terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Engenheiros que prestaram serviço à Vale são presos em Minas e em SP


O Ministério Público (MP-SP) e a Polícia Civil do estado cumpriram dois mandados de prisão expedidos pela Justiça Estadual de Minas Gerais contra engenheiros que prestavam serviço para a mineradora Vale e atestaram a segurança da barragem 1 da Mina do Feijão, que se rompeu em Brumadinho (MG), na Grande Belo Horizonte; em Minas, foram cumpridos outros três mandados de prisão. Pelo menos 65 morreram e 279 desaparecidos; as ordens da Justiça são de prisão temporária, com validade de 30 dias
247 - O Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil do estado cumpriram na manhã desta terça-feira (29) dois mandados de prisão expedidos pela Justiça Estadual de Minas Gerais contra engenheiros que prestavam serviço para a mineradora Vale e atestaram a segurança da barragem 1 da Mina do Feijão, que se rompeu na sexta-feira (25) em Brumadinho (MG), na Grande Belo Horizonte. Em Minas, foram cumpridos outros três mandados de prisão. As ordens da Justiça, expedidas no domingo (27), são de prisão temporária, com validade de 30 dias.
Pelo menos 65 morreram e 279 desaparecidos por causa da tragédia. A empresa já teve R$ 12,1 bilhões de bloqueios e multas.
A prisão dos engenheiros André Yassuda e Makoto Namba em São Paulo ocorreu nos bairros de Moema e Vila Mariana, Zona Sul da cidade. 
Em nota, a Vale informou que "está colaborando plenamente com as autoridades". "A Vale permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas", diz a nota divulgada após a prisão dos engenheiros.



segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Gleisi Hoffmann: Um país agredido por mentiras e acuado por milícias


“A família Bolsonaro não consegue explicar depósitos suspeitos em contas correntes, cujas origens e destinações são duvidosas”



Sérgio Moro e Jair Bolsonaro têm muito a explicar ao país. Arautos da moralidade e ferrenhos defensores do combate ao crime e à violência, estão enredados por um governo que começa a ser a tradução linear do que se propuseram a combater.
Os fatos divulgados são pródigos em evidências. A família Bolsonaro não consegue explicar depósitos suspeitos em contas correntes, cujas origens e destinações são duvidosas. Tudo leva a crer num esquema de desvios de contas salariais de funcionários laranjas e transações mal explicadas de imóveis. O resultado foi um aumento patrimonial pouco compatível com a remuneração legal do clã.
Soma-se a isso o esforço de abafar as investigações e o requerimento de foro privilegiado do filho acusado.
Esses fatores já seriam graves por si só. Mas vêm acompanhados da denúncia do envolvimento dos Bolsonaros com as milícias cariocas, com contratação de parentes de chefes do escritório do crime no Rio de Janeiro. Além de homenagens do parlamentar aos milicianos e manifestações formais de apoio à sua atuação. Está neste rol um dos presos pela suspeita dos assassinatos de Marielli e Anderson.
Sérgio Moro, que não encontrou nenhum depósito na conta de Lula, de Marisa ou de seus filhos, que foi Leão nas investigações e acusações contra o PT, que fez shows pirotécnicos na condução coercitiva de Lula e em prisões de filiados do PT, que impediu Lula de ser ministro e depois condenou-o à prisão pra impedi-lo de ser candidato a presidente, está um gatinho com a família Bolsonaro, a quem deve seu posto no governo.
Até agora não emitiu sequer opinião sobre o que acontece. É evasivo nas respostas, faz cara de paisagem, como se nada tivesse com a situação que o rodeia. Abrandou o discurso contra a corrupção e não se colocou contra o fim da Lei de Acesso à Informação, implantada no governo petista, nem contra as tentativas do Banco Central de afrouxar as regras de controle da lavagem de dinheiro e da retirada de parentes de políticos de uma lista de monitoramento, além de limitar a investigação do COAF. Fico imaginando se isso tivesse acontecendo em um governo do PT…
E o crime, como vai enfrentar? Começará pelas milícias já identificadas no Rio de Janeiro? Logo devem aparecer as de São Paulo e outras ramificações. Vai fazer coro com a exaltação de criminosos que resolvem vender serviços matando a esmo? É repugnante a situação.
Agora, começa a ficar clara a real intenção de Bolsonaro para facilitar a posse de armas. Medida apoiada e defendida por Moro. Como se defender desta ação paramilitar que começa a tomar conta do Estado e caminha para a institucionalidade. É muito compreensível a decisão de Jean Willys de ir embora. Recorrer a quem?!
Os dois arautos da moralidade e da segurança, que representando forças e interesses poderosos da economia e das elites brasileiras trouxeram o país a esta situação, têm o dever moral e público de falar sobre os fatos. A história é impiedosa com os que mentem e perseguem.
Gleisi Hoffmann é senadora (PT-PR) e presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores


Fake news invadem as redes para explorar tragédia de Brumadinho


Pelo Whatsapp, grupos bolsonaristas espalham versões mentirosas sobre fatos relacionados com o rompimento da barragem ocorrido em Minas Gerais

Vale não foi reestatizada pelo PT, nem rompimento da barragem foi obra de atentato bolivariano

São Paulo – Em meio à tragédia do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que até o momento deixou 60 mortos e 292 desaparecidos, grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) divulgam mentiras, boatos e notícias falsas – fake news – implicando desde a ex-presidenta Dilma Rousseff, a "agentes bolivarianos com explosivos", passando pelo envio de veterinários, a pedido da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, para cuidar de animais atingidos pela lama, o que também não ocorreu. 
O primeiro boato que começou a circular no submundo das redes sociais desde a última sexta feira (25), quando ocorreu a tragédia, acusa a ex-presidenta Dilma de ter reestatizado a Vale, e que "petistas indicados" comandariam os negócios da empresa. 
Em nota, o PT afirma que o atual presidente da empresa, Fabio Schvartsman, não tem qualquer ligação com o partido, e lembra que a estatal, criada por Getulio Vargas, em 1942, foi privatizada em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), pelo valor de R$ 3,3 bilhões, e que não foi reestatizada durante as gestões petistas.
Para efeito de comparação, a ex-estatal teve R$ 11 bilhões do seu caixa bloqueados temporariamente pela Justiça para eventual pagamento de indenizações aos atingidos em Brumadinho. 
O partido também lembra que, durante as mais de cinco décadas em que a mineradora permaneceu sob controle do Estado brasileiro, "nunca houve desastre ambiental que chegasse perto dos de Mariana e Brumadinho."

Decreto

Outra fake news ressuscitada após o ocorrido em Brumadinho é que Dilma, em 2015, teria "transformado" a tragédia de Mariana, quando o rompimento da barragem da mineradora Samarco – controlada pela Vale e pelo grupo BHP Billiton – matou 19 pessoas, em "desastre natural", supostamente suavizando os impactos da tragédia. O decreto, editado 10 dias depois da lama da mineração devastar o distrito de Bento Rodrigues, serviu na verdade para que as famílias dos atingidos pudessem ter acesso a recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
"A má-fé dos que espalham fake news continua a mil, mesmo diante da tragédia de Brumadinho. Em 2015, assinei decreto que considera natural desastres como rompimento de barragens. Isso foi para permitir àqueles atingidos sacar o FGTS para reconstruir suas vidas", respondeu a ex-presidenta. O boato surgiu naquele ano, sendo desmentido à época pelo site E-Farsas

Atentado

Mas talvez a mais fantasiosa versão sobre o episódio em Brumadinho envolve dois supostos agentes estrangeiros – um cubano e um venezuelano – que teriam causado o rompimento da barragem da Vale com a detonação de explosivos. Os suspeitos teriam sido detidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Minas Gerais, após troca de tiros que teria deixado um morto. 
Atribuídas à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e à própria PRF, as informações teriam sido divulgadas pelo Observatório Direita Brasileira. Os nomes dos supostos perpetradores do atentado, assim como o do observatório, foram inventados, e não constam de nenhuma outra publicação ou documento, senão no texto que circula pelo WhatsApp. 
"Não há qualquer confirmação da Abin das pessoas presas", afirma o site Boatos.org. O texto lembra que uma notícia impactante como essa renderia manifestação oficial do governo brasileiro e da própria Abin. "E não há nada. Nadinha."
A Abin divulgou nesta segunda-feira (28), três dias após a circulação da mentira, uma nota em que afirma a informação é "totalmente inverídica". 

