quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Redução na inelegibilidade de Bolsonaro só pode acontecer com aval do STF, avaliam juristas

 

Aliados de Bolsonaro articulam mudança na Ficha Limpa no Congresso para driblar inelegibilidade. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

A bancada bolsonarista no Congresso Nacional está mobilizada para reduzir o período de inelegibilidade de políticos condenados, de oito para dois anos, uma mudança que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, juristas alertam que a aplicação da nova regra aos processos do ex-presidente dependeria de análises do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cuja jurisprudência tende a manter sanções mais rígidas.

A expectativa dos aliados de Bolsonaro é que o novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), acelere a tramitação de um projeto de lei complementar que altera a Lei da Ficha Limpa. O texto, que está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, tem como relator o deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-PR).

A proposta, de autoria do deputado Bibo Nunes (PL-RS), visa reduzir o prazo de inelegibilidade para dois anos, contados a partir da eleição que resultou na punição.

Na quarta-feira (5), Hugo Motta reafirmou sua posição em entrevista à rádio CBN, afirmando que oito anos de inelegibilidade “são basicamente uma eternidade”.

“Quem está na vida pública e teve alguns problemas de condenações, até mesmo injustas, acaba sofrendo com essa questão da inelegibilidade. Oito anos representam quatro eleições no modelo democrático que temos, e quatro eleições é basicamente uma eternidade”, disse Motta.

Huto Motta, novo presidente da Câmara dos Deputados. Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados

A proposta já conta com o apoio de 73 deputados de direita e extrema-direita, incluindo parlamentares do PL, MDB, Patriota, PP, PSD e Republicanos. A família Bolsonaro, especialmente o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), tem participado ativamente das articulações.

A mudança, se aprovada, beneficiaria políticos de todo o espectro, mas tem como foco principal permitir que Jair Bolsonaro dispute as eleições presidenciais de 2026.

Atualmente, Bolsonaro está inelegível até 2030 após duas condenações pelo TSE em 2023: uma por disseminar desinformação sobre o sistema eleitoral em uma reunião com embaixadores e outra por uso indevido da comemoração do 7 de Setembro de 2022. A defesa do ex-presidente recorreu das decisões, e os processos ainda aguardam julgamento no STF e no TSE.

A eventual mudança na lei não garante automaticamente a retroatividade para casos já julgados. Fernando Neisser, da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), explica que o STF teria de avaliar se a redução valeria para condenações antigas ou apenas para novas.

“O STF já adotou a lógica de valer para casos julgados quando a Lei da Ficha Limpa aumentou o período de inelegibilidade, de três para oito anos. Por outro lado, o Supremo pode entender que a redução de oito para dois anos tornaria a lei inócua, violaria o princípio da moralidade, ou até que seria inconstitucional”, afirmou Neisser em entrevista ao jornal O Globo.

Além disso, o TSE também poderá avaliar a retroatividade ao julgar pedidos de registro de candidatura, como ocorreu em 2010, quando a Lei da Ficha Limpa foi aprovada. Na época, alguns candidatos tiveram seus prazos de inelegibilidade estendidos.

A mudança na lei não protegeria Bolsonaro de todas as possíveis condenações. Caso seja denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e condenado pelo STF no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente poderá ficar inelegível por crimes contra o Estado Democrático de Direito, que também são previstos na Lei da Ficha Limpa.

Fonte: DCM

Professora confronta Tarcísio após privatização de escolas: “Você cortou verbas”

Montagem de duas fotos de Tarcísio de Freitas (Republicanos) com Flávia Bischain
Flávia Bischain e Tarcísio de Freitas (Republicanos) – Reprodução/Redes Sociais
Uma professora da rede pública em São Paulo, Flávia Bischain, que também faz parte da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, enquadrou o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na última terça-feira (4). Durante visita dele à Brasilândia, a educadora denunciou a situação das escolas, alunos e professores após os avanços da privatização do ensino.

“Você leiloou escolas, cortou verbas da educação e os professores estão se sentindo abandonados. Nós vimos filas e filas de pais que não estão conseguindo matricular seus filhos nas escolas porque eles dizem nas diretorias que não tem vaga. Você tá enxugando a rede, enquanto isso tá negando educação de qualidade para os filhos dos trabalhadores e negando qualidade de trabalho e emprego pros professores”, disse ela.

A reivindicação da professora foi registrada em um vídeo que está circulando nas redes sociais. “Quantos professores hoje estão desempregados porque foram desligados pela redução das disciplinas, fechamento das salas de aula? Isso é um problema muito grave”. 

Confira a resposta de Tarcísio:


Fonte: DCM

No dia do aniversário, Neymar reestreia pelo Santos e tem festa frustrada por empate

 

Neymar, momentos antes de entrar em campo pela primeira vez em seu retorno ao Santos. Reprodução

A quarta-feira (5) marcou o retorno de Neymar ao Santos, justamente no dia em que completou 33 anos. Exatos 4.273 dias depois de sua última partida pelo clube, um empate sem gols contra o Flamengo pelo Campeonato Brasileiro de 2013, Neymar voltou a defender a equipe que o projetou para o futebol mundial.

Dessa vez, sua reestreia aconteceu em um confronto válido pelo Campeonato Paulista. O jogo começou com o Santos na frente, vencendo por 1 a 0 graças a um gol de Tiquinho Soares. No entanto, na etapa final, o Botafogo de Ribeirão Preto conseguiu empatar, frustrando parte da festa dos 15.377 torcedores que foram à Vila Belmiro principalmente para ver o retorno de Neymar ao futebol brasileiro.

