segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Esquerda reage e Luisa González vai disputar o 2° turno contra Daniel Noboa no Equador

 

Luisa González e Daniel Noboa disputarão o segundo turno da eleição presidencial no Equador – Foto: Reprodução
O Equador terá um segundo turno para definir seu próximo presidente. O atual chefe de Estado de extrema-direita, Daniel Noboa, e a candidata da esquerda, Luisa González, disputarão a votação decisiva em 13 de abril. Noboa começou a apuração na liderança, mas González reduziu a diferença, tornando a disputa mais equilibrada do que o previsto.

Com mais de 88% das urnas apuradas, o presidente somava 44,3% dos votos, enquanto a rival alcançava 43,8%, uma diferença inferior a 50 mil votos. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) informou que a participação dos eleitores foi de 82,3%. Outros candidatos ficaram distantes da briga pelo segundo turno.

O resultado fortalece a oposição liderada por Rafael Correa, ex-presidente do país. “Foi um triunfo”, afirmou Maria Cristina Bayas, professora da Universidade das Américas, em Quito. Pesquisas previam uma vantagem maior para Noboa, mas o apoio à candidatura de González cresceu nos últimos dias.

A eleição ocorreu sob forte esquema de segurança. Noboa votou na cidade de Olon, acompanhado por militares armados, enquanto González registrou seu voto em Canuto, também cercada por agentes. A crise da violência, impulsionada pelo narcotráfico, tem sido um dos principais desafios do país. O aumento da criminalidade afetou a população e o turismo, tornando a segurança um dos temas centrais da campanha.

Noboa, que assumiu o cargo em outubro de 2023, tenta se manter no poder com um discurso inflamado. González, por outro lado, defende políticas sociais e econômicas para enfrentar os problemas nacionais.

A candidata presidencial do Equador, Luisa Gonzalez, vota durante as eleições presidenciais e parlamentares, em Canuto, Equador, em 9 de fevereiro de 2025 – Foto: Reuters

Fonte: DCM


UE promete represálias após aumento de 25% nas taxas sobre aço e alumínio anunciado por Trump

 

Trump anuncia tarifas de 25% sobre alumínio e aço importados pelos EUA a partir de segunda REUTERS – Lee Jae Won

Por Loubna Anaki, em RFI

“A UE não vê motivos para a imposição de tarifas sobre suas exportações. Protegeremos os interesses das empresas, funcionários e consumidores europeus contra medidas injustificadas”, diz o comunicado.

“Quando se trata de defender nossos interesses, não hesitamos”, declarou mais cedo o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, em entrevista ao canal de TV TF1. Ele não deu detalhes sobre as medidas de retaliação previstas pela UE, mas “garantiu” aos países membros que o bloco acionaria os mecanismos que permitem adotá-las “o mais rápido possível”.

O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu aos europeus que estejam “prontos” para responder à possível aplicação de tarifas por Trump, durante uma entrevista transmitida no domingo pelo canal americano CNN, gravada na quinta-feira. “Acho que temos que estar prontos para reagir. Mas acho que, mais do que isso, a UE deve estar pronta para defender o que quer e precisa”, afirmou Macron.

“Observando a situação, minha primeira pergunta para os Estados Unidos é: qual é o seu primeiro problema? É a UE? Não acho que seja. Seu primeiro problema é a China”, disse o presidente francês, lembrando que a UE era “aliada” dos Estados Unidos.

“Se você quer que a Europa invista mais e se envolva em segurança e defesa, acho que é do interesse dos Estados Unidos não atacar a Europa e não ameaçá-la com tarifas”, acrescentou o presidente francês. Ele também alertou para as consequências das medidas para os americanos. “Se você impor tarifas a vários setores, isso levará a um aumento dos preços e criará inflação nos Estados Unidos”, detalhou.

O presidente dos EUA critica há muito tempo as tarifas de 10% cobradas pela União Europeia sobre as importações de veículos americanos e os Estados Unidos impõem um imposto de 2,5% sobre os veículos importados da UE.

Durante seu primeiro mandato, entre janeiro de 2017 e janeiro de 2021, Trump já havia introduzido tarifas de 25% sobre as importações de aço e 10% sobre as importações de alumínio, antes de conceder isenções, com base em cotas, a vários parceiros comerciais, incluindo Canadá, México e Brasil.


Tarifa sobre produtos chineses entrará em vigor

O presidente americano fez o anúncio neste domingo a bordo do voo para Nova Orleans, onde assistiu à final do Super Bowl. “Todo o aço que chegar aos Estados Unidos terá 25% de tarifas”, declarou. Trump já tinha dado a entender que a União Europeia deveria ser afetada em breve por tarifas alfandegárias. “A UE nos tratou muito mal”, declarou à imprensa no final de janeiro.

