segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

PT condena declarações de Hugo Motta sobre 8 de janeiro e semipresidencialismo

Petistas veem ameaça à soberania popular e tentativa de reescrever história e alertam para risco de anistia a golpistas

Hugo Motta (PB) (Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados)

As declarações do novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), minimizando a gravidade dos ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e defendendo a adoção do semipresidencialismo no Brasil, provocaram forte reação do PT e de setores da sociedade, informa o jornal O Globo. Em seu discurso de posse e em entrevistas concedidas na última semana, Motta argumentou que os atos não constituíram uma tentativa de golpe e sugeriu que o país volte a debater uma mudança no regime de governo.

A presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), foi uma das primeiras a rebater publicamente as falas do novo presidente da Câmara. Em uma postagem nas redes sociais, Gleisi criticou a ideia do semipresidencialismo e apontou que essa é uma tentativa de enfraquecer a soberania popular. “Quem tem um ‘semipresidente’ não tem presidente nenhum. É muito medo da soberania do povo ou muita vontade de governar o país sem ter de ganhar no voto”, escreveu. Ela também lembrou que o Brasil rejeitou o parlamentarismo em dois plebiscitos, realizados em 1963 e 1993, e que a proposta visa esvaziar os poderes do chefe do Executivo.

◎ Petistas veem tentativa de reescrever a história - No Congresso, as declarações de Motta sobre o 8 de janeiro foram recebidas com forte crítica. Para o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), minimizar os ataques é um erro grave e pode abrir espaço para novos atentados contra a democracia. “Negar a tentativa de golpe é um absurdo depois de tantas provas obtidas na CPI do Congresso e nas investigações do STF. Enquanto ficarmos passando o pano em golpistas, vamos continuar vivendo sob ameaças”, afirmou.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), também rebateu a fala de Motta e cobrou esclarecimentos. Ele destacou que a investigação revelou a existência de uma minuta golpista e planos para impedir a posse do presidente Lula (PT). “A declaração foi equivocada. A minuta do golpe foi confirmada por comandantes do Exército e da Aeronáutica. A operação Punhal Verde e Amarelo falava em tentativa de assassinato de Lula e Alckmin. Acho que ele não vai colocar para votar a questão da anistia”, disse.

Embora a base governista acredite que as falas não causarão uma crise imediata na relação com Motta, petistas já preparam uma vigilância mais atenta ao novo presidente da Câmara. “Ele foi eleito com os dois lados. Vai ficar sempre fazendo mediação. Está em um processo de construção coletiva. O importante é ele trabalhar pelos projetos do governo”, ponderou Jilmar Tatto (PT-SP).

◎ Repercussão fora do Congresso - As críticas a Hugo Motta não se limitaram ao meio político. O escritor Marcelo Rubens Paiva, filho do ex-deputado Rubens Paiva, morto na ditadura militar, criticou duramente o novo presidente da Câmara. “Novo presidente da Câmara demonstra que Brasil continuará no atoleiro e nunca alcançará a democracia plena. O desequilíbrio no caso não é das penas, é dele mesmo”, escreveu Paiva em suas redes sociais.

◎ Semipresidencialismo na pauta? - As falas de Motta sobre a possível adoção do semipresidencialismo também geraram resistência. Durante sua posse, ele defendeu que o tema volte a ser debatido, argumentando que a mudança pode aumentar a eficiência do governo e ampliar a participação popular. Em entrevista à imprensa da Paraíba, ele afirmou que uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com essa alteração já reuniu 179 assinaturas.

Apesar disso, Motta garantiu que não há compromisso em acelerar o projeto. “Discutir o sistema político é sempre bom para buscar mais eficiência, mais participação popular e governos sempre em busca de mais resultados para a população. Mas não temos compromisso de pautar com urgência”, disse.

No entanto, para o PT, a inclusão do semipresidencialismo na agenda da Câmara indica um movimento para fragilizar o Executivo e retirar poder do presidente eleito pelo povo.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Governo discute prioridades com aliados em meio à pressão por mudanças na Esplanada

Em clima de indefinição sobre mudanças no primeiro escalão e após declarações polêmicas de Hugo Motta, o governo busca alinhar apoio no Congresso

     Alexandre Padilha (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil)

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, convocou os líderes da base governista no Congresso para uma reunião na próxima quarta-feira (12), no Palácio do Planalto. O encontro tem como foco a definição das prioridades do governo para o ano, com destaque para a proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensais.

A pauta ganhou relevância em meio às discussões sobre a reforma ministerial e declarações recentes do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que cobrou do Executivo a necessidade de cortes de gastos e minimizou os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, afirmando que os atos de vandalismo e violência para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não configuram uma tentativa de golpe.

De acordo com o jornal O Globo, o Planalto só divulgará sua lista oficial de prioridades após a reunião, com o objetivo de obter o apoio dos parlamentares para avançar nos projetos de interesse do governo. A estratégia, ao que tudo indica, busca um alinhamento com os congressistas e uma agenda que reflita as pautas com maior chance de sucesso, tanto na Câmara quanto no Senado. No mês passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já apresentou ao Congresso uma lista de 25 projetos prioritários, incluindo a isenção do IR, limitação de supersalários e a regulamentação das big techs.

Este será o primeiro encontro oficial de 2025 entre a articulação política do governo e os líderes das legendas aliadas. A reunião acontece em um momento de grande expectativa, pois o presidente ainda reflete sobre as mudanças em seu primeiro escalão, enquanto os partidos pressionam por mais espaços nos ministérios.

