terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Presidente Lula não vai tomar medidas "heterodoxas" para reduzir preço dos alimentos, afirma Paulo Teixeira

Ministro diz que taxação das exportações do agronegócio "não tem chance de prosperar" e defende alternativas mais convencionais

       Paulo Teixeira (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Em meio à pressão interna do governo por soluções para conter a alta dos preços dos alimentos, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), reafirmou que o governo não cogita adotar medidas consideradas "heterodoxas", como a taxação temporária das exportações do agronegócio. "O presidente Lula deixou claro que não vai tomar medidas heterodoxas", declarou Teixeira à Folha de S. Paulo.

Embora o próprio ministro tenha apoiado um projeto semelhante em 2022, quando era deputado federal, ele ressaltou que a ideia "não tem chance de prosperar" no atual governo. A proposta, rejeitada em três comissões da Câmara dos Deputados, previa a taxação de exportações de grãos e carnes para priorizar o abastecimento interno e conter a volatilidade dos preços. "Assinei o projeto apenas para que ele tivesse tramitação", justificou Teixeira.

Taxação e seus impactos - Defensores da medida argumentam que a taxação forçaria o agronegócio a destinar uma parcela maior de sua produção ao mercado interno, reduzindo rapidamente os preços dos alimentos. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que produtos básicos como arroz, feijão e trigo têm perdido espaço na produção nacional, enquanto commodities voltadas à exportação, como soja e milho, ganharam protagonismo.

Entretanto, a resistência vem tanto do mercado financeiro quanto do próprio setor agropecuário, que alertam para possíveis danos à competitividade e à cadeia produtiva.

Alternativas no radar do governo - O governo, por sua vez, tem buscado caminhos mais moderados. Após reuniões com o presidente Lula (PT), o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), descartou intervenções como subsídios e tabelamento de preços. Uma das propostas em estudo é a redução de alíquotas de importação de alimentos, além de juros mais baixos no próximo Plano Safra. Apesar disso, integrantes do PT avaliam que essas ações são insuficientes para enfrentar a inflação alimentar de maneira efetiva.

O debate sobre a regulação do mercado de alimentos no Brasil também acontece em meio a um cenário internacional de competição comercial acirrada. Países como Índia, Rússia e Indonésia já implementaram taxações similares, enquanto a Argentina viveu crises no setor agropecuário após medidas intervencionistas, como aumento de impostos sobre exportações.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

A história da mãe de Donald Trump, uma imigrante escocesa que chegou aos EUA com US$ 50 no bolso

Mary Anne MacLeod chegou aos EUA aos 18 com visto de imigrante. Apesar de Trump dizer que viajou como turista, documentos mostram intenção de residência

Mary Anne Trump em 1999, pouco antes de falecer, com os filhos Elizabeth e Donald, acompanhado da então namorada, Melania Knauss (Foto: Getty Images via BBC)

Entre os milhões de imigrantes que chegaram aos Estados Unidos nas primeiras décadas do século 20, Mary Anne MacLeod se destaca por sua trajetória de superação. Nascida em Tong, um vilarejo na Ilha de Lewis, no norte da Escócia, ela desembarcou em Nova York em 11 de maio de 1930, com apenas 18 anos e US$ 50 (o equivalente a cerca de US$ 950 hoje) no bolso. A informação foi revelada pela BBC News Mundo, que analisou documentos históricos digitalizados pela Fundação Estátua da Liberdade – Ellis Island.

MacLeod entrou legalmente no país com um visto de imigrante, emitido três meses antes de sua partida no porto de Glasgow a bordo do navio Transilvânia. Embora o presidente Donald Trump, o quarto de seus cinco filhos, tenha afirmado em diversas ocasiões que sua mãe viajou inicialmente como turista, documentos alfandegários indicam que ela planejava permanecer nos Estados Unidos desde o início. “Ela veio com um visto de imigrante para ter residência permanente”, explicou Barry Moreno, historiador do Museu Nacional da Imigração de Ellis Island, à BBC News Mundo.

Mary Anne era a caçula de uma família com nove irmãos e cresceu em uma comunidade marcada pela pobreza e pela falta de perspectivas após a Primeira Guerra Mundial. Seu pai, Malcolm, administrava uma agência dos correios e uma pequena loja, o que garantia à família uma situação financeira ligeiramente melhor que a média local, segundo o genealogista Bill Lawson.

Seguindo os passos de três de suas irmãs, que já haviam emigrado, MacLeod registrou a irmã Catherine como sua recebedora em Astoria, Queens, e declarou "doméstica" como sua profissão ao entrar nos EUA. “Doméstica pode significar várias coisas, desde trabalhos em casas de família até funções em serviços domésticos de forma mais ampla”, detalhou Moreno.