No início do segundo tempo da partida entre Santos e Botafogo, Neymar protagonizou um momento de tensão ao cair no gramado após ser atingido por uma bolada na região da virilha. Ele havia acabado de entrar em campo e ainda não tinha sequer tocado na bola. No entanto, para alívio dos torcedores, o lance não passou de um susto.

Neymar: o camisa 10 do Santos cai no gramado após bolada e assusta torcedores. Reprodução

Com o Santos em vantagem, Pedro Caixinha decidiu colocar Neymar em campo logo após o intervalo. Em seus primeiros minutos, o atacante sofreu com a forte marcação dos adversários e chegou a ser derrubado em algumas jogadas. Apesar da falta de ritmo de jogo, mostrou movimentação e liberdade no ataque, buscando se readaptar ao futebol brasileiro.

Confira os melhores momentos da partida:


Fonte: DCM

Governo altera condições do crédito consignado do INSS; saiba o que mudou

 

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O governo federal ampliou de 84 para 96 meses o prazo máximo para o pagamento de empréstimos consignados contratados por aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A medida foi anunciada nesta quarta-feira (5) pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.

Segundo o ministro, o aumento do prazo máximo vai possibilitar que os beneficiários possam “suavizar, diminuir, o valor que terá de pagar mensalmente”. “Quem vai renovar seu crédito vai poder ter mais 12 meses”, afirmou.

A mudança foi oficializada por meio de uma instrução normativa do Ministério da Previdência Social e do INSS. A medida deve ser publicada nesta quinta-feira (6) no Diário Oficial da União (DOU).

A extensão abrange o crédito consignado tradicional, o cartão de crédito consignado e o cartão consignado de benefício.

Apesar da ampliação do prazo, o limite máximo de comprometimento da renda dos aposentados e pensionistas não foi alterado. Atualmente, os beneficiários podem comprometer até 45% do valor da aposentadoria ou pensão com o crédito consignado.

Fonte: DCM

Compensação da isenção do IR será feita junto aos mais ricos, diz Lula: "justiça social"

"O que nós queremos é fazer justiça social, fazer com que as pessoas que ganham menos paguem menos e as que ganham mais paguem mais", disse o presidente

       Lula e Fernando Haddad (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou o compromisso de seu governo em promover uma maior justiça fiscal no Brasil, destacando a proposta que visa isentar do Imposto de Renda os cidadãos que ganham até R$ 5 mil mensais. Segundo o presidente, essa medida tem como objetivo aliviar o peso tributário sobre as camadas mais pobres da população, enquanto ajusta a carga tributária sobre as pessoas e empresas com maior poder aquisitivo.

“O que nós queremos é o seguinte: todas as pessoas, homem ou mulher, aqui no Brasil, que ganhem até R$ 5 mil, não precisam pagar Imposto de Renda. É só isso que nós queremos”, afirmou Lula nesta quinta-feira (6), durante entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia.

Ainda segundo o presidente, “a Fazenda e a Receita Federal acham que tem que ter uma compensação, e eles estão procurando a compensação junto às pessoas que ganham mais, então pessoas mais ricas. No Brasil, quando uma empresa distribui dividendos, o cara pode receber R$ 5 bilhões, R$ 7 bilhões, R$ 8 bilhões de dividendos e não paga Imposto de Renda. As pessoas que recebem bônus das empresas no final do ano não pagam Imposto de Renda. Quem ganha altos salários neste país não paga Imposto de Renda. Quem paga Imposto de Renda é quem recebe holerite no final do mês. Então, o que nós queremos é fazer justiça social, fazer com que as pessoas que ganham menos paguem menos e as que ganham mais paguem mais”.

“Uma pessoa que ganha acima de R$ 50 mil, acima de R$ 100 mil, tem a obrigação de pagar para que as pessoas que ganham menos não paguem. É assim no mundo inteiro, na Suécia, na Alemanha, na Inglaterra e em qualquer país do mundo. O que nós queremos é fazer justiça social. As pessoas que ganham até R$ 5 mil não precisarão pagar Imposto de Renda, porque hoje ele paga proporcionalmente mais do que o rico”, ressaltou. “Quem paga Imposto de Renda é quem recebe holerite no final do mês. Então, o que nós queremos é fazer justiça social”, completou.

O presidente ainda reforçou que o governo está trabalhando para aliviar a carga tributária sobre itens essenciais, como alimentos, e garantir que a redução de impostos beneficie igualmente a todos os brasileiros, ricos ou pobres. “Estamos tirando o imposto desses produtos para que o povo possa comprar mais barato, mas o rico também é beneficiado com isso”, concluiu, reiterando que a proposta será apresentada ao Congresso Nacional e que confia na aprovação por parte da Câmara e do Senado.

Fonte: Brasil 247

Lula defende regulação das redes sociais: "quanto mais liberdade de expressão, mais responsabilidade de expressão"

"Eu sou daqueles que defendem uma regulação, com a participação da sociedade", disse o presidente

Lula no STF - 03/02/2025 (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

Em entrevista a rádios baianas nesta quinta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a regulamentação das redes sociais para combater o crescimento de discursos extremistas. Segundo Lula, é preciso haver a ampliação dos debates sobre o tema no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF) para definir novas regras para o ambiente digital.

“Nós precisamos regular essa chamada 'imprensa digital'. Não é possível que em uma imprensa escrita, em uma televisão, o cidadão fale uma bobagem e ele é punido - tem lei para isso - e no digital não tenha lei. Os caras acham que podem fazer o que quiser, provocar, xingar, incentivar a morte, a promiscuidade e não tem nada para punir. Não é possível que um cidadão ache que pode interferir na cultura da China, do Brasil, da Rússia, da Venezuela, da Argentina e que ele pode entrar em qualquer lugar e falar o que quiser. Não pode! O nosso Congresso Nacional tem responsabilidade e vai ter que colocar isso para regular. Se não for o caso, a Suprema Corte vai regular”, defendeu.

Na sequência, o presidente afirmou que as pessoas precisam ter “responsabilidade de expressão” nas redes sociais. “É preciso moralizar. Todo mundo tem direito à liberdade de expressão, mas a liberdade de expressão não é as pessoas utilizarem esses meios de comunicação para canalhice, para fazer provocação, para mentir todo santo dia. Não é possível. Isso bagunça a economia, bagunça o varejo, o mercado como um todo. É preciso que haja seriedade. Eu sou daqueles que defendem uma regulação, com a participação da sociedade, porque ninguém quer proibir a liberdade de expressão. Quando mais liberdade de expressão, mais responsabilidade de expressão. O cidadão que está falando na televisão, no rádio, na internet, tem que ter responsabilidade, respeitar quem está ouvindo, a mulher, o homem, o adolescente”, afirmou Lula.

A fala do presidente ocorre em meio ao aumento das tensões com as ‘big techs’, que mudaram de posicionamento após Donald Trump assumir a presidência dos Estados Unidos. No início de janeiro, a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou uma mudança na sua política de moderação de conteúdos para “ampliar a liberdade de expressão” nas suas plataformas.

Fonte: Brsil 247

Morre Ivan Zimmermann, ex-jornalista esportivo da ESPN e Bandsports, em tragédia nos EUA

A família de Ivan soube da tragédia apenas nesta quarta-feira (5), após autoridades norte-americanas entrarem em contato através do Instagram

Ivan Zimmermann (Foto: Reprodução)

O jornalista Ivan Zimmermann, ex-ESPN e Bandsports, faleceu aos 64 anos após um trágico acidente de carro na Flórida, EUA. A informação foi confirmada pela família do narrador ao UOL. O incidente ocorreu na última sexta-feira (31), quando Ivan, que morava nos EUA, foi atingido frontalmente por um veículo que invadiu a pista contrária. Ele conduzia um Nissan Versa, enquanto o motorista do outro carro, uma Mercedes-Benz C450, era Julius Clark, de 43 anos.

☉ Trajetória marcante no jornalismo esportivo

Ivan Zimmermann se formou em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo em 1984 e logo se destacou no cenário internacional. Em 1985, teve a oportunidade de viajar com a comitiva do ex-presidente José Sarney, cobrindo a reunião anual da ONU, o que despertou sua paixão pelos Estados Unidos, país em que se estabeleceu permanentemente.

Em 1992, Zimmermann iniciou sua carreira na ESPN, onde se tornou o primeiro brasileiro a narrar um Super Bowl em 1993, marcando o início de sua ascensão na mídia esportiva. "A ESPN estava procurando brasileiros pra fazer teste de narrador. Fui lá e me encontrei no mundo em abril de 1992", recordou ele em entrevista ao UOL em 2017. Durante sua carreira, cobriu diversos esportes, incluindo a NFL, NBA, NHL, MLB e até competições de pesca. Sua dedicação ao esporte e suas coberturas icônicas, como as Copas do Mundo de 1994 e 2006, fizeram dele uma referência no jornalismo esportivo.

☉ Vida nos Estados Unidos e retorno ao Brasil

Após 20 anos nos Estados Unidos, onde se especializou nos campeonatos locais, Ivan voltou ao Brasil em 2003 para trabalhar no canal Bandsports. "Não teve um cidadão tanto americano quanto brasileiro que disse que daria certo. Falavam de assalto, buracos na estrada, mas eu estava cansado de passar frio", comentou ele sobre seu retorno. No Bandsports, cobriu as Olimpíadas de Atenas 2004 e continuou a consolidar sua carreira no Brasil.

Em 2016, Ivan não teve seu contrato renovado com o canal, mas seguiu sua trajetória, integrando a Rádio Bradesco Esportes FM até a demissão em 2017, com o fim das atividades da rádio. Sua dedicação ao esporte e seu estilo único de narração serão lembrados por muitos.

☉ Um legado de paixão e profissionalismo

O legado de Ivan Zimmermann no jornalismo esportivo é imenso, e sua partida precoce deixou uma lacuna significativa na mídia esportiva brasileira. Seus amigos e colegas de profissão lamentaram sua morte, destacando sua seriedade, profissionalismo e amor pelo que fazia. O Brasil perde um dos grandes nomes do jornalismo esportivo, mas seu legado seguirá vivo nas histórias que ele contou sobre os grandes momentos do esporte mundial.

