunda-feira, a partir de uma reunião do prefeito Junior da Femac com os servidores que serão responsáveis por este trabalho.
Os reparos e manutenção nos prédios da saúde que então era feito por uma equipe agora passa a contar com mais 3 equipes, sempre de duas pessoas. Cada uma ficou responsável por determinado número de prédios, recebendo um veículo exclusivo para o serviço, bem como garantia de equipamentos e material para realizar todos os tipos de serviços necessários.
As quatro equipes, subornidadas ao setor de engenharia da Autarquia Municipal de Saúde, passam a contar um almoxarifado exclusivo. “Além da área clínica da saúde que sempre mereceu uma atenção especial da gestão Beto Preto, agora vamos avançar na parte da infraestrutura dos prédios da saúde, em especial das unidades de saúde, dando condições de trabalho para nossos profissionais e um local adequado para receber os pacientes”, disse Junior da Femac.
As quatro equipes vão atender os prédios das 34 UBSs, bem como os demais prédios da saúde, como o da Autarquia Municipal de Saúde, NATTA, UPA, Centros de Especialidades Odontológicas, CAPS AD e CAPS I, Vigilância Sanitária, Casa de Gestante, Centro Infantil e Farmácia Central. Cabe a essas duplas de servidores percorrer os respectivos prédios que lhes foram determinados e cuidar da manutenção e pequenos reparos, como troca de luz queimada, problemas com calhas, goteiras, troca de tomada, porta emperrada, janela com dificuldade para fechar, vidro quebrado, pequenas pinturas, reparos nos pisos, entre outros tantos serviços.
“As UBSs são um espaço de resolução na saúde e é preciso dar condições para que isso seja feito. É preciso avançar na parte estrutura física e uma delas é a manutenção”, observou Junior da Femac.
A reunião no gabinete do prefeito Junior da Femac contou com a participação do secretário de Gestão Pública, Nicolai Cernescu; do vice-presidente da AMS, Emídio Bachiega; do superintendente da Atenção Básica da AMS, Marcelo Viana de Castro; e da engenheira da AMS, Ana Karine Alves Vieira.
Quatro UBSs em construção
Estão em construção quatro novas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em Apucarana, a do Orestes Marquito, no Jardim Marissol; a Elayne Mazur, no Jardim Interlagos; e as dos residenciais Fariz Gebrin e Solo Sagrado. Obras de reforma em outras 10 UBSs estão em processo de licitação.
Somando as reformas e construção de novos prédios, Apucarana registra na administração de Beto Preto e Junior da Femac o maior volume de obras de saúde da sua história. Desde a primeira gestão, iniciada em 2013, já foram construídas duas UBS, a Eunice Penharbel, do Residencial Sumatra, e a Emília Cretuchi, no Parque Bela Vista.


Escola Nipo-Brasileira ganha salão multiuso


Prefeito Junior da Femac, ao lado do cônsul do Japão no Paraná, Hajime Kimura, prestigiou o evento (Fotos – Profeta)
A Escola Nipo-Brasileira de Apucarana inaugurou no último sábado (9), seu novo salão multiuso. A solenidade contou com a presença do prefeito de Apucarana, Junior da Femac, e do cônsul-geral do Japão no Paraná, Hajime Kimura.
A obra, de 438,45 metros quadrados anexa à unidade, foi custeada com recursos obtidos junto ao governo japonês.
Iniciada em fevereiro do ano passado, a obra ocupa espaço das antigas salas de aula da escola, que eram de madeira e foram demolidas após terem a estrutura condenada.
O governo japonês doou R$ 280 mil, que custeou boa parte do projeto. A obra inclui um salão de 375,69 metros quadrados, banheiros masculino e feminino, hall de entrada e jardins.
Fundada em 1948 e localizada na Rua São Jerônimo, a escola foi criada como uma extensão da Associação Cultural e Esportiva de Apucarana (ACEA) e atua na divulgação da cultura japonesa.
Segundo a coordenadora da escola, professora Akemi Tanaka, com a construção do espaço, a entidade poderá ampliar suas atividades. Atualmente, a escola oferece apenas aulas de japonês, coral, aulas de culinária, técnicas de origami e caligrafia japonesa para cerca de 50 alunos de várias idades, incluindo não descendentes de japoneses que formam 30% do público atendido pela entidade.
“Com o novo salão, poderemos ampliar as atividades com aulas de dança, artes marciais, ikebana, origami, além de encontros da terceira idade e outros eventos para comunidade em geral”, destaca.
O presidente do conselho deliberativo da Acea, Satio Kayukawa, destaca que os recursos foram uma conquista da escola. “Somos muito gratos pela ajuda do Governo do Japão, que reconhece o trabalho que mantemos em Apucarana e região, para valorizar as tradições e cultura japonesa”, ressaltou.
O prefeito Junior da Femac disse que Apucarana fica honrada, no ano em que completa 75 anos de emancipação, ao receber este maravilhoso espaço cultural. “Estamos celebrando mais uma parceria com o Governo do Japão, levando em consideração que Apucarana mantém uma das maiores colônias japonesas no Paraná”, enalteceu o prefeito, saudando o Cônsul Hajime Kimura.
Para Junior da Femac, a obra representa um grandioso presente para a colônia nipo-brasileira, cujos pioneiros, como Kishitaru Kayukawa, aportaram em Apucarana na década de 30.