Veterinários

Um perfil falso da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, diz que, a pedido dela, "com olhos cheios de lágrima", "o ministro da Agricultura" teria enviado a Minas Gerais 100 médicos veterinários para auxiliar no tratamento de animais atingidos pela lama da Vale.
Segundo a Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda), são apenas sete veterinários e outros seis bombeiros civis que também são auxiliares veterinários, prestando atendimento aos animais no momento. Cabe lembrar também que é uma ministra, Tereza Cristina, e não um ministro, que ocupa a pasta da Agricultura no atual governo. 
Fonte: RBA



Bombeiros afirmam que equipamentos de Israel não são efetivos para as buscas



Da Folha:
Os equipamentos trazidos de Israel para Brumadinho (MG) “não são efetivos para esse tipo de desastre”, disse o comandante das operações de resgate, o tenente-coronel Eduardo Ângelo.
“O ministro de Israel se pronunciou a respeito das dificuldades que eles tiveram. O imagiador que eles têm pegam corpos quentes, e todos os corpos [na região] são frios. Então esse já é um equipamento ineficiente”.
Indagado sobre que outros equipamentos israelenses podem ser usados nas buscas, o comandante afirmou: “Dos equipamentos que eles trouxeram, nenhum se aplica a esse tipo de desastre”.
O militar reconheceu que o detector de imagens poderia ser eficaz para localização de sobreviventes, pois capta o calor humano. Porém, nenhum sobrevivente foi localizado pelas buscas das últimas 48 horas. “O que faz [constitui] a imagem é a temperatura. Quando a temperatura está homogênea, é como se não houvesse nada no solo”.
Fonte: DCM

Bolívia: Evo Morales vence primárias e concorrerá a eleição presidencial em outubro


Além do atual presidente, o TSE do país confirmou a participação de outros oito candidatos no pleito
Caso vença, Morales chegará ao quarto mandato consecutivo como presidente da Bolívia / Foto: UNIS Vienna

O presidente da Bolívia, Evo Morales, venceu as eleições primárias realizadas neste domingo (27) dentro de seu partido, o Movimento para o Socialismo (MAS, na sigla em espanhol), e concorrerá às eleições presidenciais no país, em outubro.
“Os candidatos Evo Morales e Álvaro García [seu vice] receberam 89,7% dos votos de seu partido, já contabilizadas 77% das atas de votação”, afirmou a presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da Bolívia, María Eugenia Choque, em entrevista coletiva.
Além de Morales, outros oito candidatos de oposição foram confirmados em primárias pelo TSE do país. Entre os mais votados estão o candidato de direita Oscar Ortiz, que obteve 71% dos votos da Frente 21F, e o ex-presidente boliviano Carlos Mesa, que conquistou 81% dos votos de seu partido, Comunidade Cidadã. O candidato indígena Félix Patzi, do Movimento Terceiro Sistema, obteve 67% entre seus correligionários.
Os outros candidatos que participarão das eleições presidenciais bolivianas são Ruth Nina, do Partido Ação Nacional Bolívia, Jaime Paz Zamora, do Partido Democrata Cristão, Virginio Lema, do Movimento Nacionalista Revolucionário, Israel Rodríguez, da Frente para a Vitória, e Víctor Hugo Cárdenas, do partido Unidade Cívica Solidariedade.
Baixa participação entre partidos opositores
O TSE ainda informou que houve um grande percentual de abstenções durante o pleito. Apenas uma média de 5% dos membros dos partidos opositores votaram nas primárias, enquanto, no MAS de Morales, essa participação foi de 35%.
Dessa forma, segundo os dados, a taxa de participação do MAS foi 10 vezes maior que a dos oito partidos opositores juntos, chegando a 350 mil votos. É a primeira vez na história do país que ocorrem primárias.
As eleições presidenciais da Bolívia estão marcadas para ocorrer em outubro de 2019. Caso vença, Morales chegará ao quarto mandato consecutivo como presidente do país.
Fonte: Brasil de Fato