O republicano acrescentou que as mesmas tarifas serão aplicadas para as importações de alumínio. O presidente americano também disse que vai anunciar na “terça ou quarta-feira” a “taxação recíproca” de impostos alfandegários de produtos que entram nos Estados Unidos, que serão taxados da mesma forma que os itens americanos no exterior.

“Se somos taxados com 130%, isso não pode continuar assim”, frisou. “Isso não afetará todos os países, já que alguns nos impõem as mesmas tarifas. Mas, para aqueles que se beneficiam dos Estados Unidos, vamos devolver o ‘favor'”, alfinetou. A partir de terça-feira, por exemplo, os produtos da China terão uma taxa adicional de 10%. Pequim respondeu adotando tarifas específicas sobre certos produtos americanos a partir de 10 de fevereiro.

De acordo com dados do governo e da federação da indústria americanoos, a maioria das importações de aço dos EUA vem do Canadá, Brasil e México, seguidos pela Coreia do Sul e o Vietnã. O Canadá também é, de longe, o maior fornecedor de alumínio para os Estados Unidos.

Canadá reage ao anúncio

Uma fonte do governo em Ottawa disse na noite deste domingo que o Canadá não reagiria ao anúncio de Trump até que tivesse mais informações ou um decreto do presidente dos EUA.

O ministro da Inovação do Canadá disse que “o aço e o alumínio canadenses apoiam setores essenciais nos Estados Unidos, que incluem defesa, construção naval e automotivo, que “fortalecem a competitividade e a segurança norte-americanas.” “Continuaremos a defender o Canadá, nossos trabalhadores e nossas indústrias”, acrescentou François-Philippe Champagne na rede social X.

Em entrevista à Fox News, Trump disse que não estava satisfeito com as medidas tomadas até agora pelo Canadá e pelo México para impedir o fluxo de drogas e migrantes ilegais para os Estados Unidos – uma das condições estabelecidas para que seus dois vizinhos evitem a entrada em vigor das tarifas em 1º de março.

O presidente dos EUA concedeu a Ottawa e à Cidade do México, no início do mês, um adiamento de última hora depois de assinar uma ordem executiva que prevê tarifas de até 25% sobre seus produtos.

Fonte: DCM com RFI

VÍDEO – Bolsonaro aparece no estádio e racha torcida do Palmeiras: ‘Vai ser preso’ vs. ‘mito’

 

Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) causou polêmica ao marcar presença no estádio Mané Garrincha, em Brasília, para acompanhar o jogo entre Água Santa e Palmeiras, válido pela 8ª rodada do Campeonato Paulista. Sua presença gerou uma forte reação da torcida, dividindo opiniões antes do início da partida.

Ao chegar ao estádio, Bolsonaro foi recebido com uma mistura de aplausos e vaias por parte dos torcedores. Parte da torcida o saudou com gritos de “mito”, demonstrando apoio ao ex-presidente. No entanto, outro grupo de torcedores não hesitou em expressar seu desagrado, gritando “uh, vai ser preso”, em referência às questões jurídicas envolvendo dele.

A visita de Bolsonaro ao estádio Mané Garrincha não é a primeira vez que o ex-presidente se envolve em polêmicas em eventos esportivos. Na semana passada, durante um clássico carioca, ele também foi vaiado pela torcida, com a mesma frase “vai ser preso” sendo repetida.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, durante a partida entre Vasco e Fluminense. Foto: Reprodução
Em 2018, Bolsonaro esteve presente no Allianz Parque, onde os jogadores do Palmeiras comemoraram o título de campeão brasileiro. Na ocasião, o então presidente eleito entregou as medalhas aos atletas e até ergueu o troféu junto aos jogadores.

A partida entre Água Santa e Palmeiras foi marcada pela decisão da equipe de Diadema de vender o mando de campo, transferindo o jogo para Brasília. A venda teve como objetivo aumentar a arrecadação financeira, com a expectativa de atrair mais torcedores palmeirenses. Apesar de buscar uma recuperação no campeonato, o time de Diadema optou pela estratégia financeira, priorizando o lucro gerado pela presença dos fãs do Palmeiras no estádio.

Confira alguns vídeos:

 

Fonte: DCM

VÍDEO: Janaína Paschoal perde o controle com pergunta sobre impeachment de Dilma

 

Janaína Paschoal em entrevista. Foto: Reprodução
No dia 7 de fevereiro de 2025, o canal My News exibiu um debate acalorado entre o professor de Direito Constitucional e ex-deputado Maurício Rands e a advogada Janaína Paschoal, coautora do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff. A conversa girou em torno do impacto do impeachment no cenário político brasileiro, sobretudo a possibilidade de que ele tenha aberto espaço para o governo de Jair Bolsonaro.

