segunda-feira, 30 de julho de 2018

Bancada do Roda Viva com Bolsonaro só terá jornalistas da mídia tradicional


Jair Bolsonaro (PSL) será o último presidenciável a ser entrevistado pelo programa Roda Viva, da TV Cultura; para Kiko Nogueira, do DCM, "Bolsonaro será detonado no Roda Viva para dar espaço a Alckmin, o candidato da direita de banho tomado"
247 - O deputado Jair Bolsonaro (PSL) será o entrevistado do programa Roda Viva, da TV Cultura, como pré-candidato à presidência da República. Na bancada, apenas jornalistas da mídia tradicional.
Participarão da bancada de entrevistadores Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha de S.Paulo; Thaís Oyama, redatora-chefe da revista Veja; Maria Cristina Fernandes, colunista do Valor Econômico; Leonencio Nossa, repórter especial do jornal O Estado de S. Paulo; e Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo.
Na avaliação do jornalista Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, "Bolsonaro será detonado no Roda Viva para dar espaço a Alckmin, o candidato da direita de banho tomado".
"Bolso será detonado por dois motivos, basicamente. Primeiro, ele é despreparado e falastrão, um tipo que garante audiência enquanto dá tiros no pé sem parar. A indigência mental de JB, quando provocada, é ainda mais tenebrosa do que em estado de relativo repouso. Segundo, o candidato para 2018 é o da TV Cultura e de toda a velha mídia: Geraldo Alckmin", escreve Kiko. Leia aqui a íntegra.


Militantes iniciam greve de fome por liberdade de Lula


Mobilização ocorre a partir de terça-feira (31), em Brasília, e não tem data para acabar

Seis dos mais de dez grevistas concederam entrevista coletiva nesta segunda (30)
Foto: Neudicleia Neres de Oliveira

Mais de dez integrantes de movimentos populares iniciarão uma greve de fome pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir desta terça-feira (31). A mobilização, que não tem data para terminar, ocorrerá em Brasília (DF). 

Participarão da greve integrantes de quatro organizações: Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Central de Movimentos Populares (CMP) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Até o momento, já existem onze nomes confirmados, mas a perspectiva é que outros militantes de distintas regiões do país se somem no decorrer desta semana.
Nesta segunda (30), seis dos grevistas concederam entrevista coletiva à imprensa. Eles foram introduzidos por João Pedro Stedile, da direção nacional do MST, que explicou que a medida extrema dos grevistas se insere em uma série de mobilizações em torna da defesa de Lula. A principal reivindicação é que o Supremo Tribunal Federal (STF) reveja seu posicionamento em relação à possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. 
“Vamos dar início a um processo que consideramos necessário, e histórico, para a conjuntura do Brasil. É um esforço ainda maior da sociedade brasileira com esse objetivo principal: libertar Lula. Achamos que ele é inocente e está sendo vítima de uma perseguição política que ficou explícita durante esse processo. Querem impedi-lo de ser candidato nas próximas eleições”, afirmou o dirigente sem-terra. Para ele, a situação atual significa a exclusão de “uma parcela da população do processo eleitoral”. 
Um dos grevistas, o frei franciscano e militante do MPA Sergio Antonio Gorgen, apontou que a medida, além de extrema, aponta simbolicamente para o fato de que o país voltou a sofrer com a fome por conta das opções do governo Michel Temer (MDB). 
“Nós podemos fazer essa opção, podemos passar fome por um ato livre e consciente. Estou fazendo isso porque acho que, se o Brasil entrar no caos no qual as elites querem jogá-lo ao impedir Lula de ser candidato e o povo de escolher seu representante, e se continuar esse modelo de exclusão que hoje vige no país, a fome vai ser uma imposição para milhões de pessoas, inclusive crianças inocentes”, disse. 
A mais jovem das grevistas, Rafaela da Silva Alves, também do MPA, afirmou que a mobilização não tem como razão de ser apenas Lula, mas também “cada jovem, cada mulher, cada cidadão que sonha e sabe que tem um papel a desempenhar”. 
“Eu, como jovem, mulher, nordestina e sertaneja, me somo a essa greve de fome porque acredito que não há outra saída para o povo a não ser a luta. E todas formas de luta são necessárias. Cada momento da História exige dos militantes e lutadores do povo um nível de sacrifício”, disse emocionada. 
Os grevistas permanecerão em frente ao STF algumas horas por dia. A proposta é que a iniciativa se espalhe pelo Brasil. No dia 4 de agosto, a Frente Brasil Popular convoca um dia de jejum com mobilizações e atos públicos, coleta de alimentos, abaixo assinados e celebrações ecumênicas. 
Fonte: Brasil de Fato

Alunos da rede municipal de ensino recebem uniformes novos


Investimento da administração pública soma R$ 1.124.700,00 
(Foto: Profeta)
A Prefeitura de Apucarana entregou, nesta segunda-feira (30/7), uniformes escolares novos aos alunos da rede municipal de ensino. Cada criança recebeu um conjunto contendo calça, jaqueta e bermuda. As camisetas, de mangas longas e curtas, foram entregues no primeiro semestre.
O prefeito Beto Preto, o vice Júnior da Femac e a secretária de educação Marli Fernandes acompanharam a distribuição na Escola Municipal Fernando José Acosta, no Residencial Sumatra, e na Escola Municipal João Antonio Braga Côrtes, na Vila Formosa. Este ano, o investimento do município na aquisição dos uniformes para 11,6 mil alunos somou R$ 1.124.700,00.
Aos pais e mães presentes nas unidades de ensino, o prefeito explicou o atraso na entrega das roupas de inverno. “Peço desculpas a vocês porque esse uniforme deveria ter sido repassado às famílias no início do ano. Mas tivemos um problema com a empresa que ganhou a licitação. Eles descumpriram os prazos e ainda queriam que aceitássemos peças cheias de defeito, feitas a partir de sobras de tecido. Então, baseada em laudo técnico e em parecer jurídico, a prefeitura rescindiu o contrato e convocou a segunda colocada na disputa de preços,” disse.
A secretária de educação, Marli Fernandes, garantiu a qualidade dos uniformes adquiridos pelo município. “Pode ter demorado um pouco mais do que o previsto, mas são calças, jaquetas e bermudas feitas de poliamida, um material antialérgico e de fácil manutenção. Não são peças que vão se perder nas primeiras lavagens.”
Avó de dois alunos matriculados na Escola Municipal Antonio Braga Côrtes, Alminda Mariano Costa reforçou a opinião da secretária. “Eu achei o uniforme desse ano reforçado, feito de um tecido mais forte. Isso é ótimo porque as crianças correm e pulam muito.”
“Estou muito satisfeita com o uniforme que minha filha recebeu, muito bonito e de qualidade. A educação nas escolas municipais está muito boa,” acrescentou Sirlene Dutra, mãe de uma aluna matriculada no Pré II da Escola Municipal Fernando José Acosta.
O presidente da Câmara Municipal de Apucarana, Mauro Bertoli, lembrou ainda que o prédio da Escola Fernando José Acosta está passando por ampliação. “Além dos recursos aplicados na compra dos uniformes escolares, a prefeitura tem investido na reforma e ampliação de todas as unidades de ensino da rede. Esta escola, por exemplo, está ganhando mais um bloco com quatro salas de aula e um refeitório fechado. É motivo de orgulho para mim e para os demais vereadores sermos parceiros do executivo municipal,” afirmou.
Além do presidente do legislativo, os vereadores Franciley Preto Godoi (Poim), Gentil Pereira e José Airton Deco de Araújo; e os secretários municipais Edison Estrope, Marcello Machado, Laércio de Moraes, Jossuela Pinheiro, Maurício Borges, Nikolai Cernescu, Marcos Bueno, José Luiz Porto e Paulo Vital prestigiaram a entrega dos uniformes escolares.



Servidores municipais de Apucarana vão orientar população sobre fim do sinal analógico de TV


A partir de 28 de novembro, a programação dos canais abertos de televisão será transmitida apenas pelo sinal digital em Apucarana e em outras 154 cidades do Paraná 
(Foto: Edson Denobi)
A Seja Digital – entidade não governamental e sem fins lucrativos responsável pelo processo de digitalização do sinal de TV no Brasil – firmou nesta segunda-feira (30/07), em ato no gabinete do prefeito, termo de parceria com a Prefeitura de Apucarana para que servidores públicos auxiliem a população sobre a transição de sinal da programação dos canais abertos de televisão do analógico para o digital. O objetivo é levar a todos os cidadãos a informação sobre o desligamento do sinal analógico de TV, que acontecerá no dia 28 de novembro deste ano. Após essa data, a programação televisiva será transmitida apenas pelo sinal digital em Apucarana e em outras 154 cidades do Paraná.
O prefeito Beto Preto (PSD) destacou o lado social da parceria. “Ao tomar a decisão de digitalizar o sinal em todo o território nacional, o Governo Federal pensou nas famílias de baixa renda que ainda não têm uma televisão com conversor. Ao estarem no Cadastro Único e serem assistidas por algum programa social, elas têm direto a um kit gratuito, composto por uma antena digital e um conversor com controle remoto, equipamentos que vão permitir que televisores antigos tenham acesso ao sinal digital”, destacou Beto Preto. De acordo com ele, ter acesso à televisão vai muito além do entretenimento. “A programação traz informação e também presta um serviço social aos cidadãos”, disse.
Em Apucarana, 17.359 mil famílias estão incluídas no Cadastro Único (Número de Identificação Social – NIS) e têm direito à retirada de um kit do projeto Seja Digital. “São cerca de 60 mil apucaranenses beneficiados, em um investimento na ordem de R$2,5 milhões”, destacou o prefeito Beto Preto. Segundo a gerência regional da iniciativa, no mercado especializado um kit como o disponibilizado pelo Governo Federal é vendido por cerca de R$140. “Além de beneficiar milhares de apucaranenses de baixa renda, o Seja Digital fomenta o setor profissional responsável pela instalação, gerando emprego e renda para os antenistas, que cobram entre R$100 e R$150 pelo serviço”, comentou o prefeito de Apucarana.
A gerente regional da Seja Digital, Sandra Frasson, destacou que a parceria com a Prefeitura de Apucarana prevê a capacitação de servidores municipais para atuarem como multiplicadores do processo de migração do sinal de TV. “Eles vão poder assim colaborar com todo esse processo, por meio do trabalho de campo que realizam nas comunidades, levando orientações até a casa das pessoas do que deve ser feito para ter acesso ao sinal digital”, disse Sandra. De acordo com ela, para coordenar os trabalhos na cidade um mobilizador da Seja Digital ficará alocado junto à Secretaria Municipal da Assistência Social.
Em todo o país, mais de 355 mil kits serão distribuídos dentro da iniciativa. “Com o NIS em mãos, a pessoa pode verificar se tem direito a um kit acessando o site sejadigital.com.br/kit ou pelo telefone 147. Uma vez tendo direito, bastará agendar a retirada, que será feita em uma agência do correio mediante apresentação do protocolo do pedido”, explicou Sandra.
O termo de parceria assinado entre as partes será agora encaminhado à Câmara Municipal de Vereadores para validação. “Quero enaltecer a sensibilidade do Governo Federal em favorecer a população que mais precisa. Com isso ninguém vai ficar sem o sinal de TV a partir da mudança”, disse Mauro Bertoli, presidente da Câmara de Apucarana.


