O Republicanos tem um representante na Esplanada dos Ministérios, o ministro Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos
Marcos Pereira e Lula (Foto: Mdic/Divulgação | Ricardo Stuckert/PR)
O presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que a tendência do partido é apoiar um candidato de centro-direita nas eleições presidenciais de 2026. Apesar da sigla ocupar um assento na Esplanada dos Ministérios, com Silvio Costa Filho no Ministério de de Portos e Aeroportos, Pereira diz que a decisão será tomada mais adiante, conforme o cenário político se desenhar.
Em sua análise sobre o atual governo, Pereira criticou a falta de articulação da gestão Lula (PT) e apontou problemas internos. "O governo está um pouco sem rumo, sem direção. Falta entrosamento interno. Os ministros se contradizem, portarias são revogadas. É preciso haver mais pragmatismo", afirmou.
A entrevista também abordou a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara. O Republicanos está na disputa pela cadeira com o deputado Hugo Motta (PB), que tem o apoio do partido e se apresenta como um nome capaz de manter o equilíbrio entre os Poderes. Para Marcos Pereira, a chegada de Motta ao comando da Casa tende a tornar a relação com o governo federal mais "harmoniosa", especialmente em comparação com Lira, que travou embates com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
⊛ O futuro do Republicanos e a relação com Bolsonaro - O Republicanos tem sido um dos principais partidos da base bolsonarista, mas a posição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pode influenciar os rumos da sigla. Questionado sobre se Tarcísio será o principal herdeiro político de Jair Bolsonaro em 2026, Pereira ponderou: "eu não vejo o Tarcísio como principal nome do Bolsonaro, já que ele segue se colocando como candidato e confiando na elegibilidade".
Ainda assim, o presidente do Republicanos afirmou que Tarcísio tem sido fiel ao partido e descartou, por ora, sua migração para o PL de Bolsonaro. "Tarcísio sempre me disse que seguiria no Republicanos. É um homem de palavra, vou confiar nele".
⊛ Expansão na Esplanada e equilíbrio no Congresso - A possibilidade de uma reforma ministerial que amplie a presença do Republicanos no governo também foi abordada na entrevista. Segundo Pereira, o partido ainda não recebeu convites para ampliar seus espaços na Esplanada e avaliará qualquer proposta que surja. "É melhor esperar o governo apresentar espaços e avaliaremos", disse.
Já sobre o favoritismo de Hugo Motta na disputa pela Câmara, Pereira destacou que o nome do deputado paraibano representa uma consolidação do "equilíbrio e do diálogo" no Congresso. "Este é o perfil dele e do Republicanos. O centro debate tudo, não tem preconceitos. Não por acaso está neste lugar".
Perguntado sobre a possibilidade de Arthur Lira assumir um cargo no governo Lula, o presidente do Republicanos defendeu a ideia e afirmou que dá apoio à movimentação. "Se ele aceitar um eventual convite, terá apoio meu e do Republicanos. Isso ajudaria na articulação com o Congresso, é claro. Lira tem experiência, conhece a Casa como poucos, e é grande amigo do Hugo Motta. Seria bom para todos".
⊛ O Republicanos e sua identidade política - Sobre a identidade do Republicanos, Pereira reafirmou a posição conservadora do partido, citando seu manifesto político. "Está escrito no manifesto político do Republicanos, eu não posso retirar isto para agradar ninguém. Somos conservadores, sim".
As relações entre os setores religiosos da sigla também foram tema da conversa. Pereira negou que haja resistência da chamada "ala evangélica" à sua gestão. "Ninguém da cúpula da igreja reclamou da gestão do partido. Tenho ótima relação com todos".
Com a aproximação das próximas eleições, o Republicanos segue como um partido-chave no tabuleiro político brasileiro, equilibrando alianças com o governo e a oposição enquanto decide seus próximos passos para 2026.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo