terça-feira, 12 de junho de 2018

Golpe matou interesse dos brasileiros pela Copa


Depois de um golpe sem precedentes, que devastou economia, sociedade e até os símbolos pátrios como as cores verde e amarela, a conta chega para aquilo que foi a maior paixão do brasileiro: o desinteresse pela Copa do Mundo atingiu o recorde de 53% da população, aponta Datafolha
47 – Depois de um golpe sem precedentes, que devastou economia, sociedade e até os símbolos pátrios como as cores verde e amarela, a conta chega para aquilo que foi a maior paixão do brasileiro: o desinteresse pela Copa do Mundo atingiu o recorde de 53% da população, aponta Datafolha.
Ontem, em tuíte, o ator José de Abreu já constatava a inédita desilusão com as cores nacionais, dizendo que o brasileiro não aceita mais o verde e o amarelo como identificação depois de tanta deturpação e tantos manifestoches. 
O desinteresse dos brasileiros com a Copa disparou às vésperas do início da disputa na Rússia, marcado para esta quinta-feira (14). O primeiro jogo do Brasil será domingo (17), contra a Suíça, às 15h (horário de Brasília). Segundo pesquisa nacional do Datafolha realizada na semana passada, 53% dos brasileiros afirmam não ter nenhum interesse pelo Mundial, isso em um ano eleitoral, com a economia fraca e ainda na ressaca de uma manifestação de caminhoneiros que quase paralisou o país. No final de janeiro, o índice de desinteressados era de 42%.
(...)
Segundo o Datafolha, a marca de agora é a pior às vésperas do torneio desde 1994, quando o instituto fez a pergunta pela primeira vez. O desinteresse pelo Mundial da Rússia se destaca entre as mulheres (61%), pessoas de 35 a 44 anos (57%), moradores da região Sul (59%) e aqueles com renda familiar de até dois salários mínimos (54%). O Datafolha ouviu 2.824 pessoas em 174 municípios na quinta (7) e sexta-feira (8), e a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
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Presidente da CBF manda Fifa preparar a taça para o Brasil


Antônio Carlos Nunes ele participou de reunião do Conselho Conmebol nesta segunda-feira

REUTERS/Jorge Adorno
Presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o coronel aposentado da Polícia Militar Antônio Carlos Nunes, 80, já está na Rússia e demonstra muita confiança no hexacampeonato mundial.
Nesta segunda-feira (11), ele participou de reunião do Conselho Conmebol na capital russa que contou com a presença do presidente da Fifa Gianni Infantino e mandou um recado. "Eu disse ao Infantino que ele pode preparar a taça para o Brasil. Eu quero levantar a taça", disse Nunes em um rápido bate-papo com os jornalistas após sair da reunião.
Ele também deu uma alfinetada na Áustria e nos zagueiros que foram violentos com Neymar na vitória da seleção brasileira por 3 a 0 em amistoso neste domingo (10), em Viena. "A Áustria achou que iria fazer frente, porque ganhou da Alemanha [2 a 1]. Mas não deu para a saída. O zagueiro está procurando o Neymar até agora", disse o cartola.
Nunes viajará agora para Sochi, onde nesta terça-feira (12) terá um encontro com a seleção brasileira e posará para foto oficial. Lá também estará Rogério Caboclo, que assumirá a presidência da entidade no próximo ano. Caboclo é chefe da delegação no Mundial e já está na cidade litorânea que é a casa da equipe nacional.
Depois, Nunes voltará a Moscou para participar do Congresso da Fifa na quarta (13). A reunião definirá a sede da Copa de 2026. Nunes, como integrante do Conmebol, votará na candidatura United-2026, composta por Canadá, Estados Unidos e México. O Marrocos é o outro concorrente.
O presidente da CBF também confirmou informação dada pela entidade sul-americana de apoio unânime a Infantino na eleição presidencial da Fifa de 2019.
CORRUPÇÃO
Nunes comanda a CBF desde 15 de dezembro de 2017, quando Marco Polo del Nero recebeu da Fifa a suspensão provisória de 90 dias.
Em 27 de abril, a entidade o baniu definitivamente do futebol após considerá-lo culpado de corrupção por receber propina na venda de direitos de transmissões de competições. Além disso, foi multado em 1 milhão de francos suíços (R$ 3,5 milhões na cotação da época).
Del Nero não viaja para fora do país desde 2015, quando eclodiu o escândalo de corrupção na Fifa. Por isso, o Brasil não teve seu principal dirigente no sorteio dos grupos da Copa, em 1º de dezembro do ano passado.
O funcionário da CBF de grau mais elevado presente no evento foi Edu Gaspar, coordenador de seleções da CBF. Porém, antes de receber a punição definitiva da Fifa, Del Nero conseguiu articular a eleição de Rogério Caboclo como presidente.
A eleição aconteceu em 17 de abril com Caboclo como candidato único. Agora na Rússia, tanto Nunes quanto Caboclo estão tentando uma aproximação com a Fifa e uma melhoria na relação com a entidade.
JOGOS DO BRASIL
17/06 - Domingo, às 15h
Copa do Mundo
Brasil x Suíça - Rostov-do-Don, Rússia
Na TV: Globo, SporTV e Fox Sports

22/06 - Sexta-feira, às 9h
Copa do Mundo
Brasil x Costa Rica - São Petersburgo, Rússia
Na TV: Globo, SporTV e Fox Sports

27/06 - Quarta-feira, às 15h
Copa do Mundo
Sérvia x Brasil - Moscou, Rússia
Na TV: Globo, SporTV e Fox Sports


STF arquiva caso do caixa 2 de R$ 500 mil do chanceler do golpe, Aloysio Nunes


No golpe 'com Supremo, com tudo', em que a presidente Dilma Rousseff foi afastada sem crime e o ex-presidente Lula vem sendo mantido como preso político para não disputar as eleições presidenciais, que ele venceria com facilidade, o decano Celso de Mello acaba de arquivar o caso em que o chanceler do golpe, Aloysio Nunes, foi acusado de receber R$ 500 mil, por fora, da UTC Engenharia
Por André Richter, repórter da Agência Brasil - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello arquivou nesta segunda-feira (11) inquérito aberto para apurar a suposta doação eleitoral não contabilizada ao ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, em 2010.
A investigação está relacionada com os depoimentos de delação premiada do ex-executivo da empreiteira UTC Ricardo Pessoa. Segundo o delator, ele teria acertado doação de R$ 500 mil à campanha de Aloysio Nunes ao Senado, em 2010. Aloysio está licenciado do mandato para ocupar o cargo de ministro.
Celso de Mello atendeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, há duas semanas. Pela jurisprudência da Corte, o relator deve arquivar a investigação quando o pedido é feito pela PGR.
Ao pedir o arquivamento, Raquel Dodge afirmou que os delatores não apresentaram provas para corroborar os depoimentos e não há dados suficientes para embasar o processo criminal.
"A autoridade policial no seu relatório final reconhece que as afirmativas constantes do termo de colaboração de Ricardo Ribeiro Pessoa, especificamente em relação à suposta doação em espécie à campanha de Aloysio Nunes Ferreira em 2010, não foram corroboradas por outros elementos de prova suficientes a comprovar a materialidade e a autoria das infrações investigadas, e, por isso, não há elementos para deflagrar ação penal", argumentou Dodge.