Articulação no campo de esquerda se intensifica


O PSB adiou para o dia 5 de agosto a decisão sobre o rumo do partido na eleição e deixou seus ‘pretendentes’ em expectativa; o PT mantém conversas avançadas com o partido e Ciro Gomes tenta atrair os socialistas com acenos regionais; na esteira da espera e da incerteza que ainda insistem em dominar a situação do maior franco-favorito a uma vitória no primeiro turno – o ex-presidente Lula, que lidera todas as pesquisas – PCdoB  e Pros esticam a decisão, aguardando um momento de maior clareza jurídica com relação ao pleito; crítico das alianças, Boulos corre por fora e consolida seu caminho solo rumo à campanha
247 - O PSB adiou para o dia 5 de agosto a decisão sobre o rumo do partido na eleição e deixou seus ‘pretendentes’ em expectativa. O PT mantém conversas avançadas e Ciro Gomes tenta atrair os socialistas com acenos regionais. Na esteira da espera e da incerteza que ainda insistem em dominar a situação do maior franco-favorito a uma vitória no primeiro turno – o ex-presidente Lula, que lidera todas as pesquisas – PCdoB  e Pros esticam a decisão, aguardando um momento de maior clareza jurídica com relação ao pleito.
“Os presidentes de siglas da esquerda – PT, PDT, PC do B, PSB e PSOL– vão se reunir na semana que vem. O PC do B vai voltar a pregar a tese da união em torno de um único nome, embora a admita que é difícil PT ou PDT abrirem mão de suas candidaturas ao Planalto.”


PT convoca jejum nacional por Lula e quer ocupar Brasília no dia 15


O PT vai convocar um jejum nacional para o dia 4 de agosto, data da convenção que vai oficializar a candidatura presidencial de Lula, informa a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo; o ato será em solidariedade aos militantes que farão greve de fome pela liberdade do ex-presidente; haverá um pedido para que os petistas levem alimentos a famílias das periferias do país
247 - O PT vai convocar um jejum nacional para o dia 4 de agosto, data da convenção que vai oficializar a candidatura presidencial de Lula, informa a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo. O ato será em solidariedade aos militantes que farão greve de fome pela liberdade do ex-presidente. Haverá um pedido para que os petistas levem alimentos a famílias das periferias do país.
“O PT produziu 1 milhão de folhetos para convocar militantes de todo o país para o ato de registro da candidatura de Lula no TSE, dia 15 de agosto. O partido acredita que pode reunir de 30 mil a 40 mil pessoas em Brasília.”