Entre 1930 e 1934, Mary Anne residiu de forma contínua em Nova York. Durante esse período, conheceu Fred Trump, um jovem construtor de ascendência alemã e um dos solteiros mais cobiçados da cidade. O casal se casou, e Mary Anne se naturalizou cidadã americana em 1942.

Apesar de sua origem como imigrante, a história de Mary Anne MacLeod contrasta com a retórica contra a imigração adotada por Donald Trump durante seus mandatos presidenciais. Uma de suas primeiras medidas ao reassumir a presidência foi assinar ordens executivas que restringem direitos de imigrantes, o que reforça as contradições entre a trajetória familiar e seu discurso político.

Fonte: Brasil 247 com informações da BBC News Mundo

Lula avalia indicar Gleisi para Secretaria-Geral da Presidência

Na avaliação do governo, a presidente do PT tem boa relação com movimentos sociais e capacidade de mobilização, atribuições da pasta

Gleisi Hoffmann (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está avaliando a possibilidade de colocar a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na Secretaria-Geral da Presidência da República, informa O Globo. Aliados avaliam que Gleisi tem uma boa relação com movimentos sociais, uma das atribuições da pasta, e já demonstrou capacidade de mobilização com a esquerda e em defesa do governo.

A Secretaria-Geral da Presidência, atualmente ocupada por Márcio Macêdo, é responsável pela interlocução do Planalto com a sociedade civil. Integrantes do PT avaliam que a pasta está tendo uma atuação apagada no terceiro mandato de Lula, ao contrário do que acontecia nas primeiras gestões do partido. Nos dois primeiros mandatos de Lula, a secretaria foi ocupada por Luiz Dulci, aliado histórico e um dos fundadores do PT.

Mesmo com o desgaste, Macêdo é elogiado por Lula pelo seu desempenho na elaboração do G-20 social, em novembro do ano passado. O ministro também deve organizar a participação da sociedade civil na COP 30 que ocorre em novembro. Macêdo tem agendas marcadas com o presidente da COP30, André Côrrea de Lago, e viagem marcada para Recife, onde fará entrega de políticas de juventude na Bienal Cultural da União Nacional dos Estudantes (UNE) e irá se encontrar com o prefeito João Campos. A pasta também tem discutido o planejamento estratégico do ministério para 2025.

Sucessão no PT - Além de melhorar a relação com movimentos sociais e aumentar a mobilização, a indicação de Gleisi para o cargo no Planalto é considerada uma forma de resolver a sucessão na presidência do PT. Auxiliares de Lula apontam que a ida de Gleisi para o governo desestimularia o surgimento de uma outra candidatura que pudesse ampliar o racha da legenda.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Liberado para viajar, Lula planeja primeiras agendas fora de Brasília

Presidente recebeu autorização médica para retomar agenda de viagens. A primeira delas deverá ser ao Rio de Janeiro

       Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Após receber autorização médica para voltar a viajar de avião, o presidente Lula (PT) começou a organizar os primeiros compromissos fora de Brasília em 2025. Segundo informações de Igor Gadelha, do Metrópoles, o petista já havia solicitado a seus auxiliares sugestões de destinos estratégicos assim que as viagens fossem retomadas, com o objetivo de fortalecer sua presença em regiões prioritárias e reconquistar apoio popular.

Entre os primeiros destinos de Lula está o Rio de Janeiro, onde ele deve participar de compromissos relacionados à Petrobras e ao setor petroquímico. Essa agenda é parte de uma estratégia maior que busca vincular o governo federal a investimentos em áreas de alto impacto econômico e social. Outra parada importante será na região metropolitana de Belém, no Pará, em fevereiro, para o lançamento de novos empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida.

☉ Recuperação da popularidade - Com a desaprovação de seu governo ultrapassando a aprovação pela primeira vez, conforme a pesquisa Genial/Quaest, Lula planeja usar as viagens como uma oportunidade para reverter a queda em sua avaliação. A pesquisa apontou uma redução na aprovação do governo, de 52% para 47%, reflexo de desafios enfrentados no primeiro ano de mandato, como a articulação política em meio a um Congresso fragmentado e crises econômicas globais.

O presidente está determinado a reforçar sua presença em agendas públicas, sobretudo em regiões onde o eleitorado tradicional do PT está concentrado. "Menos palácio, mais rua" tem sido o mantra do Planalto desde a última reunião ministerial, realizada no dia 20 de janeiro, quando Lula cobrou de seus auxiliares maior presença em eventos nas ruas.

☉ Viagens internacionais - Além das viagens nacionais, o presidente já tem compromissos internacionais previstos para março. Uma das primeiras paradas será no Uruguai, onde Lula participará da posse do novo presidente, Yamandú Orsi, líder esquerdista eleito recentemente. A outra viagem incluirá visitas ao Japão e ao Vietnã.