Logo no início, Rands perguntou se Janaína se arrependia de “ter ajudado a deflagrar esse período recente da história do Brasil, em que o Presidente da República, seus generais e seus ministros passaram quatro anos tentando um golpe de Estado contra as instituições democráticas do país”. Diante da questão, Janaína respondeu de forma abrupta: “Inquisidor, sem orgulho, faria tudo de novo.”

Em seguida, a advogada elevou o tom. Em determinado momento, disparou: “Dobra a sua língua para falar comigo. Dobra.” Rands tentou prosseguir, mas foi interrompido novamente, enquanto Janaína insistia em rejeitar qualquer arrependimento sobre sua atuação no processo de impeachment de Dilma.

A certa altura, a deputada chegou a chamar a abordagem de “vergonhosa”, alegando que estava sendo tratada como “inquisidora”. Já Maurício Rands, sem perder a calma, reiterou que participava do debate em tom de respeito. Ele ressaltou que “sempre dialoga de forma educada”, mas que, naquela ocasião, “não foi correspondido”.

Apesar do tumulto, Janaína manteve a defesa de sua participação no impeachment, reforçando a ideia de que a “esquerda é por princípio autoritária” e negando ter qualquer responsabilidade na ascensão do governo bolsonarista.

Fonte: DCM

Alcolumbre buscará acordo com o STF sobre emendas parlamentares

O presidente do Senado é um defensor das emendas e vê as mudanças no instrumento com cautela

     Davi Alcolumbre (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já tem conversas marcadas com representantes do Supremo Tribunal Federal (STF) para tratar sobre o impasse envolvendo o repasse de emendas parlamentares. Uma ação relatada pelo ministro Flávio Dino tem imposto novas regras de transparência e rastreabilidade na execução das emendas. As informações são da CNN Brasil.

Alcolumbre é conhecido por ser um dos maiores defensores da utilização das emendas e vê essas mudanças com cautela, uma vez que muito de seu poder na Casa decorre justamente do controle sobre esses recursos. Segundo aliados de Alcolumbre, o objetivo do parlamentar é tentar um acordo com o STF antes da Audiência de Contextualização e Conciliação, marcada para o dia 27 de fevereiro, que avaliará se o Congresso tem cumprido as determinações da Corte sobre o tema.

No Congresso, a questão também está sendo discutida com outros líderes. Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, já iniciou diálogos com parlamentares sobre possíveis soluções para a situação. Além das novas regras de transparência e rastreabilidade, há ainda uma crescente preocupação com as investigações em curso no STF sobre a utilização indevida das emendas.

Entre os dias 20 de agosto de 2024 e 31 de janeiro de 2025, o MPF instaurou 229 procedimentos administrativos para fiscalizar repasses de emendas realizadas a 224 cidades de oito estados, envolvendo ao menos 114 parlamentares. O caso que mais tem gerado apreensão é o da operação Overclean, conduzida pelo ministro Nunes Marques, que investiga irregularidades envolvendo o empresário José de Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, e seu possível vínculo com o deputado federal Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil na Câmara.

Essas investigações podem se intensificar no próximo dia 25 de fevereiro, quando a Primeira Turma do STF irá julgar a primeira denúncia do "pacote" de investigações sobre desvios de emendas parlamentares. A expectativa no Congresso é grande em relação a esse julgamento, que poderá definir rumos importantes para o controle das emendas.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Veja quais empresas brasileiras serão afetadas pelas tarifas de Trump

Medidas dos EUA elevam impostos sobre o aço importado, impactando diretamente siderúrgicas brasileiras



O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, anunciou novas tarifas sobre a importação de aço, afetando diretamente a indústria siderúrgica brasileira. A decisão inclui sobretaxas e limites de exportação para produtos siderúrgicos, com o objetivo de proteger a produção americana da concorrência estrangeira.

A medida impacta grandes siderúrgicas brasileiras como Gerdau, Usiminas e CSN, que têm os Estados Unidos como um de seus principais mercados de exportação. Com a nova política tarifária, essas empresas podem enfrentar restrições para manter suas vendas no país norte-americano, o que pode comprometer sua competitividade e afetar seus planos de investimento.

Atualmente, o Brasil é um dos maiores fornecedores de aço para os EUA, exportando principalmente produtos semiacabados usados pela indústria americana. A decisão de Trump se baseia na justificativa de que o aumento das importações ameaça a segurança nacional dos EUA, argumento que já foi utilizado em medidas anteriores contra parceiros comerciais.