Áudio revela que Aécio nomeou presidente da Vale


Em uma conversa com o empresário Joesley Batista, da JBS, o senador Aécio Neves assume a autoria da indicação de Fabio Schvartsman para a presidência da Vale; "Ele vai ser anunciado como um cara do mercado. O Temer não sabe o nome dele. Confiou em mim essa p***a", diz Aécio; em meio à tragédia-crime de Brumadinho, Schvartsman e o comando da Vale podem ser destituídos, segundo o vice-presidente Hamilton Mourão; advogado da mineradora, Sérgio Bermudes diz que a Vale não tem culpa pelo maior desastre ambiental e humano três anos depois de Mariana
247 - Em uma gravada entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) com o empresário Joesley Batista, Aécio diz que indicou o presidente da mineradora Vale, Fabio Schvartsman. Ex-executivo da Klabin, Fabio Schvartsman, assumiu o comando da mineradora em 22 de maio de 2017, e agora se vê diante de uma tragédia-crime em Brumadinho, com o rompimento da barragem de Feijão, em Brumadinho, que já resultou em 60 mortes e pelo menos 292 desaparecidos.
"Ele vai ser anunciado como um cara do mercado. O Temer não sabe o nome dele. Confiou em mim essa p***a. O Trabauco [Luiz Carlos Trabuco, então presidente do Bradesco, um dos acionistas da Vale], e o Caffarelli [Paulo Rogério Caffarelli, então presidente do Banco do Brasil] são duas pessoas que sabem, batemos o martelo", diz Aécio a Joesley. 
O comando da Vale pode ser destituído pelo governo federal após a tragédia de Brumadinho, como sinalizou o vice-presidente Hamilton Mourão. "Essa questão da diretoria da Vale está sendo estudada pelo grupo de crise. Vamos aguardar quais são as linhas de ação que eles estão levantando", disse Mourão.
A defesa do afastamento da diretoria da Vale também foi feita pelo senador Renan Calheiros. "Ministro Moro @JusticaGovBR, quantas pessoas precisarão morrer para que a Polícia Federal faça alteração na diretoria da Vale? Antes que preciosos indícios desapareçam. E quantos deputados deixarão o país sem que sejam protegidos? Precisamos da sua veemência de sempre", afirmou Renan Calheiros.
À jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o advogado da Vale, Sergio Bermudes, afirmou que "a Vale não enxerga razões determinantes de sua responsabilidade. Não houve negligência, imprudência, imperícia". "Por que uma barragem se rompe? São vários os fatores, e eles agora vão ser objeto de considerações de ordem técnica". Para o advogado, tudo tratou-se de sorte e azar: "um caso fortuito cujas causas ainda não foram identificadas".
Inscreva-se na TV 247 e ouça a conversa entre Aécio e Joesley:


“Corrupção no pedágio deixou um rastro de sangue e morte nas rodovias”, afirma Dallagnol

(Foto: Theo Marques/Folhapress)


O procurador da República, Deltan Dallagnol, atribuiu o número de mortes ocorridas nas rodovias do Anel de Integração, no Paraná, às obras não realizadas pelas concessionárias de pedágios.
“A corrupção no pedágio deixou um rastro de sangue e morte nas rodovias do Paraná”, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (28). “Há uma drástica redução no número de colisões frontais quando uma estrada é duplicada. Se tivéssemos todas as rodovias federais duplicadas no Paraná, poderíamos ter salvo 360 vidas nos últimos cinco anos, assumindo uma razoável redução de 90% no número das colisões frontais no caso da duplicação”.
A Força-Tarefa da Lava Jato e o Ministério Público de Ponta Grossa, Paranavaí e Apucarana apresentaram denúncia contra o ex-governador Beto Richa (PSDB), o ex-secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná e irmão de Beto, Pepe Richa e mais 31 pessoas, acusadas de desviar R$ 8,4 bilhões destinados a obras nas estradas.

Saiba quais obras deixaram de ser entregues

Ainda de acordo com os procuradores, o contrato inicial com as concessionárias de pedágios previam obras que jamais foram entregues. As empresas haviam se comprometido a duplicar 995,7 quilômetros de rodovias no estado, com as obras concluídas integralmente até 2016. Hoje, as estradas tem 273,5 km de duplicação, somente 27,4% do total previsto.
Também estava prevista a construção de 136 interseções [cruzamentos] para entrega até 2017. Ocorreu a construção de apenas 29 unidades, 21,3% do total. Para o mesmo ano, existia em contrato a construção de 303,2 km de terceiras vias, apenas 59,3 km foram finalizados.
Para construção de contornos, a previsão era de 174,5 km, com previsão de término para 2016 e apenas 43,2 km foram construídos. E entre os 15,2 km de marginais previstos, para entrega em 2016, nenhum quilometro foi construído.