segunda-feira, 11 de março de 2019

Vereador quer cassar título de Cidadão Honorário de Apucarana concedido a Beto Richa



O vereador Edson da Costa Freitas – o professor Edson (PPS) ocupou a tribuna da Câmara durante a sessão ordinária realizada nesta segunda-feira (11) para falar que quer a revogação da Lei nº 092/2010 que concedeu Título de Cidadão Honorário de Apucarana ao ex-governador Beto Richa. Segundo o vereador a proposta de sua autoria ainda virá para votação dos vereadores.
Para justificar a cassação da honraria, o professor Edson listou supostos crimes cometidos por Beto Richa. “Sabemos que ele trouxe incentivos e melhorias para a nossa cidade, porém hoje ele é denunciado pelo Ministério Público por inúmeros crimes; citado em investigação por suposta propina recebida da Odebrecht, por cobrança de propina por agentes da Receita Estadual na Operação Publicano, pagamento e não construção de escolas estaduais, mais uma vez: pagamento e não construção de escolas estaduais e crimes ambientais, Operação Quadro Negro e outros”, justificou o vereador.
“Vejo também diante de inúmeros pedidos, principalmente da minha classe, os professores, que o ex-governador não merece mais compor o quadro de cidadãos honorários da nossa cidade podendo até trazer certa depreciação a este título. Por esta razão peço quando tivermos o projeto em nossas mãos, podemos votar favorável ao mesmo”, finalizou o vereador. (Confira aqui no minuto 20:35 o pronunciamento do vereador).

Honraria
Beto Richa se tornou Cidadão Honorário de Apucarana por força da Lei nº 092/2010, originária da proposta apresentada pelo vereador Alcides Ramos Junior (DEM), presidente da Câmara à época, assinada em conjunto com os vereadores Mauro Bertoli (PTB) e Luiz Brentan (PSDB) e, aprovada por unanimidade dos vereadores.

Arquivo Jornal Correio do Vale

A sessão solene de entrega do Título aconteceu em 07 de julho de 2011 e foi bastante concorrida.
Para o vereador Alcides Ramos, o título de cidadão honorário representou uma homenagem ao trabalho e à dedicação de Beto Richa para com o município de Apucarana. “Entregamos ao governador uma nova certidão de nascimento, que assim passa a ser um cidadão da nossa terra. É com grande honra que o recebemos”, disse o presidente da Casa.
Já o prefeito João Carlos Oliveira afirmou ser um orgulho ter Beto Richa como um irmão. “Quero trabalhar junto com o governador para poder mudar a realidade desse município”. Apucarana é considerada uma das principais cidades do Estado, com população de 120 mil habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de R$1,3 bilhão.
Vereadores eleitos em 2008 para legislatura 2009/2012:
Marquinho É o Bicho (PTC)
Telma Reis (PMDB)
Carmelo (PR)
Mauro Bertoli (PTB)
Lucimar Scarpeline (PP)
Brentan da Rádio  (PSDB)
Junior da Femac (PDT)
Deco (PR)
Alcides Ramos (DEM)
Valdir Frias (PTB)
Val (PSC)