Fonte: Brasil 247 cominformações do Metrópoles

PF não encontrou “elementos suficientes” para indiciar Michelle e Eduardo Bolsonaro, diz Andrei Rodrigues

Segundo delação de Mauro Cid, os dois faziam parte de uma ala radical que tentava convencer Bolsonaro a dar um golpe de Estado

      Eduardo Bolsonaro (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou nesta segunda-feira (28) que a corporação não encontrou “elementos suficientes” para indiciar Michelle e Eduardo Bolsonaro no inquérito do golpe, informa a CNN Brasil. O deputado e a ex-primeira dama foram citados na delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid como membros de uma “ala radical” da trama golpista.

“Ele [Mauro Cid], ao colaborar e citar algumas pessoas, aponta alguns elementos que podem nos levar a coletar provas para responsabilizar ou não essas pessoas. No caso concreto, está lá no relatório do inquérito policial, não houve a busca de outros elementos que pudessem confirmar que essas pessoas tenham participado [da tentativa de golpe]”, disse em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

De acordo com os depoimentos de Cid, Eduardo e Michelle estava constantemente conversando com o então presidente Jair Bolsonaro (PL), instigando-o para dar um golpe de Estado. “Investigamos, apuramos, não encontramos elementos suficientes para várias pessoas, não só essas duas [Eduardo e Michelle]. E, portanto, fizemos a conclusão que tinha que ser feita”, finalizou Andrei Rodrigues.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Lewandowski defende PEC da Segurança Pública: 'temos que mudar esse quadro da violência no Brasil'

Confira o teor da proposta e veja algumas estatísticas da criminalidade no país

Ricardo Lewandowski (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, defendeu, nesta segunda-feira (27), a implementação da PEC da Segurança Pública para aumentar a atuação do governo federal no combate à criminalidade. De acordo com números divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em julho do ano passado, o país reduziu o número de mortes violentas intencionais desde 2018, mas, em números absolutos, é a nação com a maior quantidade de homicídios do mundo. Em termos relativos, ocupa a 18ª posição entre as nações que disponibilizaram dados ao UNODC, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, nos últimos oito anos. Com 3% da população mundial, o Brasil representou 10,1% dos 458 mil homicídios registrados em 119 países em 2021, dado mais recente.

Segundo o governo Lula, é necessária a padronização de protocolos, informações e dados estatísticos. Na proposta entregue pelo ministro a governadores, a ministros e a membros do Poder Judiciário, em outubro do ano passado, a pasta da Justiça continuou sua justificativa no projeto e deu exemplos, ao afirmar que o Brasil “tem 27 certidões de antecedentes criminais distintas, 27 possibilidades de boletins de ocorrência e 27 formatos de mandados de prisão”. “A padronização de dados e informações é fundamental para que se dê efetividade ao Sistema Único de Segurança Pública”, afirmou a gestão federal na época.

Em 2023, foram registradas 46.328 mortes violentas intencionais, a menor estatística em mais de uma década. A taxa de mortalidade ficou em 22,8 por 100 mil habitantes, representando uma queda de 3,4% em comparação com o ano anterior. Em 73,6% dos casos, as armas de fogo foram o instrumento usado para matar.

Durante um almoço com empresários e políticos, o ministro afirmou que é “insuficiente” a maneira como é feita a gestão da segurança pública, porque recai “totalmente nos ombros dos governadores, que comandam as suas polícias civis e militares, e também aos prefeitos, que têm as suas guardas municipais”. “Sentimos isso na pele. Sair às ruas de qualquer capital, ou mesmo de uma cidade do interior, é um risco pessoal para nós, para os nossos familiares. Temos que mudar esse quadro”, destacou.

Segundo Lewandowski, a atuação do crime organizado e das “facções transnacionais” evidencia a necessidade de mais apoio do governo federal para reduzir a criminalidade. “Eu disse ao senhor presidente da República que, com todo respeito, tal como está, não pode ficar. Não posso, como ministro da Justiça e Segurança Pública, […] ficar distribuindo dinheiro federal para ver se os estados e municípios cumprem determinada política federal… ou uma política, na verdade, da União”, prosseguiu.

“Propus ao senhor presidente da República que nós oferecêssemos ao Congresso Nacional uma PEC [Proposta de Emenda à Constituição], um projeto de emenda constitucional que chamasse para o colo, vamos dizer assim, do governo federal, uma responsabilidade que, institucionalmente, ele não tinha originalmente. Vamos ser parceiros dos estados e municípios, arcar com a responsabilidade que nos compete e trabalhar juntos no combate à criminalidade, sobretudo à criminalidade organizada”, completou.