Mortes nas estradas

Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que foram registradas 1714 mortes nas rodovias do Anel de Integração, nos últimos cinco anos. Do total, 403 ocorreram em colisões frontais em trechos de pista simples.
Segundo a corporação, o número de mortes cai em trechos duplicados. Em um trecho duplicado na BR-277 o número de óbitos caiu mais de 70%, de 14 antes das obras – entre 2012 e 2013 – e 4 mortes depois da duplicação, entre 2017 e 2018.
Fonte: Paranaportal

Beto Richa e mais 32 são denunciados por lavagem e organização criminosa na Lava Jato

Foto: AEN


O ex-governador Beto Richa (PSDB), o ex-secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná e irmão de Beto, Pepe Richa e mais 31 pessoas foram denunciadas por desviar R$ 8,4 bilhões por meio de supressões em obras rodoviárias em concessões no Anel de Integração.
A denúncia foi apresentada nesta segunda-feira (28), pela força-tarefa da Lava Jato em conjunto com os procuradores da República de Ponta Grossa, Paranavaí e Apucarana. Segundo as investigações, as propinas pagas em troca de benefícios concedidos para as concessionárias foram de pelo menos R$ 35 milhões.
“É virtualmente o maior desvio de dinheiro já comprovado na história do Paraná. Mais de R$ 8 bilhões poderiam ter revolucionado a infraestrutura do estado”, afirma o procurador da República, Diogo Castor.
O MPF aponta que Beto e Pepe Richa comandavam o esquema de propina das rodovias. Eles e mais oito pessoas foram denunciadas pelos crimes de organização criminosa e corrupção passiva.
Outros familiares de Beto, como a esposa Fernanda Richa, não são denunciados neste caso. “Tem a participação de familiares, mas entendemos que essas ações e decisões não partem deles. Temos provas que demonstram que a palavra final era do ex-governador”, afirmou Castor.
Richa está detido desde sexta-feira na sede do Regimento de Polícia Montada da capital, no âmbito da Operação Integração.
Foto: Francielly Azevedo/CBN Curitiba
Também foram denunciados os ex-presidentes das concessionárias Econorte, Viapar, Ecocataratas, Caminhos do Paraná, Rodonorte e Ecovia pelos crimes de corrupção ativa e organização criminosa. O empresário João Chiminazzo Neto foi denunciado como principal operador financeiro do esquema criminoso.
“Os crimes são relacionados às investigações da Operação Integração, que apontam a existência, ao longo de quase duas décadas, de uma prática consolidada de pagamento de propina pelas concessionárias que operam o Anel de Integração do Paraná. Os subornos eram pagos pela obtenção de favorecimentos contratuais que excluíam obras e aumentavam tarifas”, aponta o MPF.
Segundo a denúncia, as irregularidades começaram na apresentação da proposta comercial das concessionarias, em 1997. Os custos dos serviços e obras estavam superfaturados, de forma proposital. No início, o superfaturamento permitiu a implantação da tarifa básica e elevou os lucros das empresas.
O Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná aderiu ao critério de medição por insumos sem respaldo contratual, que permitiu que concessionárias se desonerassem da conclusão de obras sem terminá-las, sob a alegação de que a meta financeira já teria sido cumprida, ou seja, que o valor da obra estimado pela própria concessionária já havia sido gasto.
As investigações vão continuar para apurar se a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e o Tribunal de Contas facilitaram os desvios.

Obras deixaram de ser entregues

Ainda de acordo com os procuradores, o contrato inicial com as concessionárias de pedágios previam obras que jamais foram entregues. As empresas haviam se comprometido a duplicar 995,7 quilômetros de rodovias no estado, com as obras concluídas integralmente até 2016. Hoje, as estradas tem 273,5 km de duplicação, somente 27,4% do total previsto.
Também estava prevista a construção de 136 interseções [cruzamentos] para entrega até 2017. Ocorreu a construção de apenas 29 unidades, 21,3% do total. Para o mesmo ano, existia em contrato a construção de 303,2 km de terceiras vias, apenas 59,3 km foram finalizados.
Para construção de contornos, a previsão era de 174,5 km, com previsão de término para 2016 e apenas 43,2 km foram construídos. E entre os 15,2 km de marginais previstos, para entrega em 2016, nenhum quilometro foi construído.
Dados da Polícia Rodoviária Federal apontam que foram registradas 1714 mortes nas rodovias do Anel de Integração, nos últimos cinco anos. Do total, 403 ocorreram em colisões frontais em trechos de pista simples.
“A corrupção no pedágio deixou um rastro de sangue e morte nas rodovias do Paraná”, afirmou o procurador da República, Deltan Dallagnol.