OAB e entidades de imprensa criticam ataque de Bolsonaro a jornalista


Site de apoiadores do presidente fez nova ofensiva nesta segunda com divulgação de postagem falsa

OAB e entidades de imprensa criticam ataque de Bolsonaro a jornalista
 Marcos Corrêa/PR

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Entidades repudiaram o ataque feito no domingo (10) pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) contra uma repórter do jornal O Estado de S. Paulo com base no relato deturpado de uma conversa.
A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) divulgaram nota na qual dizem que "quando um governante mobiliza parte significativa da população para agredir jornalistas e veículos, abala um dos pilares da democracia, a existência de uma imprensa livre e crítica".
Em sua conta oficial no Twitter, Bolsonaro publicou que a jornalista Constança Rezende disse "querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro" e divulgou um áudio dela com uma pessoa não identificada. A transcrição da gravação não coincide com a interpretação que o presidente faz das falas.
A gravação havia sido publicada pelo site Terça Livre, alimentado por apoiadores de Bolsonaro e que, nesta segunda (11), fez novo ataque à jornalista com a divulgação de uma postagem falsa.
Em nota, a Abraji e a OAB afirmam que a publicação feita pelo presidente é uma tentativa de intimidação.
Isso mostra não apenas descompromisso com a veracidade dos fatos, o que em si já seria grave, mas também o uso de sua posição de poder para tentar intimidar veículos de mídia e jornalistas, uma atitude incompatível com seu discurso de defesa da liberdade de expressão", afirmam.
A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) disse em nota repelir "com indignação" as ameaças à jornalista e que as considera "grave ofensa ao livre exercício profissional, à liberdade de imprensa e à própria democracia".
"A ABI volta a lembrar ao Supremo Mandatário que a liturgia do cargo que ocupa exige equilíbrio, serenidade, linguagem moderada e altivez", afirma o comunicado assinado pelo presidente da associação, Domingos Meirelles.
Em nota assinada pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádios e Televisão (Abert), Associação Nacional de Editores de Revista (Aner) e Associação Nacional de Jornais (ANJ), as entidades lamentam que "o presidente da República reproduza pelas redes sociais informações deturpadas e deliberadamente distorcidas com o sentido de intimidar a jornalista e a liberdade de expressão".
"Os ataques à repórter têm o objetivo de desqualificar o trabalho jornalístico, fundamental para os cidadãos e a própria democracia", afirmam.
Na gravação divulgada por Bolsonaro, a repórter fala em inglês sobre o caso de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro que recebia dinheiro de outros assessores. No trecho divulgado pelo presidente, ela diz que o caso "pode arruinar Bolsonaro".
Em texto sobre o episódio, O Estado de S. Paulo disse que a jornalista "não fala em 'intenção' de arruinar o governo". "A repórter avalia que 'o caso pode comprometer' e que 'está arruinando Bolsonaro', mas não relaciona seu trabalho a nenhuma intenção nesse sentido."
A interpretação deturpada da conversa foi inicialmente publicada pelo site Terça Livre.
Nesta segunda-feira, o site voltou a atacar a mesma jornalista em uma live no Twitter. Allan dos Santos, que apresenta o vídeo, exibe um tuíte falso atribuído a Constança Rezende. A conta verificada da repórter na plataforma tem outro endereço -e a mostrada na live está suspensa da plataforma.
A postagem atribuída indevidamente à repórter dizia que "o Brasil virou uma ditadura" e que "morte como a da Marielle deixou bem claro isto".
A divulgação foi feita por Allan após ele afirmar que havia pessoas acusando problemas de tradução dos áudios. "Vamos ver de quem nós estamos falando. Nós estamos falando dessa jornalista aqui", afirmou, ao exibir o tuíte. A reportagem não obteve resposta dele até a publicação deste texto.
O site francês Mediapart afirmou na tarde desta segunda-feira que o autor do texto sobre Constança publicado em um blog da plataforma usou informações falsas.
Fonte: Notícias ao Minuto