Procurador da Lava Jato admite que delação de Palocci era um blefe


Um dos principais procuradores da Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima (o outro é Deltan Dallagnol), agora admite: a delação premiada de Antônio Palocci, que a mídia conservadora qualificou como "delação do fim do mundo", que seria capaz de "destruir o PT", era um blefe; "Está mais para o acordo do fim da picada", afirmou; ele reconhece que há uma guerra entre o Ministério Público e a Polícia Federal pelo controle da Lava Jato 
247 - Um dos principais procuradores da Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima (o outro é Deltan Dallagnol), agora admite: a delação premiada de Antônio Palocci, que a mídia conservadora qualificou como "delação do fim do mundo", que seria capaz de "destruir o PT", era um blefe. Na entrevista, concedida à Folha de S.Paulo, ele reconhece que há uma guerra entre o Ministério Público e a Polícia Federal pelo controle da Lava Jato. 
A delação de Palocci foi fechada pela PF depois da recusa do Ministério Público. Santos Lima relatou: "Demoramos meses negociando. Não tinha provas suficientes. Não tinha bons caminhos investigativos. Fora isso, qual era a expectativa? De algo, como diz a mídia, do fim do mundo. Está mais para o acordo do fim da picada. Essas expectativas não vão se revelar verdadeiras. O instituto é o problema? Eu acho que a PF fez esse acordo para provar que tinha poder de fazer".
Ele reconheceu que o caso Palocci foi uma "queda de braço" entre as equipes da PF e do MP e atacou a Polícia Federal: "(...) a porta da frente dos acordos sempre será o Ministério Público. A porta dos fundos é da PF. As pessoas irão à PF se não tiverem acordo conosco." A declaração revela o estado de balbúrdia institucional da Lava Jato.
Na mesma entrevista, ele admitiu também que as delações de Delcídio do Amaral, decisiva para a campanha de ódio ao PT, e de Sérgio Machado, tinham graves defeitos: "Quando você faz com excesso de rapidez, corre o risco de fazer colaborações mal feitas. Delcídio, na minha opinião, quase nem se autoincrimina. A primeira coisa é o colaborador falar os crimes que cometeu. (...) No caso do Sérgio Machado, no final das contas, o principal sequer foi denunciado. Aquelas conversas supostamente com membros do Congresso e ex-parlamentares, que geraram até pedido de prisão no Supremo, sequer movimentaram uma denúncia. Aquela gravação era um bom início de negociação, mas não era um fim em si mesma. A gente tem que tomar muito cuidado com excesso de vontade de conseguir certos documentos, provas, gravações".
Leia íntegra da entrevista aqui.


Inquérito sobre R$ 2,5 milhões da Odebrecht a tucano Beto Richa continua com Moro


O vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, conservou na alçada de juiz Sérgio Moro a investigação sobre o suposto repasse de R$ 2,5 milhões da Odebrecht ao ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB); o magistrado negou pedido do tucano contra decisão de Mayra Rocco, da 117ª Vara Eleitoral do Paraná, que devolveu o caso ao juiz da Lava Jato
247 - O vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, conservou na alçada de juiz Sérgio Moro a investigação sobre o suposto repasse de R$ 2,5 milhões da Odebrecht ao ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB). O magistrado negou pedido do tucano contra decisão de Mayra Rocco, da 117ª Vara Eleitoral do Paraná, que devolveu o caso ao juiz da Lava Jato.
"A investigação apura se o ex-governador do Paraná e pré-candidato ao Senado Beto Richa (PSDB) cometeu crimes no processo de licitação para duplicação da PR-323. O caso investiga suposto favorecimento à Odebrecht em troca de dinheiro para a campanha de reeleição do tucano ao governo, em 2014. Em junho, os autos foram enviados à Justiça Eleitoral por Moro, por determinação da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que acolheu pedido da defesa de Richa. O processo de investigação corria na Corte, mas foi para a primeira instância depois que o tucano renunciou ao cargo de governador, em abril, para disputar as eleições.
Ao remeter o inquérito, Moro pediu que a Vara Eleitoral ‘devolva os autos oportunamente para o prosseguimento das investigações por crime de corrupção, lavagem e fraude à licitação’. A juíza eleitoral considerou que “os delitos eleitorais e os de competência da Justiça Federal Comum são autônomos e podem ser apurados separadamente, não havendo possibilidade de decisões contraditórias justamente por serem delitos independentes, sendo indiferente terem sido praticados, em tese, pelo mesmo agente público."


domingo, 29 de julho de 2018

Globonews coloca em marcha a farsa eleitoral de 2018, com entrevistas que excluem Lula


Ontem, enquanto o povo fervia nos Arcos da Lapa, pedindo a liberdade de Lula, a Globonews anunciava um novo programa: a Central das Eleições.
O apresentador bem que tentava dar um tom de importância ao anúncio:
“Você vai ver debates, entrevistas, pesquisas de intenção de voto, muita análise dos nossos comentaristas.”
Só que, apesar do empenho, não conseguia impedir o telespectador mais atento de ver que o programa nasce como a farsa.
Entre e segunda e sexta-feira, segundo o anúncio, serão entrevistados Álvaro Dias, Marina Silva, Ciro Gomes, Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin.
Segundo ele, a ordem das entrevistas foi definida em sorteio na presença de representantes de todos os candidatos.
A emissora excluiu Lula da rodada de entrevistas e ainda paga de democrática — “sorteio definido na presença de representante de todos os candidatos”.
Ora, ora, ora.
Uma rodada de entrevistas sem a participação de Lula ou de um representante dele é como fazer o Campeonato Brasileiro da série A sem Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Vasco, Fluminense, Botafogo, Atlético Mineiro, Cruzeiro, Grêmio e Internacional.
Um campeonato brasileiro da série A só com o Ceará, Chapecoense, Ponte Preta ou Guarani. São times dignos, com torcida, mas não representam a massa de torcedores brasileiros. Seria um campeonato da série A com cara de série B.
Lula tem hoje mais intenção de voto do que todos esses candidatos somados. Um Lula vale 40 vezes mais que um Álvaro Dias, por exemplo, o candidato da Lava Jato, ops, Podemos, que abre o programa.
Mas a Globonews tenta dar ar de importância ao programa que é uma indigência do ponto de vista de jornalístico:
“E vai participar do programa um time de comentaristas e apresentadores aqui da Globonews. Olha só: Gérson Camarotti, Roberto D’Avila, Mário Sérgio Conti, Valdo Cruz, Andrea Sadi, Merval Pereira, Fernando Gabeira e Cristiana Lobo. A Miriam Leitão vai ser a mediadora.”
Camarotti é o coroinha do Merval Pereira, o cardeal do golpe, D’Avila é investigado pela Lava Jato sob a suspeita de dar nota fria para a produtora de cinema que fez o filme sobre a biografia de Lula, Gabeira é o ex-guerrilheiro que foi estrela da campanha Cansei, de João Doria, Miriam Leitão é a analista que previu crescimento de 3% da economia em 2018 e hoje se dedica a colocar na conta do PT o desastre da economia protagonizado pelo time de Michel Temer.
Nas campanhas eleitorais de países civilizados, o time de entrevistadores e comentaristas costuma ter um nível um pouco mais elevado, têm o respeito da nação. Mas, pensando um pouco melhor, para campeonato de série B, até que não está muito ruim.
A desculpa que a Globonews arrumou para tirar Lula da rodada de entrevistas é que o ex-presidente está preso e a juíza responsável pela execução penal, Carolina Lebbos, proibiu o contato dele com jornalistas.
É verdade. O DCM quer entrevistar Lula e fez o pedido formal, assim como a Folha de S. Paulo e a Rede TV, e teve a solicitação negada. Mas não há na justiça federal em Curitiba nenhum pedido da Globo ou Globonews.
Ou seja, a emissora que paga de democrática se auto-censurou, como Roberto Marinho fazia nos velhos tempos, início da escalada da Globo, uma concessão pública, na época em que começava a subir a montanha da audiência construída com verba pública.
Uma subida tranquila para quem vai de escada rolante, movida com a energia dos impostos dos brasileiros — dos demais brasileiros, porque a Globo, na prática, não paga.
Na primeira vez que a Globo criou a Central das Eleições, em 1982, a iniciativa terminou com o escândalo da Proconsult, em que, dolosamente ou não, a emissora foi envolvida na tentativa do SNI de roubar a eleição de Leonel Brizola.
Havia ali um time de analistas e comentaristas tarimbados. Armando Nogueira, o diretor de jornalismo da Globo, talvez até achasse que fazia um trabalho sério — e eu, que o entrevistei sobre isso, acredito que ele pensasse dessa forma e não compactuasse com os ladrões de eleição.
Mas, nos corredores da Globo, havia forças maiores do que ele. Também havia quem, percebendo a manobra, se insurgisse contra, vazando a Brizola a conspiração em andamento. Brizola colocou a boca no trombone, reverteu o golpe e garantiu sua posse.
A Globo não aprendeu nada com a história. Ou talvez tenha aprendido. Para ela, até hoje, o crime tem compensado.
Em 2018, o apresentador da Globonews termina a leitura do anúncio da nova Central das Eleições como um vendedor das Casas Bahia:
“Imperdível, não?”
Sim, imperdível.
Fonte: Por Joaquim de Carvalho no DCM