A reforma ministerial tem gerado tensão entre as siglas aliadas, especialmente entre o PSD, PP e União Brasil, que aguardam definições sobre os cargos que ocuparão no futuro rearranjo ministerial. Ainda conforme a reportagem, a expectativa no Planalto é de que as mudanças, de fato, ocorram apenas em março. Nesse cenário, até mesmo um deslize de Lula é interpretado como um sinal pelos partidos. Na semana passada, em uma entrevista a rádios de Minas Gerais, Lula citou o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como possível ministro e mencionou o Ministério do Turismo, atualmente comandado por Celso Sabino (União Brasil), o que gerou especulações sobre o futuro desta pasta.

O PSD atualmente ocupa três ministérios no governo Lula: Minas e Energia, Pesca e Agricultura. Nos últimos dias, o presidente da legenda, Gilberto Kassab, indicou ao governo seu interesse em trocar a pasta da Pesca pela do Turismo, que possui orçamento três vezes superior.

Além das mudanças no primeiro escalão, o governo também tem ficado em alerta no que diz respeito às declarações de Hugo Motta, que em sua primeira semana à frente da Câmara afirmou que o governo de Lula não pode se isolar e precisa cortar gastos. A fala do presidente da Câmara, que também minimizou os eventos de 8 de janeiro, gerou polêmica e foi criticada por governistas. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) expressou seu descontentamento, afirmando que negar a tentativa de golpe é "um verdadeiro absurdo", especialmente após as evidências apresentadas na CPI e nas investigações do STF.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Governo Lula reforça estoques de alimentos para conter inflação

Medida visa estabilizar preços de itens essenciais e apoiar produtores rurais

     (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Tânia Rêgo/Agência Brasil | Freepik)

Em resposta à escalada dos preços dos alimentos que compõem a cesta básica, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está implementando uma série de ações para garantir a oferta e estabilizar os valores de produtos essenciais no mercado interno. Conforme noticiado pelo portal Metrópoles, pelo colunista Paulo Cappelli, a estratégia inclui a formação de estoques reguladores de arroz, milho e trigo, além do redirecionamento de recursos para financiar produtores e possíveis ajustes nas tarifas de importação.

A iniciativa é liderada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que planeja investir aproximadamente R$ 1 bilhão na compra desses grãos. A secretária-executiva do MDA, Fernanda Machiaveli de Oliveira, destacou que medidas como controle de preços ou alterações na validade dos produtos estão descartadas. Ela atribui a alta dos alimentos a fatores externos e climáticos, mas acredita em uma estabilização em breve.

"Teremos uma safra recorde neste ano. Com a ampliação do volume do Plano Safra, redução de juros para financiamento da produção de alimentos da cesta básica e retomada da política de estoques, já tivemos a menor inflação de alimentos em 2023. O resultado de 2024 refletiu aumento do preço internacional de commodities e as perdas de safra por eventos climáticos extremos. Agora, com queda do dólar e aumento da produção, o preço dos alimentos ficará estável. Teremos uma inflação de alimentos muito abaixo da média dos anos anteriores ao governo Lula", afirmou Fernanda de Oliveira.

A compra de arroz para compor os estoques deve ser concretizada até julho de 2025, com um investimento inicial de R$ 1 bilhão. O contrato foi estruturado após as enchentes no Rio Grande do Sul, e a expectativa é que o preço do produto caia significativamente no segundo semestre.

Além do arroz, o governo pretende utilizar contratos de opção para o milho e avalia a viabilidade para o trigo. A compra de milho depende da queda dos preços do grão, enquanto a inclusão do trigo exige estudos adicionais, já que esse produto é altamente sensível a fatores climáticos e demanda grande irrigação. O Brasil atualmente é um importador de trigo, o que pode dificultar sua inclusão na política de estoques.

Paralelamente, o governo está desenvolvendo um plano para redirecionar créditos a produtores de alimentos da cesta básica. A ideia é alocar recursos federais no Banco do Brasil, que teria mais facilidade para conceder financiamentos acessíveis aos agricultores.

Outra mudança em análise é o fim das bandeiras do vale-alimentação, que hoje restringem os estabelecimentos onde o benefício pode ser utilizado. Segundo o governo, essas bandeiras retêm de 6% a 12% do valor do benefício, encarecendo os preços ao consumidor final.

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), reconheceu o impacto da inflação dos alimentos e afirmou que o governo trata o tema como prioridade. Segundo ele, a alta dos preços se intensificou nos últimos quatro meses devido à valorização do dólar e a uma seca severa no Brasil.

"O setor agro é exportador. Quando o preço sobe lá fora, sobe aqui também. O presidente Lula está reativando os estoques reguladores para conter essa alta. A Conab cria estoques de arroz e feijão e, quando os preços disparam, libera os produtos para o mercado", disse Farias.

Ele garantiu que o governo federal seguirá atuando para reduzir o impacto da inflação sobre a população. "Lula tem um compromisso gigante com os mais pobres. Ele só vai dormir tranquilo quando colocar essa inflação de alimentos e da carne no devido lugar", concluiu.

Com essas medidas, o governo Lula busca não apenas conter a inflação dos alimentos, mas também assegurar a segurança alimentar da população brasileira, especialmente das camadas mais vulneráveis.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Quem é a delegada suspeita de envolvimento com o alto esquema de tráfico em SP

Esquema criminoso utilizava policiais civis, peritos e informantes para adulterar e revender entorpecentes no mercado ilegal

     Viatura (Foto: Pixabay)

A delegada especial de primeira classe Maria Cecília Castro Dias foi afastada de suas funções na tarde da última sexta-feira (7) por suspeita de participação em uma organização criminosa dentro da Polícia Civil de São Paulo. Segundo informações do Metrópoles, a delegada é acusada de integrar um esquema que desviava grandes cargas de drogas para revenda a traficantes.