Gleisi presta solidariedade aos jornalistas que foram atacados por Bolsonaro


A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, prestou solidariedade aos jornalistas que foram os mais novos alvos da ira de Bolsonaro, que agrediu verbalmente os profissionais baseando-se em fake news; "Solidariedade aos jornalistas Constança Resende e Chico Otávio e a todos aqueles que são vítimas das fake news e dos ataques dessa família miliciana", disse Gleisi.
247 - A presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, usou sua conta no Twitter para prestar solidariedade aos jornalistas que foram os mais novos alvos da ira de Bolsonaro. "Solidariedade aos jornalistas Constança Resende e Chico Otávio e a todos aqueles que são vítimas das fake news e dos ataques dessa família miliciana", disse Gleisi. 
Solidariedade aos jornalistas Constança Resende e Chico Otávio e a todos aqueles que são vítimas das fake news e dos ataques dessa família miliciana https://t.co/NOT3FrsGUZ


Entenda o caso: 
Cercado por todos os lados, desde a desarticulação política de seu governo até a denúncia de desvio de fundo partidário que sangra seu partido, Jair Bolsonaro volta a fazer uso de fake news para atacar a imprensa. No Twitter, Bolsonaro replicou a nota do site 'Terça Livre' (pró-governo) que atribuiu à jornalista Constança Resende a intenção de "arruinar Flávio Bolsonaro e o governo", supostamente vazada a um jornalista francês. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a frase jamais foi dita. Leia mais aqui


Assessora de Flávio Bolsonaro repassou ao marido 60% da verba eleitoral


Derrotada em 2018, Elisangela Freitas foi nomeada por senador e administra página pró-governo

Assessora de Flávio Bolsonaro repassou ao marido 60% da verba eleitoral
 Marcos Brandão/Agência Senado