A família de Ivan soube da tragédia apenas nesta quarta-feira (5), após autoridades norte-americanas entrarem em contato através do Instagram.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

‘O dólar subiu porque tivemos um Banco Central totalmente irresponsável’, diz Lula

Presidente ainda afirmou que Roberto Campos Neto “deixou uma arapuca que a gente não pode desmontar de uma hora para outra”

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, em Brasília 25/10/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a antiga administração do Banco Central durante uma entrevista a rádios baianas nesta quinta-feira (6). Ao ser questionado sobre a alta do dólar, Lula afirmou que o ex-presidente da instituição monetária, Roberto Campos Neto, “deixou uma arapuca” que precisa ser desmontada com cuidado .

“Tivemos um aumento do dólar porque tivemos um Banco Central totalmente irresponsável, que deixou uma arapuca que a gente não pode desmontar de uma hora para outra. A gente não pode dar um cavalo-de-pau em um navio do tamanho do Brasil. É preciso que a gente tenha juízo, faça as coisas com cuidado, porque um cavalo-de-pau em um mar revolto, a gente pode tomar o navio”, disse o presidente.

Lula também afirmou que a alta do dólar foi consequência do cenário externo, com a campanha eleitoral nos Estados Unidos, mas disse que a moeda americana já começa a se ajustar. “O aumento do dólar começa a mostrar que as loucuras que estavam sendo feitas nos Estados Unidos, a campanha, os discursos, aquela coisa maluca, ou seja, contribuiu muito para o dólar crescer. E ele agora começa a se ajustar. Acho que o dólar está ajustando, acho que os produtos [exportações] vão ficar mais aqui”, completou.

Fonte: Brasil 247

PT avalia estratégias para frear bolsonarismo no Senado em 2026

A ideia é ampliar o apoio do partido a candidaturas de centro

     (Foto: Lula Marques)

O PT se prepara para uma ofensiva bolsonarista para ganhar espaço no Senado na próxima legislatura, informa a CNN Brasil. A Casa é considerado o principal foco do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2026, já que uma maioria de direita poderia viabilizar o impechment de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, nomes de peso da extrema-direita deverão concorrer a vagas no Senado, incluindo familiares de Bolsonaro.

O presidente Lula (PT) já demonstrou preocupação com o avanço da extrema-direita entre os senadores. Para evitar esse movimento, o grupo de trabalho eleitoral do PT já discute formas de frear o avanço bolsonarista, e o partido tende a apoiar mais candidaturas de partidos de centro, principalmente no Sudeste e no Centro-Oeste.

A ideia é manter a frente ampla formada para a chapa presidencial, angariando apoios para Lula e neutralizando o crescimento do PL. Mesmo no Nordeste, onde o PT tem quatro governadores eleitos, a decisão majoritária deve ser pela composição com outras legendas. Na atual legislatura, a maior bancada é do PSD, com 15 senadores. O PL é o segundo, com 12. O PT é a quarta maior, com 8 representantes.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Lula cobra “responsabilidade da cadeia produtiva” para conter alta dos alimentos: “o povo não pode ser extorquido”

Para o presidente, parte da inflação dos alimentos está ligada à percepção de melhora da economia: ‘sabem que o salário mínimo aumentou e aumentam o preço’

      Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quinta-feira (9), o aumento dos preços dos alimentos e cobrou maior responsabilidade dos setores produtivos para evitar que a população seja penalizada com a alta da inflação. Em entrevista às rádios baianas Metrópole e Sociedade, Lula destacou que a economia brasileira vive um bom momento, com crescimento acima das expectativas, aumento real do salário mínimo e redução do desemprego. No entanto, segundo ele, muitos empresários e comerciantes aproveitam a melhoria do rendimento dos trabalhadores para aumentar os preços de maneira especulativa.

“A economia vive seu melhor momento. Somos um dos países que mais cresceram no mundo. Já concedemos dois aumentos do salário mínimo acima da inflação, e a massa salarial cresceu mais do que em qualquer outro momento da história. O desemprego não está no menor nível já registrado. Mas o que vimos é que algumas empresas aumentam os preços simplesmente porque sabem que as pessoas estão ganhando mais”, criticou o presidente.

Lula também apontou especulações no mercado cambial como um fator que pressionou os preços, mas garantiu que a inflação está controlada. “O dólar subiu por especulação, mas já está voltando à normalidade. A inflação pode oscilar um pouco, mas está sob controle. O que precisamos agora é garantir que os preços dos produtos essenciais sejam compatíveis com a renda da população”, afirmou.

O presidente defendeu ainda que os consumidores exerçam um papel ativo na regulação dos preços. Ele sugeriu que, diante dos aumentos abusivos, a população boicote determinados produtos até que os valores recuem. “Se você vai ao supermercado e acha que algo está caro, não compre. Se todo o mundo tiver essa consciência, o vendedor será obrigado a baixar o preço para vender, porque senão a mercadoria vai estragar”, explicou Lula, ressaltando que esse comportamento pode ajudar a frear reajustes injustificados.

Ao final da entrevista, Lula reafirmou seu compromisso de buscar equilíbrio entre produção, distribuição e consumo para garantir que os brasileiros possam viver com dignidade. “O povo não pode ser extorquido. Quem vende precisa ter responsabilidade. Estamos incentivando a produção e o aumento dos avanços para que todos ganhem, mas ninguém pode explorar ninguém. Minha briga é para que os preços caibam no salário do povo trabalhador”, concluiu.