FHC, que pedia SOS à Odebrecht, diz a Moro que nunca infringiu a lei


Em depoimento como testemunha do ex-presidente Lula a Sérgio Moro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que jamais recebeu por fora em palestras ou outros serviços que realizou; "Nem por fora, nem participar de nenhum momento de reforma. Eu não tenho muita coisa a reformar, só minha cabeça mesmo", disse ele, omitindo a MP que editou em 1995 para beneficiar a Odebrecht na construção, sem licitação de duas hidrelétricas, e depois ter cobrado a fatura em email a Marcelo Odebrecht, em que pedia "SOS" 
247 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro nesta segunda-feira, 11, como testemunha de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação penal envolvendo obras no sítio de Atibaia. 
FHC foi questionado pelo juiz da Lava Jato sobre como era pago pelas palestras e outros trabalhos que realizava. "Alguma empresa reformou alguma propriedade que utilizava por fora, em reforma, algo assim?", questionou Moro.
"Isso é feito através de um agente que faz o contrato e eu usualmente não conheço os donos ou representantes da empresa. Vou conhecer eles na hora. Nunca, jamais, nada disso, nem por fora, nem participar de nenhum momento de reforma. Eu não tenho muita coisa a reformar, só minha cabeça mesmo", respondeu FHC. 
Apesar da omissão do ex-presidente tucano no depoimento, Fernando Henrique tem histórico de relações obscuras com a Construtora Odebrecht, que envolvem favores enquanto presidente e retribuição da empresa por meio de doações eleitorais. 
Como o 247 mostrou nesta segunda-feira, em 1995, FHC editou uma Medida Provisória que dispensou licitação e beneficiou a Construtora Norberto Odebrecht na construção de duas hidrelétricas - Itá e Igarapava - que, juntas custaram R$ 1,510 bilhão na época (leia mais).
Outra prova da ligação de FHC com a Odebrecht estava em poder do próprio juiz Sérgio Moro, que não a mencionou no depoimento. Trata-se dos e-mails encontrados pela Polícia Federal em um dos notebooks de Marcelo Odebrecht que apontam uma troca de mensagens entre ele e FHC. O tucano pede para que a Odebrecht contribua para a campanha de Paes de Barros, em 2010.
Em um dos e-mails, FHC manda a mensagem 'SOS', que significa socorro, para ajuda na campanha e envia dados bancários. Valores não são mencionados. A revelação de documento é resultado de um pedido feito pelo advogado Cristiano Zanin Martins, que integra a defesa de Lula, pelo acesso a todos os e-mails do empreiteiro.


Apucarana sedia etapa intermunicipal da Conferência Nacional de Educação


Encontro envolve 340 representantes dos dezesseis municípios de abrangência do NRE
Apucarana vai receber a etapa intermunicipal da Conferência Nacional de Educação (Conae). O encontro está marcado para a próxima sexta-feira (15/6), a partir das 8 horas, no auditório Gralha Azul, da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).
Organizada pelo Núcleo Regional de Educação, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, a União dos Dirigentes Municipais de Educação e a Autarquia Municipal de Educação, a etapa intermunicipal da Conae envolve 340 inscritos de dezesseis municípios. Os participantes representam as redes municipal e estadual de ensino, além de colégios particulares, Conselhos Municipais de Educação, Fóruns Municipais de Educação, Câmaras Municipais, Instituições de Ensino Superior, estudantes e pais de alunos.
Na edição desse ano da Conae, a discussão gira em torno do tema “A Consolidação do Sistema Nacional de Educação (SNE) e o Plano Nacional de Educação (PNE): monitoramento, avaliação e proposição de políticas para a garantia do direito à educação de qualidade social, pública, gratuita e laica”.
A secretária municipal de educação de Apucarana, Marli Fernandes, destaca que o conjunto de emendas e moções aprovadas na etapa intermunicipal deve ser encaminhado, posteriormente, para as fases estadual e nacional da Conae.  “Além dos debates e da troca de experiências entre os inscritos, haverá palestras com o coordenador da Rede de Monitoramento e Avaliação dos Planos de Educação do Paraná, Maurício Pastor dos Santos, e com a secretária municipal de educação de Barretos, professora Silvia de Almeida,” adianta.
Participam da etapa intermunicipal da Conae, representantes dos municípios de Apucarana, Arapongas, Bom Sucesso, Borrazópolis, Califórnia, Cambira, Cruzmaltina, Faxinal, Jandaia do Sul, Kaloré, Marilândia do Sul, Marumbi, Mauá da Serra, Novo Itacolomi, Rio Bom e Sabáudia.
CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO 2018 – EIXOS
​I – O PNE na Articulação do Sistema Nacional de Educação: instituição, democratização, cooperação federativa, regime de colaboração, avaliação e regulação da educação;
II – Planos decenais e o SNE: qualidade, avaliação e regulação das políticas educacionais;
III – Planos Decenais, SNE e Gestão Democrática: participação popular e controle social;
IV – Planos decenais, SNE e a Democratização da Educação: acesso, permanência e gestão;
V – Planos decenais, SNE e Educação e Diversidade: democratização, direitos humanos, justiça social e inclusão;
VI – Planos Decenais, SNE e Políticas Intersetoriais de Desenvolvimento e Educação: cultura, ciência, trabalho, meio ambiente, saúde, tecnologia e inovação;
VII – Planos Decenais, SNE e Valorização dos Profissionais da Educação: formação, carreira, remuneração e condições de trabalho e saúde;
VIII – Planos Decenais, SNE e Financiamento da Educação: gestão, transparência e controle social.