DANIEL CARVALHO - BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A jornalista Elisangela Machado dos Santos de Freitas, que disputou uma vaga na Câmara dos Deputados como Elisa Robson (PRP-DF) no ano passado e não se elegeu, destinou mais que a metade dos recursos que recebeu do fundo eleitoral ao próprio marido.
Administradora do perfil República de Curitiba, página simpática a Jair Bolsonaro, a jornalista agora foi contratada para trabalhar no gabinete de um dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), como ela mesma divulgou na quinta-feira (7) no Facebook.
Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Elisa, que se apresentava nas redes como "a federal do Bolsonaro no DF", recebeu R$ 25 mil do fundo criado para financiar campanhas políticas e sua maior despesa, R$ 14,9 mil (59% do total), foi com o próprio marido, o engenheiro Ronaldo Robson de Freitas. A candidata obteve 11.638 votos (0,81% dos votos válidos).
Pela declaração que consta na Justiça eleitoral, o analista da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) recebeu R$ 10 mil para "serviços de coordenação de campanha eleitoral", R$ 4 mil para "locação de equipamento para gravação de vídeo" e outros R$ 900 para "serviço de divulgação de campanha".
O contrato de R$ 10.900, firmado entre Elisa e Ronaldo em 26 de agosto do ano passado, indica que ele ficaria responsável "pela gestão de pessoas e de material de campanha, bem como monitoramento da divulgação do nome da candidata em ambiente virtual" de 16 de agosto a 7 de outubro.
Com data de 9 de setembro, Ronaldo emitiu um recibo de R$ 900 pelo trabalho de "monitoramento das redes sociais". Em 5 de outubro, foi assinado um outro recibo, de R$ 10 mil, por "coordenação de campanha". Os dois serviços, segundo os recibos, foram concluídos dois dias antes da data estipulada no contrato, no dia 5 de outubro. Também no dia 9 de setembro, Ronaldo assinou documento em que diz ter recebido R$ 4 mil pela "locação de equipamentos para gravação de vídeos".
Ronaldo é engenheiro mecânico com mestrado em Ética e Gestão, segundo seu perfil na página da Embrapa, onde trabalha desde 2007. É analista na área de Patrimônio e Suprimentos da Secretaria-Geral.
A Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, informou que, durante a campanha eleitoral, Ronaldo gozou de duas licenças médicas.
"No período de julho a outubro de 2018 foram registradas duas ausências por motivo de saúde: uma entre 13 e 17 de agosto e outra entre 3 e 5 de outubro, ambas por meio de atestado médico", informou a empresa em nota.
Procurado pela Folha de S.Paulo na sexta-feira (8), Ronaldo respondeu a apenas uma pergunta da reportagem sobre os serviços que prestou.
"Estão todos discriminados e apresentados à Justiça eleitoral bem detalhadamente. Você pode pegar os documentos e montar uma matéria e colocar onde você entender que seja melhor veiculado", disse o engenheiro antes de encerrar a ligação.
A reportagem procurou também Elisa, que informou apenas que já havia se manifestado nas redes sociais.
Em seu perfil no Facebook -a mesma em que informou, no dia anterior, ter começado a trabalhar com Flávio Bolsonaro-, a jornalista escreveu que a Folha de S.Paulo havia procurado o marido dela para saber como ele participara da campanha.
"Explico: meu esposo gerenciou todo o trabalho que foi feito de comunicação nas redes sociais", afirmou na postagem.
"Ele administrou as informações, os posts patrocinados, a produção de pequenos vídeos e os poucos recursos financeiros que precisaram ser gerenciados (com gasto total de R$ 30 mil. Inclusive, nossa família de 5 pessoas está sem carro até o hoje porque decidimos dar prioridade financeira para a minha campanha na época)", publicou a candidata derrotada.
"Graças ao seu trabalho feito com esmero, clareza e responsabilidade encerrei as eleições (mesmo sem nenhuma experiência em corrida eleitoral) com zero de dívida de campanha e sem dever nada a ninguém. Todas estas informações estão abertas e disponíveis no TSE para qualquer cidadão interessado. Portanto, qualquer tentativa de manipulação das informações prestadas será imediatamente desmascarada e respondida em público", encerrou.
A reportagem voltou a procurar Elisa no mesmo dia, desta vez por mensagem de Whatsapp, apresentando perguntas que não puderam ser feitas por telefone, pois a ex-candidata encerrou a ligação.
Foi questionado se o marido dela havia tirado licença da Embrapa durante a campanha.
A reportagem também perguntou o que ela tinha a dizer diante da manifestação da Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal pela desaprovação das contas dela e do pedido para que fosse determinada pela Justiça a devolução aos cofres públicos de R$ 1.520, que ela havia doado ao candidato a deputado estadual Edmilson Serafim Bezerra (PSL-GO), argumentando que a transação se reverteu em favor de sua própria campanha.
O Ministério Público considerou a argumentação da então candidata "genérica" e "abstrata" e disse que pelo fato de o candidato de Goiás "concorrer a cargo eletivo diverso, por outro partido político, em unidade federativa distinta fazem crer que a prestadora de contas [Elisa Robson] não obteve qualquer proveito político-eleitoral com a transferência questionada".
A Procuradoria diz ainda que "houve grave infringência" às regras de distribuição dos valores do fundo eleitoral e que ignorar isso seria justificar "eventuais procedimentos fraudulentos na aplicação de recursos públicos como são os oriundos do FEFC [Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o fundo eleitoral], solapando-se, ainda, o elevado sentido da instituição da cota feminina no ambiente político-eleitoral brasileiro".
Por fim, a Folha de S.Paulo perguntou se o fato de Elisa ser administradora da página República de Curitiba havia sido levado em consideração para sua contratação no gabinete de Flávio.
Elisa não havia respondido até este domingo (10).
Segundo informações do Senado, a jornalista foi contratada por Flávio como auxiliar parlamentar plena, cargo que tem como salário base R$ 8,6 mil.
A reportagem também procurou, na tarde de sexta-feira, a assessoria de imprensa de Flávio Bolsonaro, questionando a função que Elisa exerceria no gabinete, qual o critério para a contratação e se havia sido levado em consideração o fato de a jornalista ser administradora de uma página pró-Bolsonaro.
A assessoria solicitou mais tempo para responder, alegando que não estava conseguindo contato com o senador.
No sábado, o gabinete divulgou nota em que afirma que "Elisa Robson deu todas as explicações em seu post na rede social".
Confrontados com o argumento de que as perguntas encaminhadas eram sobre a contratação e não sobre a campanha, tema da publicação de Elisa no Facebook, os assessores informaram não ter mais nada a falar sobre a questão.
Elisa Robson costuma postar vídeos e fazer transmissões ao vivo pelo Facebook no perfil "República de Curitiba". Ela ficou popular nas redes por um protesto que fez em agosto do ano passado em frente ao prédio da ONU (Organizações das Nações Unidas) em Brasília.
Ela chama a organização de "bunker do socialismo" e diz que é preciso "demitir a ONU do governo brasileiro".
"Temos que tomar uma atitude e temos que demitir a ONU do governo brasileiro. Chega desta influência nefasta que ela tem tido sobre nosso governo, sobre o nosso país há mais de 30 anos, patrocinando os governos socialistas desde Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer", diz ela cortando um papel com uma tesoura diante do prédio.
Fonte: Notícias ao Minuto