Fonte: Brasil 247

Israel ordena que Exército se prepare para "saída voluntária" de moradores de Gaza após Trump revelar plano

Ministro da Defesa israelense defende reassentamento de palestinos e acusa Hamas de manter população como "reféns"; proposta gera críticas internacionais

Palestinos deslocados voltam para Cidade de Gaza (Foto: REUTERS/Ramadan Abed)

JERUSALÉM (Reuters) - O ministro da Defesa de Israel ordenou ao Exército na quinta-feira que prepare um plano para permitir a "saída voluntária" de moradores de Gaza, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi amplamente condenado por anunciar planos para assumir o controle da faixa.

O ministro da Defesa, Israel Katz, saudou o anúncio de Trump de que os Estados Unidos pretendem controlar Gaza, reassentar os mais de 2 milhões de palestinos que vivem lá e transformar o território na "Riviera do Oriente Médio".

"Os residentes de Gaza devem ter a liberdade de sair e emigrar, como é a norma em todo o mundo", disse Katz no X.

Katz afirmou que seu plano incluiria opções de saída por meio de passagens terrestres, bem como arranjos especiais para a saída por mar e ar.

Basem Naim, representante do Hamas, acusou Katz de tentar encobrir "um Estado que não conseguiu atingir nenhum de seus objetivos na guerra contra Gaza" e disse que os palestinos são muito apegados à sua terra para sair.

O deslocamento de palestinos é uma das questões mais sensíveis e explosivas do Oriente Médio. O deslocamento forçado ou coagido de uma população sob ocupação militar é um crime de guerra, proibido pelas Convenções de Genebra de 1949.

Os ataques israelenses que mataram dezenas de milhares de pessoas nos últimos 16 meses forçaram os palestinos a se deslocarem repetidamente dentro de Gaza, em busca de segurança.

Mas muitos dizem que nunca deixarão o enclave porque temem o deslocamento permanente, como na "Nakba", ou catástrofe, quando centenas de milhares de pessoas foram despojadas de suas casas na guerra que deu origem ao Estado de Israel em 1948.

Muitos foram expulsos ou fugiram para Gaza, Cisjordânia e Estados árabes vizinhos, inclusive Jordânia, Síria e Líbano, onde seus descendentes ainda vivem em campos de refugiados. Israel contesta a versão de que eles foram forçados a sair.

Katz disse que os países que se opuseram às operações militares de Israel em Gaza deveriam acolher os palestinos.

"Países como Espanha, Irlanda, Noruega e outros, que levantaram acusações e falsas alegações contra Israel por causa de suas ações em Gaza, são legalmente obrigados a permitir que qualquer residente de Gaza entre em seus territórios", declarou ele.

"Sua hipocrisia será exposta se eles se recusarem a fazer isso. Há países como o Canadá, que tem um programa de imigração estruturado, que já expressaram anteriormente sua disposição de aceitar residentes de Gaza."

Essas falas atraíram críticas rápidas do ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares.

"A terra dos habitantes de Gaza é Gaza, e Gaza deve fazer parte do futuro Estado palestino", disse Albares em uma entrevista à estação de rádio espanhola RNE.

Katz acusou o Hamas de manter os palestinos como reféns em Gaza, impedindo sua saída e extorquindo dinheiro deles por meio do sistema de ajuda humanitária. Ele não entrou em detalhes.

O anúncio de Trump, que provocou revolta em todo o Oriente Médio, ocorreu no momento em que se espera que Israel e o Hamas iniciem conversações sobre a segunda rodada de um frágil plano de cessar-fogo para pôr fim a quase 16 meses de combates em Gaza.

Trump foi repreendido na quarta-feira por seu plano para Gaza pelas potências mundiais Rússia, China e Alemanha, que disseram que ele promoveria "novo sofrimento e novo ódio".

O Egito e outras nações árabes se opõem fortemente a qualquer tentativa de empurrar os palestinos para além da fronteira. Eles temem que qualquer movimento em massa enfraqueça ainda mais as perspectivas de uma "solução de dois Estados" -- a ideia de criar um Estado da Palestina ao lado de Israel -- e deixe as nações árabes lidando com as consequências.

O peso pesado da região, Arábia Saudita, rejeitou a proposta e o rei Abdullah da Jordânia, que se encontrará com Trump na Casa Branca na próxima semana, disse na quarta-feira que rejeita qualquer tentativa de anexar terras e deslocar os palestinos.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Entenda o que está por trás das brigas entre torcidas organizadas

Fanatismo e violência, sob a ótica da sociologia e da psicologia
Flamengo x Athlético-PR _Campeonato Brasileiro 2022_em14-08-2022 - torcida rubro-negra - Maracanã
© Paula Reis/Flamengo/Direitos reservados

Torcidas organizadas são ambientes que favorecem os extremos das emoções. Desde o amor mais incondicional, até a maior das brutalidades, como foi o caso das cenas de horror envolvendo torcidas organizadas do Sport e do Santa Cruz, no Recife.

Sociólogos e psicólogos consultados pela Agência Brasil afirmam: situações como esta são apenas a ponta do iceberg, em uma sociedade onde a violência se apresenta de forma quase onipresente. Na avaliação deles, muitas pessoas acabam exagerando, ao levar tão a sério, este esporte que, segundo o jargão popular, é apontado como “a coisa mais importante entre as menos importantes”.

Pesquisador do Núcleo de Estudos Sobre Violência e Segurança da Universidade de Brasília (NEVIS/UnB), Edergênio Vieira diz que as pessoas precisam aprender a brincar não só com as vitórias, mas também com as derrotas de seus times.