O que muda

Em seu artigo 144, a Constituição Federal afirma que a segurança pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. O texto de 1988 precisa ser aprimorado para esclarecer as competências da União.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública pretende conferir status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), instituído em 2018 por lei ordinária. A ideia é incluir na Constituição Federal o Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, composto por representantes do governo federal, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

No comunicado sobre a proposta, a pasta da Justiça afirmou que o projeto não prevê a criação de novos cargos públicos. “A PEC não inova do ponto de vista constitucional. Tem como referência o Sistema Único de Saúde e o Sistema Nacional de Educação, ambos já previstos na Constituição”, acrescentou.

“A PEC da Segurança Pública propõe, portanto, alterações nos arts. 21, 22, 23, 24 e 144, de modo a conferir à União a competência para estabelecer diretrizes gerais quanto à política de segurança pública e defesa social, que compreenderá o sistema penitenciário; atualizar as competências da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF); e constitucionalizar o Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária”, concluiu.

Fonte: Brasil 247

Danos morais: defesa de Lula pede bloqueio de carro de bolsonarista que o ameaçou de morte após calote

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ingressou na Justiça com um pedido de bloqueio de bens do empresário José Sabatini



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ingressou na Justiça com um pedido de bloqueio de bens do empresário José Sabatini, condenado a pagar R$ 46.887,00 por danos morais. A informação foi divulgada pelo portal UOL. A medida visa garantir o pagamento da indenização por meio da penhora de dois veículos registrados no nome do empresário: um Hyundai Veracruz 2011 e um reboque rodoviário de 1991.

O caso, julgado pela 7ª Vara Cível de São Bernardo do Campo, teve origem em um vídeo publicado por Sabatini em março de 2021, quando Lula ainda era ex-presidente. No material, o empresário aparece armado, ofendendo e ameaçando Lula. O conteúdo, considerado intimidador e ofensivo, resultou na condenação de Sabatini em outubro de 2023.

☉ A condenação e a tentativa de penhora

A sentença inicial estipulou uma indenização de R$ 30 mil, que subiu para R$ 46.887,00 com a inclusão de juros e correção monetária. Contudo, o pagamento ainda não foi realizado. Em novembro de 2023, a Justiça tentou penhorar as contas bancárias de Sabatini, mas os saldos estavam zerados.

Diante da situação, a defesa de Lula identificou os dois veículos como bens passíveis de bloqueio. Um dos automóveis, o Hyundai Veracruz 2011, está avaliado em cerca de R$ 55 mil na tabela Fipe, valor superior ao montante devido. Caso a penhora seja efetivada, os veículos poderão ser leiloados para quitar a dívida.

☉ As ameaças no vídeo

No vídeo que motivou a ação judicial, Sabatini, então com 70 anos, aparece envolto em uma bandeira do Brasil e empunhando uma arma. Em tom agressivo, ele acusa Lula de desvio de recursos e o ameaça diretamente: “Se você não devolver os R$ 84 bilhões que roubou do fundo de pensão dos trabalhadores, você vai ter problema, hein, cara”.

Além disso, o empresário fez declarações insinuando uma luta armada para evitar que o Brasil "se transforme em uma Venezuela" e utilizou xingamentos contra o ex-presidente.

Na decisão, o juiz Fernando Domingues Ladeira destacou que a combinação das palavras de Sabatini com a exibição da arma representava uma tentativa de intimidação que poderia incentivar terceiros a atos de violência, colocando a segurança de Lula em risco. A sentença já transitou em julgado, o que significa que não cabe mais recurso.

☉ Defesa do empresário

Os advogados de José Sabatini argumentaram no processo que o vídeo não tinha intenção de ameaçar Lula, mas sim de expressar uma crítica política. “A ação tinha o objetivo de impedir o idoso de exercer sua liberdade de ‘crítica política’ e resultou em um pedido desproporcional para enriquecimento do autor às custas do réu”, afirmaram.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Petrobras tem produção total de 2,7 milhões de barris de óleo e gás natural em 2024

A companhia também disse que estabeleceu novos recordes anuais de produção total própria e operada no pré-sal

      (Foto: Agência Petrobras)

SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras informou nesta segunda-feira que sua produção total de óleo e gás natural alcançou 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2024, conforme comunicado ao mercado, onde destaca que atingiu todas as metas de produção estabelecidas em seu plano estratégico 2024-2028.

A estatal acrescentou que a produção comercial de óleo e gás natural alcançou 2,4 milhões de boed no período, enquanto a produção de óleo foi de 2,2 milhões de barris por dia (bpd).

A companhia também disse que estabeleceu novos recordes anuais de produção total própria e operada no pré-sal, com 2,2 milhões de boed e 3,2 milhões de boed, respectivamente. O volume de produção no pré-sal representa 81% da produção total da companhia.