Além das siderúrgicas, indústrias consumidoras de aço no Brasil também podem ser afetadas, pois a redução das exportações pode gerar impactos no setor e no emprego. O governo brasileiro avalia estratégias para minimizar os danos e pode buscar negociações para reverter ou amenizar as tarifas impostas.

Fonte: Brasil 247

Brasil já é o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos

País superou México e só fica atrás do Canadá



Em 2024, o Brasil consolidou-se como o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, superando o México e ficando atrás apenas do Canadá. O aço brasileiro representou 15,5% das importações totais dos EUA no setor, enquanto o México contribuiu com 14,7%. O Canadá manteve a liderança, fornecendo 25,3% do aço importado pelos norte-americanos.

A ascensão do Brasil nesse ranking ocorre em um contexto de mudanças significativas no comércio global de aço. A imposição de tarifas adicionais pelos Estados Unidos sobre o aço chinês, visando proteger a indústria doméstica contra práticas consideradas desleais, levou a uma reconfiguração dos fluxos comerciais. Com isso, países como o Brasil e o México ampliaram sua participação no mercado norte-americano.

No entanto, essa dinâmica pode sofrer alterações em 2025. O governo dos EUA anunciou a intenção de revisar suas políticas comerciais, incluindo a possível implementação de novas tarifas sobre o aço importado. Essas medidas podem impactar significativamente os principais fornecedores, incluindo o Brasil, que atualmente desfruta de isenções tarifárias em certos produtos siderúrgicos.

A lista dos principais fornecedores de aço para os Estados Unidos em 2024 é composta por:

1. Canadá: 25,3%

2. Brasil: 15,5%

3. México: 14,7%

4. Coreia do Sul: 9,8%

5. Rússia: 5,1%


Esses cinco países juntos responderam por 70,4% das importações de aço pelos EUA no ano passado.

O setor siderúrgico brasileiro deve acompanhar atentamente as próximas decisões da administração norte-americana, avaliando estratégias para mitigar possíveis impactos e manter sua competitividade no mercado internacional.

Fonte: Brasil 247

PT condena declarações de Hugo Motta sobre 8 de janeiro e semipresidencialismo

Petistas veem ameaça à soberania popular e tentativa de reescrever história e alertam para risco de anistia a golpistas

Hugo Motta (PB) (Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados)

As declarações do novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), minimizando a gravidade dos ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e defendendo a adoção do semipresidencialismo no Brasil, provocaram forte reação do PT e de setores da sociedade, informa o jornal O Globo. Em seu discurso de posse e em entrevistas concedidas na última semana, Motta argumentou que os atos não constituíram uma tentativa de golpe e sugeriu que o país volte a debater uma mudança no regime de governo.

A presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), foi uma das primeiras a rebater publicamente as falas do novo presidente da Câmara. Em uma postagem nas redes sociais, Gleisi criticou a ideia do semipresidencialismo e apontou que essa é uma tentativa de enfraquecer a soberania popular. “Quem tem um ‘semipresidente’ não tem presidente nenhum. É muito medo da soberania do povo ou muita vontade de governar o país sem ter de ganhar no voto”, escreveu. Ela também lembrou que o Brasil rejeitou o parlamentarismo em dois plebiscitos, realizados em 1963 e 1993, e que a proposta visa esvaziar os poderes do chefe do Executivo.

◎ Petistas veem tentativa de reescrever a história - No Congresso, as declarações de Motta sobre o 8 de janeiro foram recebidas com forte crítica. Para o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), minimizar os ataques é um erro grave e pode abrir espaço para novos atentados contra a democracia. “Negar a tentativa de golpe é um absurdo depois de tantas provas obtidas na CPI do Congresso e nas investigações do STF. Enquanto ficarmos passando o pano em golpistas, vamos continuar vivendo sob ameaças”, afirmou.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), também rebateu a fala de Motta e cobrou esclarecimentos. Ele destacou que a investigação revelou a existência de uma minuta golpista e planos para impedir a posse do presidente Lula (PT). “A declaração foi equivocada. A minuta do golpe foi confirmada por comandantes do Exército e da Aeronáutica. A operação Punhal Verde e Amarelo falava em tentativa de assassinato de Lula e Alckmin. Acho que ele não vai colocar para votar a questão da anistia”, disse.

Embora a base governista acredite que as falas não causarão uma crise imediata na relação com Motta, petistas já preparam uma vigilância mais atenta ao novo presidente da Câmara. “Ele foi eleito com os dois lados. Vai ficar sempre fazendo mediação. Está em um processo de construção coletiva. O importante é ele trabalhar pelos projetos do governo”, ponderou Jilmar Tatto (PT-SP).