Associação de Senhoras de Rotarianos de Apucarana recebe Diploma de Méritos em Tarefas Comunitárias


A honraria foi concedida pelo vereador e presidente do legislativo, Mauro Bertoli e aprovada por unanimidade de todos os vereadores
A Associação de Senhoras de Rotarianos de Apucarana (ASR) recebeu na noite da última sexta-feira (08/06), em Sessão Solene realizada na Casa da Amizade, o Diploma de Méritos em Tarefas Comunitárias. A honraria concedida pelo presidente do legislativo, vereador Mauro Bertoli, foi aprovada por unanimidade dos vereadores e a Lei nº 16/2018 foi sancionada pelo prefeito Dr. Beto Preto.
Além dos vereadores Antônio Carlos Sidrin, Gentil Pereira, José Airton Deco de Araújo e Marcia Sousa, participaram da solenidade o prefeito Dr. Carlos Alberto Gebrin Preto, Beto Preto, a presidente da ASR, Armelí Dourado, Silza Maria Pasello Valente, Coordenadora Distrital das Entidades de Senhoras de Rotarianos do Distrito 4710, secretários municipais, membros da Associação de Senhoras de Rotarianos de Apucarana, autoridades municipais e convidados.
O Diploma, segundo o presidente do legislativo Mauro Bertoli, atesta o reconhecimento pelos serviços prestados nos 53 anos de existência da Associação de Senhoras de Rotarianos de Apucarana. “Quando colocamos em votação o Diploma sabíamos da importância desse Clube, do trabalho que realizam. Os vereadores aprovaram por unanimidade e o prefeito Beto Preto, de pronto, sancionou a Lei para que hoje fizéssemos a entrega”, declarou o presidente.
Segundo Bertoli, a honraria reconhece publicamente um bem muito precioso que a ASR conquistou desde a sua criação. “Juntas, as associadas já realizaram trabalhos com a Casa da Criança Dona Eliza, Lar Adventista Paul Harris de Apucarana, com o Clube de Mães e Gestantes e, atualmente com o “Projeto de Mulher para Mulher - Confecção e Doação de Próteses Mamárias Externas”. Que Deus continue abençoando o trabalho de todas vocês e que os exemplos possam trazer mais pessoas para essa associação”, disse Mauro Bertoli.
Beto Preto destacou que a homenagem é mais que merecida. “ A Associação de Senhoras de Rotarianos traduz um voluntariado, uma solidariedade humana, introduz a presença do amor cristão no dia a dia daqueles que recebem este braço estendido, esta mão amiga, declarou o prefeito.
Armelí Dourado, presidente da ASR, agradeceu a honraria recebida e relembrou a trajetória da Associação.  “No dia 14 de julho de 1965 foi fundada a ASR de Apucarana e ao completarmos 53 anos recebemos da Câmara, dos dignos representantes do povo, o Diploma de Méritos em Tarefas Comunitárias”, destaca. “Somos uma das muitas Associações de Senhoras de Rotarianos formadas e espalhadas por nosso Brasil afora.  Nossa Entidade teve início em 1938 na cidade de Bauru, começou de uma forma simples, mas como uma semente, germinou, multiplicou e se concretizou nesta obra grandiosa que é hoje”, completa.
A presidente explica que a Associação realiza um trabalho consoante com os rotarianos muito embora possua Estatutos e Regimentos próprios, com projetos temporários, ocasionais ou constantes, tendo sempre metas definidas. “Agradecemos a todos que nos ajudam e nos ajudaram a escrever essa história, que contribuíram com nossas ações, e, aos Rotary Clubes de Apucarana dos quais somos uma consequência feliz”, diz.
Armeli afirma que as associadas seguem as palavras da primeira Coordenadora Nacional da Associação, Maria do Carmo Gouveia de Moraes: “As Associações de Senhoras de Rotarianos não são compostas de mulheres que não tem o que fazer, mas de mulheres que sabem o que fazer; não são compostas de mulheres que procuram matar o tempo mas de mulheres que sabem dar vida ao tempo para que o tempo produza; não são compostas de mulheres que procuram distração no trabalho, mas de mulheres que transformam o  trabalho na mais sublime das distrações”.
HISTÓRICO
A ASR de Apucarana na atual gestão é formada por 24 (vinte e quatro) associadas, que frequentam regularmente as reuniões ordinárias que acontecem na Casa da Amizade na primeira segunda feira de cada mês.
Semanalmente atuam no desenvolvimento das ações da meta definida, participam dos eventos programados e são assíduas e atuantes nos Encontros de Setor, nos Encontros Distritais da Amizade e nos Encontros Nacionais da Amizade, promovidos pela Coordenadoria das Entidades de Senhoras de Rotarianos.
No decorrer de seus 53 anos de atividades a ASR têm realizado inúmeros trabalhos na comunidade apucaranense, colaborando com diversos segmentos da comunidade com determinação e garra na conquista de suas metas, visando sempre a melhoria na qualidade de vida das pessoas, minimizando seu sofrimento e melhorando sua autoestima.
- De 1965 a 1975 (10 anos) tiveram como meta definida apoio para a Casa da Criança Dona Eliza;
 - De 1975 a 1990 (15 anos) a meta definida era apoio para o Lar Adventista Paul Harris de Apucarana, entidade idealizada e concluída em 1976 pela liderança do Rotary Club de Apucarana com participação da ASR de Apucarana e administrada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia;
- De 1990 a 2014 (24 anos) a meta definida foi o “Clube de Mães Gestantes Carentes” onde as associadas se reuniam todas as tardes das segundas feiras para receber as gestantes carentes com o intuito de confeccionar enxovais para os bebês, dando cursos de tricô, crochê, costura e outros, além de programar palestras, com profissionais da área, sobre os cuidados com a gestação e com o bebê;
- A partir de 2014 iniciaram o “Projeto de Mulher para Mulher - Confecção e Doação de Próteses Mamárias Externas” que conta com a participação efetiva das associadas em todas as etapas da confecção das próteses. As mesmas são doadas a todas que nos procuram, bem como para o Hospital do Câncer de Londrina e para o Hospital do Câncer de Maringá.
Fonte: Câmara Municipal


