O representante do Comando Nacional do Transporte (CNT) Ivar
Luiz Schmidt, líder da paralisação de caminhoneiros de 2015, diz que se a
tabela de preços mínimos de frete for derrubada em acordos entre governo e
lobbies de empresários de transporte, haverá uma greve pior que a última; o
clima no Whatsapp dos trabalhadores caminhoneiros é de desconfiança
247 – O representante do Comando Nacional do Transporte
(CNT) Ivar Luiz Schmidt, líder da paralisação de caminhoneiros de 2015, diz que
se a tabela de preços mínimos de frete for derrubada em acordos entre governo e
lobbies de empresários de transporte, haverá uma greve pior que a última. A
percepção no Whatsapp dos trabalhadores caminhoneiros é de traição à vista.
A Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT) está re-elaborando os cálculos e deverá
apresentar um novo resultado. "Esperamos que se encontre um denominador
comum e não prejudique o caminhoneiro. Caso contrário, podem esperar uma nova
rebelião”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros
(Abcam), José Fonseca Lopes.
Fonseca
afirma que uma tabela de preço mínimo vinha sendo negociada no Congresso antes
da greve e da medida provisória ser emitida. Já Schmidt afirma que desde 2016
essa proposta vem sendo negociada, sem sucesso - ignorando as condições
precárias nas quais vivem os motoristas de caminhão no Brasil.
“Enquanto
as empresas transportadoras se movimentam para mudar a tabela do frete mínimo,
os caminhoneiros acompanham - ressabiados - o andamento das negociações em
Brasília. Nas redes sociais, os motoristas temem que o lobby dos grandes grupos
consiga derrubar a tabela recém instituída pelo governo como contrapartida ao
fim da greve. Mas eles prometem resistir. "Se essa tabela cair, vai ter
uma greve pior que a última. E aí não vai ter negociação, pois eles vão querer
provar para o mundo que são fortes, vai ser uma grande revolta", diz Ivar
Luiz Schmidt, representante do Comando Nacional do Transporte (CNT) e que foi o
grande líder da paralisação de 2015.
Foi
ele quem criou os primeiros grupos de caminhoneiros no WhatsApp para organizar
os protestos daquele ano. Nesta quarta-feira, Schmidt participa de quase 90
grupos na rede. "Tá todo mundo só esperando que a tabela seja derrubada
para parar tudo de novo", afirma. "E, pelo que estou vendo no WhatsApp,
pode ter certeza de que isso vai acontecer." A tabela de preço mínimo do
transporte rodoviário - definida às pressas pelo governo para interromper a
greve na semana passada - é considerada a maior vitória dos caminhoneiros nos
últimos tempos. Mas, diante da reação do empresariado (principalmente
representantes do agronegócio), eles começam a temer que essa conquista esteja
com os dias - ou horas - contados.”
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