No comunicado, a Petrobras ainda destacou a entrada em operação de duas novas plataformas offshore, cujo "ramp up" compensou parcialmente perdas decorrentes de paradas para manutenção e do declínio dos campos maduros, além do impacto na produção por conta de paradas não programadas determinadas pela ANP e os efeitos da greve do Ibama.

A expectativa é que a Petrobras apresente seu relatório de produção e vendas antes da divulgação, em 26 de fevereiro, do seu balanço financeiro do quarto trimestre de 2024.

Fonte: Brasil 247

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Galípolo lidera o primeiro Copom de 2025 com inflação dos alimentos no radar

A expectativa entre analistas do mercado é que seja anunciado um aumento da taxa de juros no Brasil

Gabriel Galípolo (Foto: Reuters/Adriano Machado)

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, terá nesta semana as primeiras reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), que define o percentual da taxa de juros entre esta terça-feira (28) e quarta-feira (29). A Selic está em 12,25% atualmente, e a expectativa entre analistas do mercado é que o valor aumente 1 ponto percentual, para 13,25%.

Especialistas consultados pelo Banco Central passaram a ver uma taxa Selic de 12,50% ao fim de 2026. Para 2025, a projeção de 15,00% foi mantida.

A alta da Selic é usada para conter a inflação, na medida em que os juros altos deixam o crédito mais caro e diminuem o poder de compra da população - neste cenário, os preços precisam parar de subir.

Nos últimos anos, aliados do governo Lula cobraram de Roberto Campos Neto, antecessor de Galípolo, a redução da taxa de juros, para estimular o crédito e o crescimento da economia. Mas, neste início de uma nova gestão, o IBGE constatou aumento de 0,11% nos preços em janeiro.

No debate sobre juros, a alta da Selic para combater a alta inflacionária funciona quando é inflação sob demanda (da população). Analistas contrários a este mecanismo de política monetária sugerem que tem pouco efeito um aumento dos juros para segurar preços que já são administrados pelo governo, como energia elétrica.

Alimentação e bebidas registraram a maior alta (1,06%), seguidos por Transportes (1,01%), artigos de residência (0,72%), saúde e cuidados pessoais (0,64%), vestuário (0,46%), despesas pessoais (0,40%), educação (0,25%) e comunicação (0,15%). No setor de habitação, foi constatada baixa de 3,43%.

Em 2024, a inflação no Brasil foi de 4,83%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) havia ficado em 4,62% no ano anterior. A meta de inflação do governo para 2024 foi de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para mais ou para menos. O IPCA do ano ficou 0,33 p.p. acima.

O governo Lula e seus aliados já discutem medidas para frear a alta no custo dos alimentos. Outro desafio da gestão federal é diminuir o impacto dos juros de dois dígitos sobre a economia.

Fonte: Brasil 247

Recordar os horrores do nazismo é um gesto de compromisso com a humanidade, diz Lula

A declaração foi feita em referência ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

14.01.2025 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou, nesta segunda-feira (27), o compromisso do governo federal no combate ao antissemitismo e à intolerância. A declaração foi feita em referência ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, data que marca os 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

Em nota à imprensa, Lula afirmou que recordar os horrores do regime nazista não é apenas um ato de memória, mas um “gesto de compromisso com a humanidade”.

Leia o comunicado na íntegra:

“Em 27 de janeiro, é celebrado o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

Há exatos 80 anos, o campo de concentração de Auschwitz foi libertado.

Auschwitz foi o palco de uma brutalidade indescritível, onde pereceram um milhão dos seis milhões de judeus que perderam suas vidas sob a barbárie do regime nazista de Hitler.

Recordar seus horrores não é apenas um ato de memória, mas também um gesto de compromisso com a Humanidade diante dos perigos do extremismo que ressurge nos dias de hoje.

Como presidente do Brasil, renovo meu compromisso com a luta contra o antissemitismo e contra todas as formas de discriminação.

Nunca mais.

Luiz Inácio Lula da Silva,

presidente da República”.

Neymar rescinde com Al-Hilal e fica livre para retornar ao Santos

O craque deve embarcar para o Brasil nos próximos dias e seguir para a Baixada Santista

Neymar na Vila Belmiro para Santos x Audax Italiano (Foto: Divulgação/SantosFC)

O clube Al-Hilal, da Arábia Saudita, anunciou, nesta segunda-feira (27), a rescisão do contrato de Neymar, abrindo caminho para o retorno do jogador ao futebol brasileiro.

Após semanas de negociações entre os representantes de Neymar e o clube árabe, a entrada da Liga Saudita nas conversas ajudou a acelerar o processo. Conforme relatado pelo GE, o atacante, que ainda tinha cerca de US$ 65 milhões (aproximadamente R$ 385 milhões) a receber, abriu mão de uma parte desse montante para deixar o Al-Hilal.