Maria Cecília ocupava um dos cargos mais altos da hierarquia policial, atuando como chefe de investigações do 77º Distrito Policial (Santa Cecília), no centro da capital paulista. Antes disso, comandou o 2º DP (Bom Retiro). Seu afastamento foi determinado pelo juiz Oto Sérgio Silva de Araújo Júnior, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

◎ Esquema envolvia policiais e peritos criminais

As investigações apontam que a quadrilha contava com mais de 40 informantes, conhecidos como “gansos”, responsáveis por monitorar carregamentos de drogas vindos de outros estados, principalmente do Mato Grosso do Sul, rota estratégica para a entrada de cocaína proveniente do Paraguai e da Bolívia.


Ao identificar um carregamento valioso, o grupo enviava agentes disfarçados para simular apreensões policiais. As drogas eram então transportadas para galpões, onde passavam por um processo de adulteração: parte do entorpecente puro era retirada e substituída por substâncias inofensivas, como talco e gesso.

Para garantir que a operação ocorresse sem suspeitas, peritos do Instituto de Criminalística emitiam laudos falsos atestando a pureza dos materiais apresentados às delegacias. Enquanto isso, a droga verdadeira era revendida no mercado ilegal por preços elevados.

◎ Mandado de busca e apreensão na casa da delegada

No mesmo dia do afastamento de Maria Cecília, um mandado de busca e apreensão foi cumprido em sua residência na Vila Olímpia, bairro nobre da zona oeste de São Paulo. No local, foram apreendidos celulares, documentos, além de sua arma, distintivo e carteira funcional. Os aparelhos eletrônicos passarão por perícia, com a quebra de sigilo telemático, para verificar eventuais provas que confirmem o seu envolvimento no esquema.

A defesa da delegada ainda não se manifestou sobre as acusações. O espaço segue aberto para eventuais declarações.

◎ Delegacias do centro eram usadas pelo grupo

As autoridades investigam a relação da quadrilha com diversas delegacias do centro da cidade. Relatórios da Corregedoria da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontam que o 77º DP (Santa Cecília), o 2º DP (Bom Retiro), o 1º DP (Sé) e o 12º DP (Pari) tinham parte de seus recursos humanos e materiais direcionados para a atuação criminosa.

Além disso, há indícios de que o chefe da 1ª Delegacia Seccional, Elvis Cristiano da Silva, vendia cargos de chefia nos distritos do centro paulistano. Segundo as investigações, as posições eram ocupadas por policiais que faziam parte do esquema de tráfico de drogas.

◎ Investigador-chefe já havia sido preso

A prisão do chefe de investigações Cléber Rodrigues Gimenez, no fim de janeiro, foi um dos fatores que aceleraram as suspeitas sobre a delegada afastada. Cléber comandava a apuração de crimes no 77º DP e teria papel fundamental na estruturação da quadrilha.

Segundo as investigações, ele cedia um galpão de sua propriedade no Bom Retiro para a adulteração das cargas de drogas. Além disso, contava com o apoio de peritos do Instituto de Criminalística, que forneciam laudos falsos atestando a pureza das substâncias apresentadas oficialmente, enquanto a droga verdadeira era revendida a traficantes internacionais.

A Polícia Civil e o Ministério Público continuam as investigações para identificar outros envolvidos e aprofundar as conexões do esquema criminoso, que pode ser ainda mais amplo do que inicialmente suspeitado.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Após minimizar o 8 de janeiro, Hugo Motta quer ‘mudar de agenda’

Presidente da Câmara quer evitar novas polêmicas sobre o 8 de janeiro e votação do projeto de anistia aos golpistas deve ficar para o segundo semestre

Brasília (DF) 04/02/2025 Presidente da Câmara dos Deputados deputado, Hugo Motta, durante entrevista a uma emissora de TV. Foto Lula Marques/ Agência Brasil (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)


O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem buscado encerrar a polêmica gerada por suas declarações sobre os ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, e mudar a agenda atual do debate político.

Em entrevista a uma rádio paraibana na última sexta-feira, Motta afirmou que os eventos não configuraram uma tentativa de golpe. "O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe... Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso", declarou.

A manifestação gerou desconforto nos meios políticos e jurídicos, levando o presidente da Câmara a buscar interlocutores nos últimos dias para esclarecer sua posição. Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, pessoas ligadas a Motta dizem que ele não se arrependeu do conteúdo de suas palavras, mas considera que se pronunciou prematuramente sobre o tema.

A declaração surge após um período de cerca de 100 dias em que Motta conseguiu evitar posicionamentos públicos sobre os acontecimentos de 8 de janeiro durante sua campanha à presidência da Casa. O tema é especialmente sensível porque divide opiniões entre aqueles que, como a Polícia Federal e o ministro Alexandre de Moraes, classificam os atos como tentativa de golpe, e outros, principalmente ligados ao campo bolsonarista, que os consideram como manifestações que saíram do controle.

Quanto ao projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, Motta confirma a intenção de pautá-lo, mas sem previsão para o primeiro semestre de 2024. A indefinição do cronograma reflete também o cenário político atual, já que mesmo parlamentares alinhados a Jair Bolsonaro (PL) avaliam que é necessário mais tempo para garantir a aprovação da matéria.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Oposição teme desgaste e se vê obrigada a apoiar proposta do governo para isenção no IR até R$ 5 mil

Ampliação da faixa de isenção pode beneficiar até 20 milhões de brasileiros. Oposição teme desgaste político se for contra a medida

Fernando Haddad e Hugo Motta (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

O Ministério da Fazenda finaliza os últimos ajustes para enviar ao Congresso Nacional a reforma do Imposto de Renda (IR), que amplia a isenção para contribuintes com renda de até R$ 5 mil. Segundo informações do Metrópoles, a proposta deve ser bem recebida pelos parlamentares, mas a discussão deve girar em torno das medidas compensatórias para evitar perdas na arrecadação.