◎ Repercussão fora do Congresso - As críticas a Hugo Motta não se limitaram ao meio político. O escritor Marcelo Rubens Paiva, filho do ex-deputado Rubens Paiva, morto na ditadura militar, criticou duramente o novo presidente da Câmara. “Novo presidente da Câmara demonstra que Brasil continuará no atoleiro e nunca alcançará a democracia plena. O desequilíbrio no caso não é das penas, é dele mesmo”, escreveu Paiva em suas redes sociais.

◎ Semipresidencialismo na pauta? - As falas de Motta sobre a possível adoção do semipresidencialismo também geraram resistência. Durante sua posse, ele defendeu que o tema volte a ser debatido, argumentando que a mudança pode aumentar a eficiência do governo e ampliar a participação popular. Em entrevista à imprensa da Paraíba, ele afirmou que uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com essa alteração já reuniu 179 assinaturas.

Apesar disso, Motta garantiu que não há compromisso em acelerar o projeto. “Discutir o sistema político é sempre bom para buscar mais eficiência, mais participação popular e governos sempre em busca de mais resultados para a população. Mas não temos compromisso de pautar com urgência”, disse.

No entanto, para o PT, a inclusão do semipresidencialismo na agenda da Câmara indica um movimento para fragilizar o Executivo e retirar poder do presidente eleito pelo povo.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Governo discute prioridades com aliados em meio à pressão por mudanças na Esplanada

Em clima de indefinição sobre mudanças no primeiro escalão e após declarações polêmicas de Hugo Motta, o governo busca alinhar apoio no Congresso

     Alexandre Padilha (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil)

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, convocou os líderes da base governista no Congresso para uma reunião na próxima quarta-feira (12), no Palácio do Planalto. O encontro tem como foco a definição das prioridades do governo para o ano, com destaque para a proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensais.

A pauta ganhou relevância em meio às discussões sobre a reforma ministerial e declarações recentes do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que cobrou do Executivo a necessidade de cortes de gastos e minimizou os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, afirmando que os atos de vandalismo e violência para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não configuram uma tentativa de golpe.

De acordo com o jornal O Globo, o Planalto só divulgará sua lista oficial de prioridades após a reunião, com o objetivo de obter o apoio dos parlamentares para avançar nos projetos de interesse do governo. A estratégia, ao que tudo indica, busca um alinhamento com os congressistas e uma agenda que reflita as pautas com maior chance de sucesso, tanto na Câmara quanto no Senado. No mês passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já apresentou ao Congresso uma lista de 25 projetos prioritários, incluindo a isenção do IR, limitação de supersalários e a regulamentação das big techs.

Este será o primeiro encontro oficial de 2025 entre a articulação política do governo e os líderes das legendas aliadas. A reunião acontece em um momento de grande expectativa, pois o presidente ainda reflete sobre as mudanças em seu primeiro escalão, enquanto os partidos pressionam por mais espaços nos ministérios.

A reforma ministerial tem gerado tensão entre as siglas aliadas, especialmente entre o PSD, PP e União Brasil, que aguardam definições sobre os cargos que ocuparão no futuro rearranjo ministerial. Ainda conforme a reportagem, a expectativa no Planalto é de que as mudanças, de fato, ocorram apenas em março. Nesse cenário, até mesmo um deslize de Lula é interpretado como um sinal pelos partidos. Na semana passada, em uma entrevista a rádios de Minas Gerais, Lula citou o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como possível ministro e mencionou o Ministério do Turismo, atualmente comandado por Celso Sabino (União Brasil), o que gerou especulações sobre o futuro desta pasta.

O PSD atualmente ocupa três ministérios no governo Lula: Minas e Energia, Pesca e Agricultura. Nos últimos dias, o presidente da legenda, Gilberto Kassab, indicou ao governo seu interesse em trocar a pasta da Pesca pela do Turismo, que possui orçamento três vezes superior.

Além das mudanças no primeiro escalão, o governo também tem ficado em alerta no que diz respeito às declarações de Hugo Motta, que em sua primeira semana à frente da Câmara afirmou que o governo de Lula não pode se isolar e precisa cortar gastos. A fala do presidente da Câmara, que também minimizou os eventos de 8 de janeiro, gerou polêmica e foi criticada por governistas. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) expressou seu descontentamento, afirmando que negar a tentativa de golpe é "um verdadeiro absurdo", especialmente após as evidências apresentadas na CPI e nas investigações do STF.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Governo Lula reforça estoques de alimentos para conter inflação

Medida visa estabilizar preços de itens essenciais e apoiar produtores rurais

     (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Tânia Rêgo/Agência Brasil | Freepik)

Em resposta à escalada dos preços dos alimentos que compõem a cesta básica, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está implementando uma série de ações para garantir a oferta e estabilizar os valores de produtos essenciais no mercado interno. Conforme noticiado pelo portal Metrópoles, pelo colunista Paulo Cappelli, a estratégia inclui a formação de estoques reguladores de arroz, milho e trigo, além do redirecionamento de recursos para financiar produtores e possíveis ajustes nas tarifas de importação.