Pimenta vai à PGR para apurar e-mails de FHC a Marcelo Odebrecht


Líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta protocolou nesta segunda-feira 11 junto à Procuradoria Geral da República uma representação em que faz questionamentos sobre os e-mails em que Fernando Henrique Cardoso pediu socorro financeiro a Marcelo Odebrecht durante as eleições de 2010; "Se a resposta for que nada foi feito, pediremos a investigação imediata", informa o parlamentar, lembrando de questionar se policiais federais e membros do Ministério Público, nesse caso, não teriam cometido prevaricação
247 - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS), protocolou nesta segunda-feira 11 junto à Procuradoria Geral da República (PGR) uma representação em que faz questionamentos sobre os e-mails em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu socorro financeiro a Marcelo Odebrecht para financiar as campanhas de dois candidatos ao Senado pelo PSDB em 2010.
"Estou fazendo uma série de questionamentos, se foi instaurado inquérito, o que foi investigado, quem foi o relator, quem foi interrogado... Se a resposta for que nada foi feito, pediremos a investigação imediata", informa o parlamentar.
Pimenta pontuou ainda que questiona, se nesse caso, policiais federais e membros do Ministério Público não teriam cometido prevaricação - quando um servidor público se omite diante de fatos que indicam algum crime -, "na medida em que há três anos eles têm esses e-mails e essas informações".
Pimenta destacou que todos recebem "há muito tempo doações de empreiteiras", mas quando se trata do PT, elas são tratadas como criminosas. "Vamos pedir para chamar para depor Marcelo Odebrecht, FHC, Flexa Ribeiro e Antero Paes de Barros", afirmou, citando também os nomes dos candidatos ao Senado na época do e-mail.


Impedido de ver Lula, assessor do papa denuncia perseguição política

Eduardo Matysiak/Agência PT

Assessor do papa Francisco para Assuntos de Justiça e Paz, Juan Grabois foi impedido pela Superintendência da Polícia Federal de trazer uma mensagem do pontífice ao ex-presidente Lula, sob o argumento de que não é líder religioso; "Me surpreende que o argumento das autoridades tenham finalidade teológica. Pela doutrina católica, todos nós, batizados, somos discípulos e missionários e temos uma missão a cumprir", disse, denunciando; ele denunciou "claro caso de perseguição política" e "deterioração da democracia" no Brasil; Grabois trouxe um rosário para Lula, presente de Francisco; assista sua fala
247 - Assessor do papa Francisco para Assuntos de Justiça e Paz, Juan Grabois foi impedido nesta segunda-feira 11 pela Superintendência da Polícia Federal de trazer uma mensagem do pontífice ao ex-presidente Lula, mantido preso político há 67 dias. O argumento usado pelas autoridades causou estranhamento para Grabois: o fato de que ele não seria um líder religioso.
"Vim com muita esperança trazer uma mensagem ao ex-presidente Lula e, lamentavelmente, de maneira, para mim, um tanto inexplicável, os funcionários da Superintendência, aparentemente por uma ordem de cima, decidiram suspender os direitos de Lula e os meus de ter um encontro com o ex-presidente, porque não se poderia caracterizar um encontro religioso", relatou o assessor a jornalistas em Curitiba.
Para ele, o argumento não tem lógica, uma vez que, "pela doutrina católica, todos nós, batizados, somos discípulos e missionários". Ele contou que veio trazer um rosário do papa Francisco e uma mensagem do papa a Lula, as conclusões dos encontros do pontífice com os movimentos sociais, além de debater questões espirituais com o ex-presidente. Grabois entregou o rosário na PF e deixou uma mensagem por escrito. Ele espera uma resposta de Lula até amanhã.
"Estou muito preocupado com a situação, considerando que estamos diante de um claro caso de perseguição política, onde há uma deterioração da democracia no Brasil. Esta inexplicável negativa a permitir uma visita que estava programada de antemão é parte também de um processo de degradação das instituições não somente no Brasil, mas nos países da América Latina", denunciou.
"Me surpreende que o argumento das autoridades tenham finalidade teológica, por eu não ser um sacerdote consagrado. Não sei se esses funcionários têm formação teológica, mas reforço que todos os batizados somos discípulos e missionários e temos uma missão a cumprir", completou. O assessor do papa contou ter visitado presos em situações similares em diversos locais e nunca se deparou com uma negativa dessa natureza.
Ele concluiu sua fala dizendo que sai triste, mas com a certeza de que "a Justiça virá". 