Kotscho: Globo perde de novo o bonde da história


"Já havia mais de 50 mil pessoas na maior empolgação na praça em frente aos Arcos da Lapa, no Rio, quando o Jornal Nacional resolveu dar um breve registro do maior fato político das últimas semanas, em defesa da libertação de Lula. Foi apenas uma 'nota coberta' de 40 segundos. Lembrou muito o que fizeram no primeiro grande comício das Diretas Já, na praça da Sé, em São Paulo, em 25 de janeiro de 1984, quando o JN deu a notícia como se fizesse parte das comemorações do aniversário da cidade", aponta o jornalista Ricardo Kotscho
Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho – Já havia mais de 50 mil pessoas na maior empolgação na praça em frente aos Arcos da Lapa, no Rio, quando o Jornal Nacional resolveu dar um breve registro do maior fato político das últimas semanas, em defesa da libertação de Lula.
Foi apenas uma "nota coberta" de 40 segundos, que é como, no jargão da televisão, os profissionais se referem às matérias que precisam ser exibidas, mas sem destaque.
Lembrou muito o que fizeram no primeiro grande comício das Diretas Já, na praça da Sé, em São Paulo, em 25 de janeiro de 1984, quando o JN deu a notícia como se fizesse parte das comemorações do aniversário da cidade.
Hoje, era o dia de Alexandre Garcia, o William Bonner dos sábados, ex-assessor de João Figueiredo, o último general da ditadura militar, que estava visivelmente constrangido e contrariado com a grande festa pela libertação de Lula que aconteceu ali perto de onde ele estava nos estúdios da Globo.
Capaz até de ter ouvido os cantos e gritos pela libertação de Lula, mas reagiu como se aquilo estivesse acontecendo no Afeganistão.
A esta altura, eu já havia publicado três notas no Facebook mostrando o contraste entre o que acontecia na vida real do país, no Rio da Globo, e o que estava sendo exibido nas emissoras abertas e nos canais de notícias, solenemente ignorando a manifestação nos Arcos da Lapa, a mais bela festa democrática a que assistimos nos últimos tempos no Brasil do Centrão de Temer, agora de Alckmin.
Mas, ao vivo, só vimos estas imagens nas redes sociais, nos blogs e canais alternativos.
A Globo, mais uma vez, tão presente nas manifestações pelo impeachment de Dilma, perdeu o bonde da história e, daqui a mais 30 anos, é capaz de admitir o erro.
O Brasil velho e caquético, que fez do anti-lulismo e do anti-petismo seu ideal de vida, arrastando chinelos pelas casas do seu passado anônimo e sombrio, até vibrou com a "nota coberta" do JN, como se aquilo fosse uma demonstração de jornalismo isento.
Pois ficou pior a emenda do que o soneto.
Teria sido melhor fingir que não viram aquela multidão na Lapa cantando e gritando horas seguidas pela libertação do ex-presidente Lula, com a participação de muitos artistas globais.
O passado sempre volta: lembrou aquele JN, às vésperas da eleição de 2006, em que caiu um avião na Amazônia, e preferiram dar imagens de montes de dinheiro dos aloprados petistas, o que levou a reeleição de Lula para o segundo turno.
Não esquecem, não perdoam e não aprendem. No Brasil, o tempo passa, o mundo dá muitas voltas, e voltamos sempre ao ponto de partida, para criar narrativas paralelas à realidade.
Parece que o Brasil está condenado a viver eternamente no passado, com medo do futuro.
Vida que segue.


Festival Lula Livre reúne 60 mil pessoas no Rio de Janeiro


Chico Buarque, Gilberto Gil, Chico Cesar e Ana Cañas se apresentam em protesto contra a prisão do ex-presidente

Foto aérea da Lapa, no Rio de Janeiro, durante as apresentações do Festival Lula Livre
Foto: Rafael Vilela/Mídia Ninja


A praça dos Arcos da Lapa, no centro do Rio, ficou lotada neste sábado (28) para o Festival Lula Livre. A programação teve início às 14h e o ponto alto do evento gratuito foi o encontro no palco de Chico Buarque e Gilberto Gil, que não se reuniam para uma apresentação desde e época da ditadura militar (1964-1985) no Brasil.
O Festival teve a participação de diversos movimentos populares, artistas, intelectuais, professores e promove diferentes oficinas de criação ao longo da tarde, cortejos, além de apresentações artísticas de música, de teatro, circo e poesia. Às 17h, a tradicional Orquestra Voadora deu início às apresentações no palco principal.
No Festival desde cedo para aproveitar todas as atrações, o casal Sara Fazito e André Porcaro levou o filho João, de um ano de idade. "Não existem provas para justificar a prisão do Lula, queremos que ele se eleja presidente e por isso estamos aqui", disse Sara.
A atriz Cristina Pereira ressaltou o papel da classe artística para denunciar as arbitrariedades contra o campo progressista no país. "Estamos a poucos meses das eleições e a gente quer que Lula saia da prisão. Ele lidera as pesquisas de intenção de voto. O artista como comunicador está aqui, na luta, para denunciar para a população o que está ocorrendo no país".
Com uma apresentação contundente no palco, a cantora Ana Cañas entoou canções de protesto e foi acompanhada pelo público. "Como diria Nina Simone, como eu posso ser artista e não refletir o meu tempo? É meu dever estar aqui hoje. A América Latina tem uma tradição de golpes que contam, inclusive, com a mídia. Mas temos hoje aqui a mídia alternativa para colocar a realidade no ar".
A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) disse que a saída para as injustiças contra o ex-presidente está nas mãos do povo. "A grande mídia vinha sustentando que Lula tinha acabado como liderança e que não ia participar das eleições. Mas as manifestações mostram o contrário, mostram que Lula tem apoio do povo. Lula foi condenado sem crime e não teve direito ao trâmite legal, temos que apelar ao povo, que veio hoje se manifestar".
Ação do TRE
Nos arredores do Festival, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) apreendeu material gráfico com a frase de ordem "Lula Livre" e que continha a assinatura de alguns parlamentares. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) disse que a ação que tem Lula como alvo foi arbitrária. Ela argumentou que os adesivos e bandeiras no evento não faziam nenhuma alusão a candidaturas, mas apenas a partidos que defendem a liberdade do ex-presidente.
Fonte: Brasil de Fato




Gafe do vice de Anastasia desnuda que Aécio é quem manda


Marcos Montes, do PSD, cometeu a gafe de lançar Aécio Neves (veja o vídeo) como candidato a governador de Minas, trocando-o por Anastasia, para perplexidade geral da Arena Minas onde era realizada a convenção
Minas 247 – O candidato a vice-governador do senador Antônio Anastasia ao governo de Minas, deputado federal Marcos Montes, de Uberaba, de onde lidera a bancada ruralista na Câmara, cometeu ontem uma gafe imperdoável durante a convenção do PSDB que homologou ontem à chapa em Belo Horizonte. Imperdoável por que certamente será usada pelos seus adversários na campanha.
A convenção já começou, apesar do clima de festa, com a ausência do líder maior dos tucanos no Estado, o senador Aécio Neves. Articulador do golpe que derrubou a então presidente Dilma Rousseff do poder, para colocar o impopular Temer em seu lugar, Aécio não deve disputar a reeleição - pelo menos este é o desejo, entre outros, do presidenciável Geraldo Alckmin - estando averiguando a possibilidade de disputar uma vaga na Camara dos Deputados, ele, que há menos de quatro anos disputou com Dilma, e perdeu, a presidência da República. 
Ainda influente na cúpula do PSDB, mas sobretudo em Minas, onde fez de Anastasia seu candidato ao governo do Estado, Aécio paira, no entanto, como uma ave agourenta, sobre o ninho tucano. Ninguém o quer por perto, daí a sua ausência na convenção estadual do partido ontem na capital mineira, que homologou a chapa Anastasia-Marcos Montes ao governo mineiro. E foi ai que
Marcos Montes, do PSD, cometeu a gafe de lançar Aécio Neves (veja o vídeo) como candidato a governador de Minas, trocando-o por Anastasia, para perplexidade geral da Arena Minas onde era realizada a convenção. 
É evidente que a gafe do vice de Anastasia virou meme nas redes sociais. Porém, mais do que isto, revela de fato quem está por trás da articulação que montou a chapa tucana e sua influência nos bastidores - já que não pode aparecer em público - para conduzir a campanha que tem seu antigo vice como titular, a despeito de Anastasia ter pedido autonomia ao partido para ele mesmo fazer o que pretende na caminhada que já começou. A gafe do vice ontem, no entanto, mostrou quem é quem nessa acirrada campanha eleitoral mineira. 


PT oficializa candidatura de Dr. Rosinha ao governo do Paraná e Mirian Gonçalves ao Senado