Prescrição de crimes

Há indícios de que o esquema tenha começado antes do início do governo Richa. Segundo os procuradores, é difícil saber se – caso envolvidos – os ex-governadores vão poder ser responsabilizados. “Existe no país a prescrição de crime e, quando a pessoa chega aos 70, tem prerrogativa, o que dificulta muito outros pedidos de prisão”, afirmou o procurador Diego Castor.
Ainda segundo MPF, nenhum dos aditivos de contratos foi feito de forma legal. “Temos informações detalhadas desde 2011, mas pelo que consta em documentos, existiam os pagamentos desde 1999. Inclusive, algumas pessoas denunciadas que participavam desses processos aditivos e recebiam desde 2000”, afirmou.
No Brasil, os crimes prescrevem em, no máximo, 20 anos. No caso dos crimes de corrupção, com agravantes, a pena chega no máximo a vinte anos e – se cortar a metade – cai para dez anos. “Um prazo ridículo para crimes complexos”.
“Estamos jogando o prazo máximo, mas o que jogamos na tabela da prescrição é a pena aplicada pelo juiz”, lembrou Dallagnol.

Outro lado

Por meio de nota, as concessionárias Ecovia e Ecocataratas afirmaram que todos os termos aditivos firmados como governo foram baseados em estudos.
As concessionárias Rodovia das Cataratas S/A – Ecocataratas e Concessionária Ecovia Caminho do Mar S/A esclarecem que todos os atos administrativos e Termos Aditivos formados pelas empresas e o Poder Concedente no período de 2011 a 2017 foram baseados em estudos técnicos e amplo procedimento administrativo. Destaque-se, ainda, que mediante os Termos Aditivos foram incluídos diversos investimentos aos trechos sob concessão das duas empresas, que culminaram com a ampliação da capacidade das rodovias. Por fim, as Concessionárias informam que estão à disposição e colaboram com as autoridades para a apuração dos fatos, tendo, inclusive, instalado um Comitê Independente para análise interna do tema.
Já a Rodonorte afirmou que colabora com as investigações.
O Grupo CCR informa que tem contribuído com as autoridades públicas a fim de esclarecer fatos que envolvam a Companhia e suas controladas, além de promover ajustes na gestão da política de Governança e de Compliance. 
Em trabalho minucioso, o Comitê Independente, criado pela companhia, propôs ao Conselho de Administração ações para reforçar a política de governança e transparência. As medidas para esse propósito já começaram a ser implementadas pela vice-presidência de Compliance.  Em 21 anos de concessão, a CCR RodoNorte já investiu mais de R$ 3,25 bilhões em obras de melhorias, manutenção e ampliação. O Grupo mantém o compromisso de prestar serviços de qualidade para seus usuários.

Operação Integração

A segunda etapa da Operação Integração foi deflagrada em setembro para apurar irregularidades na concessão de rodovias federais do Anel de Integração, no interior do Paraná. Segundo a decisão de hoje, foram reunidas provas suficientes de arrecadação de caixa 2 junto às concessionárias, de atos de ofícios que favoreceram as concessionárias e o enriquecimento pessoal de diversos investigados, que adquiriram bens de consumo com dinheiro em espécie e receberam depósitos.
Na época, foram identificados dois esquemas paralelos de pagamentos de propinas.
Fonte: Paranáportal