Requião estraçalha argumentos contra a política econômica do governo

Moreira Mariz

Em um longo estudo, "Elementos de Macroeconomia para Análise da Crise Brasileira", o senador Roberto Requião (MDB-PR) expõe e estraçalha, um por um, os argumentos dos condutores da política econômica do atual governo e acrescenta: "A propósito, o Brasil estava em situação de virtual pleno-emprego em 2014, antes do golpe. E em 2014 estava em vigor toda a formalidade do trabalho e da Previdência que veio posteriormente a ser atacada em nome do restabelecimento da confiança"
Paraná 247 - Em um longo estudo, intitulado "Elementos de Macroeconomia para Análise da Crise Brasileira" , o senador Roberto Requião (MDB-PR) expõe e estraçalha, um por um, os argumentos dos condutores da política econômica do atual governo e, de resto, as orientações do FMI, do Banco Mundial e do Banco Central Europeu.
Segundo o parlamentar, o abandono de uma visão keynesiana da crise, hoje, no Brasil e no mundo, leva a humanidade a sacrifícios absolutamente desnecessários, tudo em nome do deus dinheiro.
Requião chama a sociedade brasileira para debater as saídas da nossa grave crise. "A propósito, o Brasil estava em situação de virtual pleno-emprego em 2014, antes do golpe. E em 2014 estava em vigor toda a formalidade do trabalho e da Previdência que veio posteriormente a ser atacada em nome do restabelecimento da confiança", continuou.
"Para encerrar com um conceito keynesiano, convém considerar que nenhum empresário investe sem perspectiva de que vai vender seus produtos. Para isso, tem que ter demanda. Para isso, numa recessão, o único ente capaz de investir antes de ter demanda é o setor público. O resto é pura mistificação", acrescentou.
Confira o discurso:
Houve um momento a partir dos anos 70 e 80 em que os acadêmicos da corrente principal dos economistas, assim como os políticos que eram orientados por eles, passaram a considerar a macroeconomia uma abordagem ultrapassada das questões econômicas.
Não eram mais os grandes fluxos agregados da atividade econômica humana o foco de interesse, mas a ação ou omissão do indivíduo. A partir da psicologia e da racionalidade do consumidor e do investidor individual tudo poderia ser inferido em termos macro, o que abriu as portas para a retomada do individualismo do início do século XX na forma, agora, de neoliberalismo.
Pretendeu-se sepultar a teoria macroeconômica keynesiana. Esta insistia em permanecer no centro das atenções porque a contabilidade pública em praticamente todos os países civilizados baseia-se nas categorias fundamentais de Keynes (1).
Mais importante que isso.
São as categorias fundamentais de Keynes os instrumentos que governam os processos de intervenção econômica quando se instaura uma situação de recessão prolongada ou de depressão. Não só isso.
É a economia keynesiana que pode reverter, no curto prazo, o inexorável ciclo depressivo na economia capitalista, reconhecido desde Marx (2).
Pode-se considerar que Marx, numa perspectiva revolucionária, identificou com rigor científico a natureza dos ciclos econômicos, prevendo com isso a autodestruição do capitalismo, enquanto Keynes, numa perspectiva socialista não radical, se propôs a regularizar o ciclo mediante os recursos da macroeconomia.
Isso se deu, nos anos 30 do século passado, seja pela teoria keynesiana, seja sobretudo na prática do presidente Franklin Roosevelt, com o New Deal – replicado na Alemanha com o Novo Plano de Hjalmar Schacht- e significou a salvação do capitalismo americano e alemão.
Abriu-se, assim, um longo período de prosperidade imediatamente antes e especialmente no após a segunda guerra.
De fato, políticas keynesianas de estímulo do crescimento econômico dominaram o ocidente ao longo de todo quarto de século do pós-guerra, conhecido como os anos de ouro do capitalismo.
O Brasil se beneficiou dessa onda especialmente com as políticas progressistas de Getúlio Vargas e sua notável equipe de assessores desenvolvimentistas; políticas, registre-se, que antecederam a Keynes, como a defesa do preço do café.
Jogando com extrema sabedoria no xadrez geopolítico mundial, ele arrancou dos Estados Unidos, em troca da cessão da base aérea do Rio Grande do Norte durante a guerra, apoio para construção da Cia Siderúrgica Nacional. Criou também a Eletrobrás e a Petrobrás e, para dar suporte ao investimento em infraestrutura, o BNDES.
Foram todas iniciativas vitais, estruturantes da economia. Só mesmo um alienado da política real como Fernando Henrique Cardoso poderia falar em enterrar a Era Vargas, assim como também quer o governo Temer, a não ser que isso signifique também enterrar toda a economia.
Duas décadas de governos militares no Brasil possibilitaram a continuidade de avanços na infraestrutura, na indústria básica, na indústria bélica e no conceito de desenvolvimento de empresas tripartites – estatal, nacional privada e estrangeira privada -, porém a partir sobretudo de financiamento externo.
Em consequência, além de dois choques do petróleo (3), o país teve que suportar o choque da dívida externa no início dos anos 80. Quase a totalidade do investimento da infraestrutura, de ferrovias a hidrelétricas, inclusive Itaipu, havia sido feito com financiamento norte-americano e europeu a taxas de juros flutuantes.
Nessa situação financeira altamente vulnerável o banco central norte-americano fez explodirem as taxas de juros internacionais para níveis impagáveis, criando um imenso joelho de juros a serem pagos pelos devedores, inclusive o Brasil (4).
A crise não era só brasileira, mas de toda a América Latina endividada. E todos fomos colocados sob o tacão do FMI que passou a ditar a política econômica do continente.
A crise só seria amainada mais de dez anos depois de sua eclosão, no marco do chamado Plano Brady, um esquema que possibilitou seu deságio parcial sob estímulo do governo norte-americano e com a concordância dos próprios bancos credores.
A drenagem de recursos para o exterior continuou, porém sem acesso a dinheiro novo. Bloqueado pelo lado externo, e incapaz de formular uma política fiscal-monetária autônoma pelo lado interno, o país não conseguiu, e certamente não queria no governo Fernando Henrique viabilizar um programa keynesiano que viesse a se contrapor às regras draconianas do Fundo.
Ao contrário, FHC aderiu firmemente ao neoliberalismo, com o efeito de uma performance econômica medíocre. E tornamo-nos sócios da recessão, e do baixo crescimento.
É verdade que a inflação foi parcialmente domada a partir de 1994.
Mas, volta ameaçadora no fim da década, depois que foi abandonada a política de âncora cambial adotada para controlá-la na primeira fase do governo fernandista.
Paralelamente o tucano empreendeu um programa de privatizações altamente controverso que consistiu em vender empresas como Telebrás, Embratel e a mais simbólica delas, a Vale do Rio Doce.
De forma similar ao Governo Collor, o país desfazia-se de patrimônio público sem contrapartida de construção de ativos novos. Era um negócio para bancos e financistas, e não para empresários.
Depois que o país pagou sua dívida junto ao FMI no Governo Lula, não havia mais motivo para resistirmos a adotar uma política de matriz keynesiana de desenvolvimento.