O PT confirmou neste sábado, 28, a candidatura do médico pediatra e ex-deputado federal Dr. Rosinha a governador do Paraná. O nome petista na corrida pelo Palácio Iguaçu foi aclamado por cerca de 300 delegados durante o encontro estadual da sigla, que aconteceu em Curitiba.
Dr. Rosinha é médico pediatra e tem 28 anos de vida pública. Natural de Rolândia, na região norte, começou a carreira política em 1988, quando foi eleito vereador de Curitiba. Desde então, foi deputado estadual, deputado federal e também ocupou o cargo de alto representante-geral do Mercosul. Em 2002, foi o petista mais votado no Paraná na eleição para a Câmara Federal, com 124 mil votos (leia mais abaixo).
Com um forte discurso de oposição, Dr. Rosinha entra na disputa ao governo para desbancar os dois candidatos ligados à administração do ex-governador Beto Richa (PSDB): a atual mandatária, Cida Borghetti (PP), e o deputado estadual Ratinho Jr (PSD), que foi secretário de Richa.
O terceiro concorrente é o ex-senador Osmar Dias, cujo partido, o PDT, deu respaldo na Assembleia Legislativa às medidas de austeridade implantadas pelo governo tucano nos últimos oito anos.
“A minha candidatura é a única realmente de oposição, que representa mudança nos rumos do estado. Não importa o discurso dos outros candidatos, eles compactuaram com o tudo o que foi feito até agora”, afirma Dr. Rosinha.
“Onde eles estavam quando Beto Richa mandou bater em professor, subiu constantemente a tarifa da água, congelou salários, entregou o Estado para meia dúzia de amigos? Não lembro de ter ouvido uma palavra de protesto de nenhum deles.”
O nome do candidato a vice-governador ainda não foi definido. O PT paranaense aguarda uma decisão do PCdoB, com quem pode fechar aliança.
Lula envia carta à militância do Paraná
Na abertura do encontro deste sábado, Dr. Rosinha leu uma carta enviada pelo ex-presidente Lula à militância paranaense. No texto, Lula agradece a luta por sua liberdade movida pelo povo do Paraná, que há mais de cem dias se mantém em vigília em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente está preso, vítima de uma condenação sem provas.
“O que eu mais queria era estar aí neste momento. Abraçar o companheiro Doutor Rosinha, abraçar a extraordinária guerreira Gleisi Hoffmann, abraçar cada um de vocês, e na força desse abraço arrebentar as paredes que prendem meu corpo, mas que jamais aprisionarão a ideia de que é possível governar com o povo e construir um país mais desenvolvido e mais justo”, leu Dr. Rosinha (leia abaixo a íntegra do texto).
Atualmente, pesquisas mostram o ex-presidente Lula com 29% de intenções de voto na região sul e o PT com 17% da preferência do eleitorado no Paraná.
Quem é Dr. Rosinha
Florisvaldo Fier – o Dr. Rosinha – nasceu em 1950, em Rolândia, norte do Paraná, filho de empregados de uma propriedade rural da região. Em 1969, muda-se para Curitiba a fim de prestar vestibular e vai morar em uma pensão. É nesse período que começa a cultivar a barba, que viraria sua marca registrada. Para se manter na capital, trabalha como impressor e encadernador.
Mesmo com um expediente que vai 18 às 6 horas da manhã, entra para o curso de Medicina da Universidade Católica (atual PUC) em 1971. Para pagar a faculdade, faz bicos como garçom. O apelido “Rosinha” surge um ano mais tarde, dado por colegas por conta de algumas camisas cor-de-rosa que ele traz de uma viagem.
Conclui os estudos em 1976 e passa a clinicar como médico pediatra da prefeitura na periferia de Curitiba. Dois livros de Josué de Castro (“Geografia da fome” e “Geopolítica da fome”) despertam Dr. Rosinha para a militância política. Daí em diante, além das consultas a pacientes, luta por melhores condições na saúde pública. Entre outros, presidiu no Paraná o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e ajudou a fundar o PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Em 1988, é eleito vereador na capital, em 1991 deputado estadual e em 1998 deputado federal, cargo que exerce por quatro mandatos.
Em 2015, é empossado alto representante-geral do Mercosul. Seu nome foi aprovado por todos os países membros do bloco, um reconhecimento pelos serviços prestados à causa da integração. Desde 2017 preside o PT-PR.
Carta de Lula à militância paranaense
Queridos companheiros e companheiras do Paraná.
Vocês têm sido guerreiros incansáveis, resgatando o bom nome de Curitiba, cidade democrática, cheia de cultura, de um povo trabalhador que criou exemplos de urbanismo e muita arte, daqueles que querem sequestrar o nome da cidade como símbolo de arbítrio e do desejo de alguns poucos juízes de submeter a democracia as suas vontades e preferências pessoais. Nós reagimos, e transformamos Curitiba na Capital Brasileira da Resistência. Há mais de 100 dias estou preso injustamente, sem uma única prova de qualquer crime cometido antes, durante ou depois da Presidência.
Há mais de 100 dias, o povo de Curitiba, o povo do Paraná, o povo brasileiro vindo de cada canto deste país resiste em praça pública, numa vigília cívica que tem o nome de “Lula Livre”, mas que na verdade é uma vigília pelo direito democrático do povo brasileiro escolher o seu destino.
Quando cheguei aqui, atacaram crianças, homens e mulheres pacíficos, que se manifestavam contra a minha prisão. Os atacaram, os agrediram porque uma certa emissora de TV não queria que a imagem da minha chegada à Curitiba fosse a imagem da solidariedade contra o arbítrio.
Passe o tempo que passar, jamais esquecerei o carinho e o espírito de luta de todos vocês. Cada bom dia, cada boa tarde, cada boa noite gritado na praça Olga Benário, com a força que só os que lutam do lado certo da história podem ter, é um brado de liberdade que renova em mim a esperança e a garra para fazer o Brasil feliz de novo.
O que eu mais queria era estar aí neste momento. Abraçar o companheiro Doutor Rosinha, abraçar a extraordinária guerreira Gleisi Hoffmann, abraçar cada um de vocês, e na força desse abraço arrebentar as paredes que prendem meu corpo, mas que jamais aprisionarão a ideia de que é possível governar com o povo e construir um país mais desenvolvido e mais justo.
Fico devendo esse abraço, mas podem estar certos que ele vai acontecer. Mais cedo do que imaginam nossos adversários eu vou pagar esse abraço, com o maior prazer e a maior gratidão do mundo. Vamos juntos até a vitória, com o Doutor Rosinha, com a Gleisi, coma militância petista e aliados, com a força do povo do Paraná e do Brasil.
Viva o Paraná! Viva o povo Brasileiro! Viva um Brasil democrático e Popular!
Luiz Inácio Lula da Silva.