Agora, o craque deve embarcar para o Brasil nos próximos dias e seguir para a Baixada Santista, onde deve firmar um vínculo de cinco meses com o Santos, com término previsto para junho. Caso o acordo seja confirmado, a expectativa é que Neymar vista a camisa 10 do Santos.

Fonte: Brasil 247 com informações do GE

Em Ação Civil Pública, AGU cobra R$ 725 milhões de infratores ambientais no Pantanal

De acordo com a Advocacia-Geral da União, os crimes que estão sendo cometidos impedem a regeneração do bioma

Incêndios no Pantanal já atingem mais de 600 mil hectares em 2024 (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

A Advocacia-Geral da União ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) para cobrar R$ 725 milhões de três infratores acusados de danos ambientais em uma área de 6.419,72 hectares na cidade de Corumbá, no estado de Mato Grosso do Sul. De acordo com a AGU, chefiada por Jorge Messias, os crimes que estão sendo cometidos impedem a regeneração do Pantanal. O bioma ocupa 1,8% do território nacional (IBGE, 2019) em dois estados - Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, na região Centro-Oeste do Brasil.

Em comunicado, a AGU afirmou que, segundo a Polícia Federal (PF), houve intensas queimadas entre os meses de junho e setembro de 2020 em uma terra devoluta da União, que estava em fase de procedimento arrecadatório pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A Advocacia-Geral informou que os réus instalaram duas fazendas no local, dedicadas à pecuária, com aproximadamente 3 mil hectares cada uma, construindo estradas, currais e edificações para ocupação humana. Desde 2021, eles vêm explorando economicamente a área por meio da pecuária e impedindo a regeneração do bioma.

A atuação da AGU começou após uma investigação conduzida pela PF, que resultou na operação “Prometeu”, em setembro de 2024, para combater crimes de incêndio na floresta, desmatamento e exploração ilegal de terras da União; e de autos de infração lavrados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A AGU pediu que os réus elaborem um Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) para cada fazenda. Atuaram no caso a Procuradoria Nacional de Clima e Meio Ambiente (Pronaclima), a Procuradoria-Geral da União (PGU) e a Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

jorge-messias
Jorge Messias. Foto: Renato Menezes/Ascom/AGU

Fonte: Brasil 247

FAO aponta diminuição da insegurança alimentar na América Latina

Melhores indicadores na economia na América do Sul e mais acesso da população de baixa renda a comida explicam a redução

Verduras (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Letycia Bond - Repórter da Agência Brasil
Ao menos 20 países da América Latina e Caribe, ou seja, 73% dos que compõem a região, estão “altamente expostos” a eventos climáticos extremos e mais da metade (52%) têm alta probabilidade de conviver com a subalimentação provocada por esses eventos. Lançado nesta segunda-feira (27), o Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutrição 2024 destaca também que, em relação ao acesso à alimentação ideal, há diferenças entre os países, que se dão por fatores como as políticas públicas.

Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e outras agências da ONU, no Caribe, o índice de população que passa fome chegou a 17,2%. Já entre países da América Central, manteve-se estável, em 5,8%.

Os especialistas da ONU salientaram, no entanto, que a quantidade de pessoas com insegurança alimentar na região diminuiu significativamente em 2023, na comparação com 2022, passando de 207,3 milhões para 187,6 milhões, uma diferença de 19,7 milhões. Em relação a 2021, a diminuição foi de 37,3 milhões.

Como fatores que explicam essa evolução, figuram melhores indicadores na economia de diversos países da América do Sul e a implementação de políticas que têm por objetivo ampliar o acesso da população a alimentos de qualidade. Os dados de 2023 também mostram queda nos níveis de pobreza, pobreza extrema, desigualdade (mensurada pelo Índice de Gini) e, ao mesmo tempo, aumento nos de emprego e salário mínimo.

Durante a apresentação dos dados a jornalistas, Mario Lubetkin, subdiretor-geral e representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe, argumentou ser impossível dissociar a luta de combate à fome e a defesa de sistemas agroalimentares de maior resiliência. Ele disse que, embora se possa comemorar alguns progressos no ano de 2023, há grupos minorizados, como o de mulheres e moradores da zona rural, que sentem mais fortemente os baques ocasionados pelos eventos climáticos extremos.

"O acesso aos alimentos aumentou, mas o custo ainda é um obstáculo", afirmou, se referindo a alimentos saudáveis, que também têm ocupado mais centralidade nas discussões, em oposição aos ultraprocessados que, além de não serem nutritivos são, em geral, mais baratos e, portanto, mais acessíveis a famílias de baixa renda.

