quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Após denúncia da PGR, Flávio Bolsonaro insiste em candidatura do pai para 2026, mas admite nome alternativo da direita

Senador afirma que Jair Bolsonaro registrará candidatura mesmo estando inelegível e cita Tarcísio, Michelle e Ratinho Júnior como opções


Um dia após a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que trata Jair Bolsonaro como líder de uma tentativa de golpe para se manter no poder, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que seu pai se manterá como candidato ao Palácio do Planalto em 2026. No entanto, ele reconheceu que a direita poderá ter outros nomes viáveis na disputa. Segundo o senador, mesmo inelegível, o ex-presidente registrará sua candidatura e, "lá na frente, se for necessário", pode apoiar um nome alternativo.

Em entrevista ao jornal O Globo, o senador revelou que partidos do Centrão já trabalham com um cenário no qual o ex-mandatário não poderá concorrer no pleito presidencial de 2026, o que abre espaço para um candidato da direita. Segundo Flávio, presidentes de partidos já procuraram a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), além dele próprio, para uma eventual candidatura presidencial.

"Há diversos nomes com viabilidade política para concorrer. Bolsonaro tem a humildade de, se necessário, apoiar aquele que tiver maior potencial", afirmou o senador. "Presidentes de partidos falam comigo, com Tarcísio, Michelle, Ratinho, Romeu Zema (governador de Minas Gerais), Ronaldo Caiado (governador de Goiás), falam para todo mundo: 'Olha, mantenha a linha que pode ser você'", disse Flávio na entrevista.

Apesar disso, o senador classificou como um "desrespeito" discutir a substituição de Bolsonaro na disputa de 2026. Ele comparou a situação do pai com a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2018, quando ele estava preso e inelegível, mas ainda assim registrou candidatura. Após a Justiça Eleitoral rejeitar o pedido, Fernando Haddad [atual ministro da Fazenda] assumiu a cabeça de chapa.

Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 após condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Nesta terça-feira (20), a PGR apresentou denúncia contra ele por liderar uma trama golpista para se perpetuar no poder e impedir a posse de Lula, sendo esta a primeira acusação criminal formal contra o ex-mandatário desde que deixou o cargo.

Flávio Bolsonaro, que também é advogado, criticou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e classificou as acusações como "políticas". "Juridicamente, eu estaria muito tranquilo, mas politicamente vemos que há uma determinação dada ao Gonet. Lamento muito, é uma decepção pessoal para mim o que ele está fazendo", disse.

O senador também tentou desqualificar a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que apontou reuniões e outros elementos como provas contra o ex-mandatário na denúncia da PGR. Flávio afirmou que a "delação é forjada e feita contra a vontade do Cid".

Sobre a possibilidade de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, o senador admitiu que não há garantias de que a medida será aprovada pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). No entanto, ele acredita que a proposta contará com apoio no Congresso.

"Não posso garantir. Nunca houve conversa do tipo 'votamos em você para pautar isso ou aprovar isso'. O que fazemos é sensibilizar as lideranças partidárias e políticas para os excessos que estão acontecendo", concluiu o parlamentar.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Lula defende diálogo com atacadistas para reduzir preços dos alimentos

Presidente destaca necessidade de equilíbrio entre exportação e abastecimento interno

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista para a Rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro. Palácio da Alvorada, Brasília - DF. (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (20) que o governo pretende se reunir com atacadistas para avaliar estratégias de redução dos preços dos alimentos no país. Em entrevista à Rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro, Lula ressaltou que o Brasil deve continuar exportando produtos alimentícios, mas que é fundamental garantir o abastecimento do mercado interno.

Nas últimas semanas, o governo tem discutido diversas medidas para conter a inflação dos alimentos, incluindo alterações no prazo de validade dos produtos e a possibilidade de venda de medicamentos em supermercados. No entanto, especialistas alertam que tais ações têm alcance limitado e não atacam as principais causas da alta de preços, como incertezas fiscais, alta do dólar e impactos climáticos nas safras.

◎ Agência Brasil - A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda apresentou nesta quinta-feira (13) projeções macroeconômicas para o país em 2025. De acordo com a pasta, a inflação da alimentação deverá ceder até o fim do ano e apresentar recuo principalmente em razão de um cenário climático melhor, de safras recordes, e do fim da reversão do ciclo do abate de bovinos.

“A gente está vendo que, por exemplo, uma safra muito favorável de soja, uma safra muito favorável de arroz e feijão, vão ajudar [a conter] os preços de cereais, leguminosas, derivados da soja. Estamos vendo também que, a partir de março, a projeção é de neutralidade climática, o que tende a ajudar preço de frutas e hortaliças, entre outras”, destacou a subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal.

O comportamento do preço da carne em 2025, de acordo com a subsecretária, terá um papel central no resultado da inflação da alimentação. O preço do produto deverá desacelerar em razão do fim da reversão do ciclo do abate - período em que as vacas são destinadas ao abate, após a retenção delas para procriação e a entrada dos bezerros no mercado - que aumentará a oferta de animais para o mercado.

“O impacto maior da reversão do ciclo de abate na inflação se deu já em 2024. Então a tendência é de desaceleração desses preços [em 2025]. Se o preço da carne subiu cerca de 20% em 2024, esse ano, essa inflação deve desacelerar. Então nós estamos vendo tudo isso ajudando na [contenção da] inflação de alimentos”, acrescentou Raquel Nadal.

A subsecretária frisou que os preços do café e do leite subiram em 2024 impactados pelas estiagens e queimadas no segundo semestre do ano. Já a inflação no preço da laranja ocorreu, segundo ela, devido ao greening, doença que prejudica a produção de cítricos.

O maior choque nos preços de alimentos no ano passado, de acordo com a subsecretária, veio em razão da reversão do ciclo de abate de bovino, de agosto em diante. A queda no abate, somado ao forte crescimento das exportações em 2024, levou a uma alta de mais de 19% no preço das carnes bovinas.

“A alta foi tão relevante que, excluindo carnes bovinas do índice de inflação, teríamos uma inflação de alimentos em cerca de 6,2% ao invés de 8,2% em 2024. Nesse cenário, a inflação cheia teria fechado 2024 dentro da meta, em 4,5%”, destacou Nadal.

