Advogado de Lula acusa candidato à Presidência do Podemos de divulgar
notícia falsa sobre Moro e delação de Palocci. Assessoria de Dilma Rousseff
revela que advogados são ligados ao PSDB
Fake news: “Quem
solicitou a quebra do sigilo da delação foram os advogados de Lula”, disse Dias
/ Foto: Agência Brasil - EBC
São
Paulo – Nesta terça-feira (2), a guerra de informações travada a partir do
embate jurídico em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuou.
O advogado de Lula Cristiano Zanin Martins acusou o candidato à Presidência
Álvaro Dias (Pode) de espalhar fake
news.
Aparentemente reproduzindo informação do
site O Antagonista,
o candidato, ex-tucano, escreveu no Twitter: “Ninguém pode acusar o juiz Sérgio Moro de ter liberado a
delação de Palocci apenas por ser período eleitoral. Quem
solicitou a quebra do sigilo da delação foram os advogados de Lula”.
Zanin respondeu no próprio Twitter:
“Candidato, o senhor está divulgando fake news. Como advogados de Lula não
fizemos esse pedido. A divulgação foi iniciativa do juiz”.
Já os advogados autores do requerimento do
Partido Novo, que obteve decisão favorável do ministro Luiz
Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o direito de Lula de
conceder entrevistas, são ligados aos senadores tucanos Aécio Neves e Antonio
Anastasia, este candidato ao governo de Minas Gerais.
Aécio
e Anastasia são íntimos aliados em Minas. Aécio foi um dos principais líderes e
incentivadores do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, que começou a
ser articulado no dia seguinte à eleição de 2014.
A informação de que Flávio Henrique Unes
Pereira e Marilda de Paula Silveira são sócios no escritório Silveira e Unes
Advogados Associados, ligados a Anastasia e Aécio, é do site de Dilma.
Unes
Pereira foi secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Casa Civil e de
Relações Institucionais no governo Anastasia e assessor do tucano no Senado.
“O ataque aos direitos de Lula não se dá
apenas pela ação direta de segmentos do Judiciário, mas também pela
cumplicidade de partidos e políticos que se associaram no golpe de 2016”,
afirma a assessoria da ex-presidenta em seu site. Segundo a assessoria de
Dilma, Unes Pereira havia ajudado Anastasia a escrever o relatório do
impeachment.
No início do mês, a senadora e presidenta
do PT, Gleisi Hoffmann, comentou, sobre o Partido Novo: “Temos agora um
conluio, desse tal de Partido
Novo, que é um braço do Geraldo Alckmin, do PSDB, de setores do
Judiciário e da Rede Globo, sempre presente para impedir o Lula”.
Segundo o site de Dilma, Unes Pereira
produziu para Anastasia um documento em defesa da terceirização total do serviço
público no Brasil. Além disso, ele e a sócia ainda questionaram no Tribunal
Superior Eleitoral, também em nome do Partido Novo, a veiculação da imagem de
Lula na propaganda do PT.
A entrevista que Lula concederia ao
jornal Folha de S.
Paulo havia sido autorizada pelo ministro Ricardo Lewandowski,
do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (28). Na noite do mesmo dia,
o ministro Luiz Fux suspendeu a decisão.
Na segunda-feira (1º), Lewandowski
voltou a autorizar entrevistas de Lula para a Folha e o
jornalista Florestan Fernandes Jr. Em seguida, desta vez o
presidente do STF, Dias Toffoli, voltou a proibir.
Em
evento em São Paulo nesta segunda, Toffoli foi explícito quanto
a essa ou outras questões envolvendo as eleições. "Não vou
pautar causas polêmicas nesse período. É o momento de o povo refletir
e o povo votar", disse.
Fonte: RBA