"E isso já que estamos falando da região mais poderosa em produção de alimentos", disse, acrescentando que há, ainda, até hoje, duas situações que desafiam, simultaneamente, as autoridades locais, que são a obesidade entre crianças e crianças com peso abaixo do ideal.

Os ultraprocessados são motivo de preocupação por estarem relacionados ao desenvolvimento de doenças. Uma das medidas propostas para controlar o consumo de ultraprocessados é elevar a taxação.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Gustavo Petro: 'nossos compatriotas chegarão à Colômbia sem algemas, com dignidade'

'Dignidade para o deportado será aplicada a todos os países que nos enviam deportações', afirmou o governante do país sul-americano

Gustavo Petro (Foto: REUTERS/Luisa Gonzalez)

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, destacou nesta segunda-feira (27) a importância de os colombianos deportados dos Estados Unidos terem o devido respeito no trajeto de volta à América do Sul.

“Pela manhã, nossos compatriotas chegarão ao território colombiano. Nossa aviação os trará e eles chegarão sem serem algemados. Esta disposição: dignidade para o deportado, será aplicada a todos os países que nos enviam deportações e é hoje apoiada pela ONU”, escreveu Petro na rede social X.

Integrante do partido Colômbia Humana, de centro-esquerda, o governante do país sul-americano fez o comentário depois que 88 brasileiros deportados dos EUA chegaram a Manaus (AM) algemados. O presidente Donald Trump (Partido Republicano), da extrema-direita norte-americana, vem sendo alvo de vários protestos de lideranças políticas e ativistas do campo progressista em nível global.

A Colômbia deve receber cerca de 160 deportados. Estimativas oficiais apontaram que os EUA têm de 45 milhões a 51 milhões de imigrantes. As medidas anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, devem afetar cerca de 10 milhões a 15 milhões de pessoas

Fonte: Brasil 247

Itamaraty convoca encarregado de negócios da Embaixada dos EUA para esclarecer tratamento dado a deportados

Brasileiros deportados dos Estados Unidos teriam sofrido agressões durante um voo que chegou a Manaus na sexta-feira (24)

Brasileiros deportados pelos Estados Unidos (Foto: Reprodução X / Paulo Pimenta)

A secretária de Comunidades Brasileiras no Exterior e Assuntos Consulares e Jurídicos do Itamaraty, Márcia Loureiro, convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar, para uma reunião nesta segunda-feira (27). A informação é do jornal O Globo.

O objetivo do encontro foi esclarecer o tratamento dado aos brasileiros deportados pelo governo dos EUA na última sexta-feira. Na reunião, Loureiro teria enfatizado a posição do Itamaraty, que classificou como inaceitável a maneira como os deportados foram tratados.

Loureiro também abordou o uso de algemas, prática que o Brasil vem questionando desde 2021, pedindo que seja substituída por um tratamento mais respeitoso.

A Polícia Federal no Amazonas iniciou uma investigação sobre supostas agressões contra brasileiros deportados dos Estados Unidos durante um voo que chegou a Manaus na sexta-feira (24). Eles desembarcaram no Brasil algemados, com correntes nos pés, e denunciaram maus-tratos que teriam sofrido dentro da aeronave, incluindo falta de alimentação.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Latinos contribuem com 3,6 trilhões de dólares para o PIB dos EUA

 

“Vidas imigrantes importam”, diz cartaz em manifestação nos EUA. Foto: reprodução

A contribuição da comunidade latina para o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos atinge atualmente 3,6 trilhões de dólares. “Se os latinos nesse país fossem uma nação independente, seriam a quinta maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (no total), China, Japão e Alemanha”, afirmou Ana Teresa Ramírez, diretora da Latino Donor Collaborative.

Um estudo desse organismo, dedicado a pesquisas sobre a comunidade latina nos Estados Unidos, aponta que, com 37 milhões de pessoas, esse grupo populacional é o segundo maior no país (sendo 60% de origem mexicana), ficando atrás apenas da maioria anglo-saxônica. Contrariando a narrativa difundida sobre imigração irregular, 80% dos latinos são cidadãos estadunidenses, e a maioria dos que não possuem cidadania conta com autorização de residência.

Com base em dados dos Departamentos de Estado e Trabalho dos EUA, “os latinos fundam mais de 50% de todos os novos negócios nos Estados Unidos; isso reflete o espírito imigrante, de aventura e de assumir riscos”. Esse grupo apresenta um ritmo maior de presença econômica do que outros. “Outro dado impressionante do Departamento de Comércio é que os latinos, devido ao crescimento geracional tão forte, são responsáveis por 49,5% das aquisições de novas casas”, explicou Ramírez.