Para 2025, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda projeta elevação de 4,8% no Índice Nacional de Preços aos Consumidor Amplo (IPCA), variação similar à observada em 2024.

Fonte: Brasil 247

"Queremos ter uma participação mais efetiva e mais forte na segurança de cada estado", diz Lula

Presidente defendeu PEC para ampliar papel da União no combate à violência, propôs Sistema Único de Segurança Pública e criticou pedidos de GLO

Presidente Lula (Foto: Reprodução )

Em entrevista à Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma maior participação do governo federal na segurança pública dos estados. Segundo ele, a Constituição de 1988 delega essa responsabilidade aos estados, mas o Executivo quer atuar de maneira mais ativa para enfrentar os desafios da violência e do crime organizado.

“Temos um problema não apenas com a segurança do Rio de Janeiro, mas com a segurança do Brasil. Em quase todos os estados tem problema de excesso de violência, muitas vezes por falta de instrumentos para a polícia trabalhar. A Constituição afirma categoricamente que a segurança é um problema do estado. O que estamos fazendo para que o governo possa participar ativamente do sistema de segurança de todos os estados?”, questionou Lula.

O presidente ressaltou que seu governo enviou ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), elaborada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para definir claramente o papel da União na segurança. O texto, segundo Lula, foi discutido com todos os governadores e deve ser apresentado ao Legislativo com ajustes.

“Vamos mandar essa PEC para decidir claramente o papel da União na participação da segurança pública, até onde a gente pode se intrometer, onde a Polícia Federal pode agir, onde a gente pode ter a Força Nacional participando. Estamos criando um fundo para que a gente possa ajudar tanto o funcionamento da polícia quanto o funcionamento penitenciário, porque nós queremos ter uma participação mais efetiva, mais forte na segurança de cada estado”, declarou.

Lula criticou a resistência de alguns governadores em permitir uma maior intervenção do governo federal no setor. Para ele, a segurança é vista como uma “parte do poder do estado”, o que leva muitos gestores a recusarem colaboração externa. O presidente também criticou pedidos para decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), instrumento usado para o envio das Forças Armadas aos estados.

“De vez em quando eles pedem que eu faça uma GLO e eu não vou fazer, porque a GLO foi feita no Rio de Janeiro, gastou mais de R$ 2 bilhões e não resolveu quase nada. O que queremos é participar ativamente, de forma a ter uma atuação complementar com os governadores e resolver definitivamente a questão da segurança”, disse.

O presidente também ressaltou o caráter transnacional do crime organizado e a necessidade de uma atuação coordenada entre os entes federativos para combatê-lo. Segundo ele, a PEC de Lewandowski busca dar essa responsabilidade à União, permitindo maior integração entre a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e as forças estaduais. Caso seja necessário, o governo federal está disposto a criar novos mecanismos para fortalecer essa atuação conjunta.

◉ Sistema Único de Segurança Pública

Na entrevista, Lula também defendeu a criação de um Sistema Único de Segurança Pública para organizar a atuação das polícias federal, estaduais e municipais. Segundo ele, a segurança deve ser pensada de maneira integrada, e não apenas com ações isoladas em favelas.

“Não podemos permitir que esse bang-bang continue no Rio de Janeiro. Não podemos ter polícia só para entrar na favela, para atacar, para matar e para atirar. É preciso que a polícia esteja constantemente participando da vida cotidiana da favela, e é isso que queremos aprovar nessa PEC: qual o papel do Estado”, afirmou.

O presidente também cobrou rapidez do Congresso na tramitação da PEC, ressaltando que a violência no Rio de Janeiro exige soluções imediatas. “O tempo é o tempo do Congresso Nacional. Se o Congresso trabalhar rapidamente, essa PEC pode ser aprovada rapidamente. Se não trabalhar, não vai acontecer”, alertou.

◉ Policiamento em favelas e ADPF das Favelas

Lula também comentou sobre a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas, que restringe operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro. Para ele, as ações de segurança devem respeitar os direitos da população e ser acompanhadas por medidas que garantam transparência e responsabilidade.

“A gente não pode entrar na favela só para matar as pessoas. Nós queremos que os policiais entrem com câmera para a gente saber se ele vai ser violento ou não, antes de tentar qualquer outra coisa. Acho que o tiro deve ser a última coisa que a gente deve fazer”, defendeu o presidente.

Por outro lado, Lula reconheceu que, em determinadas situações, o uso da força é inevitável. “Agora, se for necessário em um tiroteio, alguém vai morrer, e a gente não pode só culpabilizar a polícia. Nós estamos extremamente interessados em resolver esse problema da segurança no Brasil inteiro. Para isso, precisamos aprovar a PEC”, disse.

O presidente enfatizou que, com a aprovação da PEC, o governo poderá ajustar mecanismos de financiamento da segurança, fortalecer a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, e garantir uma participação oficial e legalizada da União no combate à violência nos estados. “O que queremos é que o governo federal possa ajudar os estados a combater a violência e a organizar melhor a segurança pública”, concluiu.

Fonte: Brasil 247

Onda de calor no Brasil: frentes frias trazem alívio parcial e temporais em algumas regiões

Fenômenos climáticos influenciam temperaturas e precipitações; especialistas detalham áreas afetadas

     (Foto: Leonardo Lucena)

O Brasil enfrenta sua terceira onda de calor neste verão, com temperaturas elevadas e clima seco em diversas regiões. No entanto, frentes frias começam a modificar esse cenário, trazendo chuvas e alívio térmico em algumas áreas. De acordo com informações do G1, uma frente fria estacionária está posicionada sobre o Oceano Atlântico, próxima ao litoral de Santa Catarina e Paraná, resultando em precipitações mais intensas nesses estados.

O meteorologista Bruno Bainy, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Universidade Estadual de Campinas (Cepagri/Unicamp), explica que essa frente fria contribui para a nebulosidade e chuvas na região, o que ameniza as temperaturas locais. Além disso, uma nova frente fria está prevista para se formar entre quinta-feira (20) e sexta-feira (21), influenciando o aumento das chuvas no sul e leste de São Paulo, com tendência de leve queda nas temperaturas.

