Luiz Fernando Corrêa presta depoimento nesta quinta. PF vê tentativa de interferência nas investigações sobre espionagem durante governo Bolsonaro
A Polícia Federal se prepara para indiciar Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sob suspeita de tentativa de obstrução das investigações sobre o uso ilegal do órgão na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Corrêa, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve depor na tarde desta quinta-feira (17), informa a Folha de S. Paulo.
Também será ouvido Alessandro Moretti, ex-número 2 da Abin, exonerado por Lula em janeiro de 2023. Ambos são apontados como responsáveis por interferências indevidas na apuração conduzida pela PF e, segundo os investigadores, há elementos suficientes para o indiciamento. A situação só poderá mudar caso os depoimentos tragam defesas robustas, o que é considerado improvável pela equipe que conduz o inquérito.
◎ Suspeitas de obstrução e espionagem internacional - O caso ganhou novos contornos com a revelação de que, além de espionagem doméstica, a Abin teria monitorado ilegalmente autoridades do Paraguai. Segundo depoimento de um agente da própria Abin, reportado inicialmente pelo UOL, a operação teve início ainda no governo Bolsonaro e teria sido mantida até os primeiros meses da gestão de Lula, quando foi encerrada. À época da revelação, o governo Lula destcou: "a citada operação foi autorizada pelo governo anterior, em junho de 2022, e tornada sem efeito pelo diretor interino da ABIN em 27 de março de 2023, tão logo a atual gestão tomou conhecimento do fato".