A ampliação da isenção beneficiaria mais de 10 milhões de brasileiros, dobrando o número de isentos para cerca de 20 milhões, conforme estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Atualmente, estão isentos aqueles que ganham até dois salários mínimos (R$ 3.036). Com a mudança, milhões de trabalhadores da classe média-baixa teriam um alívio financeiro significativo.

⊛ O impasse da compensação fiscal - Para equilibrar a arrecadação, o governo propõe criar uma alíquota progressiva de 10% ao mês para aqueles que recebem acima de R$ 50 mil mensais (R$ 600 mil por ano). No entanto, a oposição já se mobiliza para criticar essa compensação, defendendo alternativas como o corte de supersalários, o fim das emendas de comissão e a redução no número de ministérios.

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) também demonstrou preocupação com o impacto da medida. Segundo a entidade, as prefeituras podem perder cerca de R$ 20 bilhões anuais devido à redução na arrecadação do IR retido na fonte dos servidores municipais e ao repasse menor do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Prefeitos e governadores devem pressionar o Congresso para que uma solução seja encontrada, garantindo que as administrações locais não sejam prejudicadas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reuniu-se recentemente com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir a pauta econômica do biênio 2025-2026. Após o encontro, Haddad afirmou que o governo já tem um plano definido para a reforma, mas que ele só será apresentado oficialmente após a aprovação do presidente Lula (PT).

⊛ Caminho no Congresso - Mesmo que a oposição tente levantar questionamentos sobre a compensação fiscal, o avanço da proposta no Congresso parece inevitável. Parlamentares oposicionistas admitem, nos bastidores, que será difícil justificar um posicionamento contrário a uma medida que beneficia diretamente milhões de trabalhadores. O risco político de se opor a um aumento da isenção do IR pode pesar nas decisões da base bolsonarista e de outros setores conservadores.

O governo Lula, por sua vez, aposta no impacto positivo da medida junto à população e na sua viabilidade política para garantir a aprovação da reforma.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

PT chega aos 45 anos com cinco eleições presidenciais e o desafio de se renovar

Após cinco vitórias presidenciais, o partido ainda depende do presidente Lula ara se manter no poder

     Lula e Gleisi Hoffmann (Foto: RICARDO STUCKERT)

Fundado em 10 de fevereiro de 1980, o Partido dos Trabalhadores (PT) celebra hoje 45 anos de existência. Ao longo de sua trajetória, o partido alcançou cinco vitórias nas eleições presidenciais: Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, reeleito em 2006 e 2022; e Dilma Rousseff em 2010, reeleita em 2014. Esses triunfos consolidaram o PT como uma das principais forças políticas do país.

Contudo, a legenda enfrenta atualmente o desafio de renovar suas lideranças e reduzir sua dependência do presidente Lula, que, aos 79 anos, continua sendo a figura central do partido. A recente cirurgia de emergência à qual Lula foi submetido em decorrência de uma queda reacendeu debates internos sobre a necessidade de preparar sucessores à altura

Analistas apontam que, embora o PT tenha uma base sólida de militantes e simpatizantes, carece de novas lideranças com apelo nacional comparável ao de Lula. Nomes como Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda, e Camilo Santana, ministro da Educação, são mencionados como possíveis sucessores, mas ainda não possuem o mesmo carisma e reconhecimento junto ao eleitorado.

Além disso, o partido enfrenta o desafio de reconectar-se com suas bases tradicionais, especialmente no Nordeste, onde o apoio ao PT tem mostrado sinais de desgaste. A perda de conexão com trabalhadores informais e a classe média, aliada à influência crescente de igrejas evangélicas e preocupações com a segurança pública, têm contribuído para essa erosão de apoio.

Para celebrar o aniversário de 45 anos, o PT organizou uma série de eventos no Rio de Janeiro, nos dias 21 e 22 de fevereiro, sob o slogan “Raízes no Povo. Olhos no Futuro”. A programação inclui debates, atividades culturais e um ato político com a presença confirmada do presidente Lula e outras lideranças partidárias.

À medida que o PT avança em sua quinta década de existência, a legenda busca equilibrar a valorização de seu legado histórico com a necessidade premente de renovação interna, visando manter sua relevância no cenário político brasileiro.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro recebeu mais de R$ 1 milhão em salários e aposentadorias em 2024

Ex-presidente acumulou remuneração do PL, benefício da Câmara e pensão militar

     Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

Jair Bolsonaro recebeu mais de R$ 1 milhão em salários e aposentadorias ao longo de 2024, de acordo com informações apuradas pelo jornalista Guilherme Amado. Os valores incluem pagamentos feitos pelo Partido Liberal (PL), aposentadoria da Câmara dos Deputados e pensão militar.

Dados fornecidos pelo PL ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que Bolsonaro recebeu R$ 384,4 mil em salários como presidente de honra da legenda, o que equivale a R$ 32,1 mil mensais. Além disso, acumulou R$ 473,4 mil da aposentadoria como ex-deputado federal e mais R$ 143,3 mil da pensão como capitão reformado do Exército, totalizando R$ 1.001.100.