Entretanto, outras áreas do país continuam sob a influência da onda de calor. O meteorologista Fábio Luengo, da Climatempo, destaca que nove estados e o Distrito Federal enfrentam altas temperaturas e baixa incidência de chuvas, condição que deve persistir até a próxima segunda-feira, 24 de fevereiro. Esse cenário é resultado de um bloqueio atmosférico que impede a chegada das frentes frias a essas regiões.

Paralelamente, regiões como Ceará, norte do Piauí, norte do Maranhão, norte do Pará e Amapá têm previsão de temporais devido à atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), um corredor de umidade próximo à linha do Equador que, durante o verão, se aproxima mais da América do Sul. Luengo resume o panorama climático atual: "Nos extremos norte e sul, há a presença de temporais. E mais para o centro do Brasil, o tempo permanece quente e com pouca chuva, por conta da onda de calor."

Em meio a esse contexto, cidades como Rio de Janeiro têm registrado temperaturas recordes. Conforme reportado pelo El País, a capital fluminense atingiu 44°C no bairro de Guaratiba, a maior marca em uma década. A sensação térmica, agravada pela alta umidade, chegou a oscilar entre 50°C e 70°C. A ausência de chuvas, incomum para o mês de fevereiro, contribui para a intensificação do calor na região.

As autoridades municipais do Rio de Janeiro emitiram alertas de nível 4 devido às altas temperaturas e estabeleceram mais de 50 pontos de descanso e hidratação em instalações públicas para auxiliar a população. Especialistas atribuem esse fenômeno tanto às mudanças climáticas globais quanto à formação de "ilhas de calor" urbanas, áreas densamente asfaltadas e com pouca vegetação, características comuns em grandes centros urbanos.

Diante desse cenário climático diversificado, é fundamental que a população se mantenha informada sobre as condições meteorológicas locais e adote medidas preventivas para enfrentar os efeitos das altas temperaturas e das chuvas intensas nas regiões afetadas.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Aliados já calculam prazo para prisão de Bolsonaro

Aliados do ex-mandatário avaliam que ele deverá ser preso em dezembro. Estratégia do entorno bolsonarista é reforçar narrativa de perseguição

Jair Bolsonaro (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Aliados de Jair Bolsonaro já trabalham com uma data para que ele seja condenado no âmbito do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para a tentativa de golpe de Estado visando sua permanência no poder após a derrota para Luís Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022. Com a tramitação do julgamento prevista para se estender até o fim de novembro, a expectativa do entorno bolsonarista é de que a prisão ocorra em meados de dezembro, às vésperas do Natal, destaca o jornalista Lauro Jardim em sua coluna no jornal O Globo.

Diante desse cenário, a estratégia dos aliados será insistir na tese de que Bolsonaro é vítima de uma "perseguição" do Supremo Tribunal Federal (STF) e de que não autorizou a tentativa de ruptura institucional. O objetivo é manter a base mobilizada e ampliar a adesão ao ato convocado para 16 de março, que deverá servir como demonstração de força política e reforço ao discurso de que o ex-presidente estaria sendo alvo de um julgamento político.

Com o avanço das investigações e os depoimentos que indicam o envolvimento direto de Bolsonaro nos planos golpistas, o cerco judicial se fecha contra ele. A defesa do ex-mandatário, por sua vez, busca protelar a tramitação do processo com recursos e tentativas de questionamento jurídico das provas apresentadas.

Em paralelo, aliados tentam sustentar a narrativa de que Bolsonaro ainda teria influência suficiente para reagir a uma eventual prisão, mobilizando sua base contra o Judiciário e o governo Lula. O resultado prático dessa estratégia, no entanto, ainda é incerto, especialmente após os resultados das eleições municipais, que demonstraram um desgaste da direita radical e um enfraquecimento da capacidade de mobilização do bolsonarismo.

Nos bastidores, há também uma avaliação de que a prisão de Bolsonaro pode desencadear novas disputas dentro da extrema direita, com nomes como Michelle Bolsonaro e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ganhando protagonismo na sucessão do ex-mandatário.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

PF tem esboço de relatório sobre ‘Abin Paralela’ e Bolsonaro deve ser indiciado em março

As investigações estão na fase de “checagem” e devem avançar após a denúncia da PGR por golpe de Estado

      Ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A Polícia Federal já tem um “esboço” do relatório final da investigação da Abin Paralela, caso que apura a criação de uma estrutura de espionagem ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Os investigadores envolvidos estão na etapa de “checagem” das informações antes do envio ao Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são da CNN Brasil.

O relatório deve indiciar Carlos Bolsonaro (PL), vereador do Rio e filho do ex-presidente, Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Abin, e Jair Bolsonaro (PL). A expectativa dos investigadores é de que o relatório seja enviado ao STF em março.

A avaliação da PF é que, com o encaminhamento da denúncia por tentativa de golpe de Estado, as outras apurações envolvendo Bolsonaro precisam ser concluídas.

A apuração feita até o momento foi compartilhada com o inquérito do golpe. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, reconheceu o uso da Abin Paralela para a produção de notícias falsas para atacar o sistema eleitoral e os opositores de Bolsonaro. “O núcleo atuava como central de contrainteligência da organização criminosa que, por meio dos recursos e ferramentas de pesquisa da Abin, produzia desinformação contra seus opositores”, disse a denúncia.

Pessoas próximas às investigações avaliam que, ao reconhecer o esquema da “Abin Paralela”, Gonet fortalece a apuração em curso pela PF. Para os investigadores, é mais um elemento que mostra como a tentativa de golpe de Estado está interligada com outras investigações como a fraude em cartões de vacina, a própria “Abin Paralela” e a venda de joias do patrimônio da presidência.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Pesquisa Nexus: 63% dos posts opinativos nas redes sociais apoiam denúncia da PGR contra Bolsonaro por golpe

Levantamento revela que X é a rede com mais manifestações, enquanto Instagram tem maior crítica ao ex-presidente, com 86% favoráveis à denúncia

     Jair Bolsonaro (PL) (Foto: Reprodução)

Um levantamento realizado pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, divulgado nesta quarta-feira (19), mostra que 63% dos posts opinativos nas redes sociais são favoráveis à denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. A análise, que considerou publicações no X (antigo Twitter), Facebook e Instagram, revelou ainda que 37% das manifestações opinativas são contrárias à denúncia.