“Vale zoar, claro que respeitosamente, o amigo. Mas vale também brincar com as derrotas, como fazem, por exemplo, os torcedores do Ibis”, sugere o sociólogo, referindo-se ao time pernambucano que é motivo de orgulho para seus torcedores pela fama de pior time do mundo.

Vieira explica que, para o próprio bem do futebol, ele precisa ser visto como algo que proporciona lazer e diversão. “Não pode servir de pretexto para extremos de violência”, acrescentou o pesquisador que se apresenta como “corintiano, maloqueiro e sofredor”.

☉ Dimensões

Segundo Vieira, em um país como o Brasil, o futebol assume dimensões que vão além da esportiva, estando associado até mesmo à ideia do que é ser brasileiro.

“O futebol nos explica, enquanto brasileiros, para o mundo. Explica também nossas paixões, impulsos e motivações diante do cotidiano. Isso está presente até mesmo nas metáforas usadas em todas as dimensões da vida”, argumenta.

De acordo com o sociólogo, o futebol carrega consigo muitas das expressões que permeiam a vida dos brasileiros. “Inclusive a violência contida em nosso dia a dia. Nesse caso, potencializado, devido aos aspectos de catarse coletiva proporcionada por ele”, ressalta o autor de estudos sobre as performances da violência na sociedade.

☉ Torcer é...

Ele cita alguns historiadores que publicaram trabalhos sobre o medo no futebol brasileiro e sobre o surgimento das torcidas. Vieira explica que, após chegar ao Brasil, o futebol era tido como um esporte de elite.
Cruzeiro - torcida - Mineirão - 5 de novembro de 2023 - confronto contra o Inter pelo Brasileiro
Torcedores levam  fanatismo e paixão aos estádios - Alessandra Torres/Cruzeiro Esporte Clube/Direitos Reservados
“As pessoas iam aos estádios segurando lenços [para secar o suor] e observar os jovens da elite praticando o novo ‘esporte bretão’. Durante a partida, em meio às angústias, elas seguravam o lenço e o torciam. Foi daí que surgiu a palavra torcedor”, disse ele ao relatar as montanhas-russas de emoções associadas ao futebol.

Com o tempo, o acesso ao futebol foi ficando barato e acessível, para uma população que não tinha muitas outras formas de diversão. “O público, então, passou a ser, em geral, de jovens moradores de bairros com alta vulnerabilidade social. E eles passaram a encontram, na torcida, um lugar de pertencimento”, acrescentou.

Esse viver em grupo ganhou então proporções ainda maiores por se tratar de um ambiente de catarse coletiva semelhante ao que se observa, por exemplo, em algumas igrejas. “Torcidas e fiéis vivem seus momentos de celebração e culto. Cada um com seu manto sagrado”, relata o sociólogo.

☉ Psicólogo e diretor de torcida organizada

Especialista em psicologia clínica e ex-diretor de torcida organizada Rubra, do time goiano Anapolina, Pedro Henrique Borges passou por experiências que possibilitaram, a ele, um olhar privilegiado tanto para o interior dessas torcidas, como para o íntimo de seus torcedores.

“As torcidas organizadas são movimentos de massa. Sigmound Freud [o pai da psicanálise] falou [sobre situações como esta] em seus textos sobre psicologia das massas; sobre o sentimento de pertencimento das pessoas ao serem aceitas entre seus pares”, disse o psicólogo.
Brasília (DF) 05/02/2025 - Especialista em psicologia clínica e ex-diretor de torcida organizada Rubra, do time goiano Anapolina, Pedro Henrique Borges.
Foto: Pedro Henrique Borges/Arquivo pessoal
Especialista em psicologia clínica e ex-diretor de torcida organizada Rubra Pedro Henrique, do time goiano Anapolina . Foto: Pedro Henrique Borges/Arquivo pessoal

Ele explica que, segundo essa linha da psicanálise, a massa não precisa de verdades e nem de concordar com verdades, mas de um líder que dite ideias e discursos. “Não se concorda com a ideia, mas com o líder, até pela sensação de pertencimento. E, para se sentir pertencente, ele acaba fazendo coisas que, talvez fora do grupo, não faria”.

☉ Violência

Essa visão mais abrangente, enquanto psicólogo e integrante de torcida organizada, possibilitou a Borges acompanhar de perto todo o processo pelo qual alguns torcedores passaram, desde os momentos iniciais de acolhimento pelo grupo até a participação em atos de extrema violência praticada supostamente como prova de amor ao clube.

Ele explica que, geralmente, o torcedor é acolhido e aceito pela organizada. “Ali, ele pode ingressar mesmo tendo sido expulso ou rejeitado de outros lugares. Nesse ambiente, acaba sendo muito comum encontrar pessoas extremamente violentas e problemáticas”, disse ele ao citar estudos indicando que a incidência de pessoas com perfil psicopático varia entre 4% e 6%.

“Pessoas com perfil de psicopatias costumam aproveitar grupos como torcidas organizadas para exercer toda sua perversidade”, acrescenta.

☉ Machismo e afeto

Somado a isso, Borges lembra que, em uma sociedade machista que não permite ao homem manifestar afeto, as torcidas organizadas acabam sendo, para muitos, a única forma onde expressar afeto é algo permitido, o que amplia a relação passional com o clube e com os demais integrantes da torcida.

“Ali, eles podem expressar os afetos que, em outros espaços, são negados ao homem. Na hora do gol, ele pode abraçar e beijar o colega; pode expressar amor ao clube. Pode até mesmo chorar, sem ter sua masculinidade questionada. Em outros ambientes, isso o inferiorizaria em relação aos demais”, explica.

Edergênio Vieira lembra que, desde criança, o futebol representa sociabilidade para os homens, exigindo deles comportamentos másculos, atitudes fortes. “É aquela velha história: ‘futebol é coisa para homem’. Ouvimos isso a todo momento, mesmo com as mulheres conquistando seus espaços, seja na torcida ou em campo”, pontuou.

Essa violência impregnada no homem acaba sendo cultuada pela sociedade, tendo como reflexos o menosprezo e a desvalorização do outro. “O futebol não está à parte disso, e evidencia a dificuldade de se ver as qualidades ou admirar o time adversário. Veja bem: valorizar o adversário seria também uma forma de valorizar tanto as vitórias como as derrotas diante dele”, complementa.

“Além disso, pessoas que se sentem fracassadas podem ter, nas vitórias de seu time, motivos para se sentirem felizes. Elas se realizam com o futebol. Quando dá certo, tudo bem. Mas quando dá errado, elas encontram qualquer motivo para extravasar a frustração com o time”, acrescentou.

☉ Comportamento fascista

Para Borges, a violência ocorrida na véspera da partida entre Sport e Santa Cruz foi um caso “evidente e flagrante de psicopatia que rompe todo e qualquer pacto civilizatório”. “Vemos ali algo muito parecido com os movimentos nazistas e fascistas, no sentido de animalizar e aniquilar o outro, considerado diferente”.

O psicólogo diz ver “predominância clara” de pessoas de perfil conservador nessas torcidas, mas que há, também, torcidas que apesar de adotarem discursos progressistas, acabam se comportando igualmente preconceituoso e agressivo, quando diante do efeito manada.

“É importante deixar claro que não há ideologia no torcer, e que brigar e confrontar estão relacionados a uma suposta honra do indivíduo ao grupo que o acolheu”, disse.

Percepção semelhante tem o sociólogo Edergênio Vieira. “É estranho vermos torcidas que se dizem progressistas, inclusive adotando discursos antifascistas, serem flagradas praticando atos enquadrados exatamente no campo do fascismo. O mesmo com relação à homofobia. O bom pensamento surge, mas o indivíduo acaba perdido em meio à multidão, porque não há controle sobre ela”.

☉ Protegido pelas massas
Brasília (DF) 05/02/2025 - Edergênio Vieira, pesquisador do Núcleo de Estudos Sobre Violência e Segurança da Universidade de Brasília (NEVIS/UnB), escritor e doutorando em Sociologia (PPGSOL-UNB).
Foto: Carlos Costa/Divulgação
Edergênio Vieira, pesquisador do Núcleo de Estudos Sobre Violência e Segurança da Universidade de Brasília (NEVIS/UnB). Foto: Carlos Costa/Divulgação
Vieira explica que, em meio a esse “efeito manada”, o indivíduo tem a sensação de estar protegido pelas massas. “Ele, que muitas vezes se sente fraco e inofensivo individualmente, quando cercado pela multidão tira de si essa perspectiva e se sente integrante de algo maior. Em muitos casos, da marginalidade”.

Associado a isso, acrescenta, tem também um processo de negação do outro. “Isso é muito presente nas torcidas organizadas, inclusive em seus cânticos que, muitas vezes, chegam a celebrar a morte de um adversário. Em várias situações as torcidas organizadas relembram pessoas assassinadas por torcedores”, complementou o sociólogo.

Vieira lembra que, em alguns casos, é notória a relação próxima entre integrantes da torcida organizada e facções criminosas, mas que seria um erro generalizar esse problema, criminalizando as torcidas organizadas como um todo.

“Essas facções chegam a interferir no processo de organização de algumas torcidas, inclusive visando venda de entorpecentes e receptação de mercadorias roubadas”, disse.

☉ Soluções

De acordo com os especialistas consultados pela Agência Brasil, algumas medidas podem amenizar a violência praticada entre torcidas organizadas.

Para Vieira, uma das coisas mais frustrantes para aqueles que amam o futebol são as partidas jogadas com estádios vazios ou com torcida única. “Essa é uma medida que faz o futebol perder o que tem de bonito e espetacular”, diz ele ao se referir a uma das medidas punitivas mais adotadas contra torcidas violentas.

Uma solução, segundo o sociólogo, seria a criação de um cadastro nacional de torcedores, algo que pode ser ajudado até mesmo pelos ingressos que exigem reconhecimento facial, na hora da entrada no estádio. “Tecnologias como esta podem ajudar a endurecer a punição contra os maus torcedores, inclusive banindo-os das torcidas, poupando os demais”, disse.

Segundo Borges, a exclusão de torcidas não resolveria, a longo prazo, o problema da violência. “Isso já foi tentado várias vezes e nunca deu certo”, disse ao afirmar que pessoas não melhoram quando isoladas, seja de um estádio, seja da sociedade.

“O que precisa é um processo educativo que desenvolva, nas pessoas, senso crítico. São necessárias, portanto, políticas voltadas a esses sujeitos mais problemáticos, até porque eles continuarão existindo fora do estádios”.