Os valores refletem a estrutura de renda mantida pelo ex-presidente desde que deixou o cargo em 2023. O PL, comandado por Valdemar Costa Neto, tem financiado Bolsonaro e seus aliados por meio de cargos e repasses do fundo partidário, incluindo pagamentos a Michelle Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247

Motta faz acordo com bolsonaristas para evitar surpresas em projeto de anistia aos golpistas do 8/1

Manobra visa controlar a pauta e evitar que a discussão se torne um peso político antes do tempo

      Hugo Motta (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fechou um acordo com a oposição bolsonarista para evitar surpresas em relação ao projeto de anistia aos golpistas de 8 de janeiro, um tema que domina as discussões da direita e é visto como fundamental para reabilitar Jair Bolsonaro (PL) para a corrida presidencial de 2026. A manobra visa controlar a pauta e evitar que a discussão se torne um peso político antes do tempo.

Segundo a coluna da jornalista Malu Gaspar, de O Globo, fontes ligadas à oposição na Casa Legislativa confirmam que o 1º vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), comprometeu-se a não pautar o projeto enquanto estiver no comando da Casa, durante as ausências de Motta em viagens ao exterior ou eventuais licenças. Côrtes, que recentemente deixou a liderança do PL, também alinhou com Motta que a anistia só será discutida quando houver uma avaliação de que há chances reais de aprovação no plenário.

A aliança entre Motta e Côrtes se reflete nas movimentações nos bastidores da política, incluindo declarações recentes do presidente da Câmara. Em entrevista à Rádio Arapuan FM, de João Pessoa (PB), na sexta-feira (7), Motta minimizou os acontecimentos de 8 de janeiro, alinhando-se à narrativa bolsonarista ao afirmar que os ataques não configuraram uma tentativa de golpe contra o presidente Lula, e condenou "exageros" nas punições dos envolvidos, especialmente nas sentenças do Supremo Tribunal Federal (STF).

A articulação de Motta também é uma resposta ao desejo do PL, que vê na anistia uma oportunidade estratégica para reabilitar Bolsonaro, que está inelegível até 2030. Apesar de a bancada do PL ser a maior da Câmara e o partido ter grande influência no Senado, a liderança do PL e o próprio Bolsonaro não cogitaram lançar uma candidatura própria nas eleições de 2026, preferindo focar em ocupar posições-chave para viabilizar o projeto da anistia. No Senado, o PL tem garantido o apoio de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), em troca da indicação de Eduardo Gomes (PL-TO) como 1º vice-presidente.

"Não queremos esperar a anistia para o futuro presidente de direita, caso seja eleito em 2026 e vá tomar posse em 2027", declarou Bolsonaro à revista Oeste em janeiro, sublinhando a urgência da medida para sua reabilitação política.

Ainda segundo a reportagem, a estratégia do PL é fazer um aceno ao novo presidente da Câmara, que, embora tenha expressado apoio à discussão da anistia, pretende abordar o tema com cautela, para evitar agravar o já tenso relacionamento entre os Poderes. "Vamos tratar esse tema de maneira muito tranquila, para que não seja mais um fator para aumentar o tensionamento entre os poderes", declarou Motta.

Atualmente, tramitam na Câmara e no Senado projetos de anistia, com três de autoria de aliados de Bolsonaro já sendo discutidos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), além de iniciativas de outros parlamentares, como o senador Marcio Bittar (União Brasil-AC) e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Em paralelo, Ciro Nogueira (PP-PI) apresentou um projeto que visa anistiar Bolsonaro da inelegibilidade por oito anos, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Sem projetos, nem discursos na tribuna: começo de Jair Renan como vereador irrita até aliados

A falta de iniciativas concretas no legislativo municipal levanta questionamentos sobre sua preparação e comprometimento com o cargo

     Jair Renan (Foto: Reprodução/Instagram)

Desde sua posse como vereador em Balneário Camboriú, Santa Catarina, Jair Renan Bolsonaro, filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem sido alvo de críticas devido à sua atuação discreta. Conforme noticiado pelo jornal O Globo, o parlamentar ainda não apresentou projetos de lei nem utilizou a tribuna para discursos, comportamento que tem gerado descontentamento até mesmo entre membros de seu partido, o PL.

Durante a campanha eleitoral, Jair Renan adotou uma postura reservada, seguindo orientações para evitar declarações que pudessem comprometer sua candidatura. Segundo o UOL, em 23 de setembro de 2024, o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro instruiu o filho a manter silêncio durante eventos públicos, temendo que sua inexperiência resultasse em gafes. Essa estratégia visava assegurar sua eleição, capitalizando principalmente no peso do sobrenome Bolsonaro.

No entanto, essa postura tem se estendido ao exercício do mandato. Até o momento, Jair Renan não apresentou propostas legislativas nem participou de debates na Câmara Municipal. Essa inatividade tem gerado frustração entre seus pares, que esperavam uma participação mais ativa do vereador.

Nas redes sociais, Jair Renan mantém uma presença constante, compartilhando momentos de sua rotina e interações com eleitores. Em seu perfil no Instagram, onde se identifica como "Vereador mais votado de Balneário Camboriú. Filho do 38° presidente do Brasil", ele frequentemente posta fotos e vídeos de suas atividades diárias.

A falta de iniciativas concretas no legislativo municipal levanta questionamentos sobre sua preparação e comprometimento com o cargo. Analistas políticos apontam que, embora o sobrenome tenha sido determinante para sua eleição, é fundamental que Jair Renan demonstre competência e engajamento para corresponder às expectativas de seus eleitores e colegas de Câmara.