A iniciativa é liderada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que planeja investir aproximadamente R$ 1 bilhão na compra desses grãos. A secretária-executiva do MDA, Fernanda Machiaveli de Oliveira, destacou que medidas como controle de preços ou alterações na validade dos produtos estão descartadas. Ela atribui a alta dos alimentos a fatores externos e climáticos, mas acredita em uma estabilização em breve.

"Teremos uma safra recorde neste ano. Com a ampliação do volume do Plano Safra, redução de juros para financiamento da produção de alimentos da cesta básica e retomada da política de estoques, já tivemos a menor inflação de alimentos em 2023. O resultado de 2024 refletiu aumento do preço internacional de commodities e as perdas de safra por eventos climáticos extremos. Agora, com queda do dólar e aumento da produção, o preço dos alimentos ficará estável. Teremos uma inflação de alimentos muito abaixo da média dos anos anteriores ao governo Lula", afirmou Fernanda de Oliveira.

A compra de arroz para compor os estoques deve ser concretizada até julho de 2025, com um investimento inicial de R$ 1 bilhão. O contrato foi estruturado após as enchentes no Rio Grande do Sul, e a expectativa é que o preço do produto caia significativamente no segundo semestre.

Além do arroz, o governo pretende utilizar contratos de opção para o milho e avalia a viabilidade para o trigo. A compra de milho depende da queda dos preços do grão, enquanto a inclusão do trigo exige estudos adicionais, já que esse produto é altamente sensível a fatores climáticos e demanda grande irrigação. O Brasil atualmente é um importador de trigo, o que pode dificultar sua inclusão na política de estoques.

Paralelamente, o governo está desenvolvendo um plano para redirecionar créditos a produtores de alimentos da cesta básica. A ideia é alocar recursos federais no Banco do Brasil, que teria mais facilidade para conceder financiamentos acessíveis aos agricultores.

Outra mudança em análise é o fim das bandeiras do vale-alimentação, que hoje restringem os estabelecimentos onde o benefício pode ser utilizado. Segundo o governo, essas bandeiras retêm de 6% a 12% do valor do benefício, encarecendo os preços ao consumidor final.

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), reconheceu o impacto da inflação dos alimentos e afirmou que o governo trata o tema como prioridade. Segundo ele, a alta dos preços se intensificou nos últimos quatro meses devido à valorização do dólar e a uma seca severa no Brasil.

"O setor agro é exportador. Quando o preço sobe lá fora, sobe aqui também. O presidente Lula está reativando os estoques reguladores para conter essa alta. A Conab cria estoques de arroz e feijão e, quando os preços disparam, libera os produtos para o mercado", disse Farias.

Ele garantiu que o governo federal seguirá atuando para reduzir o impacto da inflação sobre a população. "Lula tem um compromisso gigante com os mais pobres. Ele só vai dormir tranquilo quando colocar essa inflação de alimentos e da carne no devido lugar", concluiu.

Com essas medidas, o governo Lula busca não apenas conter a inflação dos alimentos, mas também assegurar a segurança alimentar da população brasileira, especialmente das camadas mais vulneráveis.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Quem é a delegada suspeita de envolvimento com o alto esquema de tráfico em SP

Esquema criminoso utilizava policiais civis, peritos e informantes para adulterar e revender entorpecentes no mercado ilegal

     Viatura (Foto: Pixabay)

A delegada especial de primeira classe Maria Cecília Castro Dias foi afastada de suas funções na tarde da última sexta-feira (7) por suspeita de participação em uma organização criminosa dentro da Polícia Civil de São Paulo. Segundo informações do Metrópoles, a delegada é acusada de integrar um esquema que desviava grandes cargas de drogas para revenda a traficantes.

Maria Cecília ocupava um dos cargos mais altos da hierarquia policial, atuando como chefe de investigações do 77º Distrito Policial (Santa Cecília), no centro da capital paulista. Antes disso, comandou o 2º DP (Bom Retiro). Seu afastamento foi determinado pelo juiz Oto Sérgio Silva de Araújo Júnior, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

◎ Esquema envolvia policiais e peritos criminais

As investigações apontam que a quadrilha contava com mais de 40 informantes, conhecidos como “gansos”, responsáveis por monitorar carregamentos de drogas vindos de outros estados, principalmente do Mato Grosso do Sul, rota estratégica para a entrada de cocaína proveniente do Paraguai e da Bolívia.