Após polêmicas, governo escala militar para coordenar redes sociais


Nome sugerido por Santos Cruz, coronel Didio Pereira de Campos reforça estrutura de comunicação para evitar novas crises como as criadas pelo presidente

Após polêmicas, governo escala militar para coordenar redes sociais

GUSTAVO URIBE - BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em uma tentativa de evitar novas crises nas redes sociais, o governo do presidente Jair Bolsonaro escalou um militar para coordenar a estrutura de mídias digitais e reforçar a comunicação oficial do Palácio do Planalto.

Ex-chefe da assessoria de imprensa do Exército, o coronel Didio Pereira de Campos comandará uma nova estrutura chamada Comunicação Global, que ficará responsável pelo monitoramento das redes sociais, publicidade oficial e criação de conteúdo.
Com a sua chegada, a gestão das mídias digitais, que estava subordinada à secretaria de imprensa, passa a ser controlada pela nova estrutura, assim como a área de publicidade, que estava sem um gestor específico desde o início do governo.
A indicação foi feita pela equipe do ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Santos Cruz, e ocorreu após um diagnóstico da equipe do presidente, sobretudo do núcleo militar, de que a comunicação oficial precisava ser melhorada diante das últimas polêmicas
Na semana passada, Bolsonaro compartilhou vídeo, filmado durante o Carnaval, no qual um homem introduz um dedo no próprio ânus e recebe jato de urina na nuca. Neste domingo (10), ele divulgou relato deturpado contra uma repórter.
Os dois episódios causaram polêmica e foram criticados, em caráter reservado, por assessores presidenciais, para os quais Bolsonaro não deveria gastar seu capital político com assuntos menores no momento em que o foco do Palácio do Planalto é a aprovação da reforma previdenciária.
Eles avaliam, contudo, que o temperamento do presidente é "irrefreável", como definiu um auxiliar palaciano, e que, apesar dele já ter sido recomendado a diminuir o tom nas redes sociais, dificilmente mudará a postura, sobretudo ao ter o filho Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) como uma espécie de consultor em redes sociais.
O coronel é descrito como um militar de perfil moderado e técnico. Apesar de sua entrada na equipe de comunicação, a estrutura geral continuará a ser chefiada por Floriano Amorim, indicado pelo posto por Carlos, que blindou as contas oficiais do pai.
O episódio da semana passada, do vídeo obsceno, foi detectado pelo monitoramento do Palácio do Planalto como desencadeador de desmobilização de apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais.
Além do reforço na comunicação social, o Palácio do Planalto busca um profissional experiente que oriente Bolsonaro nas declarações públicas. A equipe do presidente já começou a procurar uma pessoa que se encaixe nesse perfil de conselheiro, mas tem encontrado dificuldades diante da limitação salarial dos cargos disponíveis pelo governo.
O entorno de Bolsonaro é entusiasta do nome do jornalista Alexandre Garcia, que deixou a Rede Globo no final do ano passado e ocupou o cargo de porta-voz na gestão de João Figueiredo (1979-1985), durante a ditadura militar. Ele, contudo, já sinalizou que não pretende fazer parte do governo.
Fonte: Noticias ao Minuto


Reinaldo sobre a conta de R$ 400 mil no Einstein: “Em 2011 Bolsonaro queria Lula no SUS”