☉ Polícias

Vieira chama atenção para o papel das polícias, que não precisam ser necessariamente violentas. “Um elemento fundamental é a atuação de batalhões especiais de policiais, inclusive para se comunicarem de forma mais direta com as torcidas organizadas”.
Rio de Janeiro (RJ) 23/10/2024 - Torcedores do time Peñarol, do Uruguai, envolvidos em confusão no Recreio dos Bandeirantes, são tradizos à Cidade da Polícia Civil. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Polícia intervém para evitar conflitos e prisões em estádios - Foto:  Fernando Frazão/Agência Brasil
“Isso possibilita a execução de plano de prevenção em conjunto com chefes das organizadas. Várias experiências já mostraram que isso dá certo”, acrescentou.

É o que o psicólogo Borges fazia quando era diretor de torcida organizada. “Sempre pensávamos juntos [com a polícia] formas de ajudar os torcedores a se conciêntizarem sobre os perigos desse efeito manada, quando a multidão perde o controle e parte para ações violentas”, disse.

Vieira acrescenta que as polícias deveriam dar atenção especial aos grandes eventos esportivos. “Muitas brigas são marcadas via redes sociais. Elas poderiam ter sido evitadas, caso houvesse um trabalho de inteligência mais eficiente, por parte das polícias”.

O sociólogo considera necessário, também, uma dissociação entre instituições e torcedores. “Clubes e torcidas organizadas têm CNPJ diferentes. Têm formas de organização e dinâmica diferentes, ainda que, sabemos, alguns clubes tenham relações nebulosas, para não dizer umbilicais, com algumas torcidas organizadas”.

O sociólogo, no entanto, alerta: muitos torcedores atuam de forma violenta porque têm certeza da impunidade. “Isso é ruim porque, sem punição a essas atrocidades, dá-se salvo conduto ao indivíduo para repeti-la. Eles não podem receber anistia, porque isso acabará estimulando outros a fazerem o mesmo”, concluiu.

Fonte: Agência Brasil

Senador da oposição defende proposta do governo de isenção no IR para quem ganha até 5 mil: “não posso ir contra o povo"

Cleitinho ainda afirma que o trabalhador que ganha até 5 mil pode economizar 500 reais com a medida

Cleitinho (Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado)

O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), oposição ao governo Lula, usou suas redes sociais para defender a proposta do governo de isenção no Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil.

O senador enfatizou que a medida beneficia o trabalhador brasileiro, independentemente de a pessoa ser de “esquerda ou direita”, e que por isso defende a proposta.

Ele ainda afirma que o trabalhador que ganha até 5 mil pode economizar 500 reais com a medida. “Que essa proposta chegue logo no Senado para que seja aprovada logo”, enfatizou.

Fonte: Brasil 247

Lula retoma agenda de viagens com inaugurações no Rio e na Bahia

Presidente volta a cumprir ritmo pleno de compromissos

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Foto: Jose Cruz/Agência Brasil)

Agência Brasil - Uma semana após ter sido liberado plenamente para exercer sua rotina habitual de vida, como viagens e atividades físicas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retoma a agenda de compromissos fora da capital federal. Nesta quinta-feira (6), por exemplo, Lula participa, na cidade do Rio de Janeiro, da cerimônia de reabertura da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte.

A unidade faz parte da rede de urgência e emergência da capital e do estado do Rio no atendimento de pacientes usuários em estado grave ou que exigem cuidados especializados, mas estava fechada desde 2020, devido ao sucateamento. Segundo o governo federal, a nova emergência conta com 50 leitos em dois espaços, adulto e pediátrico, divididos por níveis complexidade: sala vermelha, amarela e verde. O serviço é gerido pela Central de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o Palácio do Planalto, a cerimônia marca ainda a retomada plena da capacidade total do hospital, que passou de 412 para 423 leitos disponíveis à população. Em outubro de 2024, antes do início da administração do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), 218 leitos estavam fechados. Também será reativado o Centro de Diagnóstico por Imagem, com a disponibilização de exames de ultrassonografia e de um novo equipamento de raio-x de alta precisão.

A rede de hospitais federais do Rio de Janeiro vive uma crise crônica de sucateamento e graves problemas de gestão ao longo dos últimos anos. Na mais recente tentativa de enfrentar o problema, o Ministério da Saúde optou por uma estratégia de descentralização administrativa desses hospitais. É o caso do Hospital Federal de Bonsucesso, aonde Lula irá, que passou a ser gerido pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC) em outubro do ano passado.

O Hospital Federal do Andaraí, também na zona norte, será administrado pela prefeitura do Rio de Janeiro. O programa de reestruturação também envolve o Hospital dos Servidores do Estado (HSE), em processo de repasse para a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), tornando-se hospital universitário e administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), uma estatal vinculada ao Ministério da Saúde.

Já na sexta-feira (7), Lula embarca para o pequeno município de Paramirim, no interior da Bahia. Lá, ele participa da cerimônia Água Para Todos, programam federal que envolve a construção de cisternas e outras infraestruturas de armazenamento de água potável e garantia de segurança hídrica da população. No compromisso, o presidente deve ser acompanhado pelo governador Jerônimo Rodrigues e pelos ministros Rui Costa (Casa Civil), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Jader Filho (Cidades) e Sidônio Palmeira (Comunicação Social), segundo informou o Palácio do Planalto.

Fonte: Brasil 247