Ao identificar um carregamento valioso, o grupo enviava agentes disfarçados para simular apreensões policiais. As drogas eram então transportadas para galpões, onde passavam por um processo de adulteração: parte do entorpecente puro era retirada e substituída por substâncias inofensivas, como talco e gesso.

Para garantir que a operação ocorresse sem suspeitas, peritos do Instituto de Criminalística emitiam laudos falsos atestando a pureza dos materiais apresentados às delegacias. Enquanto isso, a droga verdadeira era revendida no mercado ilegal por preços elevados.

◎ Mandado de busca e apreensão na casa da delegada

No mesmo dia do afastamento de Maria Cecília, um mandado de busca e apreensão foi cumprido em sua residência na Vila Olímpia, bairro nobre da zona oeste de São Paulo. No local, foram apreendidos celulares, documentos, além de sua arma, distintivo e carteira funcional. Os aparelhos eletrônicos passarão por perícia, com a quebra de sigilo telemático, para verificar eventuais provas que confirmem o seu envolvimento no esquema.

A defesa da delegada ainda não se manifestou sobre as acusações. O espaço segue aberto para eventuais declarações.

◎ Delegacias do centro eram usadas pelo grupo

As autoridades investigam a relação da quadrilha com diversas delegacias do centro da cidade. Relatórios da Corregedoria da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontam que o 77º DP (Santa Cecília), o 2º DP (Bom Retiro), o 1º DP (Sé) e o 12º DP (Pari) tinham parte de seus recursos humanos e materiais direcionados para a atuação criminosa.

Além disso, há indícios de que o chefe da 1ª Delegacia Seccional, Elvis Cristiano da Silva, vendia cargos de chefia nos distritos do centro paulistano. Segundo as investigações, as posições eram ocupadas por policiais que faziam parte do esquema de tráfico de drogas.

◎ Investigador-chefe já havia sido preso

A prisão do chefe de investigações Cléber Rodrigues Gimenez, no fim de janeiro, foi um dos fatores que aceleraram as suspeitas sobre a delegada afastada. Cléber comandava a apuração de crimes no 77º DP e teria papel fundamental na estruturação da quadrilha.

Segundo as investigações, ele cedia um galpão de sua propriedade no Bom Retiro para a adulteração das cargas de drogas. Além disso, contava com o apoio de peritos do Instituto de Criminalística, que forneciam laudos falsos atestando a pureza das substâncias apresentadas oficialmente, enquanto a droga verdadeira era revendida a traficantes internacionais.

A Polícia Civil e o Ministério Público continuam as investigações para identificar outros envolvidos e aprofundar as conexões do esquema criminoso, que pode ser ainda mais amplo do que inicialmente suspeitado.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Após minimizar o 8 de janeiro, Hugo Motta quer ‘mudar de agenda’

Presidente da Câmara quer evitar novas polêmicas sobre o 8 de janeiro e votação do projeto de anistia aos golpistas deve ficar para o segundo semestre

Brasília (DF) 04/02/2025 Presidente da Câmara dos Deputados deputado, Hugo Motta, durante entrevista a uma emissora de TV. Foto Lula Marques/ Agência Brasil (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)


O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem buscado encerrar a polêmica gerada por suas declarações sobre os ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, e mudar a agenda atual do debate político.

Em entrevista a uma rádio paraibana na última sexta-feira, Motta afirmou que os eventos não configuraram uma tentativa de golpe. "O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe... Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso", declarou.

A manifestação gerou desconforto nos meios políticos e jurídicos, levando o presidente da Câmara a buscar interlocutores nos últimos dias para esclarecer sua posição. Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, pessoas ligadas a Motta dizem que ele não se arrependeu do conteúdo de suas palavras, mas considera que se pronunciou prematuramente sobre o tema.

A declaração surge após um período de cerca de 100 dias em que Motta conseguiu evitar posicionamentos públicos sobre os acontecimentos de 8 de janeiro durante sua campanha à presidência da Casa. O tema é especialmente sensível porque divide opiniões entre aqueles que, como a Polícia Federal e o ministro Alexandre de Moraes, classificam os atos como tentativa de golpe, e outros, principalmente ligados ao campo bolsonarista, que os consideram como manifestações que saíram do controle.

Quanto ao projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, Motta confirma a intenção de pautá-lo, mas sem previsão para o primeiro semestre de 2024. A indefinição do cronograma reflete também o cenário político atual, já que mesmo parlamentares alinhados a Jair Bolsonaro (PL) avaliam que é necessário mais tempo para garantir a aprovação da matéria.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Oposição teme desgaste e se vê obrigada a apoiar proposta do governo para isenção no IR até R$ 5 mil

Ampliação da faixa de isenção pode beneficiar até 20 milhões de brasileiros. Oposição teme desgaste político se for contra a medida

Fernando Haddad e Hugo Motta (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

O Ministério da Fazenda finaliza os últimos ajustes para enviar ao Congresso Nacional a reforma do Imposto de Renda (IR), que amplia a isenção para contribuintes com renda de até R$ 5 mil. Segundo informações do Metrópoles, a proposta deve ser bem recebida pelos parlamentares, mas a discussão deve girar em torno das medidas compensatórias para evitar perdas na arrecadação.