O estudo, que coletou dados entre 00h de terça-feira (18) e 15h de quarta-feira (19), analisou um total de 12.695 posts. Desses, 46% expressavam opinião sobre o tema, enquanto 54% eram neutros. Entre os posts opinativos, a maioria foi publicada por políticos, enquanto as publicações neutras predominaram em veículos jornalísticos.

A rede social X foi a plataforma onde as pessoas mais se manifestaram sobre o assunto. Já o Instagram se destacou como a rede mais crítica a Bolsonaro, com 86% dos posts favoráveis à denúncia da PGR. O Facebook apresentou um cenário mais equilibrado, com 58% dos posts opinativos apoiando a denúncia e 42% se posicionando contra.

A denúncia de Paulo Gonet, que acusa Bolsonaro de tentativa de golpe de Estado, tem gerado intenso debate nas redes sociais, refletindo a polarização política no país. O levantamento da Nexus analisou uma amostra que representa 90% do engajamento total das publicações, oferecendo um panorama significativo do sentimento predominante entre os usuários.

Fonte: Brasil 247

Emendas de Hugo Motta financiaram obras investigadas por desvios desde 2015

Presidente da Câmara, com histórico de emendas polêmicas, busca resolver impasse entre Congresso e STF sobre liberação de verbas

       Hugo Motta (Foto: Kayo Magalhaes / Agência Câmara)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está no centro de um debate sobre transparência no uso de emendas parlamentares após revelações de que verbas por ele destinadas financiaram obras alvo de investigações por supostos desvios. As informações foram divulgadas após apuração jornalística que detalha o histórico de emendas patrocinadas por Motta, algumas das quais estão sob suspeita desde 2015.

Em 2015, a Operação Desumanidade, do Ministério Público Federal (MPF), investigou irregularidades na construção de 11 Unidades Básicas de Saúde (UBS) na Paraíba, parte delas custeadas com emendas de Hugo Motta. Familiares do deputado, incluindo sua avó e sua mãe, foram citados no caso, que posteriormente foi arquivado pela Justiça sem que o Supremo Tribunal Federal (STF) analisasse uma delação envolvendo o parlamentar, destaca reportagem do Metrópoles.

O empresário José Aloysio Machado da Costa Júnior, dono da empresa Soconstrói, afirmou em depoimento gravado que 20% dos valores desviados das obras das UBSs teriam sido usados na campanha de Motta em 2014. No entanto, o acordo de delação de Costa Júnior nunca foi homologado pelo STF, o que impediu a abertura de uma investigação formal contra o deputado.

Mais recentemente, em setembro de 2024, outra obra financiada com emendas de Hugo Motta foi alvo de investigação. A Operação Outline, conduzida pela Polícia Federal, MPF e Controladoria-Geral da União (CGU), mirou a restauração da Alça Sudeste e da Avenida Manoel Mota, em Patos (PB), no valor de R$ 5 milhões. O recurso foi destinado por meio de uma emenda de relator, conhecida como "orçamento secreto", em 2020. Até o momento, Motta não é investigado no caso.

O histórico de emendas polêmicas do presidente da Câmara ganha relevância diante do atual impasse entre o Congresso e o STF sobre a liberação de verbas parlamentares. O ministro Flávio Dino, do STF, suspendeu pagamentos de emendas e cobrou maior transparência no repasse desses recursos. Hugo Motta, agora à frente da Câmara, atua nos bastidores para resolver o embate.

O tema é sensível, especialmente após a suspensão do chamado "orçamento secreto", que permitia a destinação de recursos sem a devida fiscalização. A pressão por maior transparência no uso de emendas ganhou força nos últimos anos, com o Judiciário exigindo mecanismos de controle para evitar desvios e irregularidades.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Em delação, Mauro Cid diz que senador bolsonarista sugeriu que Exército 'surrupiasse' urna eletrônica sem autorização do TSE

Delação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro aponta que parlamentar apresentou a ideia ao ex-mandatário

     Mauro Cid (à esq.) e Luis Carlos Heinze (Foto: Agência Senado)

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou em sua delação premiada à Polícia Federal que o senador bolsonarista Luiz Carlos Heinze (PP-RS) sugeriu que o Exército pegasse uma urna eletrônica sem autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o depoimento do militar, prestado no âmbito do inquérito do golpe, a proposta chegou a ser apresentada ao então mandatário.

De acordo com a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, a delação de Cid sustenta que o parlamentar “usava um documento do Ministério Público Militar que dizia que, como o país estava em GLO [Garantia da Lei e da Ordem], para garantia das eleições, entendia que as Forças Armadas poderiam pegar uma, sem autorização do TSE ou qualquer instância judicial, para realizar testes de integridade”.

Ainda de acordo com a reportagem, o ex-ajudante de ordens também declarou que o senador pediu que a sugestão fosse levada ao então ministro da Defesa, Walter Braga Netto. No entanto, segundo Cid, Bolsonaro não deu andamento à proposta.

Heinze se aproximou de Bolsonaro durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, na qual defendeu o governo em meio às investigações sobre erros e omissões na gestão da pandemia. O senador fazia parte da base aliada do ex-presidente.

Procurada, a assessoria de Heinze negou as acusações e afirmou que deverá ingressar com uma ação por calúnia e difamação contra Mauro Cid.

Leia a íntegra da nota:

"Em nenhum momento cogitei, afirmei ou mesmo pensei em sequestrar ou confiscar uma urna eletrônica. Todo aquele que afirmar algo nessa direção está faltando com a verdade e será processado por calúnia e difamação.

As ações que empreendi após as eleições de 2022 são de domínio público e estão devidamente documentadas, não se baseiam em conjecturas ou delações. Diante das dúvidas em relação ao escrutínio e atendendo aos apelos por esclarecimentos dos meus eleitores, recorri aos mecanismos legais disponíveis, buscando a intervenção do Estado para a realização de uma investigação imparcial. Essa atitude está alinhada às responsabilidades inerentes à minha função pública e constitui um exercício legítimo do meu dever de fiscalização."