Dir.: em cima (Marcos Corrêa - PR)
O jornalista Reinaldo Azevedo critica em seu blog os gastos de R$ 400 mil do presidente Jair Bolsonaro no hospital Albert Einstein (SP); ele recorda em, em 2011, ao comentar sobre o câncer na laringe do ex-presidente Lula, o então "deputado não expressou solidariedade nenhuma e ainda esculhambou Lula, afirmando que ele deveria se tratar no SUS, não no Sírio-Libanês"
247 - O jornalista Reinaldo Azevedo critica em seu blog os gastos de R$ 400 mil do presidente Jair Bolsonaro no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
"E assim será porque os médicos decidiram não cobrar honorários. Ou seria muito mais. Não se sabe ainda quem ressarciu ou vai ressarcir as despesas da primeira internação, quando ele era apenas deputado e candidato. A conta de agora será paga pela Presidência da República. Valer dizer: por nós!", disse.
"Em 2011, parlamentares dos mais variados matizes se solidarizaram com o então já ex-presidente Lula pelo câncer na laringe. Não houve, quase, exceção na expressão do desejo de que o petista se recuperasse. Eu disse 'quase'. Houve, sim, uma exceção: Jair Bolsonaro. Ouvido a respeito, o então deputado não expressou solidariedade nenhuma e ainda esculhambou Lula, afirmando que ele deveria se tratar no SUS, não no Sírio-Libanês. E olhem que coisa: o petista não gastava dinheiro público para se tratar numa instituição de ponta", acrescentou.
De acordo com o jornalista, "Bolsonaro vive para se desmentir e para ver suas afirmações ser desmoralizadas pelos fatos. Mas não acho isso ruim. Ele falava e falava muita besteira". "A história não tinha como lhe dar razão. Torço para que ponha fim às asneiras. Mas, tudo indica, isso não se dará tão cedo".


Depois de Wyllys, Márcia Tiburi parte para o exílio por ameaça de morte


Depois de Jean Wyllys, agora é a vez de a filósofa e escritora Marcia Tiburi partir para o exílio; desde a campanha ao governo do Rio ela sofre seguidas ameaças de morte; tanto ela quanto Wyllys moravam no Rio, a "capital" das milícias armadas que controlam o crime na cidade, ameaçam pessoas comuns e lideranças e, ao que tudo indica, assassinaram Marielle Franco um ano atrás; a cada dia ficam mais claros os vínculos entre as milícias e o clã Bolsonaro; Tiburi está vivendo em algum lugar do nordeste dos EUA desde dezembro; ela foi acolhida pela organização "Pesquisadores em Risco"
247 - A filósofa e escritora Marcia Tiburi, que foi candidata a governadora do Rio de Janeiro pelo PT no ano passado, deixou o Brasil, após sofrer ameaças. É a segunda liderança da esquerda a deixar o País pelo clima de perseguição e insegurança que se instalou após a eleição do presidente Jair Bolsonaro.
No final de janeiro deste ano, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) abandonou o mandato para o qual foi reeleito e deixou o Brasil após sofrer intensas ameaças de morte, incluindo seus familiares. 
Marcia Tiburi está vivendo em algum lugar do nordeste dos EUA desde dezembro. Ela foi acolhida pela organização "Pesquisadores em Risco", para uma permanência em uma bolsa literária de caráter emergencial.
Em entrevista ao blog Nina Lemos, Marcia contou, "com lágrimas nos olhos, que teve que sair por não se sentir segura, sofrer ameaças de morte e não poder mais ir na esquina. 'Eu amo o meu país, nunca pensei em sair do Brasil na minha vida, é muito triste e difícil ter que sair do meu país por não me sentir segura e não poder fazer mais o meu trabalho.'"
Márcia, que é autora de mais de vinte livros de filosofia e ficção, acaba de lançar "Delírio do poder".
Na nova obra, ela trata justamente da loucura coletiva na era da (des)informação e da necessidade de se valorizar a reflexão em meio aos descaminhos 


Enquanto Bolsonaro reclamava, Carnaval movimentou cerca de R$ 9 bilhões no país


Há alguns anos, toda época de carnaval é a mesma coisa: memes, artigos e vídeos criticando a aplicação de dinheiro público na realização de atividades relacionadas à festa de Momo; e dizendo que esse dinheiro devia ser investido em saúde ou educação; os resultados econômicos do carnaval, no entanto, desmontam o senso comum alimentado por essa ideia; neste ano, o período de festas carnavalescas movimentou cerca de R$ 9 bilhões no país