A resistência anterior resultava primordialmente da pressão por parte da banca e dos interesses financeiros externos e internos, racionalizada pelo Consenso de Washington e, mais amplamente, pela doutrina neoliberal.
O Governo Lula escapou parcialmente dessas restrições, no primeiro mandato, tendo em vista uma performance espetacular do lado externo em consequência da explosão de quantidades e preços de commodities minerais e agrícolas vendidas para a China.
É preciso reconhecer, contudo, que nem todo o espaço aberto para a retomada de uma taxa alta de crescimento econômico foi preenchido logo no início do Governo Lula. As restrições neoliberais foram mantidas na forma de decisões de política fiscal e monetária de Antônio Palocci, como ministro da Fazenda, e de Henrique Meirelles, na presidência do Banco Central.
Critiquei pessoalmente essas políticas em seu próprio tempo.
De qualquer modo, sabiamente, o presidente Lula, cujo foco bem-sucedido e mundialmente aplaudido era a campanha contra a fome, vetou a adesão ao acordo da ALCA, a despeito de fortes pressões americanas e do seu próprio Ministro da Fazenda.
Recorri a esse breve histórico sobre a economia política brasileira para tentar responder a uma única questão que está explícita no título da palestra que me foi proposta: o que deve se entender por neoliberalismo e o que se entende por uma política keynesiana progressista, nos marcos da macroeconomia (5).
Afinal, se tivemos, ao longo do pós-guerra, os chamados 25 anos de ouro do capitalismo, sintetizado num longo consenso entre economistas e políticos em torno de políticas econômicas de grande sucesso, o que aconteceu para que esse consenso fosse rompido, transformando-se em dissenso responsável pela longa estagnação ou recessão dos anos 80 para cá?
Vou focar numa situação concreta: a crise internacional de 2008 no ocidente e suas consequências ideológicas e práticas. Com a quebra do banco de investimento Lehman Brothers, nos Estados Unidos, a crise eclodiu como um rastilho de pólvora nos mercados financeiros americanos e europeus.
Diante do colapso sem precedentes das economias ocidentais, fomentado pela globalização financeira, foi convocada uma reunião do G-20 em Washington para discutir nada menos do que a salvação do sistema capitalista. Recomendação comum foi acertada: todos deveriam recorrer a políticas de expansão fiscal e monetária como forma de reforçar a demanda global e a atividade econômica.
Isso é macroeconomia keynesiana pura!
O então presidente francês, Sarkozy, um neoliberal, saiu do encontro proclamando que todos agora eram keynesianos.
No início de 2009 realizou-se outra reunião do G-20, com o mesmo objetivo, dessa vez em Londres. O mesmo consenso se reproduziu: recomendação de fortes políticas fiscais e monetárias expansionistas para sustentar a retomada de economias ainda frágeis.
Entretanto, em 2010, a reunião se realizaria em Toronto no Canadá. De forma surpreendente, os dirigentes da França e da Inglaterra se submeteram aos neoliberais ortodoxos da Alemanha.
E ditaram para toda a Europa, em especial para os países do euro, uma política fiscal-monetária de cunho surpreendentemente restritivo, dado que a recuperação parecia longe de estar firme.
Os Estados Unidos, menos ideológicos, ficaram firmes em seu compromisso expansionista: mantiveram déficits fiscais anuais de mais de um trilhão de dólares até 2013.
Com isso forçaram a redução do desemprego no mercado de trabalho, que começou a cair no país.
O Brasil acompanhou o consenso expansionista inicial. O Tesouro liberou 200 bilhões de reais para o BNDES, em dois anos, como forte estímulo à tomada de investimentos pelo setor privado.
Foram reduzidos impostos e aumentado o salário mínimo, tudo no sentido de favorecer o aumento da demanda agregada. Foi uma política keynesiana sem ser dita.
E o resultado foi simplesmente espetacular: em 2010 a economia cresceu nada menos que 7,5%, isso em plena recessão internacional, a qual seguia seu curso principalmente na Europa.
Mas, em seguida, por pressão da banca, o país abandonou a política expansionista, e o PIB começou a cair.
O programa neoliberal alemão imposto ao resto da Europa pela troika – FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia - tem em vista principalmente proteger a saúde financeira dos seus bancos e não a retomada do crescimento.
E ela ignora ainda fatores como desemprego e desenvolvimento.
Essa política é acompanhada pela França, com preocupação similar, e, com menos fervor, pela Inglaterra.
As razões são compreensíveis: no caso da França, porque seus bancos são também grandes credores da área do euro.
Já a Inglaterra, fora da área do euro, tem maior liberdade de escolha de suas políticas econômicas tanto pelo lado monetário quanto fiscal.
Para ser eleito François Hollande prometeu enfrentar a crise econômica francesa mediante a retomada dos investimentos públicos. No Governo, ele foi um fracasso, pois submeteu-se à política alemã.
Hollande não teve condições ou coragem de acompanhar a política norte-americana de financiar o investimento deficitariamente.
É importante assinalar, no caso alemão, as razões de seu espetacular sucesso na saída da crise e na continuidade de seu desempenho a despeito de políticas fiscal e monetárias restritivas.
Num certo sentido, a Alemanha vampiriza a Europa desde a criação do euro. Tendo sido o marco, sua moeda nacional, a mais forte do continente até o acordo da moeda única, ao fundir-se com as demais moedas da região ganhou o prêmio de uma desvalorização monetária efetiva.
É que, em comparação com as moedas antigas, o euro veio a situar-se no ponto médio.
Com isso, o país ganhou imensas vantagens competitivas comerciais no mercado internacional e nacional, de sorte que mais de 40% das exportações alemãs se destinam para a área do euro, e em proporção ainda maior quando se considera o resto da Europa.
Há uma lenda que atribui o sucesso alemão à qualificação da mão de obra, à alta tecnologia e à disciplina do trabalhador.
Pode ser verdade, em parte, mas a razão fundamental no contexto da atual crise mundial é o mencionado fator de desvalorização monetária. Gerando imenso superávit comercial, segundo ou terceiro do mundo, esse processo tem consequências macroeconômicas expansivas de forma alguma irrelevantes. Trata-se do efeito monetário interno do superávit comercial.
Ao ser internalizado o superávit torna-se uma força expansiva de caráter monetário. Esse é um fator crucial no desenvolvimento dos países. Só tem um problema: por uma fatalidade aritmética, nem todos os países podem fazer superávit comercial ao mesmo tempo.
Em termos ideológicos, a crise de 2008, que ainda se arrasta em muitos países, inclusive o Brasil, curiosamente reforçou a doutrina neoliberal e fez mergulhar a maior parte da Europa continental em estagnação, justamente num momento em que mais se precisava de Keynes.
Países como Grécia, Espanha e Itália se deixaram estrangular pelas doutrinas neoliberais a despeito, em alguns casos, do posicionamento oposto de seu eleitorado. Isso mostra como é impressionante a força das ideias quando vem ancorada em interesses pesados, sobretudo do capital financeiro especulativo.
De fato, a essência do Consenso de Washington, direcionado inicialmente para países em desenvolvimento, passou a aplicar-se também aos desenvolvidos afetados pela crise financeira. Portugal foi o único país da área do euro que rompeu abertamente com o Consenso arbitrado pela troika: está se recuperando!
A avalanche neoliberal chegou ao Brasil num momento em que tínhamos todas as condições para a retomada do desenvolvimento a altas taxas por nossos próprios meios.
Temos uma altíssima posição em reservas internacionais do tipo que se construiu nos países asiáticos depois da crise financeira de 1997, que os atingiu frontalmente.
Essas reservas nos garantiriam, caso o quiséssemos, financiar a parte dos investimentos em tecnologia e equipamentos que fossem necessários para uma arrancada de crescimento, dessa vez sem dependência da banca internacional. Desgraçadamente, nossas reservas tornaram-se inúteis do ponto de vista do desenvolvimento. Estão na vitrina. Ninguém usa.
Temos superávit comercial em commodities agrícolas e minerais. Num certo sentido é bom que seja assim pois o atual Governo pode desbaratá-las sem maiores propósitos desenvolvimentistas. Perdemos no governo Collor uma das âncoras do desenvolvimento, a siderurgia estatal; agora estamos vendendo a âncora da energia.
É o desenvolvimento sendo feito às avessas! (6)
Aquilo a que se deu o nome de "Ponte paras o Futuro" é o compromisso mais radical com o retrocesso econômico jamais feito no país.
Em essência, trata-se de reduzir ao máximo o espaço público na economia e na sociedade para expandir o espaço de exploração privada.
A esse objetivo se sujeitam todos os principais objetivos do Governo Temer, notadamente o da destruição da Consolidação das Leis do Trabalho, liquidando direitos civilizatórios que recuam a mais de 60 anos.
Empresas estratégicas da área de energia estão sendo listadas para venda - a Petrobrás, já privatizada de forma fatiada, e a Eletrobrás, que se pretende alienar em bloco.
O Governo autorizou a venda de terras de forma ilimitada, vendeu blocos do pré-sal a preço vil, perdoou por antecipação um trilhão de dólares em impostos das petrolíferas, abriu mão da soberania sobre Alcântara e chegou à audácia de afrouxar as restrições paras o trabalho escravo.
Entretanto, esses assaltos patrimoniais em favor da banca privada poderão ser reversíveis na perspectiva de um governo nacionalista, através da convocação de um referendo revogatório.
O que se revela assustador, porém, para o curto prazo, é a política macroeconômica em curso.
O Governo fez aprovar por um Congresso alienado ou mesmo desonesto meios de política econômica que, se não forem revertidos, cristalizam na estrutura do poder governamental instrumentos perenes de contração fiscal, incompatíveis com qualquer política de retomada do crescimento.
O caso paradigmático é a emenda constitucional 95.
Essa excrescência pretende congelar por 20 anos o orçamento primário. Trata-se do recurso mais extremo a que chega o neoliberalismo.
É importante notar que esse artifício legal possibilita o engessamento financeiro de todo o setor público para investimentos. Incluindo estados e municípios, tendo em vista o papel de centralização de recursos orçamentários pelo Governo federal na Federação.
Como consequência, estamos diante da eliminação efetiva da macroeconomia como instrumento de desenvolvimento econômico. É o domínio absoluto do neoliberalismo, numa escala jamais vista em qualquer país do mundo.
E só está sendo possível no Brasil por causa do golpe de Estado contra Dilma Rousseff.
Em qualquer outra hipótese, o Governo pensaria duas vezes antes de editar medidas tão contrárias ao interesse público.
O mais extravagante nessa política é que ela se dá num momento de extrema contração da economia brasileira.
A exemplo do que aconteceu nos Estados Unidos e na Alemanha do início dos anos 30 do século passado, a radicalização de políticas ortodoxas, de direita, ou simplesmente liberais, foi implementada com total descaso em relação a suas consequências econômicas e sociais.
As taxas de desemprego, nesses dois países, chegaram a um quarto da população ativa.
Nos Estados Unidos generalizaram-se as chamadas "Hoover Villes", favelas feitas de papelão em torno das grandes metrópoles, espalhando-se por várias partes do país, já o primeiro do mundo, as filas de sopas para desempregados famintos.
Na Alemanha, o recém-indicado chanceler Brunning enfrentou a crise de um modo não muito diferente de Meirelles.
Brunning cortou pela metade o orçamento primário em 1930, e, novamente pela metade, o de 1931, despedindo grandes massas de funcionários públicos. Quando entrou, havia 12 deputados nazistas no Parlamento; no ano seguinte, 107; no outro ano, mais de 200, dando a maioria relativa que viabilizou o poder de Hitler. Este era um demagogo facínora, mas politicamente sábio.
Hitler entregou a economia ao mago Hjalmar Schacht, que montou um esquema que se pode dizer keynesiano antes de Keynes, mobilizando grandes investimentos deficitários, tirando a Alemanha do chão e lançando-a como grande potência econômica e militar, ao ponto de desafiar o mundo.
Roosevelt, sem necessariamente ter lido carta que Keynes enviou para ele, sugerindo uma política antirrecessão, também partiu para uma vigorosa política de relançamento da economia em 1933 a fim de enfrentar sobretudo o alto desemprego. Seguiu o conselho intuitivo de Henry Ford: chamado a receber uma homenagem na Casa Branca, Ford a recusou.
Surpreso o presidente quis saber por quê. Ford explicou que na base de corte de salários e de investimentos a economia continuaria capotando.
O presidente então lhe pediu um conselho, e Ford completou: Reduza a jornada de trabalho e aumente o salário mínimo que as pessoas poderão voltar a comprar, estimulando os investimentos. Foi o que aconteceu.
Que grande pesar não termos um Ford! Os nossos empresários, ao contrário, querem escravizar o trabalhador, tirar-lhe o sangue, torná-lo indigente. Vi muitos deles e seus assessores nos corredores do Congresso para cabalar votos para a chamada reforma trabalhista do Temer. Tiveram sucesso porque convenceram pela demagogia abstrata.
Voltarão lá, certamente, em algum momento, para promover a reforma previdenciária, embora neste caso é provável que enfrentem maiores resistências: ainda somos uma democracia formal, pelo que congressistas precisam dos votos dos beneficiários concretos da Previdência para se reelegerem.
Temer pode comprar muitos, mas não todos.
Não estamos diante de erros de política econômica. Pensar que Temer e seus acólitos do Planalto estão errados na condução do país é um grande equívoco. Eles sabem muito bem o que querem.
Grande parte das reformas neoliberais no mundo ficou empacada a meio caminho devido a oposição dos cidadãos.
O Brasil é o primeiro grande país no mundo em que as estruturas neoliberais podem ser implantadas sem resistência institucional efetiva, já que o Congresso comprado para o impeachment se tornou o Congresso automaticamente comprado também para as reformas – a despeito da possível exceção da Previdência.
A importância do experimento neoliberal brasileiro é funcional do capitalismo. Todos os analistas independentes têm identificado uma queda tendencial da taxa de lucro produtivo nas economias avançadas. Em parte, isso se deve à parcela gigantesca da mais-valia apropriada pelo capital financeiro.
Outra parte são os impostos aplicados no financiamento das sociedades de bem-estar social.