Papa defende educação sexual nas escolas


O Papa Francisco disse nesta segunda que o sexo não é um "monstro" e que é preciso ter aulas de educação sexual nas escolas; para o Papa, "o ideal" é que as primeiras noções de educação sexual "comecem em casa, com os pais. Nem sempre é possível por causa de muitas situações familiares, ou porque não sabem como fazê-lo. A escola compensa isso e deve fazê-lo" -a afirmação é o oposto do que prega o movimento Escola Sem Partido, que tem como um de seus pilares os fundamentalistas católicos
247 - O papa Francisco disse nesta segunda-feira (28) que o sexo não é um "monstro" e que é preciso ter aulas de educação sexual nas escolas. A declaração foi dada a jornalistas durante o voo que o levou de volta à Itália após uma viagem de cinco dias ao Panamá, onde presidiu a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2019. Para o Papa, "o ideal" é que as primeira noções de educação sexual "comecem em casa, com os pais. Nem sempre é possível por causa de muitas situações familiares, ou porque não sabem como fazê-lo. A escola compensa isso e deve fazê-lo" -a afirmação é o oposto do que prega o movimento Escola Sem Partido, que tem como um de seus pilares os fundamentalistas católicos.
Segundo o santo padre, "é o dom de Deus para amar e se alguém o usa para ganhar dinheiro ou explorar o outro, é um problema diferente". "Precisamos oferecer uma educação sexual objetiva, como é, sem colonização ideológica", completou. 
Ele ainda diz que se "nas escolas se dá uma educação sexual embebida de colonizações ideológicas" e que tal fato "destrói a pessoa". "O sexo como dom de Deus deve ser educado, não rigidamente. Educado, de 'educere', para fazer emergir o melhor da pessoa e acompanhá-la no caminho", afirma. 
O Papa reforça que "o problema está nos responsáveis ​​pela educação, seja a nível nacional, seja local, como também em cada unidade escolar: quem são os professores para isso, que livros de textos usar"."Eu vi de todos os tipos, há coisas que amadurecem e outras que causam danos. Precisamos dar educação sexual para as crianças", disse o Papa. 


Termina cirurgia de Bolsonaro para retirada da bolsa de colostomia


Bolsonaro foi internado no domingo, após a equipe médica realizar exames e uma avaliação clínica que confirmaram as boas condições para a realização do procedimento cirúrgico; o procedimento durou mais de cinco horas e não há boletim médico sobre as condições de saúde do presidente até o momento
247 - A cirurgia para retirada da bolsa de colostomia do presidente Jair Bolsonaro (PSL) terminou cerca de 15h30 desta segunda-feira (28), no hospital Albert Einstein, em São Paulo. 

Do R7 - A cirurgia do presidente Jair Bolsonaro para retirar a bolsa de colostomia terminou por volta das 15h30 desta segunda-feira (28), após mais de sete horas. O procedimento foi realizado no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Bolsonaro foi internado no domingo (27), após a equipe médica realizar exames e uma avaliação clínica que confirmaram as boas condições para a realização do procedimento cirúrgico.
Os gastroenterologistas Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, Julio Gozani e Rodolfo Di Dario são os cirurgiões responsáveis pela cirurgia.
Enquanto o presidente se recupera da cirurgia, o vice-presidente Hamilton Mourão assume o exercício da Presidência por 48 horas. A expectativa é que, depois deste prazo, Bolsonaro despache do hospital e assuma novamente as funções.
O presidente foi esfaqueado em setembro do ano passado em Juiz de Fora (MG), tendo que passar por uma cirurgia de emergência na Santa Casa local. Transferido para São Paulo, Bolsonaro passou por uma segunda operação.
Inicialmente, a reversão da colostomia estava prevista para o dia 12 de dezembro, mas exames realizados no fim de novembro levaram a equipe médica a adiar a cirurgia para 2019. Os exames de novembro detectaram inflamação do peritônio e de aderência entre as alças intestinais. A cirurgia de reversão visa retirar a bolsa e reconectar o intestino do presidente.


Folha destaca fiasco da missão Moro no Ceará


Editorial da Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira (28), registra o fiasco da primeira missão do ministro da Justiça, Sérgio Moro, de debelar ações de grupos criminosos no estado do Ceará.
Segundo o jornalão paulistano, o reforço policial e a Força Nacional — enviada no começo deste mês por Moro — estão longe de sufocar a onda de violência naquele estado do Nordeste.
Na semana passada, a TV Globo também anotou o fracasso da missão de Moro no Ceará.
“Já dura mais de três semanas a onda de violência que assola o estado do Ceará. Até o momento, registraram-se quase 250 ações criminosas contra patrimônios públicos e privados em 50 cidades, a maior parte delas na região metropolitana de Fortaleza”, critica o editorial da Folha.
Especula-se em Brasília que o fiasco da ‘Missão Moro’ no Ceará, a primeira no governo, foi determinante para Jair Bolsonaro (PSL) ‘desacreditar’ na Força Nacional para atuar no desastre de Brumadinho (MG) e aceitar a ajuda de soldados de Israel.
Fonte: Blog do Esmael