Rodrigo Gomes (RBA) - Há alguns anos, toda época de carnaval é a mesma coisa: memes, artigos e vídeos criticando a aplicação de dinheiro público na realização de atividades relacionadas à festa de Momo. E dizendo que esse dinheiro devia ser investido em saúde ou educação. Os resultados econômicos do carnaval, no entanto, desmontam o senso comum alimentado por essa ideia. Neste ano, o período de festas carnavalescas movimentou cerca de R$ 9 bilhões no país. Esse dinheiro foi gasto pelos foliões em alimentação, hospedagem, viagem e transporte. O valor é R$ 2,3 bilhões superior ao estimado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Além dos valores gastos, o carnaval também é um período de criação de empregos. A CNC estimou que, para atender ao aumento sazonal de demanda, seriam contratados 23,6 mil trabalhadores temporários entre janeiro e fevereiro de 2019, alta de 23,4% em relação ao carnaval de 2018 (19,1 mil) e o maior contingente de temporários desde 2015 (21,2 mil). Além destes, muitas pessoas vão vender bebidas e lanches nas ruas, produzir adereços e roupas, entre outros trabalhos informais realizados nessa época.
Mas o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), amplamente criticado em blocos de rua e em desfiles de escolas de samba, chegou a postar um vídeo obsceno no Twitter, filmado em um bloco de rua de São Paulo, generalizando e acusando que a cena ocorria no carnaval em todo o país, buscando desmoralizar e criminalizar a festa. Fantasias de laranjas e do cheque R$ 24 mil recebido pela primeira-dama, Michele Bolsonaro, do ex-assessor Fabrício Queiroz foram comuns.
Apenas em São Paulo, a Secretaria de Estado do Turismo estimou em R$ 3 bilhões o impacto positivo do carnaval. No Rio de Janeiro, onde o prefeito da capital, Marcelo Crivella (PRB) reduziu o investimento da prefeitura na festa, o movimento na economia foi de R$ 3,7 bilhões, segundo a RioTur. Os demais estados ainda não apresentaram os resultados, mas as estimativas da CNC eram: Minas Gerais, R$ 615,5 milhões; Bahia, R$ 561,9 milhões; Ceará, R$ 320 milhões; e Pernambuco, R$ 217,6 milhões.
Por outro lado, o gasto das prefeituras com atividades relacionadas ao carnaval é baixo em relação ao resultado econômico. Segundo a SPTuris, o repasse de verba do apoio institucional do Carnaval de São Paulo – que inclui as escolas de samba, bandas, blocos e cordões – foi de R$ 39,7 milhões. O que equivale a aproximadamente 1,2% do que foi movimentado na economia. O valor também é equivalente a apenas 0,5% da verba orçada para a saúde na capital paulista, em 2019. Ou seja, aplicar a verba do carnaval na saúde faria pouca diferença, mas o movimento da economia melhora a arrecadação de tributos que serão aplicados na saúde.
No Rio de Janeiro, Crivella reduziu a verba das escolas de samba de R$ 70 milhões para R$ 30 milhões. E diz que em 2020 não haverá verba pública para o carnaval. Apesar disso, a cidade ainda teve o maior movimento econômico do país por conta da festa, motivado pelos cerca de sete milhões de foliões que participaram das atividades na cidade. Em Olinda (PE), o carnaval contou com investimento público de R$ 6,8 milhões. O resultado foi a criação de 100 mil empregos diretos e indiretos, uma ocupação de 97% da rede hoteleira e uma movimentação financeira de R$ 290 milhões.
Para o coordenador de Projetos da Rede Nossa São Paulo, Américo Sampaio, além de desmentir o senso comum sobre o carnaval, o resultado econômico da festa ainda é um tapa na cara dos que propõem a privatização do espaço público. “O que movimenta a economia e gera riqueza é a utilização pública do espaço público. Quando olhamos para políticas públicas relacionadas ao carnaval se percebe que o que possibilitou isso foi um conjunto de legislações que permitiu o uso real do espaço público. Até a gestão de Gilberto Kassab (PSD), tínhamos uma legislação muito proibitiva. Foi por meio da ruptura dos grupos organizados de rua, que foi absorvido pela gestão Haddad, que levou a isso”, explicou.