A continuidade dessa postura discreta pode comprometer sua reputação política e influenciar futuras avaliações de seu desempenho como vereador. A população de Balneário Camboriú aguarda para ver se Jair Renan assumirá um papel mais ativo e propositivo no cenário político local, correspondendo à confiança depositada nele nas urnas.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

PF aponta senador do PL em suposto esquema de rateio de emendas e pede investigação

Polícia Federal encontrou mensagens que indicam participação de Eduardo Gomes em negociação de valores e repasses de emendas parlamentares

     Eduardo Gomes (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

A Polícia Federal (PF) solicitou a abertura de um inquérito para investigar possíveis desvios relacionados à destinação de emendas parlamentares do senador Eduardo Gomes (PL-TO), atual 1º vice-presidente do Senado e ex-líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional. O pedido foi encaminhado no âmbito da Operação Emendário, que já resultou em denúncias contra três deputados do PL, conforme revelou o Metrópoles.

A investigação teve um desdobramento significativo após a análise de aparelhos eletrônicos apreendidos durante as diligências. A PF identificou mensagens em que um ex-assessor de Eduardo Gomes cobra o pagamento de valores de Carlos Lopes, funcionário do deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA), apontado como operador de um esquema de rateio de emendas entre parlamentares aliados. De acordo com o relatório da corporação, as trocas de mensagens sugerem que o senador estaria inserido no mesmo modus operandi investigado na Operação Emendário.

Em um dos diálogos, datado de fevereiro de 2022, o ex-assessor de Gomes, identificado como Lizoel Bezerra, pressiona Lopes sobre um "saldo devedor" de R$ 1,3 milhão. Ele pede que pelo menos R$ 150 mil sejam pagos imediatamente para cobrir despesas urgentes. Em uma das mensagens, Lizoel reforça a urgência da transferência: "Bom dia amigo. Me dá uma posição. Homem tá na agonia. Pagar contas e viajar".

A investigação aponta que o "homem agoniado" mencionado na conversa é o próprio Eduardo Gomes, com base em um print anexado ao inquérito. A imagem mostra um interlocutor identificado pelo nome do senador e com uma foto de perfil representando o estado de Tocantins. Em outra troca de mensagens, de 25 de fevereiro de 2022, o interlocutor, supostamente o senador, escreve: "o cara mandou", ao que Lizoel responde: "to esperando ele falar aqui comigo".

A insistência de Lizoel para a conclusão do pagamento também fica evidente em mensagem do dia seguinte: "Bom dia, Carlos. Alguma novidade? A camionete (sic) chegou?". Lopes responde negativamente e o ex-assessor de Gomes ordena que ele fique de plantão para resolver a situação.

Para a PF, o receio expresso por Lizoel ao longo das mensagens indica que o atraso no pagamento poderia comprometer a capacidade de Eduardo Gomes de influenciar a distribuição de emendas no ano seguinte. "E a pior parte disso tudo é eu ficando queimado com o amigo e nesse próximo orçamento não vou ter nada. Isso é de fuder (sic)", lamenta o ex-assessor.

As mensagens seguiram até março de 2022, véspera da operação que cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Carlos Lopes. Apesar das evidências levantadas, a origem exata da dívida cobrada por Lizoel Bezerra ainda não foi determinada.

Diante dos indícios reunidos, a PF encaminhou um relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR), sugerindo a necessidade de uma investigação aprofundada sobre o envolvimento do senador. "Em que pese ser um encontro fortuito de provas, que, salvo melhor juízo, deve ser investigado em outro procedimento, destaca-se neste momento porque corrobora a hipótese aventada de rateio de valores de emendas parlamentares", conclui a PF.

A PGR acatou o pedido e determinou a extração do relatório da Operação Emendário para iniciar uma "petição autônoma destinada à realização de diligências preliminares".

Defesa do senador - A assessoria de Eduardo Gomes negou qualquer irregularidade. Em nota, afirmou que, enquanto relator parcial do orçamento e líder do governo Bolsonaro no Congresso, destinou recursos para vários estados, incluindo o Maranhão. Alegou, ainda, que a única emenda individual do senador para um estado fora do Tocantins foi para o Rio Grande do Sul, devido às chuvas, no valor de R$ 1 milhão.

Sobre Lizoel Bezerra, a assessoria informou que ele atuou apenas como motorista em campanhas políticas do senador, negando qualquer vínculo com o gabinete no Senado.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Governo Lula se prepara para responder a possíveis tarifas impostas por Trump

O governo do presidente deve intensificar as negociações diplomáticas para tentar evitar danos severos à economia brasileira

Lula e Donald Trump (Foto: Ricardo Stuckert/PR | REUTERS/Brendan McDermid)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que, a partir desta segunda-feira (10), pretende impor uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, incluindo aquelas vindas do Canadá, do México e do Brasil. A medida, que faz parte de uma estratégia protecionista para fortalecer a indústria norte-americana, pode gerar impactos significativos no comércio global, especialmente para países exportadores desses produtos, e afetará o Brasil.

De acordo com informações do Valor Econômico, além da tarifa sobre o aço e o alumínio, ele também planeja implementar um sistema de tarifas de reciprocidade, aplicando taxas equivalentes às que outros países impõem sobre produtos americanos.

A decisão já gerou preocupação em diversos países que dependem do mercado norte-americano para exportação de metais. No Brasil, o governo está avaliando os impactos da medida e buscando alternativas para mitigar possíveis prejuízos. O país é um dos principais fornecedores de aço para os Estados Unidos, e uma barreira tarifária desse porte pode afetar tanto a indústria siderúrgica quanto a balança comercial brasileira.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já vinha se preparando para possíveis restrições comerciais impostas pelos EUA, deve intensificar as negociações diplomáticas para tentar evitar danos severos à economia brasileira.

Diante da possibilidade de que os Estados Unidos imponham novas tarifas contra exportações brasileiras, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já estuda medidas para defender os interesses comerciais do país.

De acordo com informações do Valor Econômico, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está se preparando para responder às possíveis tarifas que podem ser impostas por Donald Trump. O governo está avaliando avaliando medidas para mitigar os impactos dessas tarifas sobre as exportações do país. Além disso, o governo está buscando fortalecer parcerias comerciais com outros países para diversificar os mercados de exportação e reduzir a dependência dos Estados Unidos. Especialistas alertam que as tarifas podem afetar setores-chave da economia brasileira, como o agronegócio e a indústria manufatureira. O governo Lula está empenhado em proteger os interesses econômicos do Brasil e manter um diálogo aberto com a administração norte-americana para evitar uma escalada nas tensões comerciais.

A possível imposição de tarifas afeta diretamente setores estratégicos da economia nacional, como o agronegócio e a indústria manufatureira. Exportadores brasileiros temem que uma nova escalada protecionista prejudique produtos como aço, alumínio e commodities agrícolas, impactando a balança comercial do país.

A resposta do Brasil passa pela negociação com Washington, e também envolve um esforço mais amplo para fortalecer sua posição no cenário global, reforçando sua participação em organizações multilaterais e consolidando parcerias no Mercosul, BRICS e outras instâncias de cooperação.

A necessidade de uma política comercial independente e assertiva se torna ainda mais evidente diante de um mundo multipolar em formação. Para garantir a soberania nacional, o Brasil precisa afirmar sua capacidade de decidir seus rumos econômicos sem se submeter a pressões externas que possam comprometer sua estratégia de desenvolvimento. O governo Lula sinaliza que está disposto a enfrentar esse desafio, mantendo uma política externa baseada no respeito mútuo e na defesa dos interesses nacionais.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Valor Econômico

PSB considera dar cargo de destaque a Alckmin na nova direção do partido

O PSB defende a permanência de Alckmin como vice-presidente da República

    Geraldo Alckmin anuncia investimento da indústria química (Foto: Cadu Gomes       / VPR)

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) avalia conceder ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, um posto de relevância em sua direção nacional.

Segundo informações da coluna Painel da Folha de S.Paulo, a mudança deve ser oficializada no congresso partidário previsto para o final de maio.

Caso a proposta se concretize, Alckmin assumirá a posição de primeiro vice-presidente do PSB, tornando-se o segundo nome mais importante da sigla, abaixo apenas do futuro presidente, João Campos, prefeito do Recife. Campos sucederá Carlos Siqueira, que liderou o partido nos últimos dez anos.

O gesto do PSB em direção a Alckmin ocorre em um momento de especulações sobre uma possível movimentação do MDB para ocupar a vaga de vice na chapa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026.

O PSB defende a permanência de Alckmin como vice-presidente da República, argumentando que a experiência com o MDB no governo Dilma Rousseff — quando Michel Temer ocupou o cargo — mostrou que o partido não era um aliado confiável.

A possível nomeação de Alckmin para um posto de destaque na estrutura partidária reforça o alinhamento entre o vice-presidente e o PSB, partido pelo qual ele se filiou para compor a chapa com Lula em 2022.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna Painel, da Folha de S. Paulo

Luciano Hang abandona o barco, desabafa e faz duras críticas a Bolsonaro

A principal preocupação do empresário seria a possível candidatura de um dos filhos de Bolsonaro à Presidência em 2026

Bolsonaro gesticula em Brasília ao lado do vice Mourão, a primeira-dama Michelle e o empresário Luciano Hang nas comemorações do Bicentenário da Independência. 7/09/2022 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

 O empresário Luciano Hang, dono da Havan e figura de destaque no bolsonarismo, demonstrou recentemente insatisfação com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo informações do colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles, Hang tem criticado, em conversas reservadas, a postura do ex-mandatário, apontando que ele prioriza os próprios interesses e os da família em detrimento de aliados políticos.

A principal preocupação do empresário seria a possível candidatura de um dos filhos de Bolsonaro à Presidência em 2026. Inelegível, o ex-presidente considera lançar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ou Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na disputa, decisão que não agrada Hang. Para ele, o melhor caminho seria um nome conservador fora do núcleo familiar, como o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que foi reeleito com 69% dos votos.

◉ Aliado sente-se deixado de lado

Luciano Hang, que investiu R$ 1 milhão na campanha de Bolsonaro em 2022 e esteve ao seu lado em momentos decisivos, teria se queixado da ausência do ex-presidente nos últimos meses. O empresário, conhecido pelo tom enfático nas redes sociais e em eventos políticos, afirmou a interlocutores ter “dado o sangue” por Bolsonaro, mas agora se sente preterido.

Durante o governo Bolsonaro, Hang se tornou alvo da CPI da Covid, sendo indiciado por “incitação ao crime” no relatório do senador Renan Calheiros (MDB), aliado de Lula. Apesar do desgaste, o empresário manteve o apoio irrestrito ao ex-presidente e participou ativamente das manifestações bolsonaristas. Agora, no entanto, a relação entre os dois parece estremecida.

◉ Internação e mensagem aos seguidores

Os desabafos de Luciano Hang aconteceram dias antes de ele se submeter a um procedimento de cateterismo no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, na última quinta-feira (6). Após a cirurgia, ele tranquilizou seus seguidores com uma mensagem sobre a importância dos cuidados com a saúde. “Eu sempre fui muito preocupado e faço consultas regularmente. Quando você descobre o problema cedo, é muito mais fácil de tratar e resolver. O aprendizado que fica é: cuide da saúde”, afirmou.

