"Trump bloqueia "30 bilhões" da Venezuela em
bancos e oferece ajuda "humanitária" de "20 milhões".
Entendeu? Se não, eu desenho!", escreveu o ex-senador Roberto Requião em
seu twitter
247 – "Trump bloqueia "30 bilhões" da
Venezuela em bancos e oferece ajuda "humanitária" de "20
milhões". Entendeu? Se não, eu desenho!", escreveu o ex-senador
Roberto Requião em seu twitter. Leia, abaixo, reportagem da Sputinik sobre a
crise venezuelana:
Enquanto o
Ocidente continua aumentando pressão sobre a Venezuela, há cada vez mais
informações de que a Rússia planeja apoiar o governo venezuelano legítimo e
contribuir para a regularização da situação no país. Após a operação militar
bem-sucedida na Síria, a Rússia vai provar sua capacidade de prestar ajuda
econômica a outro país.
A
colunista Irina Alksnis revelou, em seu artigo especial para a Sputnik, o que
está por trás da decisão da Rússia de prestar ajuda econômica à Venezuela e que
dificuldades Moscou poderia enfrentar.
Recentemente,
o presidente dos EUA Donald Trump avisou os militares venezuelanos de que podem
"perder tudo" se não abandonarem Nicolás Maduro e aceitarem Juan
Guaidó como presidente interino do país.
John
Bolton, conselheiro de Trump para a segurança nacional, declarou, por sua vez,
que o adido militar da Venezuela nas Nações Unidas, coronel Pedro Chirinos,
reconhece Juan Guaidó como presidente interino do país.
Para
Alksnis, os EUA não estão prontos para uma intervenção militar direta,
apostando na pressão das sanções e provocações sob o pretexto de ajuda
humanitária. Entretanto, segundo ela, as autoridades venezuelanas continuam
resistindo a essa pressão e "parece que essa firmeza está ligada, em
grande medida, a Moscou".
Por
exemplo, a chancelaria russa já avisou Washington contra uma intervenção militar
na Venezuela e propôs a Caracas ajuda no que se refere à solução da crise
política interna. Além disso, o Ministério das Finanças da Rússia informou que
Moscou apresentou a Caracas um plano informal para o restabelecimento da
economia nacional. Finalmente, segundo a agência Reuters, a maioria dos
fornecimentos de combustível à Venezuela é proveniente da Rússia (as refinarias
venezuelanas estão em estado bastante catastrófico).
A
agência Bloobmerg, por sua vez, informou que o governo venezuelano ordenou que
os dirigentes de cerca de 50 empresas venezuelanas abram contas bancárias na
Rússia, Turquia, China e Índia e começou a fortalecer os contatos com
fornecedores nesses países para evitar as sanções dos EUA.
Levando em conta todas essas notícias, Alksnis disse que a Venezuela se tornou
uma espécie de "Síria econômica" para a Rússia.
Ela
lembrou que, há três anos e meio, a Rússia lançou a operação militar na Síria,
que pode ser considerada histórica. Com forças militares limitadas e ações
discretas, a Rússia atingiu grandes sucessos.
"Moscou
não apenas mudou o rumo da guerra e salvou o Estado sírio do colapso. Através
dos seus esforços políticos e militares, a Rússia lançou também o processo de
regularização política real no país e a transformação geopolítica na
região", explicou Alksnis.
Para a
analista, Moscou mostrou a todo o mundo do que é capaz e com que os países que
estão sob pressão política e militar do Ocidente podem contar se pedirem ajuda
à Rússia. Essa ajuda representa uma cooperação mutuamente vantajosa e nenhuma
intervenção nos assuntos interno do país.
Entretanto,
segundo Alksnis, o sucesso da Rússia na Síria não se tornou algo
extraordinário, porque todo o mundo entende que a Rússia "sabe como fazer
a guerra" e "sabe como trabalhar no Oriente Médio".
O caso
venezuelano não é tão simples porque são os problemas econômicos os
responsáveis pela atual crise no país. No entanto, segundo a colunista, apesar
de todas as dificuldades, Moscou tem como objetivo salvar a economia
venezuelana e contribuir para a regularização política no país, a despeito das
intenções dos EUA de derrubarem as autoridades venezuelanas.
A
jornalista sublinha que a Rússia nunca foi guru da política econômica, têm sido
o Ocidente e o FMI a lidar com essas questões. Entretanto, desta vez a Rússia
escolheu esse campo.
Embora
ainda não seja evidente se essa tentativa será bem-sucedida e muitos falem que
há pouca possibilidade de êxito, há três anos o mesmo foi dito sobre a operação
militar russa na Síria, que não obstante foi coroada de numerosas vitórias e
êxitos, concluiu a analista.
A tensão
política na Venezuela aumentou desde que, em 23 de janeiro, Juan Guaidó,
presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e líder da oposição, se declarou
presidente interino do país.
Os EUA
e vários países da Europa e América Latina, inclusive o Brasil, reconheceram
Guaidó como chefe de Estado interino do país, enquanto a Rússia, China, Cuba,
Bolívia, Nicarágua, Turquia, México, Irã e muitos outros países manifestaram
apoio a Maduro como presidente legítimo do país e exigiram que outros países
respeitem o princípio de não interferência nos assuntos internos do país
latino-americano.