As projeções do Departamento de Trabalho indicam que 78% da nova força de trabalho nos próximos 10 anos será latina. “Quando falamos de deportações nos Estados Unidos, simplesmente não faz sentido”, destacou Ramírez. Além disso, o crescimento da comunidade é acelerado: “Não apenas somos enormes, mas ficaremos cada vez maiores”.

Outros dados sobre a inserção latina no país: “oito em cada 10 latinos falam inglês; 93% dos jovens latinos nasceram nos Estados Unidos; e a juventude dessa comunidade se destaca entre outros grupos raciais, com a idade mais comum sendo 12 anos, em comparação com 58 anos entre não latinos.”

Expatriados brasileiros vindos dos EUA descem de avião no aeroporto de Manaus (AM). Reprodução

Contribuição à tecnologia

Ao destacar o impacto da comunidade latina, a pesquisadora afirmou: se fossem considerados uma economia, seriam maiores do que as de Rússia, França, Inglaterra ou Brasil. “Se os latinos nos Estados Unidos fossem uma economia, seriam a terceira que mais cresce no mundo, atrás apenas da China e da Índia.”

Ramírez destacou que, ao contrário de ideias preconcebidas, a contribuição dos imigrantes latinos vai além das indústrias agrícolas, de construção civil ou de serviços.

“O crescimento atual não vem apenas dessas áreas; vem da tecnologia. Temos um estudo que mostra que o maior crescimento dentro da indústria tecnológica vem de nossa comunidade. Ainda estamos em 8%, mas avançamos rapidamente.”

Segundo a Organização de Engenheiros Latinos nos EUA, 4% dos estudantes de engenharia eram latinos em 2010. Em 2021, esse número subiu para 16%. “A percepção e a realidade são completamente diferentes”, concluiu Ramírez.

Para cada dólar enviado em remessas, mexicanos destinam cinco para pagar impostos e serviços nos EUA.

Fonte: DCM

Efeito Lula: indústria brasileira cresce, em 2024, o dobro da média mundial

 

Setor automatizado do setor de indústria de automóveis. Foto: reprodução

A indústria brasileira de transformação registrou crescimento de 4,6% no terceiro trimestre de 2024, revertendo a queda de 1,0% observada no mesmo período de 2023, segundo dados da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido). O desempenho foi superior à média mundial, que avançou 2,3% no período, com desaceleração nos países desenvolvidos e na China.

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) atribui o avanço ao ciclo de juros baixos e melhores condições de crédito em 2024, além do dinamismo da demanda interna, impulsionada por programas sociais, redução da inflação e melhora no mercado de trabalho. Porém, especialistas alertam que a retomada pode perder força com o novo ciclo de alta de juros anunciado pelo Banco Central.

Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 12,25% ao ano e indicou novos aumentos em janeiro e março de 2025, podendo atingir 14,25%, patamar semelhante ao ápice da crise econômica de 2015-2016. Para o economista do Iedi, Rafael Cagnin, o aperto monetário pode prejudicar a expansão industrial.

“Não acredito que vá reverter o crescimento, mas com certeza prejudicará. Pela primeira vez em uma década, a indústria total cresce com vigor sem retração no ano anterior”, afirmou Cagnin em entrevista à Folha de S.Paulo. Ele também alerta que a pressão por custos maiores e a maior concorrência externa podem reduzir o diferencial de crescimento da indústria brasileira em relação ao restante do mundo.

Internacionalmente, a desaceleração da indústria na China e na Europa, além da política protecionista de Donald Trump, são desafios adicionais. O aumento de tarifas sobre produtos chineses pode intensificar a concorrência no mercado interno brasileiro e em outros destinos de exportação.
Decretos assinados por Trump podem mudar o cenário da indústria brasileira. Foto: reprodução

Adicionalmente, o abandono dos EUA de compromissos climáticos internacionais, como o Acordo de Paris, pode prejudicar o Brasil ao diminuir os esforços globais pela transição energética, avaliou Cagnin.

Apesar dos riscos, há fatores que podem mitigar os impactos econômicos no curto prazo. Entre eles estão os programas do BNDES que incentivam inovação, digitalização e sustentabilidade, além do programa de depreciação superacelerada, que estimula investimentos.

A desvalorização do real frente ao dólar também favorece a produção nacional, embora ainda haja desafios com a importação de insumos e bens de consumo.

“O câmbio precisa de previsibilidade para beneficiar efetivamente a indústria. Alterações bruscas em momentos de incerteza criam mais volatilidade do que ganhos para o setor produtivo”, ressaltou Cagnin.

Enquanto isso, o governo e o setor industrial enfrentam o desafio de equilibrar a política monetária, a competitividade externa e o avanço sustentável para manter a trajetória de crescimento em 2025.

Fonte: DCM