◉ O futuro da direita em 2026

Além de Eduardo e Flávio, Bolsonaro também cogita outros nomes para a sucessão, ainda que com menos entusiasmo. Entre as alternativas mencionadas estão o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), além do próprio Ratinho Júnior.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Gleisi: PEC do semipresidencialismo é antidemocrática

PEC do semipresidencialismo ganhou força com a eleição de Hugo Motta como presidente da Câmara

     Gleisi Hoffmann (Foto: Divulgação/pt.org.br)

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), foi às redes sociais neste domingo (9) criticar a proposta que tramita na Câmara dos Deputados sobre instituir um regime semipresidencialista no Brasil.

Na semana passada, o texto conseguiu reunir o número mínimo de assinaturas e foi protocolado na Casa. A proposta ganhou força após o Hugo Motta (Republicanos-PB) assumir a presidência da Câmara. A bancada do PT não assinou o projeto.

A dirigente alertou que o semipresidencialismo no Brasil tem objetivos antidemocráticos e defendeu o atual regime presidencialista. Segundo ela, o presidencialismo permite uma representação mais direta, e os impopulares defensores da proposta temem a soberania popular.

"O povo brasileiro já rejeitou o parlamentarismo em dois plebiscitos (1963 e 1993). Mesmo disfarçada de 'semipresidencialismo', a proposta que voltou a circular na Câmara visa tirar da maioria da população o direito de eleger um presidente com poderes de fato para governar. Quem tem um 'semipresidente' não tem presidente nenhum. É muito medo da soberania do povo ou muita vontade de governar o país sem ter de ganhar no voto", escreveu Gleisi na plataforma X.


Entenda - A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 2/25 institui o semipresidencialismo e o voto distrital misto no Brasil a partir das eleições de 2030. O texto, apresentado pelo deputado Luiz Carlos Hauly (Pode-PR) e outros parlamentares à Câmara dos Deputados, resgata uma proposição antiga (PEC 20/95).

De acordo com a proposta, o primeiro-ministro será nomeado dentre os integrantes do Congresso Nacional maiores de 35 anos.

No semipresidencialismo, o presidente eleito pelo voto popular direto divide o poder com um primeiro-ministro nomeado por ele, ouvido os partidos com maiores representações na Câmara.

Hauly argumenta que hoje não há mais espaço para o que chama de “presidencialismo arcaico praticado no Brasil”, no qual uma única autoridade concentra as responsabilidades de chefe de governo e de Estado.

Hugo Motta afirmou, em entrevista coletiva na Paraíba na última semana, que a discussão sobre o semipresidencialismo é um papel do Parlamento para melhorar a eficiência do governo, mas não há pressa no tema. Segundo ele, não há compromisso de pautar a proposta de forma urgente.

A PEC 2/25 será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania quanto a sua legalidade, juridicidade e constitucionalidade. Se admitida, será examinada por uma comissão especial a ser criada, antes de ser votada em dois turnos pelo Plenário.

Para ser promulgado, o texto precisa ser aprovado pelos deputados e pelos senadores. 

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Câmara de Notícias

Mais de 100 torcedores são presos por briga antes do jogo entre Fortaleza e Ceará

Os grupos trocaram agressões físicas, atiraram paus e pedras e dispararam rojões uns contra os outros

115 torcedores de Fortaleza e Ceará foram presos na tarde de sábado (8) (Foto: PMCE/Divulgação)

A tarde de sábado (8) foi marcada por cenas de violência antes do jogo entre Fortaleza e Ceará, na Arena Castelão. No total, 115 torcedores dos clubes foram presos após um confronto entre as torcidas, que se encontraram na Avenida Osório de Paiva, a caminho do estádio.

Os grupos trocaram agressões físicas, atiraram paus e pedras e dispararam rojões uns contra os outros. Além das prisões em flagrante pelo tumulto, outras quatro pessoas foram detidas em uma operação para conter confrontos de torcidas organizadas.

Diante do episódio de violência, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, afirmou que pretende instalar câmeras de reconhecimento facial no estádio municipal Presidente Vargas. O governador do Ceará, Elmano de Freitas, por sua vez, disse que adotará a mesma medida na Arena Castelão.

Fonte: Brasil 247

Lula tem aumento de 29,5% no engajamento digital desde a chegada de Sidônio Palmeira

Levantamento mostra crescimento na interação das redes sociais do presidente, mas especialistas alertam para desafios na ampliação da base digital

Sidônio Palmeira e Lula (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 Um levantamento da agência Ativaweb, especializada em marketing digital, revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou um aumento de 29,5% nas taxas de engajamento em suas redes sociais desde a posse de Sidônio Palmeira como ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, em 14 de janeiro. A informação foi publicada pelo jornalista Guilherme Amado, do site Platô BR.

Além do crescimento no engajamento, os perfis de Lula também ganharam 80.249 novos seguidores, o que representa um acréscimo de 0,6%.

O estudo aponta que essa evolução foi impulsionada por postagens focadas na identidade política e na mobilização de sua base de apoiadores.

Apesar dos números positivos, o CEO da Ativaweb, Alek Maracajá, destacou que o governo ainda enfrenta o desafio de expandir sua presença digital para além do público já consolidado.

Segundo ele, é necessário buscar maior conexão com as demandas da sociedade, ampliando o alcance da comunicação do Planalto.

Fonte: Brasil 247