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles

Lula cita clima e alta do dólar como razões para alta dos alimentos: “o Brasil virou o supermercado do mundo”

“O preço vai baixar e tenho certeza que a gente vai fazer com que os preços voltem aos padrões do poder aquisitivo do trabalhador", disse o presidente

     Luiz Inácio Lula Da Silva (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (20), ter certeza de que os preços dos alimentos vão baixar e “voltar aos padrões aquisitivos dos trabalhadores” nos próximos meses. Em entrevista à rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro, Lula afirmou que a alta nos preços foi gerada por uma combinação de fatores, incluindo o clima e a alta do dólar.

Segundo o presidente, a seca em determinadas regiões do Brasil e a chuva no Rio Grande do Sul interferiu na inflação. “O preço vai baixar e tenho certeza que a gente vai fazer com que os preços voltem aos padrões do poder aquisitivo do trabalhador. É muito mais fácil a gente detectar o problema sem apontar solução. A gente vem de momentos cruciais no Brasil: muito sol, o maior calor já feito na história desse país, muito fogo e, depois, muita chuva, como no Rio Grande do Sul. Tudo isso tem interferência nos preços”, explicou.

Lula completou citando questões externas, como a gripe aviária nos Estados Unidos, e disse que o Brasil virou um “supermercado do mundo”, prejudicando a oferta interna de alimentos. “Outra coisa que tivemos foi o seguinte: tivemos a gripe aviária nos Estados Unidos e em outros países, e os Estados Unidos viraram importador de ovos brasileiros, o Vietnã, o Japão. Ou seja, o Brasil virou quase que um supermercado do mundo, e nós queremos discutir com os empresários porque nós queremos que eles exportem, mas não pode faltar para o povo brasileiro”, afirmou.

Na sequência, Lula disse que terá uma reunião com atacadistas para discutir o que pode ser feito, e prometeu a queda nos preços em alimentos como a carne e o óleo de soja. “Eu sei que o ovo está caro. Quando me disseram que o ovo está R$40 a caixa com 30 ovos, é um absurdo, é um absurdo mesmo. E nós vamos ter que fazer uma reunião com os atacadistas para discutir como é que a gente pode trazer isso para baixo. O fato de você estar vendendo produto em dólar, que está alto, não significa que você tem que colocar o preço do brasileiro no mesmo preço do que você exporta. Essa é uma discussão, da mesma forma que o óleo de soja, a carne - mas a carne começou a cair. Vai cair e pode ficar certa que vai cair e o povo vai voltar a comer sua ‘picanhazinha’”, prometeu.

O presidente também citou a isenção de impostos na cesta básica na reforma tributária e afirmou que a segurança alimentar é uma prioridade no seu governo. “Nós queremos baixar todo alimento, porque para nós, na reforma tributária, a cesta básica é totalmente isenta de qualquer imposto, inclusive a carne. Agora, quando você tem momentos como este que estamos vivendo, você obviamente não consegue controlar [os preços] do dia para a noite. Mas pode ter certeza que vamos trazer o preço para baixo e as coisas vão ficar acessíveis, porque se tem uma coisa que precisamos cuidar com muito amor é a segurança alimentar”, disse.

“É a maior arma que a gente pode ter para enfrentar qualquer situação. O povo tem que tomar café barato e de qualidade, almoçar barato e de qualidade e jantar barato e de qualidade. Nós estamos com a economia crescendo, com a inflação razoavelmente controlada, não há nada escapando de controle, tivemos déficit fiscal de 0,09%, e, portanto, nosso papel é fazer política para melhorar a vida do povo e baratear o custo de vida para o povo”, concluiu.

Fonte: Brasil 247

"Se você cometeu o crime de que está sendo acusado, você será preso", diz Lula a Bolsonaro

Presidente condena pedidos de anistia: "Nem foram julgados e já estão pedindo anistia. Eles estão dizendo que são culpados"

  Lula e Bolsonaro (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado | REUTERS/Adriano              Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (20), em entrevista à Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, que Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados devem responder na Justiça pelas acusações de tentativa de golpe de Estado. Segundo Lula, se as denúncias forem provadas, a única consequência possível é a prisão dos envolvidos.

"Eu não tenho poder de falar pela Justiça. O que eu vi pela denúncia é que é grave, é muito grave. Outro dia eu estava dizendo que o Partido Comunista Brasileiro foi perseguido durante quase 50 anos sem ter feito 10% do que a equipe do ex-presidente tentou fazer neste país", afirmou o presidente.

Lula também ressaltou que as acusações contra Bolsonaro e sua equipe incluem a tentativa de homicídio de um ministro do Tribunal Superior Eleitoral, além de supostos planos para assassinar o presidente e o vice-presidente eleitos. "Se for provada a denúncia feita pelo PGR da tentativa de golpe, da participação do ex-presidente e do primeiro escalão dele na tentativa de morte de um ministro da Suprema Corte Eleitoral, da tentativa de assassinato de um presidente da República e do vice-presidente, é uma coisa extremamente grave", disse.

Ainda conforme Lula, não há outra solução para Bolsonaro e seus aliados caso as denúncias sejam confirmadas. "Se for provado, ele só tem uma saída: ser preso. Ele e quem participou dessa quadrilha, que não estava tentando governar, mas sim tomar conta do país como se fosse propriedade privada", afirmou.

O presidente também criticou os pedidos de anistia aos golpistas antes mesmo do julgamento dos acusados. Para Lula, isso equivale a uma confissão de culpa. "O que é engraçado é que essas pessoas estão se ‘autocondenando’ quando estão pedindo anistia antes de serem julgadas. A primeira coisa que eles têm que fazer é defender sua inocência. Eles nem foram julgados e já estão pedindo anistia. Ou seja, estão dizendo que são culpados", disse.