Em consequência, países como o Brasil onde as políticas sociais são ainda frágeis, e as instituições em defesa do trabalho e da Previdência são vulneráveis, tornam-se alvos preferenciais dos ataques neoliberais.
Ingênuos os que pensam que o Governo Temer, ou qualquer neoliberal que o suceder, tem uma política de desenvolvimento. Não falo em projeto nacional, em defesa de soberania. Falo simplesmente em crescimento econômico. Esse termo só é mencionado por este Governo quando saem as estatísticas do IBGE sobre a evolução do PIB.
Então, o Governo manipula os dados. Se for um índice negativo, projeta automaticamente uma melhora para frente. Se for um ponto positivo, como agora, é interpretado como retomada. Esquece-se de dizer, nesse caso, que a economia se contraiu em 7,6 pontos em 2015 e 2016, e o pífio crescimento de 2017 não significa nada, pois está longe de recolocar a economia nível de 2014.
De fato, a economia já encolheu 0.56 por cento, em janeiro último.
O Governo não pode falar em retomada do crescimento porque isso contraria os seus objetivos de fazer uma política de terra arrasada, facilitando privatizações e as políticas impopulares.
É capaz de fazer um déficit público de 159 bilhões de reais, como no ano passado, exclusivamente para doar esse dinheiro à banca. Sem destinar absolutamente nada ao gasto público produtivo ou de bem-estar social.
Na política macroeconômica de Keynes, em situação de grande contração da economia, o investimento deficitário do Governo é o principal instrumento de retomada. Na economia de Meirelles, o déficit serve exclusivamente à banca, que apenas acumula dinheiro, sem investir.
O que pretendem os neoliberais? Se abrimos os códigos, podemos concluir que seu objetivo é esmagar completamente as classes não proprietárias e escravizá-las num ambiente mundial sem solidariedade, desigual, de renda concentrada, sem amor ao próximo.
Um ambiente dominado por Mamon, o dinheiro, como condena o Papa Francisco.
Um ambiente em que os mais fracos podem ser dominados facilmente pelas polícias e pelos exércitos tendo em vista a alta tecnologia de matar disponível para essas forças, sem contrapartida no plano popular.
É um ambiente de estímulo à luta revolucionária, como a do início do século XX, sem grande preocupação por suas consequências. Porque os ricos pagam quem luta por eles.
A alternativa óbvia é a política keynesiana. Investimento deficitário do governo (7), aumento dos salários, redução da jornada de trabalho, gastos públicos nas áreas de infraestrutura e de bem-estar social. Não há segredo nisso.
Alguns críticos ideológicos dizem que as políticas de expansão de demanda no início dos anos 30 foram pouco eficazes. É falso. No caso da Alemanha, com o título MEFO criado por Scharcht, o resultado positivo foi indiscutível, embora para desgraça mundial.
Nos Estados Unidos, basta observar o desempenho da economia para tirar uma conclusão. De uma contração de 12,9% em 1932, a economia passou, no ano do New Deal, 1933, a menos 1,3%; depois, a um aumento de 10,8% em 1934; depois, a 8,9% e 12,9% em 1935 e 1936.
Não vou dar outros números para não cansar ninguém com estatísticas, mas foram positivos até a guerra, e sobretudo durante e depois dela.
Agora, compare isso ao falso crescimento do ano passado do Governo Temer: estamos na rabeira do mundo, sem perspectiva a não ser vencer as eleições deste ano!
A banca e seus fâmulos, grandes beneficiários dos déficits públicos não produtivos, sustentam que o investimento deficitário gera inflação. É absolutamente falso. E a prova disso é o comportamento da economia brasileira no ano passado.
A despeito de um déficit gigantesco para o montante da economia, tivemos deflação ao longo de todo o ano passado.
O argumento deles vai além: se o déficit for resultado de gastos reais, isto é, em bem-estar coletivo e em infraestrutura, aí, sim, provoca inflação.
De novo, é falso.
Inflação só raramente é um fenômeno monetário.
Inflação corresponde a uma alta média de preços quando há uma pressão forte da demanda. Ora, estamos numa recessão prolongada. Com o alto desemprego e a queda da renda generalizada, a inflação tende inexoravelmente a cair. E cairia mais se não mantivéssemos, sem justificativa, uma economia em parte ainda indexada.
Há um aspecto final a considerar. Como os neoliberais e seus fâmulos na imprensa "vendem" à população as perspectivas futuras da economia?
Sim, porque a realidade vai se impor cedo ou tarde, e terão que dar alguma explicação para o fracasso óbvio no terreno principalmente do emprego que não diz respeito apenas ao emprego formal, mas também ao informal.
Para isso, existe uma saída cínica, e de uso generalizado não só pelo Governo, mas também pela grande mídia: foi criado um ente de razão chamado "confiança" que explica tudo. Se a economia vai mal, é porque o empresariado não tem confiança nas reformas estruturais, sendo que, no momento, a reforma estrutural-chave é a reforma da Previdência.
Com isso, o fracasso passa a ser do "outro", o produtor de confiança, não do Governo.
Claro que é um embuste, a essência do cinismo.
Não conheço um único empresário que deixaria de investir por causa da reforma previdenciária, a não serem os abutres que querem simplesmente privatizar o sistema previdenciário.
A propósito, o Brasil estava em situação de virtual pleno-emprego em 2014, antes do golpe.
E em 2014 estava em vigor toda a formalidade do trabalho e da Previdência que veio posteriormente a ser atacada em nome do restabelecimento da confiança.
Para encerrar com um conceito keynesiano, convém considerar que nenhum empresário investe sem perspectiva de que vai vender seus produtos. Para isso, tem que ter demanda. Para isso, numa recessão, o único ente capaz de investir antes de ter demanda é o setor público. O resto é pura mistificação.
Notas:
(1) De acordo com as categorias keynesianas, adotadas pela ONU, o PIB(Produto Interno Bruto) é igual a C(Consumo) + I (Investimento) + G (Gasto Governamental) + X (Exportação) – M (Importação).
É o conceito do produto sob a ótica do gasto.
(2) Ciclos é o processo recorrente de expansão e retração característico do capitalismo.
(3) Triplicação dos preços do petróleo em 1973 pela OPEP e alta expressiva também em 1979
(4) A taxa de juros de empréstimos internacionais beirou 30% no início dos anos 80 do século passado.
(5) O neoliberalismo se caracteriza por políticas monetárias e fiscais restritivas com foco principal na proteção ao lucro do sistema bancário, privatização de patrimônios públicos, restrição ao estado de bem-estar social e liberação cambial. Em termos brasileiros, seria o tripé macroeconômico tão valorizado por alguns políticos mal informados sobre desenvolvimento.
Uma política progressista consiste principalmente na ampliação do investimento público, mesmo deficitário, nas recessões, e estabilização orçamentária na expansão.
(6) O Acordo do Carvão e do Aço foi a base do desenvolvimento europeu a partir dos anos 50 do século passado.
(7) O déficit público é virtuoso quando resulta de investimento público em infraestrutura e bem-estar social em períodos de recessão, induzindo a retomada do PIB e da receita tributária. Na verdade, se o déficit fosse sempre mau não deveria existir dívida pública em países "responsáveis" como Estados Unidos, Japão, Itália e Alemanha, com dívidas superiores a 80%.
E, no caso japonês, de mais de 200% do PIB.