A ampliação da isenção beneficiaria mais de 10 milhões de brasileiros, dobrando o número de isentos para cerca de 20 milhões, conforme estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Atualmente, estão isentos aqueles que ganham até dois salários mínimos (R$ 3.036). Com a mudança, milhões de trabalhadores da classe média-baixa teriam um alívio financeiro significativo.

⊛ O impasse da compensação fiscal - Para equilibrar a arrecadação, o governo propõe criar uma alíquota progressiva de 10% ao mês para aqueles que recebem acima de R$ 50 mil mensais (R$ 600 mil por ano). No entanto, a oposição já se mobiliza para criticar essa compensação, defendendo alternativas como o corte de supersalários, o fim das emendas de comissão e a redução no número de ministérios.

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) também demonstrou preocupação com o impacto da medida. Segundo a entidade, as prefeituras podem perder cerca de R$ 20 bilhões anuais devido à redução na arrecadação do IR retido na fonte dos servidores municipais e ao repasse menor do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Prefeitos e governadores devem pressionar o Congresso para que uma solução seja encontrada, garantindo que as administrações locais não sejam prejudicadas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reuniu-se recentemente com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir a pauta econômica do biênio 2025-2026. Após o encontro, Haddad afirmou que o governo já tem um plano definido para a reforma, mas que ele só será apresentado oficialmente após a aprovação do presidente Lula (PT).

⊛ Caminho no Congresso - Mesmo que a oposição tente levantar questionamentos sobre a compensação fiscal, o avanço da proposta no Congresso parece inevitável. Parlamentares oposicionistas admitem, nos bastidores, que será difícil justificar um posicionamento contrário a uma medida que beneficia diretamente milhões de trabalhadores. O risco político de se opor a um aumento da isenção do IR pode pesar nas decisões da base bolsonarista e de outros setores conservadores.

O governo Lula, por sua vez, aposta no impacto positivo da medida junto à população e na sua viabilidade política para garantir a aprovação da reforma.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

PT chega aos 45 anos com cinco eleições presidenciais e o desafio de se renovar

Após cinco vitórias presidenciais, o partido ainda depende do presidente Lula ara se manter no poder

     Lula e Gleisi Hoffmann (Foto: RICARDO STUCKERT)

Fundado em 10 de fevereiro de 1980, o Partido dos Trabalhadores (PT) celebra hoje 45 anos de existência. Ao longo de sua trajetória, o partido alcançou cinco vitórias nas eleições presidenciais: Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, reeleito em 2006 e 2022; e Dilma Rousseff em 2010, reeleita em 2014. Esses triunfos consolidaram o PT como uma das principais forças políticas do país.

Contudo, a legenda enfrenta atualmente o desafio de renovar suas lideranças e reduzir sua dependência do presidente Lula, que, aos 79 anos, continua sendo a figura central do partido. A recente cirurgia de emergência à qual Lula foi submetido em decorrência de uma queda reacendeu debates internos sobre a necessidade de preparar sucessores à altura

Analistas apontam que, embora o PT tenha uma base sólida de militantes e simpatizantes, carece de novas lideranças com apelo nacional comparável ao de Lula. Nomes como Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda, e Camilo Santana, ministro da Educação, são mencionados como possíveis sucessores, mas ainda não possuem o mesmo carisma e reconhecimento junto ao eleitorado.

Além disso, o partido enfrenta o desafio de reconectar-se com suas bases tradicionais, especialmente no Nordeste, onde o apoio ao PT tem mostrado sinais de desgaste. A perda de conexão com trabalhadores informais e a classe média, aliada à influência crescente de igrejas evangélicas e preocupações com a segurança pública, têm contribuído para essa erosão de apoio.

Para celebrar o aniversário de 45 anos, o PT organizou uma série de eventos no Rio de Janeiro, nos dias 21 e 22 de fevereiro, sob o slogan “Raízes no Povo. Olhos no Futuro”. A programação inclui debates, atividades culturais e um ato político com a presença confirmada do presidente Lula e outras lideranças partidárias.

À medida que o PT avança em sua quinta década de existência, a legenda busca equilibrar a valorização de seu legado histórico com a necessidade premente de renovação interna, visando manter sua relevância no cenário político brasileiro.

Fonte: Brasil 247