Lula afirmou, ainda, que os acusados deveriam se preocupar em reunir provas de sua inocência, em vez de tentar antecipar um perdão. "Se um cidadão está sendo acusado, ele não pode ficar pedindo perdão antes de ser julgado. Ele tem, primeiro, que provar que é inocente, tem que juntar provas, ter advogado. Eles estão com medo de ser condenados e estão pedindo anistia. Isso não existe", declarou.

O presidente destacou que o processo judicial deve seguir seu curso normal e que a punição cabível será aplicada caso a culpa seja confirmada. "Eles terão que ser julgados, vão ser condenados e depois se pode discutir o que fazer com eles. Uma boa cela, um tratamento com muitos direitos humanos é o que eles merecem se forem considerados culpados", afirmou.

Lula também ironizou a postura de Bolsonaro diante das investigações, sugerindo que o ex-mandatário tenta minimizar sua responsabilidade. "Ele deveria estar falando: ‘eu vou provar minha inocência’. Mas como ele é mentiroso, mentiroso contumaz, porque mentia 11 vezes por dia quando era presidente, esse cidadão deveria estar dizendo: ‘eu sou inocente, vou provar minha inocência’. Mas ele está pedindo anistia. Ou seja, ele está dizendo: ‘gente, eu sou culpado, eu tentei bolar um plano para matar o Lula, para matar o Alckmin, o Alexandre de Moraes; não deu certo porque eu tive uma diarreia no dia, fiquei com medo, tive que voar para os Estados Unidos para não dar posse ao meu adversário; então, por favor, me perdoem antes de eu ser condenado’", ironizou.

O presidente reforçou que a lei deve valer para todos, sem distinção. "Não, você vai conhecer que, neste país, a lei verdadeiramente é para todos, e se você cometeu o crime de que está sendo acusado, você será preso. É isso que ele tem que ouvir", afirmou Lula.

Lula também comentou a forma como Bolsonaro enxerga o poder político, comparando sua atuação à de um governante que deseja manter sua família no controle do país. "Ele age como se fosse dono. ‘Ah, se eu não puder fazer uma coisa, vai ser minha mulher que vai fazer, vai ser meu filho’. Como se fosse uma moradia, como se fosse uma coisa hierárquica, que ele não só quer para ele, mas quer transformar em uma questão hereditária, com sua família governando este país", afirmou.

O presidente lembrou que Bolsonaro passou anos atacando o sistema eleitoral, mas só questiona as urnas quando perde. "Ele passou dois anos dizendo que a urna podia ser falseada, que podia enganar o povo brasileiro. Ora, ele nunca questionou a eleição do filho dele, a eleição que ele teve. Só quando perde ele começa a colocar dúvida sobre os outros, e isso a gente não pode deixar", concluiu Lula.

Fonte: Brasil 247

Dino presidirá Primeira Turma do STF em etapa crucial do julgamento de Bolsonaro

Ex-ministro da Justiça assume o colegiado no momento em que análise do mérito do caso pode ocorrer

Ministro Flávio Dino durante a sessão da Primeira Turma do STF (Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro (PL), passará por uma mudança de comando em outubro. O atual presidente do colegiado, Cristiano Zanin, deixará o posto, que será assumido por Flávio Dino, ex-ministro da Justiça do governo Lula (PT). A alteração, de caráter regimental, acontece em um momento decisivo para o caso de Bolsonaro, já que a análise do mérito da ação penal pode ocorrer ainda em 2025, relata o jornal O Globo.

Embora a troca de comando siga o ciclo normal de rotatividade do STF, a chegada de Dino à presidência do colegiado promete aumentar a pressão política em torno do julgamento. Ex-ministro do governo Lula e adversário do bolsonarismo, Dino poderá definir ritos e a dinâmica das sessões, o que pode gerar reações da base de apoio de Bolsonaro.

Na sabatina realizada pelo Senado em dezembro de 2023, Dino foi questionado sobre um possível julgamento envolvendo Bolsonaro. Na ocasião, afirmou que não cultiva "inimigos pessoais" e garantiu que qualquer processo seria analisado “dentro da lei”. "Se amanhã, qualquer adversário político que eu tenha tido em algum momento, chegar lá por alguma razão, que eu espero que não chegue, evidentemente terá o tratamento que a lei prevê", declarou.

A expectativa entre ministros do STF é de que o julgamento do caso de Bolsonaro seja concluído até o fim de 2025, evitando que entre no ano eleitoral de 2026. Para isso, caberá ao presidente da Turma definir uma série de medidas, como a ampliação do número de sessões e a convocação de encontros extraordinários. Atualmente, a Primeira Turma se reúne quinzenalmente, mas pode passar a se reunir semanalmente para acelerar a tramitação do caso.

O próximo passo no processo é a análise do recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, abriu um prazo de 15 dias para que a defesa dos denunciados apresente suas contestações. Caso haja questionamentos sobre a denúncia, a PGR terá mais cinco dias para respondê-los. Somente após essa etapa, Moraes decidirá se a denúncia está apta a julgamento pela Turma. Se aceita, o ex-presidente se tornará réu e o processo avançará para a fase de coleta de provas e depoimentos.

Atualmente, a Primeira Turma é composta por Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Entretanto, uma possível mudança na composição do STF poderá impactar o caso. Em setembro, o ministro Luís Roberto Barroso deixará a presidência da Corte, sendo sucedido por Edson Fachin, hoje integrante da Segunda Turma. Caso algum ministro da Primeira Turma opte por migrar para a Segunda, o equilíbrio interno do colegiado pode ser alterado.

A troca de comando na Primeira Turma e a previsão de julgamento da denúncia contra Bolsonaro aumentam a temperatura política dentro e fora do STF. O impacto da presidência de Dino no colegiado, somado ao contexto eleitoral que se aproxima, deve intensificar as pressões sobre o Supremo nos próximos meses.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Nikolas Ferreira diz que Kassio Nunes pode reverter inelegibilidade de Bolsonaro

Caso isso não ocorra, ele afirma que Tarcísio de Freitas seria o nome mais forte da direita
Dep. Nikolas Ferreira (PL - MG) (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desponta como o nome mais forte da direita para a eleição presidencial de 2026, caso Jair Bolsonaro (PL) permaneça inelegível. Em entrevista à Folha de S.Paulo, na terça-feira (18), o parlamentar declarou que, apesar das restrições legais, não descarta a possibilidade de o ex-presidente recuperar seus direitos políticos.

"O Tarcísio, pela proximidade com o Bolsonaro, pela atuação no Governo de São Paulo e pela sua capacidade, é um nome forte. Óbvio que ele vai enfrentar algumas questões com a direita, como sua relação com [Gilberto] Kassab, mas acho ele uma pessoa extremamente capacitada e com a possibilidade do aval do Bolsonaro", disse.

Horas antes da entrevista, a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia apresentado denúncia contra Bolsonaro sob acusação de liderar uma trama golpista. Questionado sobre a possibilidade de prisão do ex-presidente, Nikolas afirmou que "quanto mais honesto você for nesse país, mais chance tem de se ferrar".

◎ Anistia e reação da direita

Nikolas defendeu a anistia para presos e investigados pelos atos de 8 de janeiro e disse que há expectativa de que o Congresso vote a proposta até a metade deste ano. "Acredito que temos votos para aprovar a anistia. As pessoas estão sensibilizadas", declarou.

Ele também criticou a condução das investigações sobre a tentativa de golpe. "São quase mil palavras de 'suposto', 'indícios', e isso enfraquece o indiciamento. Para prender um ex-presidente, tem que ser algo no mínimo [do nível do] mensalão", argumentou.

Sobre o futuro político da direita, Nikolas discordou de propostas para reduzir o tempo de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa. "O crime do Bolsonaro não é comparável ao crime de corrupção, crime de propina. Mas não se pode mudar uma lei toda só para beneficiar uma pessoa", disse.

◎ Caminho para Bolsonaro voltar à disputa?

O deputado mineiro sugeriu que a inelegibilidade de Bolsonaro pode ser revertida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando o ministro Kassio Nunes Marques assumir a presidência da Corte, em 2026. "Se o ministro do TSE decidir, acho que ele tem que estar [na eleição]. Pelo visto, a lei é o juiz, né? Então por que só o Moraes pode [tomar decisões]?", provocou.

Nikolas também minimizou declarações de Bolsonaro que foram interpretadas como uma crítica indireta a ele. "Tem muita gente em volta que vai se sentir ameaçada, vai ter ciúmes. Pouco me importo. Sei que tentam me jogar contra o Bolsonaro, mas temos uma relação aberta", afirmou.

◎ Possível candidatura ao Senado

O deputado admitiu que pode disputar uma vaga no Senado, caso avance a proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz a idade mínima para a Casa. "Seria um privilégio ser o senador mais jovem da história do país. Já conversei com Bolsonaro sobre isso e ele achou excelente", disse.

Fonte: Brasil 247

Ministros do STF admitem que julgamento de Bolsonaro deverá ficar restrito à Primeira Turma

Amparado por Cármen Lúcia, Zanin, Dino e Fux, a tendência é que Alexandre de Moraes condene Bolsonaro por tentativa de golpe e outros crimes

      (Foto: STF | Isac Nóbrega/PR)

Embora haja insatisfação nos bastidores, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reconhecem que será difícil reverter a decisão do ministro Alexandre de Moraes de submeter o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado à Primeira Turma da Corte, em vez de levá-lo ao plenário, informa Igor Gadelha, do Metrópoles.

De acordo com o regimento interno do STF, casos penais podem ser julgados diretamente pelas duas Turmas do tribunal. Como relator do inquérito e integrante da Primeira Turma, Moraes tem a prerrogativa de decidir se submete a matéria ao colegiado restrito ou ao plenário. Sua decisão, portanto, está amparada pelo regimento, o que reduz as chances de uma reversão.

A única alternativa seria que algum dos cinco ministros da Primeira Turma solicitasse a remessa do caso ao plenário, necessitando do apoio de ao menos três colegas para que a medida fosse aprovada. No entanto, a composição atual do colegiado favorece Moraes, que costuma formar maioria ao lado de Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino. O único integrante que tradicionalmente adota uma postura diferente é o ministro Luiz Fux.

◎ Estratégia da defesa de Bolsonaro - Caso Bolsonaro seja condenado por um placar apertado de 3 votos a 2 na Primeira Turma, sua defesa ainda poderia apresentar embargos infringentes, o que levaria o caso ao plenário do STF. Contudo, se o ex-presidente for condenado por uma margem maior, essa possibilidade não existiria.

Nos bastidores, ministros que não fazem parte da Primeira Turma expressam descontentamento com a decisão de Moraes. "Já julgaram mais de 1.400 processos do 8 de janeiro no plenário. Por que esse seria diferente?", questionou um magistrado do STF em declaração sob reserva.

Entre alguns ministros, a avaliação é de que Moraes busca evitar que sua decisão passe pelo crivo do plenário, onde os ministros indicados por Bolsonaro, Nunes Marques e André Mendonça, poderiam agir contra uma eventual condenação.

Diante desse cenário, Bolsonaro e seus aliados ainda buscam formas de transferir o caso ao plenário, mas, por ora, a decisão de Moraes parece definitiva. Enquanto isso, a pressão política sobre o STF deve aumentar, sobretudo entre os bolsonaristas que acusam a Corte de perseguição ao ex-presidente.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Em delação, Cid reclama de Bolsonaro ter ficado ‘milionário’ enquanto ele próprio ‘perdeu tudo’

Em delação, ex-ajudante de ordens expressa frustração com disparidade financeira entre ele e o ex-presidente

Mauro Cid (à esq.) e Jair Bolsonaro. Foto: Reuters

Em depoimento recente, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, manifestou insatisfação com a diferença de destinos financeiros entre ele e seu antigo superior. Segundo informações do Estado de S.Paulo, Cid afirmou que, enquanto Bolsonaro se tornou "milionário", ele próprio "perdeu tudo".

As declarações de Cid foram feitas no contexto de um acordo de delação premiada, no qual ele detalhou esquemas de venda de joias e relógios recebidos por Bolsonaro durante seu mandato. De acordo com o G1, Cid e seu pai, o general Mauro Lourena Cid, repassaram aproximadamente US$ 86 mil a Bolsonaro, provenientes da venda desses itens nos Estados Unidos. Esses valores teriam sido entregues ao ex-presidente em quatro parcelas entre 2022 e 2023.

Além das questões financeiras, a delação de Cid trouxe à tona detalhes sobre planos para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Cid mencionou a existência de grupos com diferentes níveis de radicalismo dentro do círculo próximo a Bolsonaro, alguns dos quais buscavam encontrar evidências de fraude nas urnas eletrônicas para justificar medidas extremas.

As revelações de Cid ocorrem em meio a investigações abrangentes sobre a conduta de Bolsonaro e seus aliados durante e após seu mandato. A Polícia Federal já apresentou acusações formais contra o ex-presidente e outras 36 pessoas, incluindo militares de alta patente, por suspeita de envolvimento em uma trama golpista para impedir a posse de Lula. Essas acusações são fundamentadas em uma série de provas, como mensagens de WhatsApp e confissões, que indicam a participação ativa de Bolsonaro no planejamento das ações.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

'Criptogate' atinge Milei: 70% dos argentinos consideram escândalo sua pior crise desde a posse

Estudo também revela que 60% dos argentinos acreditam que o episódio representa uma fraude e 40% defendem que a Justiça deve investigar o caso

      Javier Milei (Foto: REUTERS/Agustin Marcarian)

Um levantamento divulgado nesta quarta-feira (19) pela consultoria Zuban Córdoba revelou que sete em cada dez argentinos enxergam o chamado "criptogate" como a pior crise enfrentada pelo presidente Javier Milei desde que assumiu o cargo, informa a C5N. O escândalo estourou após Milei recomendar publicamente o token $LIBRA, o que desencadeou um forte debate sobre ética e transparência na gestão presidencial.

"Um único tuíte publicado três minutos após o fechamento dos mercados foi suficiente para desatar uma crise política sem precedentes e cuja profundidade ainda é difícil de dimensionar", afirmou a consultoria em seu relatório.

De acordo com a pesquisa, 66,7% dos entrevistados concordam com a afirmação de que "o criptogate é a maior crise de Javier Milei desde que assumiu", enquanto 24,9% discordam e 8,4% declararam "não saber". O estudo também revelou que 60% dos argentinos acreditam que o episódio representa uma fraude e 40% defendem que a Justiça deve investigar o caso. Apenas 10% dos entrevistados concordam com uma investigação interna, como sugeriu o governo.

Outro ponto relevante é que 70% dos consultados se mostraram favoráveis a um maior controle sobre as ações de Milei como presidente. Entre aqueles que votaram no libertário no segundo turno, pouco mais de 40% compartilham dessa opinião.

◉ Milei tenta desviar atenção com ataques a opositores e à imprensa - Diante da pressão crescente pelo escândalo, Milei tem tentado desviar o foco da crise com ataques direcionados a opositores e ao jornalismo. Em meio às polêmicas envolvendo o caso $LIBRA, o presidente embarcou nas acusações feitas pelo jornalista Jonatan Viale contra colegas de profissão, sugerindo que alguns receberam pagamentos de políticos.

A estratégia de Milei se intensificou após a divulgação de um vídeo que mostrava restrições impostas pelo governo para uma entrevista concedida a Viale, onde o presidente buscava limpar sua imagem diante da crise. O jornalista, em seu programa na emissora TN, acusou ex-colegas do La Nación de terem recebido dinheiro do ex-prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, sem, no entanto, mencionar nomes.

Aproveitando-se das acusações, Milei cobrou investigação por parte da Justiça, ao mesmo tempo em que mirou críticas contra o ex-presidente Mauricio Macri. "A justiça deveria investigar, segundo o que foi dito na TN, se o ex-pré-candidato à presidência que obteve 11 pontos utilizou recursos públicos para sua campanha ou para caluniar outros candidatos", escreveu Milei em sua conta na rede social X (antigo Twitter).

O presidente também ironizou o silêncio de setores que, segundo ele, costumam se apresentar como defensores da transparência. "Casualmente, omitem que seu chefe, cabeça de lista e candidato presidencial, foi acusado de pagar jornalistas com dinheiro dos contribuintes", acrescentou. Ainda sem citar nomes, Milei fez referência direta a Macri ao questionar os que criticam sua gestão: "os que questionam meu entorno deveriam se perguntar que tipo de gente apoiaram todos esses anos. Nem eles nem os que sentem falta desses pagamentos estão contra mim, mas contra o futuro de todos os argentinos. Eu apenas estou no meio e não vou me mover", concluiu, reafirmando seu bordão "Viva la libertad, carajo!".

Fonte: Brasil 247 com informações da C5N

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Toffoli critica Moro e Dallagnol e anula processos da Lava Jato contra Palocci


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli anulou nessa terça-feira (18), em decisão monocrática, todos os atos da Operação Lava Jato contra o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (foto). O magistrado atendeu a pedido da defesa do condenado para estender benefício já concedido ao empresário Marcelo Odebrecht.Toffoli faz menção às mensagens da chamada Vaza Jato para dizer que “esse vasto apanhado indica que a parcialidade do juízo da 13a Vara Federal de Curitiba extrapolou todos os limites, porquanto os constantes ajustes e combinações realizados entre o magistrado e o Parquet e apontados acima representam verdadeiro conluio a inviabilizar o exercício do contraditório e da ampla defesa pelo requerente”.

Baseado na interpretação de que Sergio Moro ex-juiz da Lava Jato, e Deltan Dallalgnol, ex-chefe da força-tarefa da operação, atuaram para prejudicar os réus, o ministro decretou a “a nulidade absoluta de todos os atos praticados em desfavor” do ex-ministro.

Segundo Toffoli, “o necessário combate à corrupção não autoriza o fiscal e o aplicador da lei a descumpri-la, devendo-se lamentar que esse comportamento, devidamente identificado a partir dos diálogos da Operação Spoofing tenha desembocado em nulidade, com enormes prejuízos para o Brasil”.

Apesar de ter anulado todos os atos “em desfavor” de Palocci, Toffoli manteve de pé a colaboração premiada do ex-ministro. (De O Antagonista).